Arquivos do Mudi, v. 26, n. 1, p. 158 - 174, ano 2022
Aceito em: 03/03/2021 Publicado em: 15/04/2022
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ARTIGO ORIGINAL
VISITANTES FLORAIS DE Mikania glomerata SPRENG.
(ASTERACEAE) EM UM JARDIM URBANO
Luis Gustavo de Sousa Perugini
Universidade Estadual de Maringá (UEM)
luisgustavoperugini@gmail.com
Resumo
Mikania glomerata Spreng. (Asteraceae) é uma planta medicinal
de hábito trepador, conhecida popularmente como guaco.
Buscando estabelecer a importância dos jardins para a
manutenção da entomofauna urbana, objetivou-se descrever a
morfologia das flores do guaco e reconhecer a diversidade de
insetos que as visitam, em condições urbanas de cultivo. As
coletas de insetos visitantes foram realizadas no Jardim dos
Polinizadores, pertencente ao Museu Dinâmico Interdisciplinar,
CampusSededaUniversidadeEstadualdeMaringá
(MUDI/UEM), em área urbana. No local são cultivadas dezenas
de outras espécies vegetais relacionadas com a entomofilia. Na
primeira quinzena do mês de outubro de 2019 foram dispensadas
nove horas de esforço amostral, das 7h30min às 18h, nas grandes
parreiras de guaco do MUDI, onde foram realizadas coletas ativas
de insetos que interagiam com suas inflorescências. O guaco
apresenta inflorescências formadas por um grande número de
pequenos capítulos com flores branco-esverdeadas, as quais
disponibilizam néctar e grãos de pólen como recursos alimentares
aos insetos visitantes florais. A diversidade de insetos visitantes
do guaco esteve representada por 31 espécies, distribuídas em
cinco ordens, destacando-se Hymenoptera como a mais rica (13
espécies ou 41,94%), sendo Apis mellifera scutellata a espécie
mais comum no período amostral. Hemiptera esteve representada
por sete espécies, Diptera por cinco, Coleoptera por quatro e
Lepidoptera por duas. Mikania glomerata mostrou importante
interação com a comunidade de insetos do Campus Sede da UEM
e portanto, deve ser incluída nos programas de conservação de
insetos urbanos.
Palavras-chave: abelhas nativas; Hymenoptera; entomofauna;
guaco.
Marco Antônio Honório Ribeiro
Universidade Estadual de Maringá (UEM)
marcopessoal000@gmail.com
Natalia da Silva Ohta
Universidade Estadual de Maringá (UEM)
nataliaohta357@gmail.com
Maria Auxiliadora Milaneze-Gutierre
Universidade Estadual de Maringá (UEM)
milaneze@uem.br
Visitantes florais de Mikania glomerata Spreng. (Asteraceae) em um jardim urbano
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 1, p. 158 - 174, ano 2022
FLORAL VISITORS OF Mikania glomerata SPRENG. (ASTERACEAE) IN AN URBAN GARDEN
Abstract
Mikania glomerata Spreng. (Asteraceae) is a medicinal plant climber, popularly named as guaco. Seeking to
establish the importance of gardens for the maintenance of urban entomofauna, aimed to describe the flowers
morphology and to recognize the diversity of insects that visit guaco inflorescences, under cultivation urban
conditions. The flower-visiting insects were caught in Garden of Pollinators, belonging to Interdisciplinary
Dynamic Museum, in main campus of the State University of Maringá (MUDI/UEM), where dozens of other
plant species related to the entomophily are cultivated. Sampling occurred in early October 2019 (nine hours
of sampling effort in total) in the big vines of guaco at MUDI, where we actively collected the insects that
interacted with the inflorescences. The species has inflorescences with a big number of little capitula and
greenish-white flowers, which have nectar and pollen grains as food resource to the flower-visiting insects.
The diversity of the insects on guaco inflorescences was represented by 31 species belonging to five orders,
highlighting Hymenoptera as the group with the highest species richness (13 species or 41,94%) and, within
this order, Apis mellifera scutellata the most common specie in the collections. Hemiptera was represented by
seven species, Diptera by five, Coleoptera by four and Lepidoptera by two. Mikania glomerata showed
important interaction with the insect community of the main campus of UEM and, because of that, should be
included in the urban insects conservation programs.
Keywords: Natives bees; Hymenoptera; entomofauna; guaco.
tenham sido descritas até a atualidade.
1. INTRODUÇÃO diversas pesquisas realizadas a longo prazo, ao
exemplo de Hallmann et al. (2017) na
Dentreadiversidadebiológica
Alemanha, e Lister; Garcia (2018) em Porto
atualmente conhecida, Stork (2018) aponta que
Rico (América Central), revelaram grandes
os insetos constituem o grupo com maior
declínio na biomassa de insetos e demais
número de espécies. Utilizando modelos
artrópodes.
matemáticos, García-Robledo et al. (2020)
DeacordocomSánchez-Bayoa;
estimaram que apenas 20 a 28% das espécies,
Wyckhuys (2019), os grupos de insetos mais
das seis principais ordens da classe Insecta,
afetados pelas alterações ambientais atuais são
Lepidoptera, Hymenoptera e Coleoptera e as
principais causas são: a perda de habitat e sua
conversão para campos de agricultura intensiva
ou urbanização; a poluição, principalmente por
De acordo com os estudos de Paton et
al. (2008) e Ollerton; Winfree; Tarrant (2011)
há, no nosso planeta, cerca de 352 mil espécies
de angiospermas e aproximadamente 87,5%
pesticidas e fertilizantes sintéticos; fatores
delas dependem de agentes polinizadores para a
biológicos, incluindo patógenos e espécies
reprodução sexuada. Entretanto, somente nas
introduzidas; e finalmente, as mudanças
últimas décadas se tem dado uma atenção
climáticas.Taisalteraçõesambientais
redobrada aos problemas ambientais, pois
influenciam diretamenteno habitatde
Perugini et al., 2022
está relacionada com a preservação de áreas
Silva (2012) propuseram que a sua conservação
forrageamento e nidificação de muitos animais,conservação ambiental até jardins particulares
ao exemplo dos insetos polinizadores, cujasou árvores nas ruas, configurando-se em
populações acabam por serem reduzidas eespaços de sustentabilidade e uso social que
divididas entre as áreas fragmentadas (ALVES;têm a finalidade ecológica de enriquecer a
AIZEN; SILVA, 2014).diversidadedeorganismosviventesno
No contexto mencionado, as áreasambiente urbano, o que inclui a entomofauna.
verdes urbanas exercem inúmeros benefícios Com a proposta atual de conservar a
difusos para o ser humano, como o lazer e abiodiversidade e com o desafio social de
contemplação do paisagismo, mas tambémreestruturar o que foi destruído, Garcia-
podem servir de espaço para a preservaçãoRobledo et al. (2020) enfatizam que somente
ambiental e a conservação da diversidade,com uma melhor compreensão da diversidade
conforme concluíram Loboda; Angelis (2005) ede insetos, e como ela está distribuída pelo
Egerer et al. (2018). Quanto aos polinizadores,planeta, se poderá traçar o planejamento de
Frankie et al. (2009), Pawelek et al. (2009) econservação e orientar as ações de gestão
necessárias para a proteção deste segmento da
fauna.
verdes urbanas, visto que a prática deMaringá, cidade localizada ao Norte
introdução de jardins, com plantas que lhes do estado do Paraná, é conhecida por seus
servem de alimentos e/ou sítios para projetos paisagísticos e de arborização urbana,
nidificação, contribuem diretamente para a iniciados na década de 1950. De acordo com o
proliferação de espécies, além de proporcionar Plano de Gestão da Arborização Urbana
o envolvimento de ações práticas junto à (PGAU, 2019), nas vias públicas de Maringá
população, como a educação ambiental. A existem mais de123 mil árvores, eno perímetro
inclusão de jardins urbanos, contendo plantas, do município estão mais devinteremanescentes
diretamente relacionadas aos insetos florestais na forma de parques e reservas de
polinizadores, ainda está restrita a algumas municipais, com áreas e condições ambientais
cidades, ao exemplo de Curitiba (TAURA; diversas. Nesta cidade também são comuns os
LAROCA, 2001), Campinas (ARAKAKI et al., jardins particulares e públicos, ao exemplo do
2020), Florianópolis (PEREIRA-DIAS et al., Jardim dos Polinizadores, pertencente ao
2020) e Rio de Janeiro (GOBATTO; Museu Dinâmico Interdisciplinar (MUDI),
CHAGAS; PEREIRA, 2021), e tais atitudes Campus Sede da Universidade Estadual de
culminam na manutenção ambiental através da Maringá (UEM). Neste jardim estão espécies
conservação da fauna e da flora. vegetais nativas, cultivadas e ruderais,
Tzoulas et al. (2007), Kabisch; Haase funcionando como uma área verde de interação
(2013) e Cajaiba; Silva (2017) definem comodas pessoas, que visitam este Museu de
“áreas verdes” desde parques voltados paraCiências, com a biodiversidade.
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Visitantes florais de Mikania glomerata Spreng. (Asteraceae) em um jardim urbano
Conforme proposto por Czelusniak et
al. (2012), Manso; Castro (2015) e Muñoz et al.
No Jardim dos Polinizadores dorealizadas nas parreiras (54,7m²) do Jardim dos
atividades.
MUDI, Mikania glomerata Spreng., umaPolinizadores do MUDI/UEM (23°24.389’ S
trepadeiradafamíliaAsteraceaee51°56.018’ W) (Figura 1) no período da manhã
popularmente conhecida por guaco, é mantidado dia 10/10/2019 (7h40min às 12h), com
sob cultivo e recobre o cercamento do local.temperatura média de 20,1°C; e no dia
Durante o período de florescimento, esta11/10/2019 no período da tarde (13h30min às
espécie de Asteraceae atrai diversos insetos18h) com temperatura média de 31,3°C,
visitantes florais, queutilizam suastotalizando nove horas de esforço amostral.
inflorescências comofonte derecursosBuscando informações sobre a localização dos
alimentares (principalmente néctar e grãos derecursos disponibilizados (néctar e pólen), as
pólen), acasalamento, oviposição ou outrasflores do guaco foram descritas com o uso de
estereomicroscópio (lupa), tendo por base os
apontamentos de Vidal; Vidal (2006) e Souza;
Flores; Lorenzi (2013).
(2019), o guaco mostra-se como uma boaForam considerados, como o grupo
alternativa para compor jardins verticais em dos visitantes florais, todos os insetos que
ambientes urbanos. O uso das folhas desta interagiam com as inflorescências do guaco de
trepadeira é conhecido, de longa data, pela sua alguma forma, desde caminhando sobre elas
importância no tratamento de problemas quanto delas se alimentando. As coletas foram
respiratórios, e já apresentada por Dias da Silva realizadas de modo ativo, quanto os insetos
(1929) na primeira edição da Farmacopeia estavam pousados, utilizando-se potes plásticos
Brasileira. contendo papel embebido com acetato de etila
Este estudo teve por objetivo (câmara mortífera). Após, os insetos foram
descrever a morfologia das flores do guaco e montados para coleção entomológica,
reconhecer a diversidade de insetos que visitam fotografados e enviados para identificação por
suas inflorescências, sob condições de cultivo taxonomistas de cada ordem. Ao final, os
no Jardim dos Polinizadores do MUDI/UEM, insetos foram acervados na coleção
ou seja, em área urbana da cidade de Maringá. entomológica “Professora Yoko Terada”,
mantida no MUDI.
2. MATERIAL E MÉTODOS
As coletas de insetos visitantes das
inflorescências de M. glomerata (guaco) foram
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Figura 1. Jardim dos polinizadores, localizado ao lado do Museu Dinâmico Interdisciplinar (MUDI/UEM), onde são mantidas
parreira de guaco (A) e dezenas de plantas nativas, cultivadas e ruderais, potencialmente atrativas para insetos (B).
flores (Figuras 2A e 2B), de corola com 7 mm
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Nas Figuras 2C e 2D também é
possível visualizar o cálice é plumoso, do tipo
No jardim dos polinizadores do Mudi,
“papus”. As anteras apresentam coloração
o guaco floresce apenas uma vez por ano, entre
amarelo-clara (Figura 2D), permanecendo
osmesesdesetembroeoutubro.As
expostas aos visitantes florais após a abertura
inflorescências de M. glomerata são formadas
da corola. O nectário está posicionado no ápice
por centenas de capítulos com quatro pequenas
do ovário, sendo do tipo estilar, ou seja
localizado ao redor da base do estile. Desta
forma, o néctar permanece resguardado no tubo
de comprimento, tubulosa, branco-esverdeada,
cujos lacínios pouco se expandem durante a
da corola e disponível aos visitantes florais
antese floral (Figuras 2C e 2D).
portadores de aparelhos bucais relativamente
longos.
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Arquivos do Mudi, v. 26, n. 1, p. 158 - 174, ano 2022
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Figura 2. Mikania glomerata. Aspecto geral da inflorescência (A); detalhe dos capítulos (B); de uma flor isolada (C) e da flora
aberta mostrando o conjunto de anteras (D). an: anteras, ca: cálice, co: corola, es: estigma ainda fechado, ov: ovário.
resultados de Eiterer et al. (2019) ao analisarem
M. glomerata em um fragmento florestal do
Os dados acima condizem com ospor duas espécies (6,45%) (Tabela 1 e Figuras
3 a 11).
As mesmas cinco ordens de insetos
estado de Minas Gerais, observando também foram observadas por Cerana (2004), ao
que tais flores exalam um suave odor adocicado analisar a biologia da polinização de outra
e oferecem grãos de pólen e néctar como espécie do mesmo gênero do guaco, M.
recursos alimentares aos visitantes florais. urticifolia Hook. et Arn., em duas localidades
A entomofauna visitante das da Argentina, podendo comprovar que
inflorescências de M. glomerata, no jardim do Hymenoptera, particularmente as abelhas, são
MUDI/UEM, constituiu-se de 31 espécies os polinizadores mais importantes, devido ao
pertencentes a cinco ordens, com destaque para número de indivíduos e diversidade de
Hymenoptera (41,93%) contando com abelhas espécies, totalizando 35 espécies. Em 2019,
(oito espécies), formigas (duas espécies) e Eiterer et al. também observaram as mesmas
vespas (três espécies). Hemiptera esteve cinco ordens deinsetos, mas apenas 18 espécies
representada por sete espécies (22,58%), visitaram as flores de M. glomerata, com o
Diptera por cinco espécies (16,23%), esforço amostral de 215 horas, muito superior
Coleoptera por quatro (12,90%) e Lepidopteraao do presente estudo.
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Perugini et al., 2022
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 1, p. 158 - 174, ano 2022
Tabela 1. Insetos visitantes das inflorescências de Mikania glomerata (guaco) no Jardim dos
polinizadores do MUDI/UEM.
Coccinellidae
Coccinellinae
Harmonia axyridis (Pallas, 1772) (07550)
Fig. 3B
Melolonthidae
Melolonthinae
Alvarinus sp.1 (07551)
Figs. 3C-D
Melolonthidae
Melolonthinae
Alvarinus sp.2 (07552)
Fig. 3E
Syrphidae
Eristalinae
Copestylum sp. (07556)
Fig. 4B
Stratiomyiade
-
sp.1 (07586)
Figs. 4C-D
Stratiomyidae
-
sp.2 (07590)
Fig. 4E
Sarcophagidae
-
sp.1 (07588)
Figs. 5A-B
Geocoridae
Gecorinae
Geocoris sp. (07557)
Fig. 6B
Largidae
Larginae
Largus aff. ceblini
Schmidt, 1931
(07592)
Figs. 6C-D
Largidae
Larginae
Largus sp. (07569)
Fig. 7A
Largidae
-
sp.2 (ninfa) (07593)
Fig. 7B
Pentatomidae
Pentatominae
Thyanta sp. (ninfa) (07595)
Fig. 7C
Pyrrhocoridae
-
sp.3 (ninfa) (07594)
Fig. 7D
Apidae
Apinae
Exomalopsis sp. (07559)
Fig. 8B
Apidae
Apinae
Nannotrigona testaceicornis (Lepeletier) 1836
(07596)
Fig. 8C
Apidae
Apinae
Nomada polybioides Ducke, 1908 (07562)
Fig. 8D-E
Apidae
Apinae
Tetragona clavipes (Fabricius, 1804) (07566)
Figs. 9A-B
Apidae
Halictidae
Augochloropsis sp.1 (07558)
Fig. 9C
Apidae
Halictidae
Augochloropsis sp.2 (07560)
Fig. 9D
Megachilidae
Megachilinae
Anthodioctes sp. (07561)
Fig. 9E
Formicidae
Formicinae
Camponotus melanoticus (Emery, 1894) (0757)
Fig. 10A
Formicidae
Pseudomyr-
mecinae
Pseudomyrmex gracilis (Fabricius, 1804)
(07570)
Fig. 108B
Vespidae
Eumeninae
Zeta argillaceum (L., 1758) (07563)
Figs. 10C-D
Vespidae
Polistinae
Mischocyttarus cerberus (Ducke, 1918) (07572)
Fig. 10E
Vespidae
Polistinae
Polybia paulista von Ihering, 1896 (07564)
Fig. 10F
Lepidoptera
Electrostrymon endymion (Fabricius, 1775)
(07585)
sp.1
-
- (0760)
Fig. 11B
Ordem
Família
Subfamília
Espécie e Número de Registro*
Figuras
Coleoptera
Chrysomelidae
Eumolpinae
sp.1 (07602)
Fig. 3A
Diptera
Syrphidae
Eristalinae
Ornidia aff. obesa (Fabricius, 1775) (07600)
Fig. 4A
Hemiptera
Aetalionidae
-
sp.1 (aff.) (07591)
Fig. 6A
Hymenoptera
Apidae
Apinae
Apis mellifera scutelata Lepeletier, 1836 (07565)
Fig. 8A
Lycaenidae
Theclinae
Fig. 11A
(*) Número de registro na Coleção Entomológica “Professora Yoko Terada” (MUDI/UEM).
ordemColeoptera(besouros)(Tabela 1 eFigura
Geralmenteosrepresentantesda3) estão relacionados com a fitogafia, ao
exemplo de Harmonia axyridis (KOCH et al.,
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Visitantes florais de Mikania glomerata Spreng. (Asteraceae) em um jardim urbano
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constantemente presentes ao longo do dia e, no
2004), masháuma grandediversidadedeoutrasinício da manhã e no meio da tarde,
inflorescências de M. urcifolia, mas estavam
espécies,dogrupo,quepromovemamovimentavam-se por entre os pequenos
transferência de pólen entreflores (polinização)capítulos, e podem ter contribuído de alguma
(PAULINO-NETO, 2014). Segundo Ceramaforma, para a transferência de pólen. Tal fato
(2004), coleópteros apresentaram, geralmente,está deacordo com aFigura3D, com apresença
umabaixa frequência de visitas àsde grãos de pólen do guaco aderidos ao corpo
de uma das espécies de Alvarinus, o que o torna
um polinizador em potencial.
Figura 3. Coleoptera visitantes das inflorescências de Mikania glomerata (guaco) em um jardim urbano da cidade de Maringá
(PR). Uma espécie de Eumolpinae (A), Harmonia axyridis (B), uma espécie de Alvarinus (C), detalhe dos grãos de pólen
(setas) aderidos a seu corpo (D), e outra espécie do gênero Alvarinus (E).
mosquitos) (Figuras 4 e 5), popularmente, são
pouco relacionadas à polinização ou mesmo às
As espécies de Diptera (moscas eem flores sem estruturas especializadas. Este é
o caso das flores de guaco, com corola sem
atrativos de coloração e formato, mas capaz de
alimentação, mas as que sugam néctar, o fazem
visitas florais, mas de acordo com Endressatrair espécies de Syrphidae (Ornidia aff. obesa
(1996), compõem o segundo grupo de insetose Copestylum sp.) que, segundo Endress (1996)
em importância como polinizadores (atráscom suas longas probóscides, são capazes de
apenas de Hymenoptera), embora a maioria dassugar o néctar no fundo de corolas tubulosas.
espéciesnãodependadasfloresparaEm suas observações, Eiterer et al. (2019)
citaram Dipteracomo importantevetordepólen
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Perugini et al., 2022
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Cerana (2004) observou 14 espécies
de Diptera visitando as flores de M. urcifolia,
enquanto Eiterer et al. (2019) obtiveram seis
de duas espécies de Mikania, por apresentarem espécies para as flores de M. glomerata em
pólen aderido aos seus corpos. remanescente florestal, ambos estudos com
maior esforço amostral que este, realizado no
jardim dos polinizadores do MUDI/UEM, no
qual foram observadas cinco espécies.
estão nas Figuras 6 e 7. As ninfas de Hemiptera
Os Hemiptera (percevejos, cigarrinhasapresentam hábito fitófago alimentando-se de
e outros afídeos) visitantes florais do guacoseivas e secreções das plantas (MELO;
DELLAPÉ, 2019). Neste grupo de insetos, a
Figura 4. Diptera visitantes das inflorescências de Mikania glomerata (guaco) em um jardim urbano da cidade de Maringá
(PR). Ornidia aff. obesa (A), Copestylum sp. (B), espécie de Stratiomyiade (C) e detalhe de sua cabeça em vista frontal (D) e
aspecto geral de outra espécie de Stratiomyiade (E).
Figura 5.Sarcophagidae (Diptera), visitante das inflorescências de Mikania glomerata (guaco) emumjardimurbano da cidade
de Maringá (PR). Aspecto geral (A) e detalhe de sua cabeça em vista frontal (B).
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Visitantes florais de Mikania glomerata Spreng. (Asteraceae) em um jardim urbano
ausência de estruturas para adesão de grãos deacordo com Krenn; Plant; Szucsich (2005),
pólen, indica que não participam ativamente doentreos Hemiptera, apenas algumas espécies de
processo de polinização, mas foram vistosLygaeidae se alimentam de néctar, mas este
sugando as estruturas das inflorescências dogrupo não foi observado nas dependências do
guaco para obterem algum tipo de recurso. Dejardim do MUDI/UEM.
Cerana (2004), em estudos sobre adevido ao número de indivíduos e diversidade
biologia da polinização de M. urticifolia nade espécies. Dentre os 13 Hymenoptera que
Argentina,concluiuqueHymenopteravisitaram as flores de guaco, no MUDI/UEM,
(abelhas, vespas eformigas), particularmenteassete pertencem à família Apidae, com destaque
abelhas são os polinizadores mais importantes,paraApismelliferascutelata(abelha-
Figura 6. Hemiptera visitantes das inflorescências de Mikania glomerata (guaco) em um jardim urbano da cidade de Maringá
(PR). Uma espécie próxima de Aetalionidae (A), Geocoris sp. (B) e Largus aff. ceblini em vista dorsal (C) e frontal (D).
Figura 7. Hemiptera visitantes das inflorescências de Mikania glomerata (guaco) em um jardim urbano da cidade de Maringá
(PR). Largus sp. (A), ninfa da família Largidae (B), ninfa de Thyanta sp. (C) e ninfa da família Pyrrhocoridae (D).
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Perugini et al., 2022
em um remanescente florestal do município de
fato também observadopor Eiterer et al. (2019),
africanizada, Figura 8A), devido ao maior de apresentarem grande quantidade de
número de indivíduos e constância de visitas, indivíduos em cada colônia (MICHENER,
2000; KLOC et al., 2019; POLATTO et al.,
2019). De acordo com Krenn; Plant; Szucsich
Viçosa(MG).Apresençadaabelha-(2005), o consumo de néctar e pólen é
africanizada é frequente nos estudos sobre asamplamente difundido entre as espécies de
redes de interações inseto-plantas, pois temHymenoptera,queocasionalmentese
comportamento generalista e agressivo, alémalimentam também de pétalas.
Ainda na subfamília Apinae destacou-seseus, conforme enfatizado por Michener
Nomada polybioides (Figuras 8D-E), uma(2007).
abelha cleptoparasita de ninhos de outras
Entre as a
b
elhas s
e
m
f
errão ou
espécies de abelhas, incluindo Exomalopsis
melipon
í
neos, as inflo
r
esc
ê
n
ci
as do guaco
(com uma espécie também observada no local,
a
tr
a
ír
a
mduasespécies:Nannotrigona
Figura8B), conformecitado por Silveira; Melo;
testaceicornis
(
F
ig
ura
8
C
)
c
om
o
nome popul
a
r
Almeida (2002). As abelhas cleptoparasitas
de ir
a
i,
e
Tetragona clavipes (F
igu
ra 9
A
),
fazem a postura de seus ovos nas células de cria
popularmente conheci
d
a comoborá.Os
ou em paredes de ninhos de outras abelhas, ao
prod
u
tos destas ab
e
l
ha
s (mel, própolis e
invés de substituir o ovo dos hospedeiros pelos
ge
o
p
rópolis)
ap
res
en
tam prop
r
ie
d
ades
medicinais devido às substâncias por elas
Figura 8. Hymenoptera visitantes das inflorescências de Mikania glomerata (guaco) em um jardim urbano da cidade de
Maringá (PR). Apis mellifera scutelata (A), Exomalopsis sp. (B), Nannotrigona testaceicornis (C) e Nomada polybioides em
vista dorsal (D) e frontal (E). A seta de B indica a escopa repleta de grãos de pólen.
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Visitantes florais de Mikania glomerata Spreng. (Asteraceae) em um jardim urbano
geoprópolis daabelha borá, quecontem mais de
50 compostos diferentes, segundo Bankova et
coletadas nas espécies vegetais, conformeal. (1998). Dessa forma, os princípios ativos de
puderam concluir Sforcin et al. (2017) e M. glomerata podem permanecer na
Carvalho et al. (2021), com destaque para a composição de produtos das abelhas e lhes
servirão como recurso alimentar ou para outras
funções nos ninhos.
visitantes das flores de M. urticifolia, número
superiorao verificado nas condições dos jardins
do MUDI/UEM (três espécies, Tabela 1). A
De acordo com Eiterer et al. (2019) as formigasespéciesdevespasvisitantesflorais,
(Figuras 10A-B), juntamente com as vespas,concluindo que apesar de serem raramente
foram pouco frequentes na visitação de plantasconsideradas polinizadoresefetivos,ou
do gênero Mikania, e dificilmente entram emvariando na efetividade deste processo, as
contato com a estrutura reprodutiva das flores.vespas atuam como visitantes regulares em
Sobre a família Vespidae (Figuras 10C-
floresdosmaisdiversosambientes,
F), Cerana (2004) identificou dez táxons
transportando pólen e, portanto, com ação
relevante para a manutenção da diversidade em
comunidades naturais.
Embora a comunidade de Lepidoptera
importância destesegmento daentomofaunafoi(borboletas) seja grande nos jardins do
melhor compreendido em nove anos de estudosMUDI/UEM, nas inflorescências de guaco
realizados por Somavilla; Köhler (2012), emforam encontradas apenas duas espécies
áreas de Mata Atlântica do estado do Rio(Figura 11). A família Lycaenidae, a qual
Grande do Sul. Tais autores identificaram 73pertence Electrostrymon endymion também
Figura 9. Hymenoptera visitantes das inflorescências de Mikania glomerata (guaco) em um jardim urbano da cidade de
Maringá (PR). Tetragona clavipes em vista lateral (A) e frontal (B), espécies de Augochloropsis (C e D) e Anthodioctes sp. (E).
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esteve presente nos estudos de Eiterer et al.abril, em duas localidades da Argentina, o que
(2019) (realizados nos meses de agosto epode estar relacionado ao menor esforço
setembro), além de outras seis espécies,amostral do atual estudo nos jardins do
enquanto que Cerana (2004) observou noveMUDI/UEM ou à estação do ano na qual as
táxons nas flores de M. urticifolia, no mês deanálises foram realizadas.
Figura 10. Hymenoptera visitantes das inflorescências de Mikania glomerata (guaco) em um jardim urbano da cidade de
Maringá (PR). Camponotus melanoticus (A), Pseudomyrmex gracilis (B), Zeta argillaceum em vista frontal (C) e lateral (D),
Mischocyttarus cerberus (E) e Polybia paulista (F).
Figura11.Lepdoptera visitantes das inflorescênciasde Mikaniaglomerata(guaco)emumjardimurbano da cidade deMaringá
(PR). Electrostrymon endymion em vista dorsal (A) e ventral (B) e uma espécie não identificada (C).
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Aceito em: 03/03/2021 Publicado em: 15/04/2022
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ARTIGO ORIGINAL
verdes, buscando manter a comunidade de
animais que delas se utilizam de alguma forma,
ao exemplo do Jardim dos Polinizadores do
MUDI/UEM.
O estudo mostrou uma diversidade
relativamente grande de ordens (cinco) e
espécies (31) de insetos no citado jardim, tendo
emvistaopequenoesforçoamostral
dispendido, especialmente quando comparado
com outros estudos, mais amplos quanto ao
período de amostragem.
Mikaniaglomeratamostrou
importante interação com a comunidade de
insetos do Campus Sede da UEM e portanto,
deveser incluída nos programas deconservação
de insetos urbanos.
AGRADECIMENTOS
Agradecemosaostaxonomistas:
AdelitaMariaLinzmeier (Coleoptera);
Cristiano Feldens Schwertner (Hemiptera);
Favízia Freitas de Oliveira (Hymenoptera-
Abelhas); Fernando Willyan Trevisan Leivas
(Coleoptera); Mirian N. Morales (Diptera);
Olaf Hermann Hendrik Mielke (Lepidoptera);
Paschoal Coelho Grossi (Coleoptera); Rodrigo
Gonçalves (Hymenoptera-Abelhas); Rodrigo
4. CONCLUSÃO Machado Feitosa (Hymenoptera-Formigas);
Rogério Botion Lopes (Hymenoptera-Vespas)
Alternativascomoa
pelas valiosas contribuições a este estudo.
conservação da biodiversidade devem ser
propostas, mesmo que em pequenas áreasREFERÊNCIAS
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