Arquivos do Mudi, v. 26, n. 1, p. 202 - 216, ano 2022
Aceito em: 25/02/2022 Publicado em: 15/04/2022
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ARTIGO ORIGINAL
RELAÇÕES ENTRE ESTILO DE VIDA E PADRÃO DE SONO
DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
Abikeilla Ariane Bomfim Gomes
Bernardi
Universidade Estadual de Maringá - UEM
ra117660@uem.br
Resumo
A qualidade do sono é considerada um importante indicador de
saúde. Verificou-se a influência do sono e do estado de ansiedade
em 93 mulheres (>30 anos), entre julho e agosto de 2020.
Analisou-se os inventários Sociocultural, Cronotipos, PSQI,
IDATE-T/E, BDI e BHS respondidos corretamente. Observou-se
uma queda na quantidade e qualidade de sono. No BDI (n=75),
69%apresentaram escore mínimo paradepressão, 12%moderado
e 3%, grave. Cruzando esses dados com a faixa etária, 76% das
mulheres com escore mínimo estão acima de 60 anos e 7% com
escore grave, entre50 e59 anos. Cruzando BDIe Cronotipo: 78%
das matutinas tiveram classificação mínima para depressão.
Dezessete por cento das moderadamente vespertinas e 5% das
intermediárias, apontaram tendência grave para depressão. No
BHS (n=83), 76%, 18%, 4% e 2% expressam, respectivamente,
expectativa negativa mínima, leve, moderada e grave a respeito
do futuro imediato e remoto. Cruzando IDATE com PSQI, 78%
com distúrbio do sono se encontram em uma condição média de
ansiedade, enquanto estado e traço. Vinte e dois por cento
apresentam alto estado de ansiedade, enquanto estado e 11%
traço. Pode-se correlacionar fatores externos como causas das
diferenças dos padrões de sono. Ações que levem ao
autoconhecimento e autocuidado podem contribuir para o
reconhecimento dos primeiros sinais de alterações do sono e do
humor, permitindo melhor controle e acompanhamento das
situações reais de conflito externo.
Palavras-chave: Qualidade do sono; Ansiedade; Coronavírus;
Mulheres; Ciclo sono e vigília; Cronobiologia.
Jéssica Regina Belenello
Universidade Estadual de Maringá - UEM
ra116506@uem.br
Sônia Trannin de Mello
Universidade Estadual de Maringá - UEM
stmello@uem.br
Relações entre estilo de vida e padrão de sono durante a pandemia da Covid-19
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 1, p. 202 - 216, ano 2022
RELATIONSHIPS BETWEEN LIFESTYLE AND SLEEP STANDARD DURING THE COVID-19
PANDEMIC
Abstract
Sleep qualityis considered an important health indicator. We verified the influence of sleep and state of anxiety
in 93 women (>30 years), between July and August 2020. We analyzed the Sociocultural, Chronotypes, PSQI,
IDATE-T/E, BDI and BHS inventories correctly answered. A decrease in the quantity and quality of sleep was
observed. In the BDI(n=75), 69%hadaminimum scorefordepression, 12%moderateand 3%severe.Crossing
these data with the age group, 76% of women with a minimum score are over 60 years old and 7% with a
severescore, between50 and 59 yearsold. CrossingBDIandChronotype: 78%of themornings had aminimum
ratingfor depression. Seventeen percent of the moderatelyafternoonand 5% of the intermediateones, indicated
a serious tendency for depression. In the BHS (n=83), 76%, 18%, 4% and 2% express, respectively, minimal,
mild, moderate and severe negative expectations about the immediate and remote future. Crossing IDATE with
PSQI, 78% with sleep disorder are in an average condition of anxiety, as state and trait. Twenty two percent
have high state anxiety, while state and 11% trait. External factors can be correlated as causes of differences in
sleep patterns. Actions that lead to self-knowledge and self-care can contribute to the recognition of the first
signs of sleep and mood changes, allowing better control and monitoring of real situations of external conflict.
Keywords: Sleep quality; Anxiety; Coronavirus; Women; Sleep and wake cycle; Chronobiology.
1. INTRODUÇÃO
Hipócrates, considerado o pai da
memória. Com isso, os transtornos do sono têm
sido tema de muitas pesquisas no Brasil e no
trouxe preocupações com a saúde, economia,
além de mudanças na qualidade de vida.
Os primeiros registros da COVID-19
imune, alterações do humor e dificuldades de
Medicina, associava a privação do sono aoforam realizados em dezembro de 2019 na
aborrecimento e à tristeza (apud CARDOSO etcidade chinesa de Wuhan, capital da província
al., 2009). Seguindo a linha de raciocínio dode Hubei e, no Brasil, o primeiro caso
médico e filósofo grego, observa-se que asconfirmado foi em São Paulo - SP - no dia 26
perturbações na qualidade do sono causamde fevereiro de 2020 (SOUZA et al., 2020). Em
efeitosnegativoscomoaalteraçãoda12 de março de 2020, a Organização Mundial
homeostasia interna, diminuição da respostada Saúde declarou estado de pandemia devido à
disseminação global do vírus e as milhares de
mortes causadas pelo coronavírus (CIOTTI et
al., 2020).
mundo, tendo em vista todas essas repercussõesOconfinamentodomiciliarfoi
negativas que a sua supressão causa (CELLINI adotado comoobjetivo dealiviar a
et al. 2020). Além do mais, vivencia-se uma disseminação da doença, uma vez que restringe
pandemia causada por uma doença viral, o contato com familiares, amigos e convívio
denominada COVID-19, que tem gerado social.Esta medidatorna-se importante
prejuízo ao sono das pessoas, uma vez que também pelo fato de propiciar condições para
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2020).
por estudar características temporais dos seres
vivos, os chamados ritmos biológicos. Estes são
da memória até a restauração do metabolismo
A qualidade do sono é um indicador
depressão (BEZERRA et al., 2020; XIE et al.
que as redes públicas e particulares de saúde seUm estudo para verificar a prevalência
preparem para receber e atender pacientes de cronotipos e a qualidade de sono de
contaminados. No Brasil, assim como em acadêmicos do primeiro ano de um curso de
outras partes do mundo, optou-se pelo medicina, no estado do Paraná,chama aatenção
isolamento social e, desse modo, foram para a necessidade de intervenções destinadas à
fechados escolas, universidades, comércios não promoçãodeaçõespreventivasede
essenciais, áreas públicas e de lazer etc. autocuidado sobre a importância do sono para o
Contudo, essa medida tem causado impacto na bem-estar físico, psicológico e cognitivo, tendo
vida das pessoas, como solidão, ansiedade e em vista que os resultados indicaram que a
população estudada é vulnerável à privação de
sono, ao desenvolvimento de insônia primária e
A cronobiologia é a área responsáveltranstornosdosritmoscircadianoscom
consequências múltiplas e diversas (MELLO et
al. 2018). Além disso, a privação de sono pode
gerados endogenamente e controlados poracarretarmuitosproblemasparaos
biológicas fundamentais, desde a consolidação
osciladores. O ciclo sonovigília é um exemplo profissionais de saúde, com isso, é importante a
deste ritmo. O sono possui várias funções atenção ao papel dos processos cognitivos e
metacognitivos para melhorar a qualidade do
sono (KHATONY et al., 2020).
de pistas temporais”.
energético cerebral, incluindo a homeostaseA literatura aponta quea qualidade
corporal, seja pela normalização das funções do sono, insônia e perda de sono são queixas
endócrinas, ou pelo controle da temperatura generalizadas dapopulação em geral (CELLINI
corpórea (RIBEIRO et al., 2014). Segundo et al. 2020). Com isso, pessoas com sintomas
Tufik(2008)“Ociclosono-vigíliaé depressivosmaisgraveseansiedade
considerado uma adaptação do organismo ao apresentam mais distúrbios do sono no cenário
ciclo noite-dia, persistindo mesmo na ausência da pandemia de COVID-19, porém os que
possuem um apoio social mais forte relatam
melhor qualidade de sono e menos sintomas
importante de saúde, tendo em vista quepsicológicos (XIAO et al. 2020).
dentre eles o cenário pandêmico e prejuízo no
apoio social, uma vez que gera maiores níveis
de ansiedade e estresse. (XIAO et al., 2020).
contribui sobremaneira para resposta de funçãoAlémdo mais,o confinamento
imunológica ideal para prevenir infecções. domiciliar levou a uma redução da atividade
Além disso, o bem-estar psicológico e o sono física e, consequentemente, ao aumento da
são afetados por muitos fatores socioculturais, exposiçãoà telas,comocomputadores,
televisões e celulares; o que pode contribuir
para as perturbações de sono (MAJUMDAR;
BISWAS; SAHU, 2020). Sabe-se que o tempo
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de exposição à tela, quando em excesso, pode
entre adversidades em períodos iniciais da vida
(ELA), humor, sono, sintomatologia de dor e
associações positivas entre maior distúrbio do
sono e humor negativo, sugerindo que níveis
mais altos de ELA podem estar relacionados à
dor na idade adulta devido ao mau humor e
buscou analisar os efeitos do isolamento social,
dessincronização.
prejudicar a saúde e afetar os padrões e duração2. MATERIAIS E MÉTODOS
do sono de forma grave. Isso se deve à Durante todo o período de pesquisa,
supressão da produção da melatonina, fez-se busca, revisão e leitura do referencial
hormônio do sono, por meio da luz azul que é teórico. Com a finalidade de analisar a
emitida pelas telas dos aparelhos, quando influência do estado de ansiedade nos ritmos
utilizados no período noturno biológicos durante a pandemia da COVID-19,
(CHRISTENSEN et al. 2016). foram utilizados questionários Sociocultural,
Desse modo, a exposição à luz azul Cronotipo, Pittisburgh; IDATE, Escalas Beck
antes de deitar-se está correlacionada à(BDI, BHS). Para análise foi utilizado o
perturbação do sono, ou seja, à redução daPrograma Excel.
duração e sua ineficiência, em qualquer faixa
etária (VALLANCE et al. 2015). Outros2.1. Dos participantes da pesquisa
estudos, avaliando a existência de associaçõesForam convidadas a participarem
deste estudo, 100 mulheres com idade superior
a 30 anos, entre julho e agosto de 2020 (Parecer
otimismonaidadeadulta,verificaramCONEP: 4.032.221), residentes na cidade de
Maringá-PR e região (em um raio de até 120
km).
2.2. Das ferramentas de pesquisa
sono, e que recursos de resiliência, como2.2.1. Questionários: Foram avaliados dados
Dentro deste contexto, esta pesquisa
otimismo e controle, podem amortecer algumassocioculturais, cronotipo, qualidade subjetiva
dessasvias.(MATHUR;GRAHAM-de sono e estado de ansiedade:
RANGELAND; SMYTH, et al., 2019). 1.Questionáriosociocultural,
formulado pelas autoras, com questões relativas
aos hábitos, moradia e autopercepção.
durante a pandemia da COVID-19, na2.Questionário Pittsburgh Sleep
minimizem os danos à saúde decorrentes da
qualidade de vida de mulheres com idadeQuality (PSQI), permite avaliar a qualidade de
superior a trintaanos. Nosso objetivo foisono e sonolência diurna. Denominado “The
verificar a influência do estado de ansiedadePittsburgh Sleep Quality Index” (PSQI), foi
nos ritmos biológicos durante a pandemia davalidado por Buysse et al. (1989). Composto
COVID-19para propormosaçõesquepor 19 itens com o propósito de avaliar e
identificar a qualidade e distúrbios do sono nos
últimos trinta dias. Os itens são utilizados como
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Bernardi, Belenello e Mello, 2022
3.QuestionárioCronobiológico,
Rhythms”, publicado pelo International Journal
et al., 1989).
score para, subjetivamente, avaliar a qualidadese a um aspecto mais estável relacionado à
do sono, a latência, a duração, a sensação depropensão do indivíduo a lidar com maior ou
sonosuficiente,osdistúrbios,usodemenor ansiedade ao longo da vida.
medicamentos e a sonolência diurna (BUYSSE 5.Escalas Beck (BDI e BHS),
indicada para pessoas entre 17 e 80 anos de
idade, sendo usado em pesquisa não com
que permite definir o perfil do cronotipo. Parapacientes psiquiátricos, mas também com a
Morningness-Eveningness in Human Circadian
aferir o cronotipo de um indivíduo, Horne epopulação em geral. Criada por Beck e col., no
Ostberg propuseram um questionário “A Self-Center for Cognitive Therapy (TCC) da
assessmentQuestionnairetoDetermineUniversidade de Pensilvânia, em 1988. Foram
aplicados os inventários de Depressão (BDI),
que permite medir a intensidade da depressão e
of Chronobiology, em 1976. Os escores variamEscala de Desesperança (BHS), que oferece
de 16 a 86. Os escores maiores indicam uma medida de pessimismo. As perguntas do
indivíduos matutinos e os menores, indivíduos inventário BDI são organizadas em 21 grupos
vespertinos. A classificação em relação à de afirmações que descrevem como a pessoa
matutinidade e à vespertinidade segue o tem se sentido na última semana em relação a
seguinte escore: 16 a 33, para indivíduos alguns sintomas como tristeza, desânimo e
vespertinos; 34 a 44, para vespertinos culpa em uma série escalar de 0 a 3 pontos. A
moderados; 45 a 65, para indiferentes; 66 a 76, soma dos escores individuais pode variar de 0 a
para matutinos moderados; 77 a 86, para 63. Já o inventário BHS, apresenta como opção
matutinos (SILVA et al, 1990). de escolha as assertivas “certo” ou “errado”,
4. Inventário de Ansiedade Traço- permitindo avaliar a extensão das expectativas
Estado (IDATE): um dos instrumentos maisnegativas a respeito do futuro imediato e
utilizadosparaquantificarcomponentesremoto. Dentre o total de itens, 9 deles, quando
subjetivos relacionados à ansiedade.assinalados como “errado” e 11 como “certo”,
Desenvolvido por Spielberger et al., em 1970,caracterizam a estimativa das expectativas
sendo traduzido e adaptado para o Brasil pornegativas frente ao futuro.
Biaggio & Natalício em 1979. O IDATE
apresenta uma escala que avalia a ansiedade2.3. Da coleta de dados
enquanto estado (IDATE-E) e outra que acessa2.3.1.Cartaconvite,Termode
a ansiedadeenquantotraço (IDATE-T).Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
Enquanto o estado de ansiedade reflete umae Questionários
reação transitória diretamente relacionada aUtilizou-se uma lista de contatos de
uma situação de adversidade que se apresenta pessoas que participam regularmente das ações
em dado momento, o traço de ansiedade refere- promovidas pelo Projeto de Extensão “De
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museu para museu: intercâmbio, divulgação e
utilização de espaços não formais de educação”
(Processo nº: 9466/2011 Vol. 1). Este projeto de
Inicialmente enviou-se e-mails para a
lista de possíveis participantes, perguntando se
poderia ser enviado um formulário-convite
divulgação e utilização de espaços não formais
de educação” (Processo nº: 9466/2011 Vol. 1);
ser residente na cidade de Maringá e região (em
extensão tem como objetivo promover eum raio de 120 km); ser do sexo feminino e
divulgar ações de intercâmbio realizadas entreestar dentro da faixa etária; 2) Não se encaixar
oMuseuDinâmicoInterdisciplinardaem todos os critérios de inclusão para este
Universidade EstadualdeMaringágrupo.
(MUDI/UEM) e outros espaços de educação
não formal, como museus, reservas, parques,2.4. Fase de análise dos dados:
necessidade de download.
nacionais e internacionais. As pessoas queFinalizou-se a coleta de dados com 93
fazem parte desta lista atuam na área da questionários socioculturais completamente
educação e nas mais variadas profissões, respondidos. Nos questionários subsequentes:
residindo em cidades que abrangem a cidade de Cronotipo, Pittisburgh; IDATE, Escalas Beck
Maringá e região. Em virtude da necessidade de (BDI, BHS) encontrou-se erros ou falta de
afastamento físico, toda a abordagem foi feita respostas em algumas questões. Deste modo, só
pelas plataformas do Gmail e Google Forms, foram computados para a análise final os
quepermitemacessogratuitoesem questionários que se encontravam completos e
corretamente respondidos. A partir deste ponto,
iniciou-se a análise dos resultados, por meio de
planilha do Excel.
Extensão “De museu para museu: intercâmbio,
(TCLE) para participação na pesquisa. De3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
posse das respostas com o aceite para
participação napesquisa, os formulários com osResponderamaoquestionário
questionários foram enviados. Após o envio do sociocultural93mulheres. Apesardas
primeiro questionário, cada participante teve vantagens da pesquisa online, como maior
até quatro dias para devolvê-lo preenchido. Na alcance de participantes, flexibilidade,
sequência,recebeuosegundoeassim economia de tempo e baixo custo,
sucessivamente. Cada formulário apresentava desvantagens que atuam como empecilhos
uma introdução com explicações sobre os durante a coleta de dados. Dentre as potenciais
procedimentos para o preenchimento. Para esta desvantagens está a falta de habilidade dos
coleta de dados, utilizou-se como critérios de correspondentes, dependência de recursos
inclusão e exclusão, respectivamente: 1) Fazer tecnológicos, percepção de spam pelo correio
parte dos contatos de e-mails do Projeto de eletrônico e baixa taxa deresposta,
principalmente em questionários longos e que
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marcaram sono insuficiente. Em comparação,
9,6% das mulheres marcaram nota dez (sono
suficiente), 21,5%marcaram nota 8 e3,2%nota
um.
em mudanças nos horários de dormir e acordar.
qualidade do sono antes e durante a pandemia,
em uma escala 1 (um = péssimo) a 10 (dez =
suficiente), verificou-se que antes da pandemia,
12,9% deram nota dez, 24,7% das mulheres
exigem maior concentração (VIEIRA et al., Somado a isso, fatores sociais e biológicos
2010). Há de se considerar também o contexto que favorecem a predisposição de insônia e
atual da pandemia do COVID-19, em que o matutinidade em mulheres. Fischer (2017)
trabalho eestudos despendem ainda mais tempo indica que a contribuição para o desequilíbrio
de tela, o que gera maior cansaço e aversão às de sono pode estar relacionada a fatores
atividades online. familiares, uma vez que responsabilidades
Quando questionadas sobre a que são “culturalmente femininas” como as
tarefas domésticas e cuidado com os filhos que
podem influenciar no ritmo circadiano.
No que diz respeito às notícias sobre a
pandemia, 95% das mulheres responderam que
sono suficiente, 26,8% marcaram oito e 1%
deram nota nove, 24,7% das mulheres deram acompanham, destas, 43% afirmaram
nota oito e 1% nota um. Em contrapartida, acompanhar com frequência de 5 a 7 vezes por
durante a pandemia, apenas 7,5% das mulheres semana. Quando questionadas a respeito do
avaliaram a qualidade de sono com nota meio usado para obter informações sobre o
máxima, 15% com nota nove, 23,6% com nota coronavírus e pandemia, 9,3% mulheres
oito e 2,1% nota um. responderam que consultam preferencialmente
Em relação à quantidade de sono, páginas de internet com informações
antes e durante a pandemia, em uma escala de 1científicas, 17,2% assistem canais abertos de
(um = insuficiente) a 10 (dez = suficiente),televisão e 72% mulheres consultam sites como
nota-se que, antes da pandemia, 15% dasogoogle,comconteúdocientífico,
mulheres entrevistadas marcaram dez, comofacebook/instagram/twitter e canal fechado de
televisão.
Quando questionadas sobre a sensação
durante a pandemia, observou-se que apenasde ansiedade em relação aos riscos à saúde
ocasionados pela pandemia da COVID-19, em
uma escala de 1 a 10 (1=um para bom controle
da ansiedade e 10=dez muito ansiosa), 50% das
Em decorrência da pandemia demulheres indicaram escala acima de sete. Em
dehorários, devido ao isolamento social, resulta
COVID-19,observou-seumaquedanarelação exposição ao sol, em escala de 1 a 10
quantidade e qualidade de sono, podendo-se(sendo 1 para10%deexposição e10 para100%
correlacionar fatores externos como causas dasde exposição), 86% responderam que suas
diferenças dos padrões de sono antes e durantecasas permitem exposição ao sol diariamente,
a pandemia, tendo em vista que a flexibilidadecontudo, 46,2% responderam um, afirmando
que durante o período de home office não estão
se expondo suficientemente ao sol. Em relação
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Relações entre estilo de vida e padrão de sono durante a pandemia da Covid-19
ZHAO, 2020). Além disso, a diminuição na
fator de exposição à telas à noite que influencia
à exposição a telas de celular/computador nona qualidade do sono (CELLINI et al., 2020). A
demonstrada em estudos anteriores (HUANG;
período noturno, 72% das mulheres exposição excessiva à luz azul projetada nas
responderam que costumam levar o telas, especialmente à noite, afeta a produção
celular/computador para a cama à noite. natural de melatonina, hormônio produzido
De acordo com os resultados do pelo corpo que ajuda a adormecer
questionário sociocultural, é expressivo o (SCHAEFER; KUNZ; BES, 2017). Dessa
número de mulheres que passam grande parte forma, esse conjunto de comportamentos levam
do tempo se concentrando em informações ao maior estado de ansiedade, alterações de
relacionadas ao COVID-19. Isso pode estar humor e consequentemente à interferência do
relacionado com a classificação da ansiedade padrão de sono. Assim, o sono é fundamental
em relação aos riscos à saúde ocasionados pela para o funcionamento eficaz do sistema
pandemia, uma vez que foi apresentada uma imunológico, tendo em vista que promove o
alta escala de preocupação, também bem estar emocional e mental, ajudando a
superar o estresse, a ansiedade e a depressão
(KILANI et al., 2020).
restrição social e home office. Ademais, o
qualidade do sono está relacionada a mudançasNo tocante ao perfil de cronotipos
de horários sociais e de trabalho. Ainda, (Gráfico 1),93mulheresresponderam
alterações nos horários de alimentação, a completamente ao formulário. Destas, 14%
reduzida exposição ao soleatividades limitadas apresentaram perfilcaracterísticode
durante o dia também podem influenciar no matutinidade,45% mostraram-se como
ritmo circadiano e consequentemente afetar a moderadamente matutinas, 27% indiferentes,
qualidade e quantidade do sono. (SILVA et al., 11%moderadamente vespertinas e 4%
2020; VAN DE LANGENBERG et al., 2019). vespertinas. Pessoas com tendência à
De fato, esses dados confirmam os resultados matutinidade apresentam escore entre 77 a 86;
encontrados nos questionários, em que 46,2% moderadamente matutinas, 66a 76;
dasmulheresafirmaramnãoseexpor indiferentes, 45 a 65;moderadamente
suficientemente ao sol durante o período de vespertinas 34 a 44 e com tendência à
vespertinidade entre 16 a 33 (SILVA et al,
1990).
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cruzar esses dados com a faixa etária, observa-
os obtidos no perfil de cronotipos verifica-se
que 78% das matutinas tiveram classificação
depressão e 3% apresentaram escore grave. Ao
Em relação ao questionário BDI, entree moderada para depressão, respectivamente.
as75mulheresqueresponderamApresentaram-se com tendência grave para a
completamente ao questionário, verificou-sedepressão 17% das mulheres com perfil
que 69% apresentaram escore mínimo paramoderadamentevespertinoe5%das
indiferentes.
Em relação ao cronotipo e estado
Ao comparar-se os dados do BDI com
se que 76% das mulheres com escore mínimoemocional das voluntárias, os resultados
encontravam-se na faixa etária acima de 60evidenciaram predomínio de padrões de
anos (pós-menopausa).matutinidade entre as mulheres avaliadas.
Pode-se haver correlação entre a matutinidade e
o score mínimo para depressão, principalmente
em mulheres na faixa etária acima de 60 anos.
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mínima para depressão enquanto 22% tiveramNesse sentido, esses resultados corroboram
classificaçãomoderada.Entreascom estudos anteriores em relação ao aumento
moderadamente matutinas, 74%, 19% e 6%dopadrãodematutinidadecomo
classificaram-se com intensidade mínima, leveenvelhecimento (DÍAZ-MORALES; PARRA-
Gráfico 1 – Dispersão de perfil de cronotipos por idade em 93 mulheres com idade superior a 30 anos.
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Relações entre estilo de vida e padrão de sono durante a pandemia da Covid-19
em mulheres de meia idade, independente de
do futuro imediato e remoto. Ao comparar-se
esses dados com as faixas etárias verifica-se
acima de 60 anos, 7%, nas faixas etárias entre
40 e 49 e acima de 60 anos e 3% das mulheres
a 4 vezes para depressão durante a transição
ROBLEDO, 2018). Reforça-se essa correlaçãoque o estrogênio afeta a função cerebral
depressão em direção ao cronotipo vespertino
com o fato das mulheres que apresentaramenvolvidas no humor, sono efunções cognitivas
vespertinidade ou indiferença terem tendência(SOARES; SHEA, 2021). Todavia, vale
grave para depressão, conforme observado nosressaltar que o contexto pandêmico afetou
resultados do inventário BDI e BHS. De fato,diretamente as variações deansiedadeepadrões
estudos prospectivos indicam uma tendênciade sono. Um estudo realizado em populações
linear significativa no aumento do risco dechinesas em quarentena evidenciou que o
confinamento devido à pandemia de COVID-
19 está associado ao aumento dos níveis de
outros fatores de saúde e estilo de vida patologias psicológicas como depressão,
(VETTER et al., 2018). ansiedade e má qualidade do sono (KILANI et
Obteve-se83questionáriosBHSal., 2020).
18% leve, 4% moderada e 2% grave a respeito
preenchidos corretamente. Destes, 76% Para o inventário de ansiedade IDATE
apresentaram expectativa negativa mínima, atingiu-se 76 respostas. Comparando o gráfico
IDATE-traço (gráfico 3) com o IDATE-estado
(gráfico 2), observou-se quehouveum aumento
debaixo para médio nos níveis deansiedade em
que 86% das mulheres com escore mínimo,todas as faixas etárias estudadas. Além disso,
encontram-se nas faixas etárias entre 30 e 39 efeita a mesma comparação entre os dois
gráficos, nas faixas etárias de 50 a 59 anos
dobrou-se o resultado da classificação de alto
queapresentaramexpectativanegativanível de ansiedade (de 3% para 6%). Ainda, foi
estudos que sugerem um risco aumentado de 2
moderada estavam na faixa etária entre 50 e 59possível observar que em mulheres acima de 60
anos. As voluntárias com faixa etária entre 40 eanos, que não apresentaram altos níveis de
49 anos apresentaram maiores percentuaisansiedade IDATE-traço passaram a apresentar
quanto ao nível de ansiedade elevado enquanto6% de alto nível de ansiedade enquanto estado.
traço e estado. Esse fato está relacionado comDessa forma, nota-se a nítida influência da
panda restrição social no aumento dos níveis de
ansiedade das voluntárias enquanto estado, que
para a menopausa em comparação com os anosremete ao estado atual das voluntárias na
de pré-menopausa ou pós-menopausa, uma vezpandemia.
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 1, p. 202 - 216, ano 2022
211
Bernardi, Belenello e Mello, 2022
Gráfico 2 Distribuição por faixaetária do IDATE-estado deansiedadeem 76 mulheres com idadeacima
de 30 anos.
Gráfico 3 – Distribuição por faixa etária do IDATE-traço de ansiedade em 76 mulheres com idade acima
de 30 anos.
Cruzando dados do IDATE com os obtidos noansiedade transitória relacionada à pandemia,
PSQI (gráfico 4), percebe-se que 91% dasnota-se que 22% das mulheres com distúrbio do
mulherescomboaqualidadedosonosono encontravam-se em uma condição altos
apresentaram baixo estado de ansiedadeníveis de ansiedade enquanto estado e 11%
enquanto traço e 55% baixo estado deenquanto traço, evidenciando o aumento de
ansiedade enquanto estado, indicando umamédio para alto nível de ansiedade relacionado
ligação entre níveis baixos de ansiedade e boacom a presença de distúrbio de sono entre as
qualidade subjetiva de sono. Ao avaliar avoluntárias.
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 1, p. 202 - 216, ano 2022
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Relações entre estilo de vida e padrão de sono durante a pandemia da Covid-19
Gráfico 4 – Comparação entre IDATE (Estado-Traço) de ansiedade e qualidade subjetiva do sono (PSQI)
em mulheres com idade acima de 30 anos.
enquanto estado entre as voluntárias, uma vez
que tanto as mulheres com boa/ruim qualidade
COVID-19 no aumento dos níveis de ansiedade
Reforça-se o que foi mencionado, comHAWKLEY, 2016; RICO-URIBE, 2018).
os resultados dos questionários do IDATE comDesse modo, a imprecisão quanto a duração da
os obtidos no PSQI, a nítida influência dapandemia e, consequentemente, a restrição
social também pode acarretar efeitos negativos
na saúde mental.
de sono e mulheres com distúrbios no sono4. CONCLUSÃO
apresentaramalteraçõesnosníveisde
ansiedade enquanto traço e estado. EstudosA partirdaanálisedosdados
comprovamquesituaçõesestressantes apresentados, nota-se que a qualidade subjetiva
influenciam negativamente asaúde do sono sofreu queda significativa de acordo
psicossocial, como o isolamento social em com questionáriosdeautopercepção
decorrência do coronavírus (LUHMANN; respondidos pelas voluntárias. Observou-se
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 1, p. 202 - 216, ano 2022
213
Bernardi, Belenello e Mello, 2022
também aumento considerável nos níveis de
ansiedade em todas as faixas etárias estudadas
e uma relação entre cronotipos, fatores
hormonais e tendência à depressão entre as
mulheres. Nesse sentido, mulheres de meia
idade possuem cronotipos que variam de
moderadamente matutinos à moderadamente
vespertinos, maior flutuação hormonal e
maiores níveis de ansiedade. Esses fatores estão
relacionados ao maior risco de depressão e à
presença de distúrbios de sono.
Dessa forma, pode-se inferir que o
bem-estar psicológico e o sono oscilam de
acordo com as influências ambientais e sociais.
É consenso entre os autores citados que
situações estressantes, como o isolamento
social, podem influenciar negativamente a
saúde psicossocial. A imprecisão quanto a
duração da pandemia e a restrição social
também podem acarretar efeitos negativos na
saúde mental.
Sendo assim, ações que levam ao
autoconhecimento e ao autocuidado podem
contribuir para o reconhecimento dos primeiros
sinaisdealteraçõesdosonoe,
consequentemente,do humor, permitindo
melhor controle e acompanhamento das
situações reais de conflito externo. Por fim, as
participantes, após receberem o feedback dos
resultados da pesquisa, foram orientadas à
promoção de medidascomportamentais
relacionadas à higiene do sono, o que poderá
repercutir positivamente na qualidade de vida e
de sono.
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