Arquivos do Arquivos do Mudi, v. 25, n. 3, ano 2021
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ARTIGO ORIGINAL
Aceito em: 05/10/2021 Publicado em: 15/12/2021
Esta revista possui Licença CC BY-NC
http://doi.org/10.4025/arqmudi.v25i3.61083
CAPACIDADE FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS
EM ISOLAMENTO SOCIAL DURANTE O PERÍODO DA PANDEMIA
DO COVID-19
Daniele de Souza Paixão
Centro Universitário Ingá UNIN
danielesouzapaixao@gmail.com
Resumo
Um aumento progressivo da população idosa mundial tem sido
observado e, muito tem se falado sobre qualidade de vida no
processo de envelhecimento. Compreendemos que com o
envelhecimento o indivíduo sofre declínio no desempenho físico e
funcional, o que interfere nas suas atividades desempenhadas
diariamente e nas relações que o mesmo desenvolve no meio em
que está inserido. No início do ano de 2020 o mundo foi
surpreendido com a disseminação do vírus SARS-CoV-2 que
provocou a doença COVID-19. O surto global do COVID-19
afetou significativamente a vida de milhares de pessoas,
perturbando suas rotinas social, pessoal e profissional. Como
forma de combater a disseminação do vírus, foram adotadas
medidas de prevenção, uma delas, o isolamento social. O objetivo
deste estudo foi investigar possíveis alterações funcionais e da
qualidade de vida que afetam os idosos durante o isolamento social
na pandemia do Covid-19. Tratou-se de um estudo transversal,
realizado com idosos não institucionalizados e que apresentam
algum vínculo social com os alunos do último ano do curso de
Fisioterapia do Centro Universitário Ingá-UNINGÁ da cidade de
Maringá-Paraná. Foram utilizados questionários avaliativos, o
Vulnerable Elders Survey-13, o Índice de Vulnerabilidade Clínico-
Funcional-20, a Escala de Lawton- Brody, e o Short-Form Health
Survey. Pode-se concluir, que mesmo em tempo de pandemia e
isolamento social, não houve impacto na qualidade de vida e
funcionalidade dos idosos, denota, que a idade dos idosos
participantes deste estudo pode ter influenciado, uma vez que a
predominância foi de idosos mais novos.
Palavras-chave: Covid-19; desempenho físico funcional; idosos;
qualidade de vida.
Talita Stephanie Libanio Rodrigues
Centro Universitário Ingá - UNINGÁ
talitastephanie123@gmail.com
Lilian Catarim Fabiano
Centro Universitário Ingá - UNINGÁ
lcatarim@hotmail.com
Simone Fernandes
Centro Universitário Ingá - UNINGÁ
ft.simonefernandes@gmail.com
Débora Dei Tos
Centro Universitário Ingá - UNINGÁ
deboradeitos@hotmail.com
Capacidade funcional e qualidade de vida de idosos em isolamento social
Arquivos do Mudi, v. 24, n. 1, p. 1 - 9, ano 2021
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FUNCTIONAL CAPACITY AND QUALITY OF LIFE OF ELDERLY IN SOCIAL ISOLATION
DURING THE COVID-19 PANDEMIC PERIOD
Abstract
A progressive increase in the world's elderly population has been observed and much has been said about
quality of life in the aging process. We understand that with aging the individual suffers a decline in physical
and functional performance, which interferes with their daily activities and the relationships they develop in
their environment. In early 2020 the world was surprised by the spread of the SARS-CoV-2 virus that caused
the disease COVID-19. The global outbreak of COVID-19 significantly affected the lives of thousands of
people, disrupting their social, personal, and professional routines. As a way to combat the spread of the virus,
preventive measures have been adopted, one of them being social isolation. The aim of this study was to
investigate possible functional and quality of life changes affecting the elderly during social isolation in the
Covid-19 pandemic. This was a cross-sectional study, carried out with non-institutionalized elderly people who
have some social bond with the last year students of the Physiotherapy course of the Ingá-UNINGÁ University
Center in the city of Maringá-Paraná. Evaluative questionnaires were used, the Vulnerable Elders Survey-13,
the Clinical-Functional Vulnerability Index-20, the Lawton-Brody Scale, and the Short-Form Health Survey.
It can be concluded that, even in times of pandemic and social isolation, there was no impact on the quality of
life and functionality of the elderly, denoting that the age of the elderly participating in this study may have
influenced it, since the predominance was of younger people.
Keywords: Covid-19; functional physical performance; seniors; quality of life.
1. INTRODUÇÃO
Considera-se idoso, a pessoa que
apresenta idade igual ou superior a 60 anos.
Conforme pesquisas realizadas pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a
população idosa brasileira vem crescendo cada
vez mais. Estima-se que em 2043 mais da
metade da população será composta por idosos,
contribuindo para o envelhecimento
populacional, isso pode ser explicado pelo
declínio da natalidade e mortalidade, fazendo
com que a taxa de expectativa de vida aumente
(IBGE, 2019).
Devido ao aumento progressivo da
população idosa mundial, muito tem se falado
sobre qualidade de vida no processo de
envelhecimento o que despertou a necessidade
da criação e/ou formulação de políticas públicas
para atender as demandas desta crescente
parcela da população. Por maiores que sejam as
alterações do envelhecimento que acometem
esses indivíduos, eles podem envelhecer de
forma ativa e com qualidade de vida,
preservando e mantendo sua autonomia e
capacidade funcional (JARDIM et al., 2020).
Sabemos que com o envelhecimento o
indivíduo sofre declínio no desempenho físico
e funcional, o que interfere nas suas atividades
desempenhadas diariamente e nas relações que
o mesmo desenvolve no meio em que está
inserido. Para contornar ou minimizar tais
interferências na qualidade de vida dos idosos,
os programas de incentivo às atividades físicas
têm proporcionado importantes contribuições,
uma vez que, fomenta a interação social e a
manutenção do desempenho físico,
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Arquivos do Mudi, v. 24, n. 1, p. 1 - 9, ano 2021
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promovendo envelhecimento ativo e saudável
para que estes idosos alcancem a longevidade
(DA COSTA et al., 2018).
O termo envelhecimento está
relacionado a mudanças biológicas, ou seja,
alterações fisiológicas e anatômicas que
ocorrem no organismo de forma intrínseca e
extrínseca com o avanço da idade de forma
natural, qual se denomina de senescência. No
entanto, essas alterações podem ocorrer de uma
patologia ou estresse de vários fatores, que
chamamos de senilidade. As alterações podem
ser observadas nos sistemas, cardiovascular,
endócrino, reprodutor, ósseo, nervoso central e
periférico e musculo esquelético (ABREU,
2006).
No início do ano de 2020 o mundo foi
surpreendido com a disseminação do vírus
SARS-CoV-2 que provocou a doença COVID-
19, uma doença infecciosa e altamente
contagiosa que se apresenta ora de forma
assintomática ora sintomática. Seus sintomas e
sinais são representados de forma mais comum
como, febre, tosse seca, coriza, falta de ar,
perda de olfato e alteração no paladar.
Identificou-se também que os veículos de
transmissão da doença são, contato com aperto
de mão contaminada, gotículas de saliva,
espirro, tosse e contato com objetos ou
superfícies contaminadas, tornando assim
altamente contagiosa (BRASIL, 2020).
O surto global do COVID-19 afetou
significativamente a vida de milhares de
pessoas, perturbando suas rotinas social,
pessoal e profissional. Como forma de
combater a disseminação do vírus, foram
adotadas medidas de prevenção, uma delas, o
isolamento social. Tal medida levou muitos
sujeitos a inatividade física, contribuindo para
deterioração e declínio funcional,
especialmente em indivíduos com mais idade,
com associação de comorbidades crônicas e que
apresentavam restrição física ou funcional
antes desse período (BOTERO et al., 2021).
De certo que o COVID-19 tende
acometer todas as pessoas, contudo dando
ênfase nos portadores de comorbidades e nos
idosos. Conforme os índices de letalidade
aumentaram, obteve-se uma perspectiva, que os
mais acometidos por essa doença eram os
idosos, o que contribuiu para isolamento social
(LEÃO et al., 2020).
Diante deste cenário muito adverso,
principalmente para a população idosa, o
presente estudo teve como objetivo investigar
possíveis alterações funcionais e da qualidade
de vida que afetam os idosos durante o
isolamento social na pandemia.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Tratou-se de um estudo transversal,
realizado com idosos não institucionalizados e
que apresentam algum vínculo social com os
alunos do último ano do curso de Fisioterapia
do Centro Universitário Ingá - UNINGÁ da
cidade de Maringá-Paraná. A realização do
estudo foi aprovada pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da instituição pelo parecer
4.860.072 do ano 2021.
Contamos com a participação de 40
idosos que estavam em isolamento social
Capacidade funcional e qualidade de vida de idosos em isolamento social
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durante a pandemia do COVID-19, que foram
avaliados por acadêmicos do último ano do
curso de fisioterapia. As ferramentas de
avaliação foram impressas e disponibilizadas
aos acadêmicos, e posteriormente foram
preenchidas e entregues, conforme as
orientações das pesquisadoras. Para a avaliação
dos idosos participantes da pesquisa foram
utilizadas quatro ferramentas de avaliação: o
Vulnerable Elders Survey-13 (VES-13), o
Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional-
20 (IVCF-20), Escala de Lawton- Brody, e o O
Short-Form Health Survey (SF-36).
O Vulnerable Elders Survey-13 (VES-
13) é um instrumento básico para avaliar o risco
de vulnerabilidade do idoso, randomizando
estes sujeitos segundo a pontuação que
apresentam, sendo vulnerável 3 e não
vulnerável ≤ 3.
O Índice de Vulnerabilidade Clínico-
Funcional-20 (IVCF-20) é uma ferramenta
avaliativa que compõe a Avaliação Geriátrica
Ampla (AGA) ela pode ser empregada por
qualquer profissional que esteja envolvido na
assistência à pessoa idosa, sendo altamente
capaz de avaliar múltiplas dimensões da saúde
e da vida do idoso. A pontuação total é de 40
pontos, onde quanto mais próximo deste
número, maior o risco de vulnerabilidade se
encontra o idoso.
Dentro da funcionalidade global do
idoso foram avaliadas as Atividades de Vida
Diária Instrumentais (AVD’s instrumentais)
por meio da Escala de Lawton- Brody,
instrumento validado e habilitado para
investigar a capacidade e autonomia do idoso
viver sozinho em sociedade, cada questão deste
instrumento, possui três perguntas referente a
atividades instrumentais de vida diária (AIVD)
as opções de respostas são sem ajuda, com
ajuda parcial e incapaz, onde sem ajuda indica
maior independência funcional e incapaz
aponta para dependência funcional.
O Short-Form Health Survey (SF-36)
é um questionário que avalia os seguintes
domínios dentro da qualidade de vida,
capacidade funcional, limitação por aspectos
físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade,
aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde
mental. A análise dos resultados é feita por
meio da atribuição de escores para cada
questão, com valores entre 0-100 pontos, sendo
0 atribuído a uma pior qualidade de vida e 100
a uma melhor qualidade de vida. Cada domínio
foi analisado separadamente.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Participaram deste estudo 40 idosos do
convívio social dos acadêmicos do último ano
do curso de Fisioterapia do Centro
Universitário Ingá-UNINGÁ da cidade de
Maringá-Paraná.
Em relação ao perfil sociodemográfico
dos participantes conforme Tabela 1, observou-
se um predomínio de idosos com faixa etária de
60 a 74 anos de idade, do sexo feminino, em
vida conjugal. Em relação a ocupação houve
um número maior de idosos representando 23
(57,5%) aposentados, 5 (12,5%) do lar, 3
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5
(7,5%) agricultor, 2 (5%) doméstica, 1 (2,5%)
engenheiro agrônomo, 1 (2,5%) costureira, 1
(2,5%) procuradora de justiça, 1 (2,5%) técnica
em contabilidade, 1 (2,5%) cuidadora, 1 (2,5%)
agente operacional e 1 (2,5%) consultora de
vendas do total desta amostra.
Tabela 1 Perfil sociodemográfico dos participantes da pesquisa.
Variáveis
N
(%)
Idade
25
62,5%
14
35%
1
2,5%
Sexo
31
77,5%
9
22,5%
Estado civil
3
7,5%
26
65%
2
5%
9
22,5%
Ocupação
23
57,5%
17
42,5%
N = Frequência absoluta; (%) = porcentagem
Fonte: as autoras.
Ao analisar os resultados obtidos por
meio da aplicação do questionário Vulnerable
Elders Survey-13 (VES-13), notou-se que 29
(72,5%) dos 40 idosos foram classificados
como não vulneráveis, uma vez que,
alcançaram uma pontuação ≤ 3. Tais resultados
demonstram uma provável preservação da
capacidade funcional e independência desses
participantes (Tabela 2).
Tabela 2- Classificação dos idosos nos
questionários VES-13 de acordo com suas
pontuações.
VES - 13
N
(%)
Não vulnerável
29
72,5%
Vulnerável
11
27,5%
N = Frequência absoluta; (%) = porcentagem
Fonte: as autoras.
A tabela 3, apresenta os resultados
alcançados por meio da aplicação do Índice de
Vulnerabilidade Clínico-Funcional (IVCF-20),
sendo notável que, boa parte da amostra, foi
estratificada em baixo e moderado risco de
Capacidade funcional e qualidade de vida de idosos em isolamento social
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vulnerabilidade clínico-funcional. As pessoas
idosas classificadas em baixo e moderado risco
são detentoras de um nível de funcionalidade
superior quando comparadas àquelas com alto
risco.
Tabela 3 Classificação dos idosos no
questionário IVCF-20 de acordo com suas
pontuações.
IVCF-20
N
(%)
Baixo Risco
19
47,5%
Moderado Risco
15
37,5%
Alto risco
6
15%
N = Frequência absoluta; (%) = porcentagem
Fonte: as autoras.
Conforme os resultados apresentados
na Tabela 4, 31 (77,5%) idosos foram
classificados como independentes e 9 (22,5%)
idosos como semi- independentes, segundo a
Escala de Lawton- Brody. Este é um
instrumento que objetiva avaliar as atividades
de vida diária instrumentais, que nos permite
estabelecer uma provável relação com a
capacidade do idoso em viver no meio social.
Tabela 4- Escala de Lawton- Brody.
LAWTON-BRODY
N
(%)
Independente
31
77,5%
Semi-independente
9
22,5%
Dependente
0
0%
N = Frequência absoluta; (%) = porcentagem.
Fonte: as autoras.
Na tabela 5 foi possível observar as
médias alcançadas pela amostragem em cada
um dos oito domínios, encontramos uma maior
média no domínio aspecto social e uma menor
no estado geral de saúde. O SF-36 permite
avaliar diferentes aspectos inerentes à
qualidade de vida dos indivíduos.
Tabela 5 Questionário SF 36.
Domínios
Média
Capacidade funcional
69
Limitação por aspectos físicos
57,5
Dor
57,7
Estado geral de saúde
54,3
Vitalidade
63,8
Aspectos sociais
80
Limitação por aspectos
emocionais
71,6
Saúde Mental
72,3
Fonte: as autoras
No presente estudo percebe-se que em
relação ao sexo houve um predomínio maior de
mulheres idosas quando comparado aos
homens. Com o aumento populacional de
idosos, o processo de feminização na velhice
tem crescido progressivamente, tal qual pode
ser explicado, pelo aumento na expectativa de
vida de mulheres idosas (SOUSA et al., 2018).
Adicionalmente um estudo realizado por Jesus
et al, (2018), observou-se que houve uma
prevalência de mulheres idosas, assim como
foram consideradas pelo fato que possuem
menores taxas de mortalidade, devido a vários
aspectos de saúde e social. Em relação ao
estado civil foi encontrado uma dominância de
Paixão et al., 2021
Arquivos do Mudi, v. 24, n. 1, p. 1 - 9, ano 2021
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idosas casadas, seguido por viúvas, o que se
assemelha com os resultados do presente
estudo.
Em um estudo realizado por Cabral et
al (2021), com 304 idosos em convívio
comunitário, acompanhados por uma unidade
básica de saúde, buscou avaliar a
vulnerabilidade e declínio funcional de idosos,
notou -se, que 62,3% e 49,0% dos idosos eram
dependentes para AIVD’s e vulneráveis,
respectivamente. Esse comprometimento
clínico-funcional pode ser observado, em maior
proporção em idosas com mais de 70 anos de
idade, em vida conjugal e baixo nível de
escolaridade, além disso, outras variáveis que
impactam negativamente na capacidade
funcional foram relatadas como, sedentarismo e
descontentamento com o estado geral de saúde.
Silva e Antunes (2014), reiteram que
as AIVD’s se relacionam com a autonomia e
capacidade que o idoso detém para executar as
tarefas do dia a dia. Adicionalmente Leal et al.,
(2020), realizou um estudo, onde pode constatar
que o declínio funcional em AIVD’s está
presente nas pessoas idosas vulneráveis e
inativas fisicamente, com o passar dos anos e
aparecimento de comorbidades, executar uma
tarefa simples se torna uma missão dificultosa,
criando um cenário de dependência funcional.
A fragilidade tem sido apontada como
uma condição de deterioração das reservas
funcionais do indivíduo, fruto do processo de
envelhecimento populacional que vem
ocorrendo nas últimas décadas (LANA;
SCHNEIDER, 2014). É evidente que após a
sexta década de vida ocorre uma maior
predisposição à fragilidade e que esse declínio
funcional é diretamente proporcional a
longevidade, idosos com mais idade são mais
susceptíveis a manifestar sinais e sintomas
condizentes a fragilização como, dependência e
incapacidade funcional (SUN; LI; WANG,
2021).
Alves et al., (2021) avaliou por meio
do IVCF-20 a condição clínica-funcional de um
grupo de idosos e observou que 17,0%
apresentavam alto risco clínico-funcional,
38,8% moderado e 44,1% baixo. O grau de
risco clínico-funcional é ditado por alguns
fatores determinantes como idade,
autopercepção da saúde, nível de escolaridade,
hábitos de vida e sexo. Estima-se que quando as
reservas funcionais do idoso estão em declínio,
consequentemente maior será o risco de
vulnerabilidade, o qual irá impactar fortemente
na sua independência e capacidade funcional,
logo pode influir negativamente em alguns dos
domínios inerentes a qualidade de vida
(BARBOSA; FERNANDES, 2020).
O estudo de Gontijo et al., (2012)
afirma que a qualidade de vida e saúde do idoso,
se correlacionam. O estudo em questão foi
realizado com 217 idosos com a prevalência de
60 - 70 anos utilizando a ferramenta avaliativa
SF-36, verificou -se os idosos que apresentam
comorbidades apresentam déficits de qualidade
de vida e assim indivíduos saudáveis são mais
felizes e apresentam uma qualidade de vida
acima da média. Adicionalmente um estudo
realizado por Pimenta et al., (2008), avalia 87
idosos de convívio comunitário onde percebeu
que diferença na qualidade de vida entre
Capacidade funcional e qualidade de vida de idosos em isolamento social
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mulheres e homens idosos, para tal idosa do
sexo feminino sua qualidade de vida em
deterioração em relação ao homem.
Gama, Soares e Silva, (2020),
realizaram um estudo para avaliar a qualidade
de vida em idosos durante a pandemia e
obtiveram resultados apontando que mesmo
durante o isolamento social não houve
considerável comprometimento na qualidade
de vida indo contra as hipóteses criadas no
início do isolamento social. O que coincide com
os resultados encontrados no presente estudo.
4. CONCLUSÃO
Este estudo identificou idosos, com
predomínio de idade 60 a 74 anos, sexo
feminino, aposentadas e casadas. Notou-se que
houve uma preeminência de idosos não
vulneráveis e independentes, evidenciando um
envelhecimento ativo dessa população. Pode se
concluir, mesmo em tempo de pandemia e
isolamento social que não houve impacto na
qualidade de vida e funcionalidade do idoso,
denota, que idade dos idosos participante deste
estudo pode ter influenciado, uma vez que a
predominância foi de idosos mais novos.
Sugere-se a realização de novos estudos
relacionados a esse assunto, a fim de contribuir
para melhores resultados.
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