Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 58-73, 2022
www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/ArqMudi
ARTIGO ORIGINAL
ACTIGRAFIA COMO FERRAMENTA PARA AVALIAR O RITMO DO
CICLO SONO VIGÍLIA DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
Jéssica Regina Belenello
1
Universidade Estadual de Maringá
ra116506@uem.br
Abikeilla Ariane B. G. Bernardi
2
Universidade Estadual de Maringá
ra117660@uem.br
Sônia Trannin de Mello
3
Universidade Estadual de Maringá
stmello@uem.br
Resumo
A actimetria, através dealgoritmos, mostrou-seútil paraanálise
não paramétrica dos ritmos biológicos de atividade/repouso. O
padrão de atividade e repouso foi verificado (Actímetro
Condor®), durante 30 dias em 5 mulheres (> 30 anos), entre
julho e agosto de 2020. Foi aplicado questionário sociocultural
elaborado pelas autoras. Participantes A, B, C, D, E com 39,
46, 54, 55 e 61 anos, respectivamente. Todos os actogramas
evidenciaram irregularidades para dormir e acordar durante a
semana, com aumento das horas de sono aos finais de semana.
Todas referiram piora na qualidade do sono comparado com
antes da pandemia. As participantes apresentaram ansiedade
durante a avaliação com pontuação > 8 em escala de 0 a 10.
Conclui-se, portanto, que o sono sofre influência ambiental e
social. Ações que levam ao autoconhecimento e autocuidado
contribuem para o reconhecimento dos primeiros sinais de
alteraçõesdosonopermitindomelhorcontrolee
acompanhamento das situações reais de conflito externo.
Palavras-chave: actigrafia; pandemia; coronavírus.
Belenello, Bernardi e Mello, 2022
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 58-73, 202259
ACTIGRAPHY AS A TOOL TO EVALUATE THE SLEEP RHYTHM VIGILIA DURING THE
COVID-19 PANDEMIC
Abstract
Actimetry, through algorithms, proved to be useful for non-parametric analysis of biological activity/rest rhythms. The
pattern of activity and rest was verified (Actimeter Condor®), for 30 days in 5 women (> 30 years), between July and
August 2020. We applied a sociocultural questionnaire prepared by the authors. Participants A, B, C, D, E aged 39, 46, 54,
55 and 61 years old, respectively. All actograms showed irregularities in sleeping and waking up during the week, with
increased hours of sleep on weekends. All reported worsening of sleep quality compared to before the pandemic. The
participants presented anxiety during the assessment with a score > 8 on a scale from 0 to 10. It is concluded, therefore,
that sleep is influenced by environmental and social issues. Actions that lead to self-knowledge and self-care contribute
to the recognition of the first signs of sleep disorders, allowing better control and monitoring of real situations of external
conflict.
Keywords: actigraphy; pandemic; coronavirus.
1. INTRODUÇÃO
Hipócrates, considerado o pai da Medicina, associava a privação do sono ao aborrecimento e
à tristeza (CARDOSO et al., 2009). Seguindo a linha de raciocínio do médico e filósofo grego,
observa-se que as perturbações na qualidade do sono causam efeitos negativos como a alteração da
homeostasia interna, diminuição da resposta imune, alterações do humor e dificuldades de memória.
Com isso, os transtornos do sono têm sido tema de muitas pesquisas no Brasil e no mundo, tendo em
vista todas essas repercussões negativas que a sua supressão causa. Além do mais, há uma pandemia
causada por uma doença viral, denominada SARS-COV-19, que tem gerado prejuízo ao sono das
pessoas, uma vez que trouxe preocupações com a saúde, economia, além de mudanças na qualidade
de vida.
Os primeiros registros da COVID-19 foram realizados em dezembro de 2019 na cidade
chinesa de Wuhan, capital da província de Hubei e, no Brasil, o primeiro caso confirmado foi em São
Paulo - SP - no dia 26 de fevereiro de 2020 (SOUZA et al., 2020). Em 12 de março de 2020, a
Organização Mundial da Saúde declarou estado de pandemia devido à disseminação global do vírus
e às milhares de mortes causadas por ele (CIOTTI et al., 2020).
O confinamento domiciliar foi adotado com o objetivo de aliviar a disseminação de doenças,
uma vez que restringe o contato com familiares, amigos e convívio social. Esta medida torna-se
importante também pelo fato de propiciar condições para que as redes públicas e particulares de
saúde se preparem para receber e atender pacientes contaminados. No Brasil, assim como em outras
partes do mundo, optou-se pelo isolamento social e, desse modo, foram fechadas escolas,
Actigrafia como ferramenta para avaliar o ritmo do ciclo sono vigília durante a pandemia da covid-19
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 58-73, 202260
universidades, comércios não essenciais, áreas públicas e de lazer e, etc. Contudo, essa medida tem
causado impacto na vida das pessoas, como solidão, ansiedade e depressão (BEZERRA et al., 2020;
XIE et al. 2020).
A cronobiologia é a área responsável por estudar características temporais dos seres vivos,
os chamados ritmos biológicos. Estes são gerados endogenamente e controlados por osciladores. O
ciclo sono vigília é um exemplo deste ritmo. O sono possui várias funções biológicas fundamentais,
desde a consolidação da memória até a restauração do metabolismo energético cerebral, incluindo a
homeostase corporal, seja pela normalização das funções endócrinas, seja pelo controle da
temperatura corpórea (RIBEIRO et al., 2014).
A qualidade do sono é um indicador importante de saúde, tendo em vista que contribui
sobremaneira para resposta de função imunológica ideal para prevenir infecções, sendo, portanto,
considerada como um importante indicador de saúde. Além disso, o bem-estar psicológico e o sono
são afetados por muitos fatores socioculturais, dentre eles o apoio social, entendido como o cuidado
e apoio que as pessoas sentem que recebem de outras pessoas, um fator significativo (XIAO et al.,
2020).
Um estudo para verificar a prevalência de cronotipos e a qualidade de sono de acadêmicos do
primeiro ano de um curso de medicina, no estado do Paraná, chama a atenção para a necessidade de
intervenções destinadas à promoção de ações preventivas e de autocuidado sobre a importância do
sono para o bem-estar físico, psicológico e cognitivo, tendo em vista que os resultados indicaram que
a população estudada é vulnerável à privação de sono, ao desenvolvimento de insônia primária e
transtornos dos ritmos circadianos com consequências múltiplas e diversas (MELLO et al. 2018).
Além disso, a privação de sono pode acarretar muitos problemas para os profissionais de saúde, de
forma que é importante a atenção ao papel dos processos cognitivos e metacognitivos para melhorar
a qualidade do sono (KHATONY et al., 2020).
Dados apontam que a qualidade do sono, insônia e perda de sono são queixas
generalizadas da população em geral (CELLINI et al. 2020). Com isso, pessoas com sintomas
depressivos mais graves e ansiedade apresentam mais distúrbios do sono no cenário da pandemia da
COVID-19, porém os que possuem um apoio social mais forte relatam melhor qualidade de sono e
menos sintomas psicológicos (XIAO et al. 2020).
Além do mais, o confinamento domiciliar levou a uma redução da atividade física e,
consequentemente, ao aumento da exposição à tela de computadores, televisões e celulares, o que
pode contribuir para as perturbações de sono (MAJUMDAR; BISWAS; SAHU, 2020). Sabe-se que
o tempo de exposição à tela, quando em excesso, pode prejudicar a saúde e afetar os padrões e
Belenello, Bernardi e Mello, 2022
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 58-73, 202261
duração do sono de forma grave. Pode-se dizer que isso se deve à supressão da produção da
melatonina, hormônio do sono, por meio da luz azul que é emitida pelas telas dos aparelhos, quando
utilizados no período noturno (CALVO e TAPIA-AYUGA 2020; CHRISTENSEN et al. 2016).
Desse modo, a exposição à luz azul antes de deitar-se está correlacionada à perturbação do
sono, ou seja, à redução da duração e sua ineficiência, isso em qualquer faixa etária (VALLANCE et
al. 2015; WU et al., 2017). Outros estudos associaram a presença de adversidades em períodos
iniciais da vida (Early Life Adversity - ELA), humor, sono, sintomatologia de dor e otimismo na
idade adulta, e verificaram associações positivas entre maior distúrbio do sono e humor negativo,
sugerindo que recursos de resiliência, como otimismo e controle podem amortecer algumas dessas
vias (MATHUR; GRAHAM-RANGELAND; SMYTH, et al., 2019).
A actigrafia emerge como um método de avaliar de forma objetiva os parâmetros do sono,
fornecendo as estimativas da duração e continuidade do mesmo. O método envolve a aquisição de
dados utilizando um sensor de movimentos utilizado ininterruptamente no pulso não dominante, no
período de uma ou mais semanas. Os algoritmos estabelecem episódios de sono através da análise de
minutos contínuos de baixo ou nenhum movimento, ou de intervalos de tempo em que o movimento
é respectivamente baixo quando comparado aos movimentos durante o período de vigília
ambulatorial (GONÇALVES, 2015).
As vantagens do uso da actigrafia em detrimento do uso da polissonografia está relacionada
com a sua natureza não invasiva, ao custo-benefício, ao menor estresse sobre os pacientes ou
participantes da pesquisa e também por sua capacidade de coleta de dados ao longo de vários dias e
noites, algo que permite o exame dos padrões de sono-vigília (WALIA; MEHRA, 2019).
Dentro deste contexto, esta pesquisa buscou analisar os efeitos do isolamento social, durante a
pandemia da COVID-19, na qualidade de vida de mulheres com idade superior a trinta e cinco anos. O
objetivo foi verificar o padrão de atividade e repouso através da actigrafia, tendo como alvo de pesquisa
5 mulheres que foram sorteadas dentre as 100 partipantes, com idade entre 30 e 65 anos, na cidade de
Maringá-PR e região (em um raio de até 120 km), para usar o relógio de pulso (ActTrust-Actímetro), ao
longo das 24 horas do dia, analisando a influência do estado de ansiedade nos ritmos biológicos para que,
por meio desses registros, fosse possível propor e direcionar ações que minimizem os danos à saúde
decorrentes da dessincronização.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Inicialmente foram enviados e-mails para a lista de possíveis participantes, perguntando se
poderia ser enviado um formulário-convite (TCLE) para participação na pesquisa. Foram sorteadas
5 mulheres, dentre as 100 participantes, com mais de 30 anos e residentes na cidade de Maringá para
Actigrafia como ferramenta para avaliar o ritmo do ciclo sono vigília durante a pandemia da covid-19
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 58-73, 202262
fazer parte do grupo Actímetro. De posse das respostas com o aceite para participação na pesquisa
iniciou-se a fase de coleta de dados. Para o registro dos padrões de atividade e repouso circadiano,
as participantes usaram no braço não dominante, durante 30 dias, inclusive durante a noite enquanto
dormiam, um relógio de pulso (ActTrust-Actímetro) da marca Condor®. Os actímetros tiveram suas
baterias carregadas, foram lavados, desinfectados com álcool à 70%, acondicionados em sacos
herméticos transparentes e levados pessoalmente por uma das pesquisadoras, em horário agendado
pelas participantes, na casa de cada uma delas, onde as mesmas receberam informações sobre tempo
e cuidados para o uso. Todas as precauções necessárias para evitar contaminação e transmissão do
coronavírus foram rigorosamente respeitadas. Durante o período de uso dos actímetros as
pesquisadoras ficaram disponíveis, pelo whatsapp, e-mail, telefone, para sanar qualquer dúvida ou
dificuldade que porventura qualquer uma das participantes pudesse apresentar. Após transcorridos
os 30 dias de uso, os actímetros foram recolhidos e passaram por todo o processo de desinfecção
antes de iniciarmos a fase de avaliação dos registros obtidos. A partir deste ponto, iniciou-se a análise
dos resultados coletados para o entendimento do padrão de sono em situação de pandemia,
quarentena e home office. Excluímos o primeiro e último dia dos registros para diminuir a margem
de erro. Durante o uso dos actímetros os formulários com os questionários/inventários foram
enviados.
Com afinalidadede analisar o padrão temporal de atividadeerepouso e ainfluência do estado
de ansiedade nos ritmos biológicos durante a pandemia da COVID-19, utilizou-se ferramentas
amplamente válidas em estudos cronobiológicos, como questionários e actímetro.
2.2. Das ferramentas de pesquisa
2.2.1. Actímetro: Para registrar o comportamento do sono e a ritmicidade da atividade de
repouso circadiano, 5(cinco) participantes usaram no braço não dominante, durante 30 dias,inclusive
durante a noite enquanto dormiam, um relógio de pulso (ActTrust-Actímetro) da marca Condor®. O
ActTrust é um actígrafo desenvolvido especificamente para efetuar medições precisas de atividade e
repouso, luz e temperatura do pulso, sendo ideal para pesquisa na área da cronobiologia
(GONÇALVES et al., 2015).
2.3. Da coleta de dados
2.3.1. Do Actígrafo
Para o registro dos padrões de atividade e repouso circadiano, foram sorteadas,
aleatoriamente, 5 (cinco) participantes dentre as 100, utilizando como critério de inclusão para este
sorteio: ser residente na cidade de Maringá-PR. Os actímetros foram carregados, lavados,
Belenello, Bernardi e Mello, 2022
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 58-73, 202263
desinfetados com álcool a 70%, acondicionados em sacos herméticos transparentes e levados, em
horário agendado pelas participantes, na casa de cada uma delas, onde receberam informações sobre
tempo ecuidados parao uso. Todas as precauçõesnecessárias paraevitarcontaminação etransmissão
do coronavírus foram rigorosamente respeitadas. Para essa ferramenta, utilizou-se como critérios de
inclusão e exclusão, respectivamente:
1) Para o uso do actímetro: fazer parte dos contatos de e-mails do Projeto de Extensão “De
museu para museu: intercâmbio, divulgação e utilização de espaços não formais de educação”
(Processo nº: 9466/2011 Vol. 1); ser residentenacidadede Maringá; ser do sexo feminino, com trinta
anos ou mais. Critério de exclusão: não se encaixar em todos os critérios de inclusão para este grupo.
2.3.2. Carta convite, Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e
Questionários
Buscou-se uma lista de contatos de pessoas que participam regularmente das ações
promovidas pelo Projeto de Extensão “De museu para museu: intercâmbio, divulgação e utilização
de espaços não formais de educação” (Processo nº: 9466/2011 Vol. 1). Este projeto de extensão teve
como objetivo promover e divulgar ações de intercâmbio realizadas entre o Museu Dinâmico
Interdisciplinar da Universidade Estadual de Maringá (MUDI/UEM) e outros espaços de educação
não formal, como museus, reservas, parques, nacionais einternacionais. As pessoas quefizeram parte
desta lista atuam na área da educação e nas mais variadas profissões, residindo em cidades que
abrangem a cidade de Maringá região. As ações pedagógicas deste projeto são de responsabilidade
do MUDI/UEM, enquanto as ações de divulgação para os intercâmbios ficam sob o crivo da
Associação de Amigos do MUDI/UEM, que tem a guarda da lista de contatos de e-mails. Haja vista
o MUDI/UEM ter como principal objetivo adivulgação epopularização da Ciência, as pesquisadoras
se comprometeram a redigir um artigo científico de popularização sobre o tema estudado, que foi
submetido para publicação na Revista do Museu Dinâmico Interdisciplinar da UEM
(http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/ArqMudi/index). Em virtude da necessidade de
afastamento físico, todaaabordagem foifeitapelasplataformas do Gmail, GoogleForm, GoogleMet,
WhatsApp ou Whereby, que permitem acesso gratuito e sem necessidade de download. Para proteger
a integridade e o anonimato das participantes, informou-se que não constaria nome em nenhuma
planilha e formulário, sendo que os mesmos somente poderiam ser acessados por meio de senha e
pelo computador de uma das pesquisadoras. As pesquisadoras se comprometeram em garantir a
privacidade, sigilo e confidencialidade rigorosamente de acordo com o contido nas Resoluções CNS
466/2012 e 510/16. Após análise e publicação dos resultados em revista científica, todos os
arquivos foram destruídos por uma das pesquisadoras.
Actigrafia como ferramenta para avaliar o ritmo do ciclo sono vigília durante a pandemia da covid-19
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 58-73, 202264
Para garantir a liberdade de participação, primeiramente foram enviados para os contatos da
lista, um e-mail, solicitando permissão para o envio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE). Quando o número de participantes que aceitarem receber o TCLE foi atingido, iniciou-se o
envio do formulário contendo o TCLE, na forma de carta convite. Neste mesmo formulário, para
garantir a consolidação da democracia por meio da socialização da produção de conhecimento
resultante da pesquisa, as participantes puderam optar em receber ou não os resultados que foram
obtidos com as ferramentas utilizadas, acompanhados de um breve relatório.
Toda e qualquer dúvida foi esclarecida por meio de contato por WhatsApp ou
GoogleMeet/Whereby (https://whereby.com/trannin), que permitiram chamadas individuais por
meio de videoconferência. Após termos recebido as respostas de aceite no TCLE, foram enviados os
questionários. Após o envio do primeiro questionário, as participantes tinham até quatro dias para
devolvê-lo preenchido. Na sequência, foi recebido o segundo e assim sucessivamente. Cada
formulário apresentava uma introdução com explicações sobre os procedimentos para o
preenchimento.
4.4. Da formação dos grupos
4.4.1. Grupo dos Questionários: Composto por 100 participantes que responderam somente
aos questionários que permitem mensurar perfil de cronotipo, qualidade subjetiva de sono,
sociocultural e de escalas de comportamentos que envolvem sintomas de ansiedade.
4.4.2. Grupo Actímetro: Foi constituído por 5 (cinco) participantes sorteadas do grupo
Questionários, que usaram no braço não dominante, durante 30 dias seguidos inclusive enquanto
estavam dormindo e quando foram tomar banho um relógio de pulso, denominada ActTrust-
Actímetro, da marca Condor®. O ActTrust é um actígrafo desenvolvido especificamente para efetuar
medições precisas de atividade e repouso, luz e temperatura do pulso, sendo ideal para pesquisa na
área da cronobiologia (GONÇALVES et al., 2015). Além disso, as participantes deste grupo
responderam questionários quepermitiram mensurar perfildecronotipo, qualidadesubjetivadesono,
sociocultural e de escalas de comportamentos que envolvem sintomas de ansiedade.
3. RESULTADOS E DISCUSÃO
Participaram da pesquisa 5 voluntárias A, B, C, D, E com 39, 46, 54, 55 e 61 anos,
respectivamente. Na Tabela 1, observa-se que o tempo total de sono para A foi de, no mínimo, 06h00
Belenello, Bernardi e Mello, 2022
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 58-73, 202265
e, no máximo, 14h02, com média de 11 despertares noturnos e WASO (tempo total acordada, em
horas, durante o sono principal) de 01h08. Para B, 05h10 e 09h14, com média de 21 despertares e
WASO de 02h16. Participante C, 05h23 e 10h16, com média de 10 despertares e WASO de 01h36.
Para D, 06h02 e 11h38, com média de 16 despertares e WASO de 01h57. Participante E, 05h16 e
08h14 minutos, com média de 10 despertares noturnos e WASO de 56 minutos. As 5 voluntárias
apresentaram ritmo circadiano regular.
Legenda: Latência do sono: período até adormecer; Eficiência de sono: nº de minutos de sono / nº de minutos na cama;
Despertares: interrupção do sono que duram de 3 a 15 segundos.
Em relação à acrofase movimento, de acordo com a Tabela 2, observou-se que, durante 28
dias, as participantes A, B, C, D e E, apresentaram pico de atividade corporal nos horários 14:56:46,
15:53:25, 12:50:09, 14:34:37 e 13:04:11, respectivamente. Na acrofase de temperatura, medida
através do actímetro de pulso, as participantes A, B, C, D e E indicaram pico nos horários 04:20:59,
02:57:44, 23:51:47, 03:01:48 e 01:23:47, respetivamente. No que se refere à acrofase exposição à
luz, as participantes A, B, C, D e E, apresentaram 11:55:16, 13:17:15, 12:43:18, 15:14:26 e 12:31:39.
Tabela 2: Acrofase (pico de atividade corporal) para movimento, temperatura e exposição à luz, de cinco mulheres, com
idade superior a 30 anos, e uso de actígrafo Condor®, durante 28 dias.
Tabela 1: Registro de atividade/repouso de cinco mulheres, com idade superior a 30 anos, e uso de actígrafo Condor®,
durante 28 dias. Os dados são apresentados como: mínimo, máximo e média, respectivamente
Actigrafia como ferramenta para avaliar o ritmo do ciclo sono vigília durante a pandemia da covid-19
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 58-73, 202266
Além disso, todos os actogramas evidenciaram irregularidades para dormir e acordar durante
a semana com aumento das horas de sono aos finais de semana. Todas referiram piora na qualidade
do sono quando comparado a antes da pandemia. Questionadas sobre o estado de ansiedade em
relação ao momento atual, em uma escala de zero a dez, as participantes A, B, C e D responderam 9,
e E respondeu 8. Em relação ao medo de possíveis riscos à saúde e financeiro, A, C e D marcaram 8,
B e E marcaram 6 para a saúde. A, B e C marcaram 9, E marcou 6 e D marcou 8 para o financeiro.
Os resultados obtidos com questionários/inventários são evidenciados na Tabela 3. O
inventário de depressão (BDI) e escala de desesperança (BHS), são indicados para pessoas entre 17
e 80 anos de idade, sendo usado em pesquisa não só com pacientes psiquiátricos, mas também com
a população em geral. Criada por Beck e col., no Center for Cognitive Therapy (TCC) da
Universidade de Pensilvânia, em 1988. As perguntas do inventário BDI são organizadas em 21
grupos de afirmações que descrevem como a pessoa tem se sentido na última semana em relação a
alguns sintomas como tristeza, desânimo e culpa em uma série escalar de 0 a 3 pontos. A soma dos
escores individuais pode variar de 0 a 63.
Tabela 3 Resultados dos questionários/inventários que avaliam intensidade da depressão e medida de pessimismo
(BDI e BHS), IDATE Traço/Estado, que avalia ansiedade enquanto estado e traço, perfil de cronotipo e PSQI de cinco
mulheres, com idade superior a 30 anos, residentes na cidade de Maringá/Pr.
Participantes
BDI
BHS
IDATE–Estado/Traço
Cronotipo
PSQI
A
Mínimo = 7
Mínimo = 4
Médio 56/Médio 50
Indiferente = 46
Distúrbio de
sono = 13
B
Moderado = 24
Leve = 7
Alto 70/Alto 68
Moderadamente
vespertina = 40
Ruim = 8
Belenello, Bernardi e Mello, 2022
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 58-73, 202267
CModerado = 21
Leve = 6
Médio 58/Médio 49
Matutina = 78
Distúrbio de
sono = 15
DMínimo = 5
Leve = 6
Baixo 36/Baixo 34
Moderadamente
matutina = 67
Ruim = 8
EMínimo = 4
Mínimo = 1
Baixo 35/Baixo 26
Moderadamente
matutina = 63
Ruim = 5
Legenda: BDI e BHS: Mínima, leve, moderada e grave; IDATE Traço/Estado: Baixo, médio, alto; Cronotipo: 16 a 33
-Vespertinos; 34 a 44 -Vespertino moderado; 45 a 65 -Indiferentes; 66 a 76 -Matutino moderado; 77 a 86 -Matutino;
PSQI: Boa (0 a 4); ruim (5 a 10); presença de distúrbio de sono (>10).
O inventário BHS, apresenta como opção de escolha as assertivas “certo” ou “errado”,
permitindo avaliar a extensão das expectativas negativas a respeito do futuro imediato e remoto.
Dentre o total de itens, 9 deles, quando assinalados como “errado” e 11 como “certo”, caracterizam
a estimativa das expectativas negativas (mínima, leve, moderada e grave) frente ao futuro.
O inventário de ansiedade IDATE (Traço-Estado) foi desenvolvido por Spielberger et al., em
1970, traduzido e adaptado para o Brasil por Biaggio e Natalício em 1979. É um dos instrumentos
mais utilizados para quantificar componentes subjetivos relacionados à ansiedade. O IDATE
apresenta uma escala que avalia a ansiedade enquanto estado (IDATE-E) e outra que acessa a
ansiedade enquanto traço (IDATE-T). Enquanto o estado de ansiedade reflete uma reação transitória
diretamente relacionada a uma situação de adversidade que se apresenta em dado momento, o traço
de ansiedade refere-se a um aspecto mais estável relacionado à propensão do indivíduo a lidar com
maior ou menor ansiedade ao longo da vida.
O Questionário Cronobiológico permite definir o perfil do cronotipo de um indivíduo. Para
isso, Horne e Ostberg propuseram um questionário “A Self-assessment Questionnaire to Determine
Morningness-Eveningness in Human Circadian Rhythms”, publicado pelo International Journal of
Chronobiology, em 1976. Os escores variam de 16 a 86. Os escores maiores indicam indivíduos
matutinos e os menores, indivíduos vespertinos. A classificação em relação à matutinidade e à
vespertinidade segue o seguinte escore: 16 a 33, para indivíduos vespertinos; 34 a 44, para
vespertinos moderados; 45 a 65, para indiferentes; 66 a 76, para matutinos moderados; 77 a 86, para
matutinos (SILVA et al, 1990).
Actigrafia como ferramenta para avaliar o ritmo do ciclo sono vigília durante a pandemia da covid-19
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 58-73, 202268
O questionário Pittsburgh Sleep Quality (PSQI) permite avaliar a qualidade de sono e
sonolência diurna, tendo sido validado por Buysse et al. (1989). É composto por 19 itens e tem o
propósito de avaliar e identificar a qualidade e distúrbios do sono nos últimos trinta dias. Os itens são
utilizados como score para, subjetivamente, avaliar a qualidade do sono, a latência, a duração, a
sensação de sono suficiente, os distúrbios, uso de medicamentos e a sonolência diurna.
Neste estudo, optou-se pelo uso do actígrafo por ser comparado com a polissonografia, um
método de menor custo. Além disso, considerou-se o contexto atual da pandemia do COVID-19 em
que o uso do dispositivo (como um relógio de pulso) torna-se particularmente viável para o estudo
de indivíduos sem a necessidade de dormir em uma clínica, preservando assim, a segurança das
voluntárias. Além do mais, o actígrafo permite a avaliação do ciclo sono-vigília através do registro
da atividade motora dos membros, captação de luz e temperatura durante 24 horas. Dessa forma,
obteve-se informações como início do sono principal, tempo total de sono, latência do sono, tempo
na cama, despertares noturnos, WASO, eficiência do sono e acrofase (movimento, temperatura e
exposição à luz) das voluntárias na comodidade de suas residências.
Os resultados do actígrafo, de acordo com a Tabela 1, evidenciaram alterações de sono em
todas as 5 voluntárias. As participantes apresentaram despertares noturnos que variaram de 17 a 41
vezes. Além disso, possuem uma variação acentuada em horas dormidas (mínima e máxima) entre 5
e 14 horas respectivamente. Dessa forma, pode-se observar que há dias em que as voluntárias tentam
compensar a privação de sono dormindo mais horas quando podem. Os actogramas apontaram
irregularidades para iniciar e finalizar o sono ao longo da semana. Em algumas participantes
observou-se cochilos diurnos e em outras aumento de quantidade de horas de sono aos finais de
semana, indicando a compensação da privação de sono.
Ainda, de acordo com a Tabela 1, em 28 dias as voluntárias mostraram tempo máximo
acordadas, durante o sono principal, de 2 a 3h54, sendo um indicativo de insônia. Isso confirma com
estudos que indicam que o aumento no valor do WASO pode estar relacionado com a fisiopatologia
da insônia, uma vez que há uma hiperativação do indivíduo no período noturno (HEIN et al., 2017).
Desse modo, reforça-se o fato das participantes terem noites com maior duração de sono na tentativa
de compensar as horas de sono perdidas no decorrer dos dias.
A análise da Tabela 2 referente a acrofase de movimento. As participantes tiveram pico de
atividade corporal entre os horários 12:50 e 15:53, confirmando a preferência delas em executar
atividades durante o período diurno. Além disso, pode-se observar que a acrofase de temperatura
indicou pico entre os horários 23:51 e 04:20. Importante ressaltar que o pico de temperatura de pulso,
referido na Tabela 2, é inversamente proporcional à temperatura corporal interna. Com isso, temos
que o pico de liberação de melatonina pela glândula pineal ocorre entre esses horários, uma vez que
Belenello, Bernardi e Mello, 2022
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 58-73, 202269
o efeito soporífero desse hormônio está relacionado com esse efeito termorregulador em que ocorre
o aumento da sonolência e diminuição da temperatura corporal interna (LOK et al., 2019). Por fim,
os dados sobre a acrofase de exposição à luz indicam que, entre as voluntárias, o pico está entre os
horários 11:55 e 15:14. No entanto, cruzando esse resultado com os dados do questionário
sociocultural, 4 voluntárias apresentaram baixa exposição solar, o que também interfere no sono,
uma vez que há uma menor produção de vitamina D, importante para ativar a enzima que converte o
aminoácido triptofano em serotonina pela glândula pineal. Esta, com a diminuição da oferta de luz,
passa a ser convertida no hormônio melatonina, induzindo, assim, naturalmente o sono (PEREIRA
et al., 2020).
De acordo com a Tabela 3, que apresenta os resultados dos questionários BDI, BHS, IDATE-
estado/traço, cronotipo e PSQI, observa-se uma relação entre ansiedade, depressão, cronotipo e
qualidade de sono. Estudos prospectivos indicam uma tendência linear significativa no aumento do
risco de depressão em relação aos cronotipos matutino, intermediário e vespertino em mulheres de
meia idade, independente de outros fatores de saúde e estilo de vida (VETTER et al., 2018). De fato,
os resultados obtidos através do inventário BDI e cronotipo indicam que as mulheres com padrões
de matutinidade possuem score mínimo para depressão enquanto que mulheres com tendência à
vespertinidade têm maior tendência para depressão. Além disso, os resultados dos questionários do
IDATE com os obtidos no PSQI evidenciaram que as participantes com qualidade de sono ruim e as
com distúrbios de sono apresentaram alterações nos níveis de ansiedade enquanto traço e estado. Um
estudo realizado em populações chinesas em quarentena evidenciou que o confinamento devido à
pandemia de COVID-19 está associado ao aumento dos níveis de patologias psicológicas como
depressão, ansiedade e qualidade do sono (KILANI et al., 2020). Contudo, de acordo com o
inventário BHS, apesar do cenário pandêmico, as voluntárias apresentaram uma visão de mundo
otimista que equilibra as expectativas negativas relacionadas ao futuro imediato ou remoto.
A respeito das consequências da privação de sono, o prejuízo da consolidação da memória de
longo prazo, uma vez que, para que ela ocorra, é necessário uma boa qualidade de sono. Além disso,
observa-se declínios mnêmicos em indivíduos que apresentam distúrbios do sono. Ainda, convém
ressaltar que é durante o sono que ocorre o reparo neural em que é eliminado o acúmulo de moléculas
de adenosina nas células nervosas. Sabe-se que a adenosina somada a três moléculas de fosfato gera
energia através da molécula de ATP. Dessa forma, conforme o cérebro consome energia nas tarefas
diárias, as moléculas de fosfato se desprendem, restando o acúmulo de moléculas de adenosina no
tecido nervoso. Consequentemente, com a privação de sono, o reparo neural necessário torna-se
prejudicado, resultando na sensação de cansaço desde o acordar (GUIMARÃES et al., 2018).
Ainda sobre as consequências da privação de sono, há transtornos mentais como a depressão
e ansiedade, sendo as mais importantes, que podem ser desencadeadas devido à noites mal dormidas.
Actigrafia como ferramenta para avaliar o ritmo do ciclo sono vigília durante a pandemia da covid-19
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 58-73, 202270
Com isso, apesar das participantes não terem apresentado depressão, a qualidade de sono pode
ser um precipitador desses transtornos mentais, bem como transtornos neurológicos como epilepsia,
enxaqueca, doença de Alzheimer e doença de Parkinson, caso tenham predisposição para essas
doenças (LESSA et al., 2022). Importante ressaltar que as participantes desta pesquisa apresentaram
sintomas de ansiedade, segundo o IDATE, em menor ou maior grau, além do fato de também
apresentarem distúrbio do sono ou qualidade de sono ruim.
Dessa forma, é possível identificar que hábitos e comportamentos inadequados relacionados
ao momento de dormir e ao ambiente de sono, como utilização de equipamentos eletrônicos,
exposição de estímulos sonoros, luminosos e realização de atividade física de alta intensidade
próximos ao horário de dormir podem ser fatores causadores ou mantenedores de insônia. Sendo
assim, as participantes, após receberem o feedback dos resultados da pesquisa, foram orientadas à
promoção de medidas comportamentais relacionadas à higiene do sono, o que poderá repercutir
positivamente na qualidade de vida e de sono.
Dentre as práticas recomendadas destacam-se evitar a prática de atividades físicas após as 16
horas quando queixas de qualidade de sono. Além disso, a importância do aumento da
exposição solar devido à necessidade da produção de vitamina D que, como já foi mencionado, além
dos benefícios para os ossos, é essencial para manter a fisiologia do sono e do ritmo circadiano.
Ainda, controlar a ingestão de líquidos próximo ao horário de dormir contribui para diminuir a
nictúria, sendo um dos fatores que aumentam a necessidade de levantar-se durante a noite. Por fim,
como as participantes indicaram níveis de ansiedade, foi indicado, como medidas preventivas,
técnicas para diminuir o estado ansioso, entre elas meditação, caminhadas ao sol, andar de bicicleta
e atividades em contato com a natureza, buscando encontrar uma que melhor se adapte ao estilo de
vida de cada uma.
4. CONCLUSÃO
Pode-se inferir que, diante da problemática abordada, o sono sofre influência ambiental e
social. Todas as participantes referiram piora na qualidade do sono quando comparado a antes da
pandemia. Observou-se tentativas de compensação de sono aos finais de semana devido à privação
de sono ao longo da semana, além de mudança de hábitos quanto à maior carga horária de trabalho e
baixaexposição solar. Ainda, os resultados dos questionários confirmaram os estudos querelacionam
a piora da qualidade de sono, privação de sono e impacto na saúde mental.
Ações que levem ao autoconhecimento e ao autocuidado podem contribuir para o
reconhecimento dos primeiros sinais de alterações do sono, permitindo melhor controle e
acompanhamento das situações de conflitos internos e externos. Dessa forma, ao fim da pesquisa, as
Belenello, Bernardi e Mello, 2022
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 58-73, 202271
participantes receberam feedback e sugestões quanto a mudança no estilo de vida e higiene do sono,
que pode repercutir positivamente na melhora da qualidade de vida.
REFERÊNCIAS
CARDOSO, Hígor Chagas et al. Avaliaçãodaqualidadedo sonoem estudantes deMedicina. Revista
Brasileira de Educação Médica, v. 33, n. 3, p. 349-355, 2009. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/S0100-55022009000300005
.
Acesso em: 04 jun. 2021.
LEONE, M. J.; SIGMAN, M.; GOLOMBEK, D. A. Effects of lockdown on human sleep and
chronotype during the COVID-19 pandemic. Current Biology, v. 30, n. 16, p. R930–R931, 2020.
Elsevier Inc. Disponível em:
https://doi.org/10.1016/j.cub.2020.07.015
. Acesso em: 08 jun. 2021.
CIOTTI, M.; CICCOZZI, M.; TERRINONI, A.; et al. The COVID-19 pandemic. Critical Reviews
in Clinical Laboratory Sciences, v. 57, n. 6, p. 365–388, 2020. Disponível em:
https://doi.org/10.1080/10408363.2020.1783198
.
Acesso em: 07 jun. 2021.
SOUZA, C. D. F. DE; PAIVA, J. P. S. DE; LEAL, T. C.; SILVA, L. F. DA; SANTOS, L. G. Evolução
espaçotemporal da letalidade por COVID-19 no Brasil , 2020. Jornal Brasileiro de Pneumologia,
v. 46, n. 4, p. 1–3, 2020. Disponível em:
https://doi.org/10.36416/1806-3756/e20200208
.
Acesso em:
07 jun. 2021.
BEZERRA, Anselmo César Vasconcelos et al. Fatores associados ao comportamento da população
durante o isolamento social na pandemia de COVID-19. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, p. 2411-
2421, 2020. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/1413-81232020256.1.10792020
.
Acesso em: 11
jun. 2021.
XIE, Xinyan et al. Mental health status among children in home confinement during the coronavirus
disease 2019 outbreak in Hubei Province, China. JAMA pediatrics, 2020. Disponível em:
https://doi.org/10.1001/jamapediatrics.2020.1619
.
Acesso em: 11 jun. 2021.
RIBEIRO, Cairon Rodrigo Faria; SILVA, Yasmin Maria Garcia Prata da; OLIVEIRA, Sandra
Márcia Carvalho de. O impacto da qualidade do sono na formação médica. Revista Brasileira de
EducaçãoMédica.RioBranco,p.8-14.jan.2014.Disponívelem:
https://www.sbcm.org.br/ojs3/index.php/rsbcm/article/view/45
.
Acesso em: 18 jun. 2021.
MELLO, BJ; MELLO, ST; VIDOTTI, AP; MELLO, JM. Cronotipo e qualidade do sono de
acadêmicos do primeiro ano do curso de medicina da cidade de Maringá-PR. Revista Saúde e
Actigrafia como ferramenta para avaliar o ritmo do ciclo sono vigília durante a pandemia da covid-19
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 58-73, 202272
Pesquisa. V. 11 (2), p.287-292, 2018. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.177651/1983-
1870.2018v11n2p287-292
.
Acesso em: 18 jun. 2021.
KHATONY, Alireza et al. International nursing: a study of sleep quality among nurses and its
correlation with cognitive factors. Nursing administration quarterly, v. 44, n. 1, p. E1-E10, 2020.
Disponível em:
https://doi.org/10.1097/naq.0000000000000397
.
Acesso em: 23 jun. 2021.
CELLINI, Nicola et al. Changes in sleep pattern, sense of time and digital media use during COVID‐
19 lockdown in Italy. Journal of Sleep Research, p. e13074, 2020. Disponível em:
https://psycnet.apa.org/doi/10.1111/jsr.13074
.
Acesso em: 24 jun. 2021.
XIAO, Han et al. Social capital and sleep quality in individuals who self-isolated for 14 days during
the coronavirus disease 2019 (COVID-19) outbreak in January 2020 in China. Medical science
monitor: international medical journal of experimental and clinical research, v. 26, p. e923921-1,
2020. Disponível em:
https://dx.doi.org/10.12659%2FMSM.923921
.
Acesso em: 24 jun. 2021.
MATHUR; GRAHAM-ENGELAND; SLAVISH; SMYTH; LIPTON;KATZ; SLIWINSKI.
Recalled early life adversity and pain: the role of mood, sleep, optimism, and control. Journal of
behavioral medicine. 1573-3521. Vol. 41:(4), 2018. Disponível em:
https://doi.org/10.1007/s10865-
018-9917-8
.
Acesso em: 24 jun. 2021.
MAJUMDAR, Piya; BISWAS, Ankita; SAHU, Subhashis. COVID-19 pandemic and lockdown:
cause of sleep disruption, depression, somatic pain, and increased screen exposure of office workers
and students of India. Chronobiology International, v. 37, n. 8, p. 1191-1200, 2020. Disponível
em:
https://doi.org/10.1080/07420528.2020.1786107
.
Acesso em: 18 jun. 2021.
CHRISTENSEN, Matthew A. et al. Direct measurements of smartphone screen-time: relationships
with demographics and sleep. PloS one, v. 11, n. 11, p. e0165331, 2016. Disponível em:
https://doi.org/10.1371/journal.pone.0165331
.
Acesso em: 18 jun. 2021.
VALLANCE, Jeff K. et al. Associations of overall sedentary time and screen time with sleep
vetteoutcomes. American journal of health behavior, v. 39, n. 1, p. 62-67, 2015. Disponível em:
https://doi.org/10.5993/AJHB.39.1.7
.
Acesso em: 24 jun. 2021.
WALIA, Harneet K.; MEHRA, Reena. Practical aspects of actigraphy and approaches in clinical and
research domains. In: Handbook of clinical neurology. Elsevier, 2019. p. 371-379. Disponível em:
https://doi.org/10.1016/b978-0-444-64032-1.00024-2
.
Acesso em: 07 jul. 2021.
Belenello, Bernardi e Mello, 2022
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 58-73, 202273
GONÇALVES, B.SB.; ADAMOWICZ, T.; LOUZADA, F.M.; MORENO, C.R.; ARAUJO, J.F. A
fresh look at the use of nonparametric analysis in actmetry. Sleep Medicine Reviews. 20: 84-91,
2015. Disponível em:
https://doi.org/10.1016/j.smrv.2014.06.002
.
Acesso em: 07 jul. 2021.
HEIN, Matthieu et al. Hyperarousal during sleep in untreated primary insomnia sufferers: a
polysomnographic study. Psychiatry research, v. 253, p. 71-78, 2017. Disponível em:
https://doi.org/10.1016/j.psychres.2017.03.045
.
Acesso em: 14 jul. 2021.
LOK, Renske et al. Daytime melatonin and light independently affect human alertness and body
temperature. Journal of pineal research, v. 67, n. 1, p. e12583, 2019. Disponível em:
https://doi.org/10.1111/jpi.12583
.
Acesso em: 14 jul. 2021.
PEREIRA, Nádia et al. Influence of dietary sources of melatonin on sleep quality: a review. Journal
of food science, v. 85, n. 1, p. 5-13, 2020. Disponível em:
https://doi.org/10.1111/1750-3841.14952
.
Acesso em: 14 jul. 2021.
VETTER, Céline et al. Prospective study of chronotype and incident depression among middle-and
older-aged women in the Nurses’ Health Study II. Journal of psychiatric research, v. 103, p. 156-
160, 2018. Disponível em:
https://doi.org/10.1016/j.jpsychires.2018.05.022
.
Acesso em: 14 jul.
2021.
GUIMARÃES, Leonardo; SCHIRMER, Mayara; COSTA, Zuleika. Implicações da privação do sono
na qualidade de vida dos indivíduos. Revista Perspectiva: Ciência e Saúde, v. 3, n. 1, 2018.
Disponível em
http://sys.facos.edu.br/ojs/index.php/perspectiva/article/view/29/196
.
Acesso em 29
jul. 2022.
LESSA, Ruan Teixeira et al. A privação do sono e suas implicações na saúde humana: uma revisão
sistemáticadaliteratura. Revista Eletrônica Acervo Saúde, n. 56, p.e3846-e3846, 2020. Disponível
em:
https://doi.org/10.25248/reas.e3846.2020
.
Acesso em: 29 jul. 2022.