Estresse devido ao transporte e à ação da benzocaína em parâmetros hematológicos e população de parasitas em matrinxã, <em>Brycon cephalus</em> (Günther, 1869) (Osteichthyes, Characidae)

  • Paulo César Falanghe Carneiro PUCPR
  • Elisabeth Criscuolo Urbinati UNESP
  • Maurício Laterça Martins UNESP
Palavras-chave: transporte, estresse, benzocaína, matrinxã, Brycon cephalus

Resumo

O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do transporte, sob diferentes concentrações de benzocaína, em parâmetros hematológicos e na população de parasitas de brânquias do matrinxã Brycon cephalus (Osteichthyes, Characidae). Trinta peixes (peso médio 1,0 kg) foram transportados em tambores plásticos de 200 L por quatro horas. Cada tambor foi preparado com uma concentração de benzocaína (B0 = 0 mg/L; B1 = 5 mg/L; B2 = 10 mg/L e B3 = 20 mg/L). Anteriormente ao carregamento dos tambores, cinco peixes foram amostrados para determinar a condição inicial. Outras três amostragens foram feitas posteriormente: na chegada, 24 e 96 horas após o transporte. Os peixes transportados sob efeito da benzocaína apresentaram menor resposta de fuga durante a captura comparado aos peixes do B0, sendo que os peixes do B3 mostraram dificuldade de manter o equilíbrio durante a viagem. Após o transporte, registraram-se os níveis mais elevados de cortisol plasmático, em todos os tratamentos, com retorno aos níveis iniciais após 24 horas. A glicemia elevou-se na chegada, em todos os tratamentos, e após 24 horas apenas os peixes transportados nas duas concentrações mais altas ainda não haviam recuperado os valores iniciais. Na chegada, a porcentagem de linfócitos decresceu, permanecendo neste patamar após 24 horas, sendo que os peixes do B2 e B3 não retornaram à condição inicial até o final do período experimental. Foi observado aumento da porcentagem de neutrófilos, desde a chegada até 24 horas após o transporte, em todos os tratamentos. Os peixes do B2 e B3 mantiveram elevadas as porcentagens de neutrófilos até 96 horas após o transporte. Na última coleta, constatou-se que o número do parasita branquial Piscinoodinium sp. havia aumentado nos peixes do B3. Foi possível observar que o uso da benzocaína contribuiu com a elevação da glicemia e dos níveis plasmáticos do cortisol após o transporte, sendo registrados efeitos negativos das duas concentrações mais altas em vários parâmetros hematológicos e no número de Piscinoodinium sp. aderido às brânquias. Concluiu-se, portanto que o uso da benzocaína não reduziu o estresse causado pelo transporte em matrinxãs, atuando inclusive como agente estressor adicional.

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Biografia do Autor

Paulo César Falanghe Carneiro, PUCPR
Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade de São Paulo (1994), mestrado em Aqüicultura pelo Centro de Aquicultura da Universidade Estadual Paulista (1997) e doutorado em Zootecnia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2001). Passou por programa de capacitação no exterior em 1994 (Auburn University-AL, USA - Residência Agronômica) e 2004 (NRC/IMB, Halifax, Cananá - Pós Doutorado). Foi professor da PUCPR (Curitiba, PR) de 2001 a 2006. Atualmente é pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Aracaju-SE e professor credenciado no curso de pós graduação da Universidade Federal do Paraná (Curitiba, PR). Tem experiência na área de Aquicultura, com ênfase em biologia e produção de espécies nativas com potencial zootécnico, atuando principalmente nos seguintes temas: Piscicultura, reprodução induzida e criopreservação de gametas, estresse e fisiologia de peixes e alimentação de peixes Currículo Lattes
Publicado
2008-05-13
Como Citar
Carneiro, P. C. F., Urbinati, E. C., & Martins, M. L. (2008). Estresse devido ao transporte e à ação da benzocaína em parâmetros hematológicos e população de parasitas em matrinxã, <em>Brycon cephalus</em&gt; (Günther, 1869) (Osteichthyes, Characidae). Acta Scientiarum. Biological Sciences, 24, 555-560. https://doi.org/10.4025/actascibiolsci.v24i0.2359
Seção
Ciências Biológicas

 

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