Efeito das classes de peso sobre a composição corporal e o rendimento de processamento de matrinxã (<em>Brycon cephalus</em>)

  • Elisabete Maria Macedo-Viegas USP
  • Célia Maria Dória Frascá Scorvo UNESP
  • Rose Meire Vidotti UNESP
  • Edney Murillo Secco UNESP
Palavras-chave: matrinxã, composição corporal, rendimento de processamento, filetagem

Resumo

Matrinxã é um peixe originário da Bacia Amazônica que vem sendo cultivado na Região Sudeste, atendendo ao crescente mercado dos pesque-pague. Embora não exista um consenso sobre o peso de comercialização para essa espécie, ela tem sido realizada com exemplares acima de 600g. O objetivo deste trabalho foi avaliar o rendimento de processamento e a composição corporal do matrinxã em três classes de peso. Foram coletados em tanques de cultivo do Caunesp, Jaboticabal, SP, 45 exemplares, separados em três classes de peso: P1 = 400 a 500g; P2 = 501 a 600g e P3 = 601 a 700g, e submetidos ao processo de filetagem manual e determinação da composição corporal. Foram avaliados os seguintes parâmetros de rendimento (%): filé sem pele, vísceras, gordura visceral, carcaça sem cabeça, cabeça e resíduo total. Para a composição corporal foram determinados os teores de umidade, proteína bruta, lipídeos e cinzas. As classes de peso tiveram efeito (p < 0,05) para as porcentagens de vísceras (V), cabeça (C) e carcaça sem cabeça (Cs/C), porém para o rendimento de filé (F), gordura visceral (GV) e resíduo não ocorreram diferenças (p > 0,05). Os menores valores obtidos para carcaça sem cabeça e vísceras foram observados na classe P1 (75,94% e 8,38) e os maiores na P3 (78,05% e 9,48%). Destaca-se que a gordura visceral compreende em torno de 43% do total das vísceras em todas as classes de peso, havendo uma correlação positiva e significativa (r2 = 0,957*) entre esses dois parâmetros. A composição corporal apresentou diferenças significativas apenas quanto aos teores de cinzas, sendo que o maior valor foi observado nos peixes da maior classe de peso. Embora não significativo, nota-se uma tendência de maior acúmulo de gordura nos peixes maiores. Este alto teor de lipídeos observado com o matrinxã reflete uma característica comum em espécies de peixes tropicais de água doce. Com base nesses resultados, pode-se concluir que os teores de proteína bruta e lipídeos apresentam-se semelhantes nas três classes de peso avaliadas, e, sem prejuízo do rendimento de filé, os peixes podem ser processados com pesos menores aos normalmente comercializados.

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Biografia do Autor

Elisabete Maria Macedo-Viegas, USP
Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo (1972), mestrado em Zootecnia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1979) e doutorado em Tecnologia de Alimentos pela Universidade Estadual de Campinas (1993). Possui o título de Professor Associado (Livre-Docente), desde 2004. Atua como professor doutor em RDIDP, na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo, campus de Pirassununga, SP. Tem experiência na área de Aquicultura e Recursos Pesqueiros , com ênfase em Piscicultura, atuando principalmente nos seguintes temas: nutrição e alimentação de peixes de água doce, processamento pós-despesca, conservação de pescado, aproveitamento de residuos do processamento Currículo Lattes
Publicado
2008-05-13
Como Citar
Macedo-Viegas, E. M., Scorvo, C. M. D. F., Vidotti, R. M., & Secco, E. M. (2008). Efeito das classes de peso sobre a composição corporal e o rendimento de processamento de matrinxã (<em>Brycon cephalus</em&gt;). Acta Scientiarum. Animal Sciences, 22, 725-728. https://doi.org/10.4025/actascianimsci.v22i0.3138
Seção
Ciência Animal

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