Disputa pelo sagrado em Goiás em fins do século XIX: o catolicismo oficial dos bispos ultramontanos e o catolicismo popular dos leigos
Resumo
O presente estudo tem como tema a disputa entre o ultramontanismo e os leigos sobre as práticas e manifestações do catolicismo nos anos de 1891 a 1907, inserida no bispado de D. Eduardo Duarte da Silva (1891-1907). Tem por objetivos descrever e analisar o que foi transformado e/ou mantido em meio às manifestações religiosas permeadas pelo catolicismo oficial e pelo popular. A metodologia tem por base a sociologia religiosa de Max Weber. As fontes documentais foram extraídas de Cartas Pastorais, relatos de Visitas Pastorais, da autobiografia de D. Eduardo, de jornais de época e de contribuições de historiadores que lidaram com temas pertinentes ao desta pesquisa. O catolicismo reformado intentou reorganizar a administração, a liturgia e a doutrina católicas para impor o formato e a orientação do catolicismo oficial às irmandades e confrarias, organizações leigas representantes do catolicismo popular goiano que se situavam em cenário agrário, pobre e isolado. A festa popular do Divino Pai Eterno de Trindade foi priorizada para se identificar a influência do ultramontanismo sobre as práticas populares, pois oferece maiores subsídios de pesquisa, caracterizando-se o estudo como histórico e sociológico. Os resultados e conclusões alcançados dizem respeito à manutenção da natureza mágica no catolicismo popular goiano do período selecionado em função da preponderância dos rituais populares que não substituídos pela doutrina e pela liturgia oficiais.Downloads
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