Arquivos do Mudi, v. 25, n. 2, p. 71-90, ano 2021
Aceito em: 16/05/2021 Publicado em: 15/08/2021
Esta revista possui Licença CC BY-NC
ARTIGO ORIGINAL
Astract
This research aimed to analyze the possible occurrence and influence of the edge effect in the Park of Ingá -
Maringá/PR. It was sought to analyzeif there was adifferencein the composition between the edgeand center
areas in relation to the area studied. The results showed less abundance of macroinvertebrates in the border
region when compared to the center. The center region presented higher soil humidity and lower temperature
in relation to the edge, thus, itis suggested aheating of the edgezoneby influenceof the external environment,
since around the fragment the composition is of urban paving. There was greater diversity in the composition
of the central region of the park, with the presence of organisms that indicate the primary successional stage
of the soil in transition (edge-center direction), due to the recurrent edge effect. It was concluded that there is
a difference in the beta diversity of the areas approached and that the edge effect is influential in the forest
fragment, reflecting a low heterogeneity that can later affect ecosystem services and functions. It is
recommended the revision and practice of the Management Plan of Ingá Park, so that the problems caused by
the edge effect can be alleviated in order to avoid compromising the conservation of the soil fauna and abiotic
factors.
Keywords: Macroinvertebrates; urban fragments diversity; R and K strategists; ecological succession.
ALTERAÇÕES NA COMPOSIÇÃO, DIVERSIDADE E ABUNDÂNCIA
DA FAUNA EDÁFICA OCASIONADAS PELO EFEITO DE BORDA EM
UM FRAGMENTO URBANO DE MATA ATLÂNTICA
Daiane Montoia Comparsi
Universidade Estadual de Maringá
(UEM)
daianemontoia@gmail.com
Resumo
A presente pesquisa teve como objetivo analisar a possível
ocorrência e influência do efeito de borda no Parque do Ingá –
Maringá/PR. Buscou-se analisar se havia diferença da composição
entre as áreas de borda e centro referente à área estudada. Os
resultados evidenciaram menor abundância de macroinvertebrados
na região da borda quando comparada ao centro. A região do centro
apresentou maior umidade do solo e menor temperatura em relação
à borda, assim, é sugerido um aquecimento da zona de borda por
influência do meio externo, visto que ao redor do fragmento a
composição é de pavimentação urbana. Houve maior diversidade
na região central do parque, com a presença de organismos que
indicam o estágio sucessional primário do solo em transição
(direção borda-centro), devido ao efeito de borda recorrente.
Concluiu-se que há uma diferença na diversidade beta das áreas
abordadas equeo efeito deborda éinfluente no fragmento florestal,
refletindo em uma baixa heterogeneidade que posteriormente pode
afetar os serviços e funções do ecossistema, recomenda-se a revisão
e prática do Plano de Manejo do Parque do Ingá, para que os
problemas ocasionados pelo efeito debordapossam ser amenizados
a tempo de não comprometer a conservação da fauna edáfica e
fatores abióticos.
Palavras-chave:Macroinvertebrados;fragmentourbano;
diversidade; R e K estrategistas; sucessão ecológica.
CHANGES IN COMPOSITION, DIVERSITY AND ABUNDANCE OF EDAPHIC FAUNA
CAUSED BY EDGE EFFECTS IN AN URBAN FRAGMENT OF ATLANTIC FOREST
Beatriz Cervigni Feltrin
Universidade Estadual de Maringá
(UEM)
biacfeltrin@gmail.com
Marina Silveira Bonacazata Santos
Universidade Estadual de Maringá
(UEM)
marinabonacazata@gmail.com
Mariana Ferreira Sapateiro
Universidade Estadual de Maringá
(UEM)
marianaferreirasapateiro@gmail.com
Flávio Henrique Ragonha
Universidade Estadual de Maringá
(UEM)
flaviohragonha@yahoo.com.br
Arquivos do Mudi, v. 25, n. 2, p. 71-90, ano 2021
ARTIGO ORIGINAL
1. INTRODUÇÃO
quando os dois são separados por uma transição
porções de borda, foram caracterizados como
da interação de dois ecossistemas adjacentes e,
A fragmentação de hábitats é o abundância relativa das espécies na parte
resultado da subdivisão de uma região por marginal de um fragmento florestal, ou como a
perturbações naturais, eventos climáticos e influência que o meio externo exerce sobre a
principalmenteporuma variedadedeatividades área da floresta em sua parte marginal,
humanas, que resulta em um aumento da razão causando alterações físicas e estruturais
borda-área (DALE; PEARSON, 1997). Isto é, (TABANEZ; VIANA; DIAS, 1997). O
quanto menor o tamanho de um fragmento processo do efeito de borda pode promover
florestal maior é a razão borda-área e, portanto, também, o surgimento de uma paisagem em
fragmentos menores estão mais sujeitos a mosaico (e.g. manchas ou fragmentos florestais
maiores intensidades dos efeitos de borda, o separados por matrizes contendo corredores
oposto acontece nos fragmentos maiores ecológicos) (METZGER, 2006). No entanto, a
(NASCIMENTO; LAURANCE, 2006). preservação do sistema não é afetada apenas
Um dos principais efeitos da pela configuração do sistema, outros fatores
fragmentação é a formação de bordas, com como a forma do fragmento, a quantidade de
aspectos físicos e biológicos distintos borda e o isolamento destes também são
ocasionados pelo efeito de borda (i.e. resultado responsáveis pelos prejuízos ecológicos
(METZGER, 2001; RODRIGUES, 2013).
Três tipos principais de efeito de borda
abrupta,tem-seaformaçãodabordapodemserreconhecidos:Osabióticos,
anos, os fragmentos florestais, principalmente
(MURCIA,1995)).NaMataAtlânticarelacionadoscomalteraçõesemfatores
brasileira, região onde oprocessodemicroclimáticos, tais como: aumento dos
fragmentação florestal iniciou-se há váriosventos, variação na temperatura, penetração
vertical da luz (maior radiação solar) e baixa
umidade (REDDING et al., 2003; BENÍTEZ-
tendo alta percentagem de clareiras e altaMALVIDO; ARROYO-RODRÍGUEZ, 2008).
Aceito em: 16/05/2021 Publicado em: 15/08/2021
Esta revista possui Licença CC BY-NC
densidade de cipós, bambus, espécies pioneiras Os biológicos diretos, por sua vez,
e presença de espécies exóticas (TABANEZ; envolvem mudanças na distribuição e
VIANA; DIAS, 1997), principalmente devido abundância das espécies como o aumento da
ao intenso uso do solo. densidade de indivíduos devido à maior
O efeito de borda, segundo Forman e produtividade primária causada pelos altos
Gordon (1986), pode ainda ser definido como níveis de radiação solar (DIDHAN; LAWTON,
uma alteração na composição e/ou na 1999; BENÍTEZ-MALVIDO; ARROYO-
72
Comparsi et al., 2021.
Arquivos do Mudi, v. 25, n. 2, p. 71 - 90, ano 2021
levarmos em consideração um habitat que foi
Na visão de Laurece e Bierregaard (1997), se
RODRÍGUEZ, 2008). E, a disseminação de(AQUINO;CORREIA;ALVES,2008;
espécies(animaisevegetais)ruderais,BROWN; MASCHIO; FROUFE,2009;
generalistas e invasoras, proporcionada pelaBARETTA et al., 2011).
fragmentação e perda de habitat específicos eConforme o tamanho do corpo dos
determinantes para as espécies especialistas, organismos que a constituem, a fauna do solo é
reduzindo a diversidade das bordas florestais classificada em microfauna (protozoários e
(SOUZA, 2013), dentro das escalas alfa, beta e nematoides), mesofauna (ácaros e colêmbolos)
gama (WHITTAKER, 1960). Dentre elas, a e macrofauna(moluscos,anelídeose
diversidade beta é definida como o grau de artrópodes)(SWIFTetal., 2010). Em
dissimilaridadeexistente(diferençasdo ambientes antropizados ou degradados a
número de espécies presentes) entre as mesofauna normalmente apresenta três
comunidades dedois sítiosdistintos principais estágios de desenvolvimento.
(BASELGA, 2010). Esta diversidade pode ser Durante o estágio inicial, a fauna edáfica é
ocasionada pelo aninhamento, isto é, perda não colonizadapor espécies iniciais, principalmente
aleatória de espécies (HARRISON; ROSS; por ácaros e colêmbolos, que são dispersos pelo
LAWTON, 1992) ou por substituição, que ar e podem atingir populações de 5.000 a
consiste na troca de espécies entre duas 20.000 indivíduos por metroquadrado.
localidades, seja por seleção de espécies pelo (SAUTTER; SANTOS, 1994; MOREIRA et
meio ambiente, por restrições históricas e al., 2013).
espaciais ou até mesmo por interações Após o início da produção primária de
interespecíficas (BASELGA, 2010). plantas herbáceas e arbustivas, a mesofauna
Por último, os biológicos indiretos, alcança densidades populacionais de até
relacionados à alteração nas interações entre 130.000 ind./m
2
, dentro da camada orgânica
espécies como herbivoria, predação, (DUNGER,1991). As espécies pioneiras
parasitismo, dispersão e polinização permanecem nos solos degradados durante
(KOLLMANN; BUSCHOR, 2003; BENÍTEZ- períodos que variam entre 3-7 anos (DUNGER,
MALVIDO; ARROYO-RODRÍGUEZ, 2008). 1991). Os colêmbolos são dominantes neste
estágio com 1/3 daabundância, 1/2 dabiomassa
da população da mesofauna edáfica, atuando
a vida ou em algum estágio do ciclo biológico)
fragmentado, o efeito debordaécolocado comocomo indicadores deste estágio sucessional
um dos principais fatores que afetam tanto os(SAUTTER;SANTOS,1994;SOUZA;
vegetais como os animais, prejudicando, porCASTRO, 2020).
exemplo, os animais que vivem na fauna doAssim que a camada de liteira (i.e.
solo ou também chamada de edáfica (i.e. serapilheira) é destruída pelas minhocas, a
invertebrados que compõem o solo durante toda densidade populacional da mesofauna cai a
aproximadamente 25.000 ind./m
2
(DUNGER,
73
Alterações na composição, diversidade e abundância da fauna edáfica
Danger (1991), aponta que, após cerca
de 10 anos, há uma substituição de indivíduos
por indivíduos k-estrategistas (baixo poder de
1991).A bioturbação, realizada pelaspedoambientais (SCHEU, 2003). Além disso,
resistência à erosão.
minhocas, consiste na modificação da estruturajuntamente com formigas, besouros e cupins, as
física do solo, pela formação de túneis, canais,minhocaspromovemumaintensa
poros,agregados,coprólitos(fezesmovimentação nosolo,atuando como
cristalizadas)epela movimentaçãodeengenheiros do ecossistema (i.e. organismos
partículas de um local para outro (KORASAKI;que causam alterações físicas no meio e assim
MORAIS, BRAGA 2013). De acordo commodulam a disponibilidadede recursos
Korasaki, Morais e Braga (2013), esse processo(ODUM, 2008)), por ter a capacidade de
é responsável por propriedades do solo, comorenovar constantemente o solo, reciclando
aeração, infiltração, drenagem, capacidade denutrientes através da bioturbação, além de
retenção de água, estabilidade de agregados eserem fragmentadoras e transformadoras da
serapilheira (BROWN; DOMÍNGUEZ, 2010;
SWIFT et al., 2010).
As formigas (Arthropoda, Hexapoda,
r-estrategistas, ou seja, característicos deInsecta, Hymenoptera), insetos eussociais,
fecundidade e densidade populacional variável,
ambientes perturbados ou em regeneração, com vivem em colônias, apresentam diferenciação
tamanho reduzido, alto poder de dispersão, alta de castas e constroem ninhos (formigueiros)
geralmente subterrâneos, apresentando câmaras
interligadas entre si e com o exterior por meio
populacional entre gerações), como exemplo a
dominância de Acariformes (Oribatei).
Em relação àmacrofauna, as minhocas
dispersão, alta taxa de sobrevivência, com de galerias (KORASAKI; MORAIS; BRAGA,
tempo de vida maior e uma densidade 2013). Outro grupo importante são os besouros
(Arthropoda, Hexapoda, Insecta, Coleoptera),
um grupo muito grande e variado, com mais de
350.000 espécies descritas. Entre os besouros
(Annelida, Clitellata, Oligochaeta) constituemdo solo, estão os escarabeídeos (Família
um dos grupos de organismos mais importantesScarabeidae,SubfamíliaScarabeinae),
(KORASAKI; MORAIS; BRAGA, 2013).conhecidos como besouros-de-esterco ou rola-
Contribuem para a formação de agregadosbosta, que atuam como indicadores de
originados por processos genéticos alternativos,perturbação ambiental. Esses besouros são
como por exemplo, os agregados biogênicos,detritívoros e fortemente influenciados pela
que podem proteger a matéria orgânica do solocobertura vegetal e pelo tipo de solo
(SILVA-NETO et al., 2010).(LOUZADA; ZANETTI, 2013).
Nesse contexto, as minhocas são asAmaioriadosorganismosque
representantes mais importantes, pois tem a compõem a macrofauna edáfica encontra-se na
capacidadedealterarascaracterísticas camada superficial do solo (0 a 10 cm de
Arquivos do Mudi, v. 25, n. 2, p. 71 - 90, ano 2021
74
Comparsi et al., 2021.
históricos (geológicos e humanos) (MELO et
al., 2009).
Estudos realizados já evidenciaram
que modificações
na macrofauna podem ser
decorrentesde
mudançasdehabitat,
fornecimentodealimento,criaçãode
microclima e manejo do solo (MERLIM et al.,
2005). Assim, fatores
abióticos e
bióticos
podem influenciar a
macrofauna
edáfica
uma quantidade razoável de matéria orgânica
de boa qualidade é imprescindível para o
profundidade), constituída por invertebradosfornecimento de nutrientes e energia necessária
com mais de10mmdecomprimento e/ou 2 mmà sobrevivência dos invertebrados edáficos.
de diâmetro (AQUINO; CORREIA; ALVES,Deste modo, o presente trabalho teve como
2008; BROWN; MASCHIO; FROUFE, 2009;objetivo analisar as possíveis diferenças nos
MELO et al., 2009; BARETTA et al., 2011),atributos (abundância, riqueza e diversidade
sendo a mais afetada pelas práticas de manejobeta)ecomposiçãodafaunaedáfica
(BARETTA et al., 2006). Vários fatores podem(mesofauna e macrofauna) nas bordas e regiões
influenciar na macrofauna, entre eles, acentrais de uma unidade de conservação
vegetação (cobertura e tipo de vegetação),florestal urbana, com a hipótese de que em
topografia (inclinação e posição fisiográfica doregiões centrais registrarão maiores valores de
relevo), clima (temperatura, umidade relativaabundância, riqueza e diversidade beta em
do ar, vento, precipitação), fatores edáficosrelação às áreas onde ocorre o efeito de borda.
(minerais,matériaorgânica,umidade,
estrutura, textura e tipo de solo) e fatores2. MATERIAIS E MÉTODOS
Área de estudo:
O presente estudo foi realizado em
uma Unidade de Conservação, situada no
município de Maringá, no Norte do Estado do
Paraná, sob latitude Sul de 23º25’ e longitude
Oeste de 51º25’ (MAACK, 1981). Esse
município está localizado no Terceiro Planalto
Paranaense (SANTOS et al., 2007). A Unidade
MIELNICZUK, 2009). Assim, a presença de
de Conservação Municipal Parque do Ingá,
(DECÄENS, 2010), promovendo a fuga desses
localiza-se na porção central da cidade de
organismos (OLIVEIRA, 2012).
Maringá – PR e apresenta área territorial de
O efeito de borda causa a
473.00 m
2
de extensão, com vegetação
fragmentação do solo limitando a sua qualidade
característica da Floresta Estacional
e quantidade de nutrientes. Organismos
Semidecidual, sendo considerada remanescente
edáficos necessitam de componentes para sua
da Floresta Estacional Semidecidual da Mata
sobrevivência,especialmentecarbonoe
Atlântica (Fig. 1).
nitrogênio que são encontrados nos restos de
A seleção dos trechos de amostragem
plantios e esterco de animais, além do material
foi realizada de forma randômica dentro da
depositado nos solos flor
e
stais (VEZZANI;
unidade de conservação, sendo atribuídos três
pontos de coleta na área de borda e três pontos
na área central da extensa vegetação (Fig. 1). A
Arquivos do Mudi, v. 25, n. 2, p. 71 - 90, ano 2021
75
Alterações na composição, diversidade e abundância da fauna edáfica
Arquivos do Mudi, v. 25, n. 2, p. 71 - 90, ano 2021
coleta foi realizada no mês de novembro demédiaecaracterísticadaregião(i.e.
Figura 1. Mapa da área de estudo. A área em destaque representa a Unidade de Conservação Municipal Parque do Ingá. Os
pontos em cor vermelha representam amostragens na região de borda e os pontos em cor verde representam
amostragens na região de centro. Fonte: Modificado de Graça & Machado (2007).
Amostragens:
coletadas a macrofauna e mesofauna edáfica.
e avaliada visualmente a presença ou ausência
de vento, sendo, que a ausência de vento foi
classificada como 0 e a presença como 1.
A umidade do solo foi estabelecida
pelo método da diferença de peso, coletando-se
Para cada ponto estabelecido aleatório
(Fig. 1), foram aferidos os dados abióticos de
amostras no mesmo local da m
a
crofauna
temperatura do ar, presença e ausência de
ed
á
fica amostra
d
a. As
a
mos
t
r
a
s de solo fo
r
am
vento, umidade do solo e abertura do dossel, e
coletad
a
sa5cmdepro
f
undidad
e
,
acondicionadas em recipientes de alumínio, e,
logo após foram levadas para laboratório, onde
A temperatura do ar foi aferida através
de termômetro convencional. A presença e
fo
ra
m pes
ad
as em balan
ç
a digital de alta
ausência de vento foi averiguada com o auxílio
pr
ec
isão (peso in
i
cial).
P
osteriormente, as
de rabiola, feita de tiras de sacolas plásticas que
amostras fo
r
am coloca
da
s em estufa
a
6
0°
C e
foram amarradas em linha fina de costura
mantidas por dois dias (48 hor
a
s),até as
e
ca
g
em
comum, e no local da amostragem foi esticada
total do materi
a
l, e, logo após
p
es
a
das
novamente (peso final).
A proporção de umidade foi adquirida
através da diferença entre as pesagens final e
inicial, e por fim, o peso foi transformado em
2018, em período em que o tempo se manteveaproximadamente 22,3 °C (SEMA, 2020)).
estabilizado por uma semana, com temperatura
76
Comparsi et al., 2021.
Para coleta da macrofauna edáfica foi
utilizado um quadrado, feito com material de
papelão, com dimensões de 0,25 m X 0,25 m,
que foi colocado sobre a vegetação e de modo
al., 2013).
aproximadamente 150 ml de álcool 70%, para
nível de grandes grupos, com auxílio de placas
porcentagem (RESENDE et al., 2005). AdePetriemicroscópicoestereoscópico.
cobertura do dossel foi calculada através de
fotografiashemisféricasdodossel.AsAnálises estatísticas:
(WELLES, 1990).
fotografias foram obtidas através do programa
Paraos dados abióticos, foi realizado o
FishEyeVideo e tiradas na altura do tórax com
teste deWilconxon-Mann-Whitneynão
espaçamento de um palmo do tórax, os valores
paramétrico, a 5%, para analisar se houve
da cobertura de dossel foram estimados e
diferença significativa, entre os dados abióticos
calculados pelo programa Gap Ligth Analyzer
e os diferentes locais (borda e centro). E
também, foram feitas correlações de Spearman
lâmpadas na porção superficial (ARAUJO et
entre os dados abióticos e abundância e riqueza,
para analisar se há ou não relação entre ambos.
As análises estatísticas foram realizadas a partir
do software estatístico Statistica 7.
manualcoletadoaserapilheiracom
Para a macrofauna edáfica foram
aproximadamente 0-5 cm de profundidade do
calculados a riqueza (número de grupos
solo, que posteriormente, foi armazenada
identificados)
e
a
abundância
(número
total
de
dentro
de sacos plásticos. O método utilizado
indivíduos) entre centro e borda. Para averiguar
para
separação da faunaedáfica, em
se
houve diferença entre esses dois atributos e
laboratório, foi o de Berlese-Tullgren (SOUTO,
entre os locais, foi realizado o teste de
2005), que consiste na migração descendente
Wilcoxon-Mann-Whitney não paramétrico, a
dos indivíduos da amostra, correspondente à
5%.
As
análises
estatísticas
foram
realizadas a
elevação da temperatura provocada pelas
partir do software estatístico Statistica 7.
As mudanças na composição entre os
sua base porta-se um recipiente de vidro, com
cenários centro e borda foram avaliadas através
Destemodo,nolaboratórioas
de teste de homogeneidade de dispersão
amostrasde serapilheira esoloforam
multivariadas, a PERMDISP (ANDERSON;
transferidas para uma bateria de extratores de
ELLINGSEN;MCARDLE,2006).Deste
Berlese-Tullgren (SOUTO, 2005), em que na
modo, foi avaliada a diversidade beta das
composições de espécies para centro e borda, a
partir da distância média das composições de
recolhimento dos organismos. Acima do funil
cada amostra ao centroide em um espaço
havia presençadelâmpadas, quepermaneceram
multidimensional. As matrizes de distâncias
ligadas por todo período de extração (96 horas)
foram calculadas a partir do índice de
(ARAUJO et al., 2009). Em seguida, cada
similaridade de Gower modificado.
conteúdo contido no frasco foi identificado em
Arquivos do Mudi, v. 25, n. 2, p. 71 - 90, ano 2021
77
Alterações na composição, diversidade e abundância da fauna edáfica
Arquivos do Mudi, v. 25, n. 2, p. 71 - 90, ano 2021
gerar uma distribuição de permutação de F sob
a hipótese nula de não haver diferença na
dispersão entre os grupos (ANDERSON;
ELLINGSEN; MCARDLE, 2006). As análises
foram realizadas no software estatístico R (R
Core Team, 2017), com a utilização do pacote
vegan (OKSANEN et al., 2015), a partir da
função betadisper, que é uma das formas de
A análise de variância das distânciascálculo da PERMDISP proposta por Anderson,
resíduos do modelo que foram utilizados para
foi realizada para centro e borda como aEllingsen e Mcardle (2006).
variável explicativa. Os valores de P foram
calculados a partir de 999 permutações de
3.RESULTADOS
Os fatores abióticos de umidade e
temperatura apresentaram diferenças significas
entre as regiões de borda e centro (Fig. 2. A e
B). Já a cobertura do dossel não apresentou
diferença significa entre as regiões de borda e
centro da Unidade de Conservação Municipal
Parque do Ingá (Fig. 2.C).
de borda e centro da Unidade de Conservação Municipal
Parque do Ingá.
Figura 2. Valores das médias de umidade (A),
temperatura (B) e coberturadodossel (C) entre as regiões
78
Comparsi et al., 2021.
A correlação entre os fatores abióticosapresentaram um menor valor de abundância, e
com as outras duas variáveis, abundância econforme a diminuição da temperatura, as
riqueza, foi significativa apenas para relação:regiões de centro (4, 5 e 6) apresentaram um
temperatura do ar e abundância de espécies.maior valor de abundância dos grupos de
Destacando que conforme ocorreu o aumentomacroinvertebrados (Fig. 3).
da temperatura, as regiões de borda (1, 2 e 3)
Figura 3. Correlação linear entre a temperatura do ar e abundância. Os pontos destacados no gráfico #1, #2 e #3 indicam região
de borda, e os pontos #4, #5 e #6 região de centro da Unidade de Conservação Municipal Parque do Ingá.
central do Parque (Tab. 1). Na região de borda
representatividade foi o da ordem Collembola
os demais (71,6%) foram localizados na região
Foram coletados 102 invertebrados,(5 indivíduos), seguido por Formicidae e
sendo que destes 29 indivíduos (28,4%) foramOligochaeta, ambos com 4 indivíduos cada
encontrados na borda do fragmento florestal e(Tab. 1). Já no centro, região com maior
abundância, os grupos mais expressivos foram
os da ordem Acari e Formicidae, de 12 e 16
ogrupoidentificadocommaiorindivíduos respectivamente (Tab. 1).
Arquivos do Mudi, v. 25, n. 2, p. 71 - 90, ano 2021
79
Alterações na composição, diversidade e abundância da fauna edáfica
Arquivos do Mudi, v. 25, n. 2, p. 71 - 90, ano 2021
10
Tabela 1. Composição e riquezatotal dos indivíduos amostrados nas regiões debordaecentrodaUnidade
de Conservação Municipal Parque do Ingá. Grupo Taxonômicos = menor nível taxonômico possível de
identificação; Abundância Total da Borda e Centro = Número de indivíduos; Outros = indivíduos que não
foram possíveis de realizar a identificação taxonômica devido ao estágio de desenvolvimento larval
prematuro; Riqueza Total (S) = número de espécies; *P = presença; *- = ausência de registro da espécie
no local amostrado.
Arthropoda
iii
Acarina
P2
P12
i
Hexapoda
Insecta
P2
P3
P1
P4
P1
P8
P5
P 16
Blattodea
Coleoptera
Diptera
Hymenoptera
(Formicidae)
Lepidoptera
Orthoptera
- 0
- 0
P 2
P 1
Entognatha
Collembola
P5
P0
P1
P7
P1
P1
ii
Myriapoda
Chilopoda
i
Crustacea
Malacostraca
Isopoda
- 0
P 1
P 4
P 1
Gastropoda
i
Clitellata
Oligochaeta
Filo
iii
Subclasse
Ordem
Borda
*P/- Abundância
Total
Centro
*P/- Abundância
Total
Grupo taxonômico
i
SubfiloClasse
ii
Superclasse
i
Chelicerata
Arachnida
Mollusca
Annelida
Outros
Riqueza Total
P 4
P 6
10 29
P 9
P 5
13 73
Whitney que houve uma diferença significativa
entre ambas às regiões analisadas
Em relação a variável abundância(p<0,05; Z= -1,96), sendo que a maior
pode-se inferir de acordo com o teste Mann-abundânciademacroinvertebradosfoi
observada na região de centro, em comparação
à região de borda (Figura 4).
80
Arquivos do Mudi, v. 25, n. 2, p. 71-90, ano 2021
ARTIGO ORIGINAL
Figura 4. Abundância das diferentes regiões amostradas (centro e borda) da Unidade de Conservação Municipal Parque do
Ingá.
Entretanto, ao analisar as médias dadiferenças significativas, uma vez que o valor
variável riqueza em cada uma das regiões,de p>0,05 e de Z= -1,30 (Figura 5).
borda e centro, não foram identificadas
Figura 5. Riqueza das regiões de borda e centro amostradas da Unidade de Conservação Municipal Parque do Ingá.
Aceito em: 16/05/2021Publicado em: 15/08/2021
81
Esta revista possui Licença CC BY-NC
Arquivos do Mudi, v. 25, n. 2, p. 71-90, ano 2021
Aceito em: 16/05/2021 Publicado em: 15/08/2021
Esta revista possui Licença CC BY-NC
ARTIGO ORIGINAL
Constatou-se que houve diferençasevidenciado que a região do centro obteve
significativas entre as regiões amostradas demaiores valores das distâncias médias ao
borda e centro do Parque do Ingá, no que secentroide (DMC-B=0,900; DMC-C= 1,211)
refere à composição, heterogeneidade entre osquando comparado aos pontos coletados nas
locais (Fig. 6 e Tab. 1). Na figura 6 éregiões de borda da unidade de conservação.
Figura 6. Diagrama de ordenação das distâncias médias ao centroide considerando os organismos coletados entre os locais
amostrados em regiões de borda e centro da Unidade de Conservação Municipal Parque do Ingá.
4.DISCUSSÃOtemperaturas,umidades,eníveisde
A hipótese proposta no presente
luminos
i
dad
e
, e essas mudan
ça
s acab
a
m
estudo foi parcialmente corroborada, visto que
c
a
us
a
ndo a elim
i
na
çã
o
o
u di
m
inu
i
ção da
na área central da Unidade de Conservação
ocor
rên
cia de muitas e
s
pé
c
ies dos f
r
agmentos
Municipal Parque do Ingá houve maiores
flor
e
stais
(F
ER
R
AZ, 2011).
I
sto explica a
valoresdeabundânciaecomposição,
hete
r
og
en
eidade dos
i
nv
e
rt
e
br
a
dos
entre
c
entro
entretanto, a riqueza de espéciesfoi
e bord
a
, vis
t
o que apenas aqueles que são
proporcional entre ambas às áreas.
c
apazes de to
le
rar as difer
e
n
t
es condiçõ
e
s
d
e
Oefeitodebordagerauma
temper
a
tu
r
as,umi
d
adeeníveisde
transformaçãono comportamento dos
luminos
i
dade entre as ár
e
as cons
e
guir
a
m
indivíduos, pois espécies de plantas e de
sobr
e
viver. Assim, a dif
er
en
ç
aent
r
e a
animais são melhores adaptadas a certas
composição das dis
t
in
t
as ár
ea
s
analisadas po
d
e
82
Comparsi et al., 2021.
A baixa heterogeneidade e abundância
das áreas de borda podem ser explicadas pela
modificação que o efeito de borda proporciona
diminui o acúmulo de serapilheira nas bordas
levando à menor retenção de umidade devido à
(e.g. BARBOSA; FARIA, 2006; VOLTOLINI;
MENDONÇA, 2019), tornando as bordas mais
2011).
indicarqueosdoishabitatspossuema matriz com ocupação humana, similar ao
características ambientais propíciasparaocorrente na área do transecto estudado. Isto é
diferentes espécies, visto que quatro gruposobservado naanáliserealizadaentrea
taxonômicos (i.e. Crustacea, Lepidoptera,temperatura e o local, evidenciando que há
Myriapoda e Orthoptera) foram registradosdiferença térmica no fragmento (Parque do
somente no interior (centro) do fragmento. IssoIngá) entre centro e borda. E, pode ser
pode ter ocorrido para os grupos de Crustacea edestacadopelas análises,que conforme
Myriapoda devido a maior umidade existenteocorrem maiores temperaturas menor será a
no centro, fator crucial para a sobrevivência dosabundância dos invertebrados edáficos.
indivíduos destes grupos (BARETTA et al., De acordo com a literatura (e.g.
FERREIRA; MARQUES, 1998), os ambientes
centrais de fragmentos florestais fornecem um
microclima favorável em termos de umidade do
solo, temperatura e incidência solar, além de
constantemente ao fragmento, como exemplo,maior biomassa deserapilheirapara o
desenvolvimento de uma maior diversidade dos
organismos. No presente estudo a biomassa de
maior incidência da luminosidade sobre o soloserapilheira não foi verificada, entretanto, a
umidade do solo, temperatura e incidência solar
foram analisadas, assim, é possível propor que
secas que o interior (RODRIGUES,1998;amaiorheterogeneidadeeabundância
POHLMAN; TURTON; GOOSEM, 2007; observada nos pontos de centro estão
VOLTOLINI; MENDONÇA, 2019), bem diretamente relacionadas com estes fatores
como encontrado neste trabalho onde a abióticos. No entanto, a qualidade dos recursos
umidade do solo é maior nas áreas de centro. que o sistema solo-serapilheira oferece pode
A diferença de temperatura detectada influenciar na sobrevivência dos organismos
neste estudo sugere maior aquecimento da zona(MOÇO et al., 2005). Possibilitando por
de borda por influência do meio externo, vistoexemplo, o favorecimento de insetos como as
que o redor da unidade de conservação doformigas (Formicidae), grupo que apresentou
Parque do Ingá é composto por pavimentaçõesmaior representatividade na região central
urbanas que aumentam a temperatura local,analisada neste estudo, e que desempenham
modificando o microclima (FREITAS, 2008).importantes funções nos processos ecológicos,
Estudos realizados por Blumenfeld et al. (2016)como dispersão de sementes, ciclagem de
verificaram que a matriz circundante aonutrientes,estruturaçãofísica,alémde
fragmento influencia diretamente a temperaturainterações com outros diversos grupos de
na borda, registrando as maiores variações paraorganismos (TESSARO et al., 2020).
Arquivos do Mudi, v. 25, n. 2, p. 71 - 90, ano 2021
83
Alterações na composição, diversidade e abundância da fauna edáfica
Arquivos do Mudi, v. 25, n. 2, p. 71 - 90, ano 2021
Uma das principais consequências do
efeito de borda é a modificação na composição
são aqueles mais resistentes às condições, e,
sucessão do solo, e, ácaros são considerados K-
No entanto, é possível inferir que a
presençade alguns fatores (e.g. clareiraedossel
deespéciesnaáreadetransiçãofalho) que a unidade de conservação do Parque
Assim, os invertebrados inseridos nesta região
(NASCIMENTO; LAURENCE, 2006). Asdo Ingá apresenta (NAVI, 2016), pode alterar
condições do meio se alteram gradativamenteospadrõesdetemperaturaeumidade,
com o avanço dos efeitos de borda para oexercendo influência na diversidade biológica
interior do fragmento, já que a porção marginalencontradano ambiente fragmentado
funcionacomozonadeamortecimento,(BARROS, 2006). E, por mais que a
recebendo diretamente o impacto dos ventos,temperatura e umidade do solo são distintas
proliferação de espécies pioneiras, cargas dedaquelas encontradas no perfil de borda,
poluição, diminuição na altura das árvoresalgumas mudançasambientais jásão
(SOUZA et al., 2020) e, é onde se verifica aindicativas de um possível efeito de borda geral
maior presença da ação antrópica, a intensidadefuturo, principalmente o dossel falho que
do efeito relaciona-secom o tipodematriz ondeauxilia na maior penetração de luz e radiação
está inserido o fragmento (BARANEK, 2014).solar,interferindo nabiota edáfica e
consequentemente, alterando a biodiversidade
do centro, ocasionando uma similaridade física
2002) e abundantes em estágios primários da
estes podem indicar o estágio de sucessãoe/ou biológica, e até mesmo no que se refere à
ecológica do solo local. Neste estudo, afatores abióticos (e.g. temperatura e umidade)
presença de maior abundância de Collembola,entre as populações de borda e centro (i.e.
na região de borda, seguida por elevadatornando as áreas estudadas de centro-borda
abundância de Acari na região de centro, podesemelhantes em suas características).
expressar que a porção de borda se encontra emEssa similaridade entre as áreas
estágio sucessional primário, enquanto, a (centro e borda) pode trazer prejuízos ao
porção de centro já está transitando para o ecossistema, por muitas vezes ocorrer à
próximo estágio. Visto que colêmbolos são sobreposição de nicho e lacunas a serem
consideradosR-estrategistas(PETERSEN, desempenhadas no ecossistema, visto que
várias espécies realizarão as mesmas funções,
deixando outras essenciais em segundo plano,
estrategistas (WALTER; PROCTOR, 2013),resultando na falha dos serviços e funções
sucessionais pós-primário.
por possuírem alto potencial competidor eecossistêmicas (e.g., ciclagem de nutrientes,
estarem presentes em ambientes que fornecemdecomposição da matéria orgânica, aeração do
condições mais estáveis dos componentessolo, fertilidade do solo, fluxo de matéria,
abióticos, sendo indicadores de estágiosdegradação de substâncias tóxicas do solo,
regulação de processos hidrológicos do solo,
84
Comparsi et al., 2021.
Arquivos do Mudi, v. 25, n. 2, p. 71 - 90, ano 2021
diferença na composição dos organismos
trocas gasosas e sequestro de carbono Além do mais é necessária a realização de mais
(OLIVEIRA-FILHO et al., 2018)). trabalhos envolvendo a fauna edáfica dessa
unidade de conservação, para que esses
5.CONCLUSÃOresultados encontrados possam ser comparados
Ainvestigaçãodamudançana
com os futuros e melhor
e
s medidas mi
t
igador
a
s
composição da fauna edáfica de um fragmento
ser
e
m desenvolvidas pe
l
os gestor
e
s públ
i
cos,
florestal urbano da Mata Atlântica, ocasionado
comafinalidadedepr
es
ervareste
pelo efeito de borda, revelou que há ocorrência
r
e
man
es
c
e
nteda
F
lor
e
staEst
a
cional
do efeito de borda, tendo como consequência a
Semide
c
idual da Mata A
t
lântica.
edáficos entre centro e borda, além da diferençaAGRADECIMENTOS
temperatura do ar das duas regiões analisadas,
sendo que a região do centro apresentou maior
umidade e temperatura quando comparada à
região de borda.
Jáacoberturadodosselnão
apresentou diferença significativa entre borda e
centro, mantendo-se constantes nas duas
regiões. Através disto, é possível inferir que a
porção de centro pode estar sofrendo com os
processos do efeito de borda, tornando-se uma
porção com características de borda. Isso
influencia nosserviços efunções
ecossistêmicas que o ambiente fornece e nos dá
uma prévia de que pode ocorrer a substituição
da heterogeneidade existente.
Devido a isso, a revisão e prática do
Plano de Manejo do Parque do Ingá devem ser
realizadas para que os serviços ecossistêmicos,
bem como a manutenção de fauna edáfica
fatores abióticos sejam mantidos e preservados.
de abundância entre as duas áreas.
Agradecemos a Profa. Dra. Gisele
Ao considerarmos os fatores abióticos,
Daiane Pinha por ter nos auxiliado na
que atuam sobre a fauna edáfica, destacamos as
identificação taxonômica e ao laboratório de
diferenças relacionadas à umidade do solo e a
Ecologia
Energética-NUPELIA/UEM
pela
estrutura cedida na triagem das amostras.
REFERÊNCIAS
ANDERSON, M. J.; ELLINGSEN, K. E.;
MCARDLE, B. H. Multivariate dispersion as a
measure of beta diversity. Ecology letters, v. 9,
n. 6, p. 683-693, 2006. Disponível em:
Acesso em: 10 abr. 2019.
ARAUJO, K. D. et al. Dinâmica da mesofauna
edáfica em função das estações seca e chuvosa
em áreas de Caatinga sob pastejo. Brazilian
Geographical Journal: Geosciences and
Humanities researchmedium, v. 4, n. 2, p. 13,
2013.Disponívelem:
Acesso em: 10 abr.
2019.
ARAUJO K. D. et al. Influência daprecipitação
pluvial sobre a mesofauna invertebrada do solo
em área de caatinga no semiárido da Paraíba.
Geoambiente Online, v. 12, p. 1-12, 2009.
Disponívelem:
85
Alterações na composição, diversidade e abundância da fauna edáfica
Arquivos do Mudi, v. 25, n. 2, p. 71 - 90, ano 2021
Acesso em: 10 abr. 2019.
AQUINO, A. M.; CORREIA, M. E. F.;
ALVES, M. V. Diversidade da macrofauna
edáfica no Brasil. In: MOREIRA, F. M. S.;
SIQUEIRA,J.O.;BRUSSAARD,L.
Biodiversidade do solo em ecossistemas
tropicais. Lavras: Editora da UFLA, 2008. p.
143-170. Disponível em:
Acesso em: 27 mar. 2019.
BARANEK, E. J. Análise do efeito de borda
desistemasdecultivoorgânicoe
convencional em fragmentos florestais do
centro-oeste paranaense. Seropédica: UFRRJ,
2014. 61p. Dissertação (Mestrado em
Agricultura Orgânica). Instituto de Agronomia,
Programa de Pós- Graduação em Agricultura
Orgânica, Universidade Federal Rural do Rio
de Janeiro, Seropédica, RJ, 2014. Disponível
em:
Acesso em: 3 set. 2020.
BARBOSA, H. C.; FARIA, S. M. Aporte de
Serrapilheira ao solo em estágios Sucessionais
florestais na Reserva Biológica de Poço das
Antas, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia
[online], v. 57, n. 3, p. 461-476, 2006.
Disponívelem:
Acesso em: 3 set. 2020.
BARETTA, D. et al. Análise multivariada da
fauna edáfica em diferentes sistemas de preparo
e cultivo do solo. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, v. 41, n. 11, p. 1675-1679, 2006.
Disponívelem:
Acesso em: 27 mar. 2019.
BARETTA, D. et al. Fauna edáfica e qualidade
do solo. Tópicos em Ciências do solo, v. 7, p.
141-192,2011.Disponívelem:
Acesso em:
27 mar. 2019.
BARROS. F. A. Efeito de borda em
fragmentos de floresta montana. 112 f.
Dissertação (Mestre em Ciência Ambiental) -
Universidade Federal Fluminense, Niterói,
2006.Disponível
em
Acesso em: 3 set. 2020.
BASELGA, A. Partitioning the turnover and
nestedness components of beta diversity.
Global Ecology and Biogeography, v. 19, n.
1, p. 134–143. 2010.
BENÍTEZ-MALVIDOJ.;ARROYO-
RODRÍGUEZ V. Habitat fragmentation, edge
effects and biological corridors in tropical
ecosystems. In: DEL CLARO, K. et al. (eds.).
Encyclopediaoflife supportsystems
(EOLSS). Oxford: Eolss Publishers, p. 1-11.
2008.
BLUMENFELD, E. C. et al. Relações entre
tipo de vizinhança e efeitos de borda em
fragmento florestal. Ciência Florestal, v. 26, n.
4, p. 1301-1316, 2016. Disponível em:
Acesso em: 3 set. 2020.
BROWN, G. G.; DOMÍNGUEZ, J. Uso das
minhocas como bioindicadoras ambientais:
princípios e práticas. In: Encontro latino
americano de ecologia e taxonomia de
oligoquetas, 4., 2010, Curitiba. Acta Zoológica
Mexicana, v. 26, número especial 2, p. 1-18,
2010.Disponívelem:
Acesso em: 27 mar. 2019.
BROWN, G. G.; MASCHIO, W.; FROUFE, L.
C. M. Macrofauna do solo em sistemas
agroflorestaiseMataAtlânticaem
regeneração nos municípios de Barra do
Turvo, SP, e Adrianópolis, PR. Colombo:
Embrapa Florestas, 2009. 51 p.
86
Comparsi et al., 2021.
Arquivos do Mudi, v. 25, n. 2, p. 71 - 90, ano 2021
DALE, D. H.; PEARSON S. M. Quantifying
habitat fragmentation due to land use change in
Amazônia.InLAURANCE,W.F.,
BIERREGAARD, R.O.Tropical Forest
remnants: Ecology, management, and
conservation of fragmented communities.
University of Chicago Press, Chicago, IL,
USA, 1997. p. 400-409.
DECÄENS, T. Macroecological patterns in soil
communities.GlobalEcologyand
Biogeography, v. 19, p. 287-302, 2010.
Disponível em:
Acesso em: 27 mar. 2019.
DIDHAN, R. K.; LAWTON, J. H. Edge
structure determines the magnitude of changes
in microclimate and vegetation structure in
tropical forest fragments. Biotrópica, v. 31, p.
17-30,1999.Disponívelem:
Acesso em: 27 mar.
2019.
DUNGER,W.Arthropodsinprimary
succession. In: Proc. 4th ECE/XIII. Gödöllö:
SIEEC, 1991 p. 696-702.
FERRAZ, A. C. P. Efeitos de borda em
florestas tropicais sobre artrópodes, com ênfase
nos dípteros ciclorrafos. Oecologia Australis,
Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 189-198, 2011.
FERREIRA, R. L.; MARQUES, M. M. G. S.
M. Fauna de Artrópodes de Serrapilheira de
Áreas de Monocultura com Eucaluptus sp. e
Mata Secundária Heterogênea. Anais da
Sociedade Entomológica do Brasil, v. 27, n.
3,1998.Disponívelem:
Acesso em: 3 set. 2020.
FORMAN, R. T. T.; GODRON, M. Landscape
Ecology. Wiley & Sons. New York, 1986. 619
p.
FREITAS, R. M. Entre mitos e limites: as
possibilidades do adensamento construtivo face
àqualidadedevida no ambiente urbano. Recife:
Editora Universitária da UFPE, 2008. 270 p.
Disponívelem:
Acesso em: 3 set. 2020.
GRAÇA, R. J.; MACHADO, M. H. Ocorrência
e aspectos ecológicos de metazoários parasitos
de peixes do Lago do Parque do Ingá, Maringá,
EstadodoParaná.ActaScientarium.
Biological Sciences, v. 29. n. 3. p. 321-326,
2007. Disponível em:
Acesso em: 27 mar. 2019.
HARRISON, S.; ROSS, S.; LAWTON, J. H.
Betadiversity on geographic gradients in
Britain. Journal of Animal Ecology, v. 61, n.
1, p. 151-158. 1992.
KOLLMANN, J.; BUSCHOR, M. Edge effects
on seed predation by rodents in deciduous
forests of northern Switzerland. Plant Ecology,
v. 164, p. 249-261, 2003. Disponível em:
Acesso em: 27 mar. 2019.
KORASAKI, V.; MORAIS, J. W.; BRAGA, R.
F. Macrofauna. In: MOREIRA. F. M. S.;
CARES, J. E.; ZANETTI, R.; STÜRMER, S. L.
O ecossistema solo: componentes, relações
ecológicas e efeitos na produção vegetal.
Lavras: Editora da UFLA, 2013. p. 79-128.
LAURACE, W F.; BIERREGAARD, R. O.
Tropicalforestremnants:ecology
management and conservation of fragmented
communities. Chicago: University of Chicago
Press, 1997. 593 p.
LOUZADA,J.N.C.;ZANETTI,R.
Bioindicadores. In: MOREIRA. F. M. S.;
CARES, J. E.; ZANETTI, R.; STÜRMER, S. L.
O ecossistema solo: componentes, relações
ecológicas e efeitos na produção vegetal.
Lavras: Editora da UFLA, 2013. p. 79-128.
MAACK, R. Geografia Física do Estado do
Paraná. Secretaria do Estado da Cultura e do
Esporte. Rio de Janeiro: 2ª edição, 1981. 350 p.
MELO, F. V. et al. A importância da meso e
macrofauna do solo na fertilidade e como
biondicadores. Embrapa Florestas-Artigo em
87
Alterações na composição, diversidade e abundância da fauna edáfica
Arquivos do Mudi, v. 25, n. 2, p. 71 - 90, ano 2021
periódico indexado (ALICE), p. 38-43, 2009.
Disponívelem:
Acesso em: 27 mar. 2019.
MERLIM, A. O. et al. Soil macrofauna in cover
crops of figs grown under organic management.
Scientia Agricola, v. 62, n. 1, p.57-61, 2005.
Disponível em:
Acesso em: 27 mar.
2019.
METZGER, J. P. O que é ecologia de
paisagens? Biota Neotropica, v. 1. n. 1/2,
2001.
METZER, J. P. Estrutura da paisagem: o uso
adequado de métricas. In: CULLEN, L. JR.;
RUDRAN, R.; PADUA, C. V. Métodos de
estudo em biologia da conservação e manejo
da vida silvestre. 2. ed. Curitiba: UFPR, p.
423-453, 2006.
MOÇO, M. K. S. et al. Caracterização da fauna
edáfica em diferentes coberturas vegetais na
região Norte Fluminense. Revista Brasileira
de Ciência do Solo. v. 29, n. 4, p. 555-564,
2005.Disponívelem:
Acesso em: 3 set. 2020.
MOREIRA, F. M. S. et al. O ecossistema do
solo: componentes, relações ecológicas e
efeitos na produção vegetal. Lavras: Ufla,
2013. 352 p.
MURCIA, C. Edge Effects in fragmented
forests: implications for conservation. Trends
in Ecology e Evolution, v. 10, n. 2, p. 58-62,
1995.Disponívelem:
Acesso em: 27 mar. 2019.
NASCIMENTO, H. E. M.; LAURANCE, W. F.
Efeitos de área e de borda sobre a estrutura
florestal em fragmentos de floresta de terra-
firme após 13-17 anos de isolamento. Acta
Amazonica, v. 36, n. 2, p. 183-192, 2006.
NAVI, A. C. O. N. Estudo de espécies
arbóreas ameaçadas de extinção no Parque
doIngá,Maringá-PR.2016.157f.
Dissertação (Mestreem Geografia) -
Universidade Estadual de Maringá, 2016.
Disponível em:
Acesso em: 3 set. 2020.
ODUM, E. P. Fundamentos de ecologia /
Eugene P. Odum, Gary W. Barret; [tradução
Pégasus Sistemas e Soluções]. São Paulo:
Cengage Learning, 2008. 632 p.
OKSANEN,J.etal.Package
‘vegan’. Community ecology package,
version, v. 2, n. 9, p. 1-295, 2015. Disponível
em:
Acesso em: 10 abr.
2019.
OLIVEIRA,D.Efeitosdasvariáveis
ambientais locais sobre a abundância, a
riqueza e a biomassa da macrofauna do solo
em um ecossistema semiárido no estado do
Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil. 54
f. 2012. Dissertação (Mestrado em Ecologia) -
Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
2012. Disponível em:
Acesso em: 27 mar. 2019.
OLIVEIRA-FILHO, L. C. I. et al. Fauna
edáfica em ecossistemas florestais, 2018. 39
p.Disponívelem:
Acesso em 3 set. 2020.
PEREIRA, G. H. A. et al. Decomposição da
serrapilheira, diversidade e funcionalidade de
invertebrados do solo em um fragmento de
floresta atlântica. Bioscience Journal, v. 29, n.
5, p. 1317-1327, 2013. Disponível em:
Acesso em: 3 set.
2020.
88
Comparsi et al., 2021.
Arquivos do Mudi, v. 25, n. 2, p. 71 - 90, ano 2021
PETERSEN,H.Generalaspectsof
collembolan ecology at the turn of the
millennium. Pedobiologia, v. 46, n.3-4, p. 246-
260,2002. Disponível em:
Acesso em: 3 set. 2020.
POHLMAN,C.L.;TURTON,S.M.;
GOOSEM, M. Edge effects of linear canopy
openings on tropical rain forest understory
microclimate. Biotropica, v. 39, n. 1, p. 62-71,
2007.
RCoreTeam.R:Alanguageand
environmentfor statisticalcomputing.
Vienna, Austria: R Foundation for Statistical
Computing; 2017. Disponível em:
Acesso em: 10 abr.
2019.
REDDING, T. E. Spatial patterns of soil
temperature and moisture across subalpine
forest-clearcut edges in the southern interior of
British Columbia. Canadian Journal of Soil
Science, v. 83, p. 121-130, 2003. Disponível
em:
Acesso
em: 27 mar. 2019.
RESENDE, F. V. et al. Uso de cobertura morta
vegetal no controle da umidade e temperatura
do solo, na incidência de plantas invasoras e na
produçãodacenouraemcultivode
verão. Embrapa Hortaliças-Artigo em
periódico indexado (ALICE),2005.
Disponível em:
Acesso em: 10 abr. 2019.
RODRIGUES,E.Ecologiada
restauração. Editora Planta Londrina, 2013.
299 p.
RODRIGUES, E. Edge Effects on the
regeneration of forest fragments in South
Brasil. Thesis. Harvard University, 1998. 194
p.
SANTOS, L. J. C. et al. Mapeamento da
vulnerabilidade geoambiental do estado do
Paraná. Revista Brasileira de Geociências, v.
37, n. 4, p. 812-820, 2007. Disponível em:
Acesso em: 10 abr. 2019.
SAUTTER, K. D.; SANTOS, H. R. Avaliação
da estrutura da populaçãoda mesofauna
edáfica, em diferentes regimes de reabilitação
de um solo degradado pela mineração do xisto.
Rev. Set. Ciênc. Agrár. v.13, n. 1-2, p. 31-34,
1994.
SEMA – PMM. SECRETARIA DO MEIO
AMBIENTE MUNICÍPIO DE MARINGÁ.
Plano deManejo – Parquedo Ingá. 2020. 415
p.Disponívelem:
Acesso em:
09 ago. 2021.
SCHEU, S. Effects of earthworms on plant
growth:patternsandperspectives.
Pedobiologia, v. 47, p. 846–856, 2003.
Disponível em:
Acesso em: 27 mar. 2019.
SILVA-NETO, L. F. et al. Atributos físicos e
químicos de agregados pedogênicos e de
coprólitos de minhocas em diferentes classes de
solos da paraíba. Ciência e Agrotecnologia,
Lavras, v. 34, n. 6, p. 1365-1371, 2010.
Disponível em:
Acesso em: 27 mar.
2019.
SOUTO, P. C. Determinação das características
biológicas de solos sob caatinga preservada,
mata ciliar, pastagem e área degradada no semi-
árido da Paraíba. In: XXX Congresso
Brasileiro de Ciência do Solo, 2005, Recife.
Anais... Recife: CBCS, 2005.
SOUZA, D. G. Plantas e insetos galhadores:
efeitos ascendentes determinando padrões
nas assembléias de insetos em diferentes
escalasespaciais.2013.104f.Tese
(Doutoradoem Biologia Vegetal)-
Universidade Federal de Pernambuco, 2013.
Disponível em:
Acesso em: 27 mar. 2019.
89
Alterações na composição, diversidade e abundância da fauna edáfica
SOUZA, M. R.; CASTRO, T. M. M. G.
Abundância da classe Collembola nas culturas
do milho e do feijão nos sistemas solteiro e
consorciadocultivadosemsucessãoàs
leguminosas. Cadernos de Agroecologia, v.
15,n. 2,2020. Disponível em:
Acesso em: 09 ago. 2021.
SOUZA, W. C. L et al. Influência do efeito de
borda na herbivoria foliar de Ziziphus joazeiro
Mart.emFlorestaTropicalSazonal
Seca. Diversitas Journal, v. 5, n. 4, p. 2746-
2758, 2020. Disponível em:
Acesso em: 09 ago. 2021.
SWIFT, M. J. et al. O inventário da
biodiversidade biológica do solo: conceitos e
orientações gerais. In: MOREIRA, F. M. S.;
HUISING, E. J.; BIGNELL, D. E. Manual de
Biologia dos Solos Tropicais – Amostragem
e Caracterização da Biodiversidade. Lavras:
Ed. UFLA, 2010. p. 23-41.
TABANEZ, A. A. J.; VIANA, V. M.; DIAS,
A. S. Consequências da fragmentação e do
efeito de bordasobre a estrutura, diversidade e
sustentabilidade de um fragmento de Floresta
de Planalto de Piracicaba, SP. Revista
Brasileira de Biologia. v. 57, n. 1, p. 47-60,
1997.
TESSARO, D. et al. Decomposition of litter
and diversity of epiedaphic fauna in a fragment
of Mixed Ombrophilous Forest. Research,
Society and Development, v. 9, n. 11, p.
e8491110330-e8491110330, 2020. Disponível
em:
Acesso em: 3 set. 2020.
VEZZANI, F. M.; MIELNICZUK, J. Revisão
de literatura: Uma visão sobre a qualidade do
solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.
33, n. 4, p. 743-755, 2009. Disponível em:
Acesso em: 27 mar.
2019.
VOLTOLINI, J. C.; MENDONÇA, A. R.
Efeito de borda sobre o microclima em
diferentes estágios de sucessão em Floresta
Atlântica. Revista Biociências, v. 25, n. 2,
2019.Disponívelem:
Acesso em: 09 ago. 2021.
WALTER, D. E.; PROCTOR, H. Mites:
ecology, evolution & behaviour. 2 ed. Sydney:
Springer, 2013. 494 p.
WELLES, J. M. Some indirect methods of
estmating canopy structure. Remote Sensing
Review, v. 5, n. 1, p. 31-43, 1990. Disponível
em:
Acesso em: 10 abr. 2019.
WHITTAKER, R. H.
Ecological
Monographs, v. 30, p. 280-338, 1960.
Arquivos do Mudi, v. 25, n. 2, p. 71 - 90, ano 2021
90