Arquivos do Mudi, v. 25, n. 2, p. 49-58, ano 2021
Aceito em: 16/03/2021 Publicado em: 15/08/2021
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EVALUATION OF THE ANXIETY DEGREE IN PRE-SERVICE IN DENTAL CLINIC
Astract
One of the difficulties that the dental surgeon faces daily during dental care is the presence of fear and anxiety
found in a large portion of patients. The objective of this work was to evaluate the degree of anxiety in patients
who were waiting for dental care at the dental clinics of Universidade Paranaense - Campus Cascavel, PR. This
survey was carried out with 135 volunteers over 18 years old, who answered a questionnaire with objective
questions about age, sex, ethnicity, education level and income, and questions directly related to fear and
anxiety. The Corah scale was used to assess the degree of fear and anxiety, which should be used for people
over 18 years old. Of the respondents, 54.8% were female and 45.2% male. Most were between 18 and 35
years old (42.3%) and had completed high school (24.5%). A large part (58.5%) reported that they brush their
teeth three times a day, but have already experienced dental pain in life (66.7%). It can be seen that 45.5% are
very little anxious, 36.6% are slightly anxious, 15.6% are moderately anxious and only 3% are extremely
anxious. Most of the evaluated patients were little and slightly anxious.
Keywords: Fear; pain manegement; dentistry.
ARTIGO ORIGINAL
AVALIAÇÃO DO GRAU DE ANSIEDADE EM PRÉ-ATENDIMENTO
EM CLÍNICA ODONTOLÓGICA
Juliana Garcia Mugnai Vieira Souza
Universidade Paranaense – UNIPAR,
Campus Cascavel-PR
Resumo
Uma das dificuldades que o cirurgião dentista enfrenta
diariamente durante um atendimento odontológico é a presença
do medo e da ansiedade encontrado em uma grande parcela dos
pacientes. O objetivo deste trabalho foi avaliar o grau de
ansiedadenospacientesqueaguardavamatendimento
odontológico nas clínicas de odontologia da Universidade
Paranaense – Campus Cascavel, PR. Esta pesquisa foi realizada
com 135 voluntários maiores de 18 anos, os quais responderam
um questionário com perguntas objetivas sobre idade, sexo, etnia,
nível deescolaridadeerenda, equestões relacionadas diretamente
ao medo e ansiedade. Foi utilizada a escala de Corah para
avaliação do grau de medo eansiedade, aqual deve ser usadapara
pessoas maiores de 18 anos. Dos entrevistados 54,8% eram do
sexo feminino e 45,2% do sexo masculino. A maioria tinha entre
18 a 35 anos (42,3%) e ensino médio completo (24,5%). Grande
parte (58,5%) relatou que escova os dentes três vezes ao dia,
porém já sentiu dor dentária alguma vez na vida (66,7%). Pode-se
verificar que 45,5% são muito pouco ansiosos, 36,6% são
levementeansiosos, 15,6%são moderadamenteansiosos eapenas
3% são extremamente ansiosos. A maioria dos pacientes
avaliados foram pouco e levemente ansiosos.
Palavras-chave: Medo; manejo da dor; odontologia.
Helen Cristina Lazzarin
Universidade Paranaense – UNIPAR,
campus Cascavel-PR
Geovane Capana Fideli
Universidade Paranaense – UNIPAR,
campus Cascavel-PR
Ana Karoline Tavares
Universidade Paranaense – UNIPAR,
campus Cascavel-PR
ana.tavares@edu.unipar.br
Allan Antonelli
Universidade Paranaense – UNIPAR,
campus Cascavel-PR
allan.antonelli@edu.unipar.br
Avaliação do grau de ansiedade em pré-atendimento em clínica odontológica
o sofrimento psicológico ocasionado pela dor
(KANEGANE, 2003).
interrompê-la. Além disso, ela também agrava
1. INTRODUÇÃOdistúrbios psicológicos (CARVALHO et al.
2012).
Um dos obstáculos que o cirurgiãoA ansiedade é o último estágio antes
dentista enfrenta diariamente durante um de se tornar uma fobia, é descrita como um
atendimento odontológico é a presença do estado psíquico de apreensão provocada pela
medo encontrado em uma grande parcela dos antecipação de uma situação. Frequentemente
pacientes (MURRER; FRANCISCO, 2015; provoca taquicardia,respiraçãoelevada,
PERONIO et al. 2019). O medo é um alerta sudorese, sensação de cansaço (SINGH;
sobreo perigo iminente, em relação aum objeto MORAES;AMBROSANO, 2000;
ou situação. Quando este perigo é reconhecido, KLATCHOIAN, 2002).
o indivíduo reage com um conjunto deO medo de dentista, no entanto, tem
respostas comportamentais acompanhadas de sido caracterizadocomoumdosmais
uma experiência desagradável. Porém, quando frequentes e mais intensamente vivenciados,
o perigo não se evidencia, mas é demonstrado pois, além dos fatores aversivos inerentes ao
de maneira vaga e persistente, ou se os sinais de tratamento,incluindo equipamentos e
um dano eminente não são conscientemente instrumentais, é possível que a sensação de ter
percebidos, pode–se estar diante de um estado parte de seu corpo físico invadida, leve o
de apreensão, verificando-se então a ansiedade, paciente aperceberasituação como
a qual, não é controlada pela consciência, sendo ameaçadora, gerando maiores chances de
assim, as pessoas não têm capacidade de comportamentos de esquiva e/ou fuga ao
tratamento (POSSOBON et al. 2007).
Os medos mais comumente expressos
na situação odontológica são: medo da dor, do
Aansiedadeéumimportantemotor da alta rotação, da injeção de anestesia,
obstáculo durante os cuidados com a saúde,dos elementos do consultório, de extrair o
tendo consequências prejudiciais,dente, associados ao medo de sofrimento e da
representando um grande desafio para osdor(KANEGANE, 2003).
profissionais que atuam nos cuidados com aDiante dos avanços tecnológicos na
saúde, em especial os que cuidam da saúde odontologia ainda há um grande número de
bucal. O impacto que a ansiedade produz frente pacientesqueevitamostratamentos
aos fatores odontológicos é amplo e dinâmico, odontológicos. Essasituação aumentaaprocura
levandoassimaevasãodecuidados pelo tratamento de urgência, uma vez que o
odontológicos, mas também a efeitos paciente o procura somente em caso de dor
individuais em geral, que podem refletir em (BOTTAN; TRENTINI; ARAÚJO, 2007;
perturbações do sono, baixa autoestima e FOREMAN; HAROLD; HAY, 1994).
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50
Souza et al., 2021.
tratamento e para a motivação do paciente aos
tratamento ou daqueles que se esquivam dele
alguns princípios auxiliam no entendimento das
reações antes e durante o tratamento dentário
(MURRER; FRANCISCO, 2015). O objetivo
Esclarecido. Para os participantes da pesquisa
vez que, a redução da ansiedade é essencial ao
É necessário que o cirurgião- dentistaEstesindivíduosreceberamum
dê atenção a relação profissional-paciente, uma questionário com perguntas objetivas sobre
idade, sexo, nível de escolaridade e renda, e
questões relacionadas diretamente ao medo e
atendimento de pacientes que vem em busca de
retornosperiódicos.Amodificaçãodeansiedade (Anexo), enquanto aguardavam em
conceitos negativos de experiências anterioressalas de espera para um posterior atendimento
é muito importante para uma proposta deodontológico nas clínicas de odontologia da
Universidade Paranaense, Campus Cascavel –
PR no período de fevereiro a outubro de 2019.
em razão do medo (BOTTAN; OGLIO; O questionário aplicado pelos acadêmicos foi
ARAUJO, 2007). baseado na escala de ansiedade odontológica
O conhecimento desses sentimentos é proposta por
Corah (1969)
e traduzida por
relevante para os cirurgiões dentistas, poisPereira, Ramos,
Crosato (1995).
Para avaliação do grau de ansiedade
foi utilizada uma escala contendo perguntas e
resposta multi-itens, denominada de Escala de
dessa pesquisa foi avaliar o grau de ansiedadeCorah(CORAH,1969).Nãoforam
antes do início do atendimento dos pacientes naselecionadas pessoas menores de 18 anos
clínicadeodontologiadaUniversidadedevido ao método escolhido para a avaliação o
Paranaense – UNIPAR – Campus Cascavel,qual permite apenas maiores de idade. Este
PR. método é conhecido como um instrumento para
avaliarasmanifestaçõesdaansiedade
2. MATERIAIS E MÉTODOS
odontológica desde a década de 1970, sendo
Participaramdestapesquisa135
amplamente utilizada em várias línguas. Para
indivíduos de ambos os sexos, maiores de 18
efetuar a soma do grau de ansiedade foi
anos de idade, que concordaram e assinaram o
considerado a=1, b=2, c=3 e d=4. Pacientes
TCLE - T
e
rmo de
Co
nsent
i
mento Livre e
cuja soma resultou em menos de5 pontos foram
considerados muito pouco ansioso, entre 6 a 10
pontos foram considerados levemente ansioso,
foi explicado que não havia riscos e benefícios
nessa pesquisa. O presente trabalho foi
entre 11 e 15 pontos moderadamente ansioso,
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
entre 16 a 20 pontos extremamente ansioso
Envolvendo Seres Humanos (CEPEH) da
(CARVALHO et al. 2012).
Universidade Paranaense, com o parecer
Uma análise descritiva dos resultados
número: 2.817.068.
foi executada por meio de tabelas e gráficos,
utilizando-se o programa Excel 2010 para
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Avaliação do grau de ansiedade em pré-atendimento em clínica odontológica
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completo,14,8%(n=20)ensinomédio
Windows. Realizou-se a distribuição da incompleto, 24,5% (n=33) ensino médio
frequência absoluta (n) e relativa (%). completo, 17,7% (n=24) superior incompleto e
19,3% (n=26) superior completo (Quadro 1).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na renda familiar foram constatados
5,9% (n=8) dos entrevistados apresentaram
Foram 135 participantes, sendo 54,8%
uma renda menor que R$ 400,00 por mês;
(n=74) do sexo feminino e 45,2% (n=61) do
16,4% (n=22) uma renda de R$ 400,00 à
sexo masculino, apresentando entre 18 a 35
1000,00 e a maioria com renda superior a R$
anos 42,3% (n=57), 36 a 50 anos 30,3% (n=41)
1000,00 por mês totalizando 77,7% (n=105).
e 27,4% (n=37) maior de 50 anos (Quadro 1).
Dentre estes participantes 89,6% (n=121)
Em relação ao grau de escolaridade
alegaram ter acesso a internet em casa, e 10,4%
obteve-se 14,8% (n=20) ensino fundamental
(n=14) não possuem internet (Quadro 1).
incompleto, 8,9% (n=12) ensino fundamental
Quadro 1- Distribuição percentual segundo faixa etária, sexo, grau de escolaridade, renda familiar e
acesso à internet dos pacientes atendidos na Clínica Odontológica da UNIPAR – Campus Cascavel –PR,
2019.
Ao questionar o paciente de quantas(n=8) escovam apenas uma vez ao dia; 25,2%
vezes por dia escova os dentes, a maioria(n=34) duas vezes ao dia e 10,4% 3 vezes ou
escova 3 vezes ao dia 58,5% (n=79); 5,9%mais por dia (Figura 1).
Pacientes100% (N=135)
36 a 50 anos
> 50 anos
Faixa etária
18 a 35 anos
42,3% (N=57)
30,3% (N=41)
27,4% (N=37)
Masculino
Sexo
Feminino
54,8% (N=74)
45,2% (N=61)
Grau de
Escolaridade
Ensino fund.
Incompleto
Ensino
fundamental
Ensino médio
incompleto
Ensino médio
completo
Nível
Sup.
Incomp.
Nível
Superior
14,8%
(N=20)
8,9%
(N=12)
14,8%
(N=20)
24,5%
(N=33)
17,7%
(N=24)
19,3%
(N=26)
Renda familiar
< R$ 400,00
R$ 400,00 a R$ 1.000,00
> R$ 1.000,00
5,9% (N=8)
16,4% (N=22)
77,7% (N=105)
Acesso à
internet
Sim
Não
89,6% (N=121)
10,4% (N=14)
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ARTIGO ORIGINAL
Figura 1. Relação da quantidade de escovação dentária diária dos pacientes da Clínica Odontológica da UNIPAR –
Campus Cascavel – PR, 2019.
A maioria dos pacientes questionados
relatou sentir dor de dente alguma vez na vida
66,7%
(n=90) e a minoria nunca sentiu dor de dente
33,3% (n=45) (Figura 2).
Quanto ao conhecimento do paciente
sobre dor de dente de alguém durante algum
tratamento odontológico, a maioria 84,4%
(n=114) respondeu que não e a minoria relatou
conhecer 15,6% (n=21) ( Figura 3).
20,0%
10,4%
10,0%
5,9%
30,0%
25,2%
40,0%
50,0%
60,0%
58,5%
70,0%
0,0%
Uma vezDuas vezesTrês vezesMais de três vezes
Figura 2. Relato dospacientes atendidos naClínica Odontológica da UNIPAR – Campus Cascavel –PR, 2019 sobre ter sentido
dor de dente alguma vez.
53
Avaliação do grau de ansiedade em pré-atendimento em clínica odontológica
Arquivos do Mudi, v. 25, n. 2, p. 49-58, ano 20216
Figura 3. Conhecimento dos pacientes sobre dor de dente de alguém durante algum tratamento dentário na Clínica
Odontológica da UNIPAR – Campus Cascavel – PR, 2019.
levemente ansiosos (de 6 a 10 pontos) com um
Na escala de Corah 45,2% (n=61) dostotalde36,2%(n=49),pacientes
pacientes entrevistados foram consideradosmoderadamente ansiosos (11 a 15 pontos)
poucos ansiosos efetuando menos de 5 pontos,15,6% (n=21) e pacientes extremamente
ansiosos 3% (n=4) ( Figura 4).
Figura 4. Nível da ansiedade odontológica dos pacientes daClínica Odontológica da UNIPAR – Campus Cascavel –PR, 2019.
odontológico, provocam alterações no próprio
paciente e desenvolvem desgaste físico e
emocional do profissional (POSSOBON et al.
O medo e a ansiedade têm influênciaHistoricamente, a área odontológica
significativanodecorrerdotratamentoera trazida como forma de punição nas
sociedades antigas, o que leva a conclusão de
2012).GRADVOHL; MAIA, 2010; MOTA et al.
2009). A ansiedade frente ao tratamento
84,4%
15,6%
nãosim
15,6%
36,2%
45,2%
16 a 20 pontos
3,0%
de 11 a 15 pontos
de 6 a 10 pontos
até 5 pontos
que esse fato contribui para a associação entre
o tratamento odontológico eador(MARQUES;
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isso, segundo Mota et al. (2009), os pacientes
odontológico, independente do seu nível social
ou escolar. Em contrapartida, Santos, Campos,
escores de ansiedade maiores entre pacientes
com menor escolaridade, baixa renda familiar e
ARTIGO ORIGINAL
odontológico constitui em um obstáculo,Alguns estudos mostram resultados parecidos
fazendo com que o paciente deixe de buscarcom essa pesquisa, onde grande parte dos
ensino médio completo (24,5%). Com relação a
atendimento adequado e preventivo, pacientes já sentiu ou presenciou alguma
principalmente pela possibilidade de sentir dor experiência de dor (PEREIRA et al. 2013;
e sofrimento(KANEGANE et al. 2007). PERONIO et al. 2019). O que tem se tornado
Os resultados em relação ao nível um fator crucial a ser analisado frente ao
socialeescolaridadecorroboramcomtratamentoodontológico.Contudo,sobre
Kanegane et al. (2007), onde observaram que apresenciar alguma experiência de dor dentária
maioria dosentrevistadosapresentavam84,4%relataramnão terpresenciado.
segundo grau completo. Semelhante ao Por outro lado, analisando um estudo
presente estudo em que a maoiria apresentouem serviços particulares de clínica geral,
encontrou-se uma prevalência de apenas 25%
de dor durante o tratamento. Parece haver uma
ansiosos evitam com frequência o tratamentotendência à diminuição dessa prevalência,
talvez como reflexo do avanço científico e da
melhoria da qualidade da assistência prestada
Martins (2007) apresentaram em sua pesquisa,(CABRAL;ALVES;SOUZA,2013).
Deacordo com as questões contidas no
questionário sobre a escala de Corah: 45,2%
sem acesso a internet e/ou jornais. dos entrevistados são considerados muito
Com relação à frequência da higiene pouco ansiosos (>5 pontos), 36,3% obtiveram
bucal diária, a maioria dos entrevistados de 6 a 10 pontos e são considerados levemente
respondou realizar a escovação dentária três ansiosos, seguidos de 15,6% que foram
vezes ao dia, assim como o presente estudo em considerados moderadamente ansiosos por
que 58,5% relataram que realizaram a terem atingido de 11 a 15 pontos e apenas 3%
escovação três vezes ao dia. O que é um ótimo atingiram >15 pontos, portanto foram
resultado se comparado com um estudo de considerados extremamente ansiosos. Em um
Vasconcelos et al. (2012) onde a escovação foi estudo realizado por Peronio et al. (2019),
realizada apenas uma vez ao dia observaram que 70% dos participantes
Em relação aos dados referentes a apresentaram um nível baixo de ansiedade,
alguma experiência de dor dentária, dos 13526,7% um nível moderado e apenas 1,7%
entrevistados a maioria (66,7%) respondeu queapresentou nível exacerbado de ansiedade.
já teve episódios de dor dentária em algumDestaforma,amaioriadospacientes
momento da vida e 33,3% nunca sentiram dor.apresentoualgum grau de ansiedade.
55
Avaliação do grau de ansiedade em pré-atendimento em clínica odontológica
4. CONCLUSÃO
Conclui-sequeamaioriados pacientes
apresentou algum grau de ansiedade frente ao
atendimento odontológico. A maior parte dos
participantes foi do sexo feminino,
predominando a faixa etária de 18 a 35 anos e
com ensino médio completo. Apresentaram
renda familiar superior a R$ 1.000,00. A
maioria deu importância para a higiene bucal,
escovando os dentes três vezes ao dia, porém
grande parte já sentiu dor de dente alguma vez
na vida, ou já conheceu alguém que relatou
sentir dor de dente.
É importante que para cada paciente
seja desempenhada uma conduta diferenciada
por parte do profissional, visando reduzir a
exposição a estímulos que possam desencadear
a ansiedade, e buscando transformar o
tratamento em uma experiência mais positiva.
Torna-se imprescindível a utilização de
métodos especiais de manejo que podem ser
farmacológicos ou não, desde a descontração
do paciente, utilizando música relaxante ou até
mesmo a administração de medicamentos
ansiolíticos, na busca por tornar o atendimento
odontológico o menos desconfortável possível.
A conduta básica para controle da ansiedade do
paciente seria a verbalização, condicionamento
do pacienteassociadaatécnicas farmacológicas
derelaxamentomuscularoude
condicionamento psicológico (PEREIRA et al.
2013).
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ARTIGO ORIGINAL
ANEXO
Questionário:
Nome:
Gênero: masculino ( )Feminino ( )
Faixa etária: 10-20 anos ( ) 21-35 anos ( ) 36-50 anos ( ) >50anos( )
2-Qual é o seu grau de escolaridade? Analfabeto ( ) 1 grau incompleto ( ) 1 grau completo () 2
grau incompleto () 2 grau completo ( ) Superior incompleto ( ) superior completo ()
3-Qual a sua renda familiar?
<400,00 ( ) 400,00-724,00 () 724,00 -1000,00 ( ) >1000-00()
4-Tem acesso à internet? Sim ( )Não ( )
5-Quantas vezes você escova os dentes por dia?
1 vez ao dia( ) 2 vezes ao dia( ) 3 vezes ao dia( ) mais de 3 vezes()
6-Você já teve dor de dentes? Sim( )Não()
7-Você conhece alguém que diz ter sentido dor durante o tratamento odontológico?
Sim()Não()
8-Se você tivesse que ir ao dentista amanhã,como se sentiria?
a-Tudo bem, não me importaria.
b-Ficaria ligeiramente preocupado.
c-Sentiria um maior desconforto.
d-Estaria com medo do que poderá acontecer.
e-Ficaria muito apreensivo, não iria nem dormir direito.
9-Quando se encontra na sala de espera do ambulatório, esperando ser chamado pelo dentista, como se
sente?
a-Tranquilo, relaxado.
b-Um pouco desconfortável.
c-Tenso.
d-Ansioso ou com medo.
e-Tão ansioso ou com medo que começo a suar e me sentir mal.
10-Quando você se encontra na cadeira do dentista aguardando que ele inicie os procedimentos de
anestesia local, como se sente?
a-Tranquilo,relaxado.
b-Um pouco desconfortável.
c-Tenso.
d-Ansioso ou com medo.
e-Tão ansioso ou com medo que começo a suar e me sentir mal.
11-Você está na cadeira do dentista, já anestesiado. Enquanto aguarda o dentista pegar os instrumentos
para iniciar o procedimento, como se sente?
a-Tranquilo, relaxado.
b-Um pouco desconfortável.
c-Tenso.
d-Ansioso ou com medo.
e-Tão ansioso ou com medo que começo a suar e me sentir mal.
58