Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 29 - 46, 2022
www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/ArqMudi
Aceito em: 26/05/2022Publicado em: 16/08/2022
ARTIGO ORIGINAL
COGUMELOS BASIDIOMYCOTA: FONTES DE COMPOSTOS COM
ATIVIDADE ANTICÂNCER
Vitoria Roberto Bisanção
1
Universidade Estadual de Maringá
vitoriasroberto@gmail.com
Halisonn Correia Golias
2
Universidade Tecnológica Federal do
Paraná
halisongolias@utfpr.edu.br
Julio Cesar Polonio
3
Universidade Estadual de Maringá
jcpolonio2@uem.br
Resumo
Os cogumelos silvestres são fascinantes pela formação de seus
corpos de frutificação e sua aplicação na indústria alimentícia e
medicinal, apresentando-secomo uma grande fonte de extração
de metabólitos secundários com propriedades farmacológicas.
Esta revisão tem como objetivo fornecer informações sobre a
produção de compostos com atividade anticancerígena por
cogumelos do filo Basidiomycota, apresentando diferentes
moléculas obtidas desses organismos e como elas atuam no
combateàscélulastumorais.Dentreosprincipais
medicamentos produzidos a partir desses fungos, destacam-se
os utilizados para o tratamento do câncer. Os principais
metabólitos primários extraídos deste grupo e aplicados em
atividades farmacológicas são os polissacarídeos da família das
beta-glucanas. Esses compostos são encontrados nas paredes
dos fungos, que podem atuar no tratamento de atividades
antitumorais, pois estimula o funcionamento do sistema
imunológico aumentando o bloqueio da imunidade celular.
Conclui-se que o uso de cogumelos apresenta potencial para o
desenvolvimento de novos medicamentos para a indústria
farmacêutica ou de alimentos funcionais auxiliando no
tratamento do câncer e assim tornando esse tratamento mais
humanizado e menos agressivo aos pacientes.
Palavras-chave: Beta-glucana; Metabólitos secundários;
Antitumoral.
Cogumelos basidiomycota: fontes de compostos com atividade anticâncer
BASIDIOMYCOTA MUSHROOMS: SOURCES OF COMPOUNDS WITH ANTICANCER
ACTIVITY
Abstract
Wild mushrooms are fascinating for forming their fruiting bodies and their application in the food and medicine industry,
presenting themselves as a great source of extraction of secondary metabolites with pharmacological properties. This
review aims to provide information on the production of compounds with anticancer activity by mushrooms of the
phylum Basidiomycota, presenting different molecules obtained from these organisms and how they act in the fight
against tumor cells. Among the main drugs produced from these fungi, those used for cancer treatment stand out. The
main primary metabolites extracted from this group and applied in pharmacological activities are the polysaccharides of
the beta-glucan family. These compounds are found in the walls of fungi, which can act in the treatment of antitumor
activities, as it stimulates the functioning of the immune system by increasing the blockade of cellular immunity. It is
concluded that the use of mushrooms presents potential forthe development of newdrugs for the pharmaceutical industry
orfunctionalfoods, helpingin the treatmentofcancerand thus makingthis treatmentmore humanized and less aggressive
to patients.
Keywords: Beta-glucan; Secondary metabolites; Antitumor.
1. INTRODUÇÃO
O câncer é uma das doenças que mais tem afetado as pessoas nos últimos anos, e apesar de
ser uma doença mundialmente conhecida com diversos tipos de tratamentos, seu diagnóstico ainda é
desafiador. Pacientes com células tumorais são diagnosticados após um avanço significativo da
doença, atingindo outros sistemas como o sangue e a linfa (MANCINA, 2021).
Segundo Mancina (2021), estima-se que em países desenvolvidos, a cada três pacientes
avaliados com suspeita de câncer, pelo menos um será diagnosticado com a doença e apresentará
dificuldades em superá-la. Tal fator ocorre, pois ao adquirir a doença muitos pacientes desenvolvem
o estágio de metástase em virtude do diagnóstico tardio e nesta fase da doença, os medicamentos
existentes para o tratamento apresentam baixa seletividade em combater as células cancerígenas.
Visto que os medicamentos utilizados hoje possuem alta toxicidade, precisando ser administrados
em doses reduzidas para evitar maiores danos à sua saúde (MANCINA, 2021), torna-se cada vez
mais necessário a busca por novos fármacos que diminuam os danos causados no paciente ou que
substituam tratamentos convencionais sendo capazes de promover tratamentos mais prolongados,
pois de acordo com última estimativa realizada pelo Observatório Global do Câncer (GLOBOCAN)
foram estimados que no ano de 2020 ocorressem cerca de 118 mil mortes por câncer, um número
superior ao de 2012 (BRAY et al, 2018).
Um grupo defungos, quetem sedestacado naprodução decompostos bioativoscom atividade
medicinal, são os pertencentes do filo Basidiomycota, grupo que constitui os representantes mais
popularmente conhecidos, como é o caso dos fungos do tipo orelha-de-pau, gelatinosos, formadores
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 29 - 46, 2022.
30
Bisancao, Golias e Polonio, 2022
de ferrugem, fitopatológicos do tipo carvão, dentre outros. O nome deste filo tem origem na sua
estrutura produtora de esporos reprodutivos, chamados de basídios (TORTORA, 2005).
Os fungos basidiomicetos possuem grande importância ambiental, econômica e alimentícia,
por isso, muitos estudos sobre as suas espécies são realizados (FURLANI; GODOY, 2007). Os seus
compostos bioativos têm sido, fortemente, explorados na farmacologia, para a produção de
medicamentoscomação,antibacteriana,antiviral,antioxidante,anticancerígenae
hipocolesterolêmico e isso se deve ao fato de produzirem diferentes tipos de metabólitos de baixo
peso molecular quando submetidos às situações de estresse, o que não impacta no seu processo de
crescimento ou de reprodução, uma vez que, esse mecanismo é utilizado por esses organismos como
uma forma de defesa (FORTES; NOVAES, 2006; SINGH; SINGH, 2014).
Um dos metabólitos primários extraídos de basidiomicetos e aplicados em atividades
farmacológicas são os polissacarídeos da família beta-glucanas. Esse metabólito pode atuar de três
formas no tratamento de doenças oncológicas: preventiva, imunoestimulante ou inibindo diretamente
a célula cancerosa (ZHANG et al., 2007). Os polissacarídeos são usados indiretamente para inibir
células tumorais; o metabólito atua em conjunto com os organismos hospedeiros, permitindo que eles
se adaptem para defender células defeituosas (FREITAS, 2013).
A interação das beta-glucanas com o sistema imunológico ocorre através do sistema receptor
key-lock”. Quando a presença de beta-glucana é percebida, as células do sistema imunológico são
ativadas, identificando esses compostos como uma ameaça ao organismo e desencadeando a resposta
imune do sistema de defesa (HOBBS, 2002; CHAN et al., 2009). Por fim, os polissacarídeos beta-
glucanas podem tratar atividades antitumorais por inibição direta, embora diferentes linhas de
pesquisa ainda estejam estudando esse mecanismo. Estudos realizados por Fortes e Novaes (2006)
demonstram que muitos desses metabólitos primários podem produzir certos tipos de toxinas, que,
em contato com células tumorais, podem induzir a apoptose, causando uma ação antiproliferativa
desses polímeros.
Assim, esta revisão tem como objetivo fornecer informações sobre compostos com atividade
anticâncer produzidos por cogumelos do filo Basidiomycota, apresentando diferentes drogas obtidas
desses organismos e suas atividades no combate a diferentes células tumorais.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Esse artigo foi elaborado a partir de uma revisão da literatura nas bases de dados SciELO,
Google Acadêmico, Portal de Periódicos da CAPES, PubMed e ScienceDirect, no período de 2010 a
2020. As palavras-chave utilizadas para o levantamento bibliográfico foram cogumelos; metabólitos
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 29 - 46, 2022.
31
Cogumelos basidiomycota: fontes de compostos com atividade anticâncer
secundários; atividade citotóxica; agentes anticâncer; Basiodiomiceto, Basidiomycota, atividade
antitumoral com seus respectivos termos em inglês.
Assim, a revisão de literatura realizada nos artigos selecionados, buscaram evidenciar a ação
antitumoral do Filo Basidiomycota compreendendo quais os metabólitos secundários presentes
nesses organismos e suas respectivas formas de atuação nas células imunológicas.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
BIOCOMPOSTOS COM ATIVIDADE ANTICANCER
Segundo Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2022), as células cancerígenas ocorrem por
meio de mutações no DNA causadas pela influência de agentes físicos, químicos e biológicos ou pela
liberação de toxinas originárias da própria célula, como os radicais livres. A neoplasia se origina em
diferentes estágios, crescendo deforma desordenadaeignorando os padrões decrescimento impostos
por outras células presentes no corpo (BELIZÁRIO, 2002).
Uma das principais linhas de investigação para o desenvolvimento de compostos químicos no
tratamento do câncer é a utilização de produtos naturais derivados de interações ecológicas entre
diferentes organismos (VIANA, 2017), como os cogumelos silvestres (ORSINE; BRITO; NOVAES,
2012). As relações simbióticas entre diferentes organismos têm possibilitado a formação de
substâncias díspares com alto potencial para o tratamento de diversas doenças e a produção de
compostos bioativos com atividade antitumoral (CONTI; GUIMARÃES; PUPO, 2012).
Conforme mostrado na Tabela 1, trabalhos científicos têm demonstrado os benefícios dos
compostos bioativos presentes nos cogumelos que possuem atributos terapêuticos contra células
tumorais. Os polissacarídeos são os principais compostos extraídos desse grupo de fungos,
principalmente os da família das β-glucanas, pois esses compostos aumentam a imunidade celular,
causando apoptose das células tumorais (CHATURVEDI et al., 2018).
Agaricus bisporus
Agaricus sylvaticus
Câncer de mama
Sarcomas
Câncer de colo de útero
Tabela 1. Propriedades antitumorais de compostos bioativos produzidos por cogumelos Basidiomycota
Gênero
Metabólitos
Agaricus
Polissacarídeos
Espécies
Agaricus
subrufescens
Células- alvo
Câncer bucal
Referência
Hetland et al.,
(2008)
Fan et al.,
(2011)
Wu et al.,
(2011)
Jeong et al.,
(2012)
Rubel et al.,
(2018)
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 29 - 46, 2022.
32
Bisancao, Golias e Polonio, 2022
Bovi et al.,
(2011)
Hetland et al.,
(2020)
Boletus
Lectina
Boletus edulis
Câncer de colo de útero
Câncer de fígado
Clitocybe alexandri,
Pulmão Câncer
Ganoderma lucidum
Câncer de mama
Câncer de intestino
Câncer de próstata
Leucemia
Carcinoma do cólon
Seio Câncer
Câncer de intestino
Hetland et al.,
(2020)
Clitocybe
Lectinas
Extrato Bruto
Clitocybene bularis
Câncer de mama
Leucemia
Ganoderma
Extrato Bruto
Ganoderma tsugae
Câncer colorretal
Grifola
Polissacarídeos
Grifola frondosa
Carcinoma hepatocelular
Hericiaceae
Polissacarídeos
Hericium erinaceus
Câncer de fígado
Pinto et al.,
(2013)
Ferreira et al.,
(2012)
Sabotič; Kos,
(2019)
Thyagarajan et
al., (2010)
Zhao et al.
(2012)
Wang et al.,
(2015)
Barbieri et al.,
(2017)
Qu et al.,
(2017)
Wu et al.,
(2018)
Wang et al.,
(2020)
Cheung (2010)
Kodama et al.,
(2010)
Fang et al.,
(2012)
Masuda et al.,
(2013)
Mao et al.,
(2015)
Alonso et al.,
(2017)
Ll et al., (2014)
Leccinum molleCâncer de pulmão
Câncer colorretal
Reis et al.,
(2016)
Cancer de colo
Leccinum
Extrato Bruto
Leccinum vulpinum
Câncer de mama
Lepista
Extrato Bruto
Lepista inversa
Câncer de intestino
Câncer de mama
Morchella
Polissacarídeos
Morchella esculenta
Carcinoma hepatocelular
Ferreira et al.,
(2012)
Hu et al.,
(2013)
Cervical humano
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 29 - 46, 2022.
33
Cogumelos basidiomycota: fontes de compostos com atividade anticâncer
Câncer de mama
Boueroy et al.,
(2021)
Neonothopanus
Extrato Bruto
Aurisina A
Neonothopanus
gardneri
Sarcoma 180
Ajmal et al.,
(2015)
Ll et al., (2017)
Gomes, 2020
Pleurotus ostreatus
Pleurotus
pulmonarius
Câncer de mama
Câncer de fígado
Sarcodon imbricatus
Ativação de macrófagos
Pleurotus
Polissacarídeos
.
Neonothopanus
nambi
Pleurotus sajor-caju
Câncer colorretal
Sarcodona
Polissacarídeos
Sarcodon aspratus
Apoptose celular
Jedinak et al.,
(2010)
Xu, Huang;
Cheung
(2012)
Finimundy et
al., (2013)
Moharib et al.,
(2014)
Pauliuc et al.,
(2018)
Wang et al.,
(2014)
Wang et al.,
(2018)
Suillus
Extrato Bruto
Suillus collinitus
Câncer de mama
Ferreira et al.,
(2012)
GÊNEROS DE BASIDIOMYCOTA COM AÇÃO ANTICANCER
Gêneros Agaricus e Hericium
Os cogumelos do gênero Agaricussão considerados um grupo de cogumelos comestíveis com
alto potencial em tratamentos antitumorais. Seus metabólitos secundários incluem o tratamento de
câncer de mama e cólon, tumores de sarcoma e outros (RUTCKEVISKI, et al., 2022; BERTOLLO,
et al. 2021; EL-DEEB, et al. 2022). Nos estudos de Jeong et al. (2012) o potencial antitumoral de
Agaricus bisporus foi demonstrado na estimulação de polissacarídeos, exibindo eficácia na produção
de óxido nítrico, interleucina-6 e fator de necrose tumoral-α em macrófagos murinos, inibindo o
crescimento de células de câncer de mama humano MCF-7.
Em estudos desenvolvidos por Fan et al. (2011), os cogumelos Agaricus subrufescens
mostrou que o extrato bruto poderia induzir apoptose em células CAL-27 do câncer oral humano
através das mitocôndrias. O extrato bruto deAgaricus blazei, juntamentecom compostos metabólicos
de Hericium erinaceus, em estudo apontado por Hetland et al. (2020), mostrou ação efetiva no
tratamento do câncer de mama e outros tumores, causando apoptose e supressão metastática ou
mesmo inibindo a resposta imune das células T auxiliares (Th) 1.
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 29 - 46, 2022.
34
Bisancao, Golias e Polonio, 2022
Os principais compostos responsáveis por esses efeitos é o complexo β-glucano isolado de
Agaricus blazei, que aumentou a expressão de receptores de células de defesa tumoral, causando uma
regulação positiva de genes envolvidos na sinalização celular e no ciclo celular (HETLAND et al.,
2008).
Hericium erinaceus é o responsável por provocar regressão tumoral, aumento de macrófagos
intraperitoneais e citocinas pró-inflamatórias séricas, aumento da expressão de genes que codificam
fator de crescimento endotelial vascular, ciclooxigenase 2 (Cox 2) e 5-lipooxigenase (5-LOX)
(HETLAND et al., 2020). Além de atuar diretamente na inibição da atividade antitumoral, por meio
da extração de metabólitos secundários, estudos têm demonstrado que o uso de algumas espécies do
gênero Agaricus na forma de suplementos alimentares para pacientes com câncer também tem
demonstrado efeitos inibitórios no crescimento tumoral (DA SILVA et al., 2016). Os compostos
presentes nestes cogumelos estimulam o aumento daimunidadecelular ehumoral, favorecendo assim
a regressão de tumores (DA SILVA; MANTOVANINI; ZINGARETTI, 2015).
Gênero Boletus
De acordo com Bovi et al. (2011), nos corpos de frutificação do cogumelo comestível
Boletus edulis, é possível isolar um tipo específico de lectina que efetivamente inibe a proliferação
de células de diferentes linhagens de carcinomas humanos. Esta proteína atua ligando-se ao antígeno
dissacarídeo T específico das células neoplásicas do tipo Gal β 1-3GalNAc; no entanto, sua eficácia
está ligadaà concentração delectinautilizada(BOVIet al. (2011). Por exemplo, em células de câncer
decólon, foi utilizado umconcentrado de10 µg/mL, que demonstrou redução de92%naproliferação
tumoral (BOVI et. al., 2011).
Estudos recentes também comprovam a existência de uma nova proteína presente no
cogumelo Boletus edulis. De acordo com Zhang et al.,(2021), nos corpos de frutificação deste
basídio, um biopolímero denominado BEAP (Boletus edulis antitumoral proteina), foi identificado,
sendo composto por polissacarídeo e glicoproteína. Este composto apresentou relevante potencial no
tratamento do câncer de pulmão, podendo induzir a apoptose, inibir a migração celular, bloquear e
inibir a proliferação maligna de células de câncer de pulmão (A549). O composto bioativo BEAP é
uma proposta de pesquisa abrangente. Pode se tornar um fármaco anticancerígeno com alto potencial
de eficiência, pois não apresentou efeitos colaterais no tratamento do câncer de pulmão (ZHANG,
2021).
Gêneros Clitocybe, Lepista e Suillus
Estudos realizados por Pinto et al., (2013) apontam que o extrato do cogumelo medicinal
Clitocybene bularis, realizam ligações bivalentes de carboidratos, que ao se ligarem aos receptores
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 29 - 46, 2022.
35
Cogumelos basidiomycota: fontes de compostos com atividade anticâncer
glicosilados presentes na superfície das células T leucêmicas humanas, tornam-se tóxicas para essas
células defeituosas, levando à ativação da via de transdução de sinal da atividade antileucêmica.
Dentro do gênero Clitocybe, também é possível destacar as propriedades antitumorais do
cogumelo Clitocybe alexandri. Este basidiomiceto produz como metabólito secundário um extrato
bruto que, em contato com células tumorais, induz a parada celular durante a fase S do ciclo celular
e aumenta os percentuais de apoptose em células tumorais de pulmão (Ferreira et al., 2012).
Vaz et al. (2010) realizaram outro estudo que aponta para a aplicabilidade do Clitocybe
alexandri. Segundo os autores, a associação deste fungo com a espécie Lepista inversa apresentou
resultados satisfatórios na inibição de quatro diferentes cepas de câncer humano (pulmão, mama,
cólon e câncer gástrico). Os compostos bioativos extraídos de Lepista inversa apresentam grande
potencial antioxidante devido à maior concentração de compostos fenólicos. O extrato bruto da
espécie Clitocybe alexandri causou atividade inibitória do crescimento tumoral. O estudo demonstra
que a associação dessas duas espécies para o tratamento de tumores promove um equilíbrio entre
proliferação e morte celular, tornando-as fontes promissoras de compostos bioativos (FERREIRA et
al., 2012; VAZ et al., 2010).
A espécie Lepista inversa foi analisada em associação com outras espécies de basidiomicetos
no tratamento do câncer devido ao seu potencial antioxidante. Nos estudos de Ferreira et al., (2012),
as atividades antitumorais do extrato bruto obtido de Lepista inversa e Suillus collinitus foram
analisadas. O extrato aquoso deL.inversamostrou potencial antioxidantepor capturar radicais DPPH
e reduzir a inibição da descoloração do β -caroteno. Em contraste, o extrato bruto de Suillus collinitus
atuou diretamentenociclo celulardecélulas cancerígenas damama,aumentando o número decélulas
nafaseG1 ediminuindo o número decélulas na faseS, além deinduzir apoptosecelular (FERREIRA
et al., 2012; VAZ et al., 2012).
Os extratos bioativos da espécie Suillus collinitus, segundo estudos de Vaz et al. (2012),
apontam quepodem inibir o crescimento de células MCF-7 (GI50 25,2 ± 0,2 μ g/ml), além deinduzir
a parada celular no ciclo G1, diminuindo o número de células no G1 e S fase, ocorre aumentando a
porcentagem de células apoptóticas, que estimulam a expressão de p53 e atuam diretamente na
distribuição do ciclo celular normal.
Gênero Ganoderma
Espécies pertencentes ao gênero Ganoderma são fungos com grande potencial medicinal
contra diversos tipos de doenças, inclusive no tratamento de células tumorais
(
BARBIERI et al.,
2017). Das espécies pertencentes a este gênero, Ganoderma lucidum é considerado pelos asiáticos
como o “cogumelo daimortalidadedevido ao seu grandepotencial medicinal (VERGA et al., 2017).
Ganoderma lucidum, além de ser utilizado no tratamento de câncer colorretal, leucemia e câncer de
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 29 - 46, 2022.
36
Bisancao, Golias e Polonio, 2022
mama, seus extratos metabólicos também têm sido amplamente estudados para o tratamento de
câncer gastrointestinal (RONY et al., 2011).
De acordo com estudos realizados por Calvino et al. (2010), extratos aquosos de Ganoderma
lucidum podem induzir apoptose celular em células cancerígenas de leucemia humana NB4, além de
causar alterações nas quinases de transdução de sinal (Akt e Erk).
No combate ao câncer de mama, estudos apontam aplicabilidade do Ganoderma lucidum uma
vez queestetipo de tumor tem sido acausa demortede muitas mulheres em todo o mundo. Martínez-
Montemayor et al. (2011) demonstraram que o câncer de mama inflamatório é um dos mais letais e
menos estudados e que os compostos biológicos presentes no fungo Ganoderma lucidum inibe
efetivamente a expressão das proteínas causadoras de metástases BCL-2, BCL-XL, E-cadherin,
eIF4G, p120-catenin e c- Myc e atividade de gelatinase.
No tratamento do câncer gastrointestinal, Rony et al. (2011) relatam que os extratos
metabólicos deste cogumelo aumentaram a produção de autofagossomos e a autofagia celular do
adenocarcinoma gástrico. No tratamento do câncer de próstata, os extratos triterpenóides totais de
Ganoderma lucidum mostraram eficácia em inibir o crescimento de quatro linhagens celulares de
câncer de próstata humano (LNCaP, 22Rv1, PC-3 e DU-145), induzindo a apoptose dessas células
tumorais devido à ativação das Caspases 9 e 3 e os eventos apoptóticos(WANG et al., 2020). Os
compostos atuam na parada do ciclo celular na fase G1, causando o up-regulation da expressão de
p21 e down-regulation da expressão de ciclina quinase dependente-4 (CDK4) e E2F1 (WANG et al.,
2015).
No tratamento do câncer colorretal HCT-116, Rossi et al. (2018) também apontam que os
polissacarídeos beta-glucanas obtidos através do extrato aquoso de Ganoderma lucidum
apresentaram resultados satisfatórios. A partir de cogumelos da espécie G. lucidum, também é
possível obter o extrato triterpeno. Este agente bioativo reduz a proliferação de células tumorais de
cólon humano HT-29, inibindo assim o seu crescimento (THYAGARAJAN et al., 2010).
Gênero Grifola
Os representantes medicinais proeminentes do gênero Grifola são os cogumelos da espécie
Grifola frondosae. O polissacarídeo produzido por esse basidiomiceto é considerado um
imunomodulador evem sendo utilizado no tratamento adjuvantedetumores,aumentandoasobrevida
de pacientes com câncer (TAGUCHI et al. 1983; KODAMA et al. 2002).
O grande potencial nas atividades antitumorais do cogumelo Grifola frondosae, está
associado à fração Dβ-1,6 e β-1,3 de glucanos ligados a proteína (proteoglucano). Este composto
atua diretamente nas células tumorais, independentemente do tipo de sistema imunológico
(RESHETNIKOV et al. 2001). Alonso et al. (2017), evidenciaram que os compostos da fração Dβ-
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 29 - 46, 2022.
37
Cogumelos basidiomycota: fontes de compostos com atividade anticâncer
glucana podem atuar diretamente nas células do câncer de mama, diminuindo a probabilidade de
proliferação decélulas defeituosas epromovendo oaumento daadesão celular quefavorecearedução
da migração e invasão das células tumorais. Essa ação dos compostos tem o benefício de reduzir a
agressividade das células tumorais e promover um tratamento mais humanizado aos pacientes
(ALONSO et al., 2017).
As propriedades antitumorais dafração Dβ-glucana, obtido apartir do extrato bruto deGrifola
frondosae, também são evidenciados em estudos mais antigos, como apontado por Kodama et al.
(2002). A pesquisa aponta que outros tratamentos antitumorais estão associados à imunoterapia e
quimioterapia. A fração Dβ-glucana pode reduzir o tamanho dos tumores presentes em órgãos como
pulmão, fígado e mama. No entanto, o estudo comprovou que, em uma análise realizada com uma
amostra de 10 pacientes, a aplicação do composto sem drogas anticancerígenas também poderiam
ser eficaz. A administração apenas da fração Dβ-glucana de G. frondosae como tratamento adjuvante
reprimiu a progressão das células que fornecem metástases. Além do mais, controlou a expressão de
marcadores tumorais e estimulou a atividade das células NK, que é um parâmetro essencial para o
monitoramento da progressão de doenças cancerígenas (KODAMA et al., 2010; FANG et al., 2012).
Gênero Leccinum
O cogumelo Leccinum vulpinum, encontrado no Nordeste de Portugal, tem sido estudado não
por suas propriedades comestíveis, mas principalmente pelas suas características medicinais
(FERREIRA et al., 2012).
O extrato fenólico bruto, obtido a partir de Leccinum vulpinum é uma rica fonte de ácidos
hidroxibenzóicos (REIS et al., 2016). O uso deste metabólito secundário demonstrou eficácia na
atividade tumoral de câncer de mama (MCF-7), pulmão (NCI-H460), colorretal (HCT-15) e gástrico
(AGS). A ação desse composto ocorre na inibição da proliferação celular, reduzindo o crescimento
de células tumorais na fase S do ciclo celular e causando apoptose celular (REIS et al., 2016).
Gênero Morchella
O cogumelo comestível Morchella esculenta tem demonstrado grande potencial no
tratamento de atividades antitumorais. De acordo com Wang et al. (2020), compostos triterpenóides
extraídos da parede do micélio têm sido eficazes no tratamento de câncer e outras doenças. Estudos
indicam que o extrato bruto de polissacarídeos de resíduos de soja fermentados com Morchella
esculenta, além de ativar macrófagos (RAW 264,7), induz apoptose em células HepG-2 e Hela,
presentes em células de carcinomas cervicais e hepatocelulares humanos, interrompendo o ciclo
celular progressão nas fases G0/G1 (LI et al., 2017; HU et al., 2013).
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 29 - 46, 2022.
38
Bisancao, Golias e Polonio, 2022
Lee et al. (2018), apontaram os efeitos biológicos presentes nos compostos bioativos do corpo
defrutificaçãodaMorchella esculenta. O extrato bruto tem um papel vital em quatro linhas diferentes
de câncer de pulmão. O estudo mostrou que em 48 horas de uso do composto bioativo, apresentou
efeitos citotóxicos de apoptose e redução significativa em células de adenocarcinoma de pulmão,
demonstrando que o composto bioativo deste basídio pode ser uma fonte de tratamento alternativo
para tumores (LEE et al., 2018).
Gênero Neonothopanus
No Brasil, algumas espécies de cogumelos nativos têm sido investigadas por suas aplicações
farmacológicas, como Neonothopanus gardneri. Este cogumelo, apresentaresultados satisfatórios no
tratamento de células tumorais Sarcoma-180 e câncer de mama. Os metabólitos obtidos desta espécie
atuam como reparador de danos no DNA e apoptose de células tumorais (GOMES, 2020).
Outra espécie do gênero Neonothopanus, que tem demonstrado eficácia no tratamento de
células tumorais, é o cogumelo Neonothopanus nambi. Este basídio apresenta-se como um composto
bioativo extrato de Aurisin A, que vem sendo estudado como fármaco para o tratamento do câncer
do colo do útero (BOUEROY et al. (2021). De acordo com estudos realizados por Boueroy et al.
(2021), o composto Aurisin A apresentou efeitos citotóxicos em três cepas diferentes de tumores
cervicais (Hela, CaSki, SiHa). Seus mecanismos moleculares observados por citometria de fluxo e
microscopia confocal apontaram que a Aurisin A pode inibir a migração de células Hela e CaSki ,
promover a parada celular nas fases G1 e S e induzir a condensação e fragmentação celular,
responsável por causar um aumento de células apoptóticas tumorais, demonstrando sensibilidade das
células Hela e CaSki deste composto bioativo (BOUEROY et al., 2021).
Os estudos no tratamento do câncer desta espécie são recentes, necessitando de maiores
investigações. Entretanto, nos últimos dez anos, outras pesquisas foram realizadas, buscando
conhecer o potencial biotecnológico desse basidiomiceto (OA et al., 2020; BEREGOVAYA et al.,
2021; BOUEROY et al., 2021). Estudo realizado por Queiroz (2020), indica que os compostos
bioativos do cogumelo Neonothopanus nambi também podem ser usados no tratamento de outras
doenças, como atividade antimalárica (Plasmodium falciparum) e atividade antimicobacteriana
(Mycobacterium tuberculosis)
.
Gênero Pleurotus
O cogumelo Pleurotus ostreatus, possui propriedades quimiopreventivas contra o câncer de
cólon do intestino. Este fungo possui polissacarídeos de baixo peso molecular, os α-glucanos,
extraídos do micélio (JEDINAK, et al., 2010). A proliferação ou inibição de células tumorais de
cólon depende das doses dos compostos desse fungo (JEDINAK et al., 2010). O extrato
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 29 - 46, 2022.
39
Cogumelos basidiomycota: fontes de compostos com atividade anticâncer
polissacarídeo de Pleurotus sajor-caju vem sendo estudado como fonte alternativa para o tratamento
desse tipo de câncer, pois esses cogumelos possuem alto teor de polifenóis com atividades
antioxidantes, mostrando-se assim eficazes no tratamento do HCT-116 (MOHARIB et al., 2014;
FINIMUNDY et al., 2013).
Gênero Sarcodona
Os compostos bioativos isolados dos corpos de frutificação de Sarcodon imbricatus e Sarcodon aspratus
têm demonstrado grande potencial no apoptose celular de células tumorais (WANG et al., 2014; WANG
et al., 2018). O composto bioativo deste cogumelo apresentou atividade citotóxica e estimulação da
apoptose, mesmo em baixas doses em células leucêmicas HL-60 em comparação com controles positivos.
Em células tumorais de fígado humano SMMC-7721, o extrato bruto deste cogumelo apresentou maior
taxa de citotoxicidade (WANG et al., 2018; ZHANG et al., 2019).
4. CONCLUSÃO
Sob o viés da revisão de literatura realizada, o presente trabalho apresentou algumas espécies
de cogumelos silvestres presentes no Filo Basidiomycota, que apresentam propriedades
farmacológicas com grande potencial no tratamento de diversos tipos de câncer.
Através da análise das espécies é possível contemplar o potencial antitumoral e inibitório de
células tumorais a partir de metabólitos secundários presentes nos corpos de frutificação dos
basidiomicetos. Conclui-se que o uso de cogumelos apresenta potencial para o desenvolvimento de
novos medicamentos para a indústria farmacêutica ou de alimentos funcionais auxiliando no
tratamento do câncer e assim tornando esse tratamento mais humanizado e menos agressivo aos
pacientes.
REFERÊNCIAS
AJMAL, M. et al. Morchella esculenta: An edible and health beneficial mushroom. Pak J Food
Sci, v. 25, n. 2, p. 71-78, 2015.
ALONSO, E. N. et al. Antitumoral effects of D-fraction from Grifola frondosa (maitake)
mushroom in breast cancer. Nutrition and cancer, v. 69, n. 1, p. 29-43, 2017.
BARBIERI, A. et al. Anticancer and anti-inflammatory properties of Ganoderma lucidum extract
effects on melanoma and triple-negative breast cancer treatment. Nutrients, v. 9, n. 3, p. 210, 2017.
BELIZÁRIO, J. E. O próximo desafio, reverter o câncer. Ciência Hoje, v. 31, n. 184, p. 51-57,
2002.
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 29 - 46, 2022.
40
Bisancao, Golias e Polonio, 2022
BEREGOVAYA, K. A. et al. Rational Design and Mutagenesis of Fungal Luciferase from
Neonothopanus nambi. In: Doklady Biochemistry and Biophysics. Pleiades Publishing, 2021. p.
14-17.
BERTOLLO, A. G. et al. Agaricus blazei Murrill Mushroom: A Review on the Prevention and
Treatment of Cancer. Pharmacological Research-Modern Chinese Medicine, p. 100032, 2021.
BOUEROY, P. et al. Anticancer effects of aurisin A extracts from Neonothopanus nambi on
human papillomavirus-infected cervical cancer cells. Agriculture and Natural Resources, v. 55,
n. 4, p. 618–627, 2021.
BOVI, M. et al. Structure of a lectin with antitumoral properties in king bolete (Boletus edulis)
mushrooms. Glycobiology, v. 21, n. 8, p. 1000-1009, 2011.
BRAY, F. et al. Global cancer statistics 2018: GLOBOCAN estimates of incidence and mortality
worldwide for 36 cancers in 185 countries. CA: a cancer journal for clinicians, v. 68, n. 6, p.
394-424, 2018.
CALVINO, E. et al. Ganoderma lucidum induced apoptosis in NB4 human leukemia cells:
involvement of Akt and Erk. Journal of ethnopharmacology, v. 128, n. 1, p. 71-78, 2010.
CHAN, G. C-F.; CHAN, W. K.; SZE, D. M-Y. The effects of β-glucan on human immune and
cancer cells. Journal of hematology & oncology, v. 2, n. 1, p. 1-11, 2009.
CHATURVEDI, V. K. et al. Medicinal mushroom: boon for therapeutic applications. 3 Biotech, v.
8, n. 8, p. 1-20, 2018.
CHEUNG, P. C. K. The nutritional and health benefits of mushrooms. Nutrition Bulletin, v. 35, n.
4, p. 292-299, 2010.
CONTI, R.; GUIMARÃES, D. O.; PUPO, M. T. Aprendendo com as interações da natureza:
microrganismos simbiontes como fontes de produtos naturais bioativos. Ciência e Cultura, v. 64,
n. 3, pág. 43-47, 2012.
DA SILVA, C. J. A.; DO NASCIMENTO MALTA, D. J. A importância dos fungos na
biotecnologia. Caderno de Graduação-Ciências Biológicas e da Saúde-UNIT-PERNAMBUCO, v.
2, n. 3, p. 49-49, 2016.
DA SILVA, R. G.; MANTOVANINI, L. J.; ZINGARETTI, S. M. Cogumelo Agaricus Sylvaticus
(Agaricaceae): Adjuvante Imunológico No Tratamentodo Câncer. Uningá Review, v. 23, n. 3,
2015.
EL-DEEB, N. M. et al. Alginate/κ-carrageenan oral microcapsules loaded with Agaricus bisporus
polysaccharides MH751906 for natural killer cells mediated colon cancer
immunotherapy. International Journal of Biological Macromolecules, v. 205, p. 385-395, 2022.
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 29 - 46, 2022.
41
Cogumelos basidiomycota: fontes de compostos com atividade anticâncer
FAN, M-J. et al. Crude extracts of Agaricus brasiliensis induce apoptosis in human oral cancer
CAL 27 cells through a mitochondria-dependent pathway. In vivo, v. 25, n. 3, p. 355-366, 2011.
FANG, J. et al. Structure of a β-glucan from Grifola frondosa and its antitumor effect by activating
Dectin-1/Syk/NF-κB signaling. Glycoconjugate journal, v. 29, n. 5, p. 365-377, 2012.
FERREIRA, I. C. F. R. et al. Cogumelos silvestres Portugueses: valorização como alimentos
funcionais e fonte de nutracêuticos. In: Forum CIMO Ciência e Desenvolvimento 2012, CIMO,
2012.
FINIMUNDY, T. C. et al. Aqueous extracts of Lentinula edodes and Pleurotus sajor-caju exhibit
high antioxidant capability and promising in vitro antitumor activity. Nutrition Research, v. 33, n.
1, p. 76-84, 2013.
FREITAS, A. C. P. de M. Cogumelos e seus efeitos terapêuticos. 2013. Tese de Doutorado. [sn].
FORTES, R. C.; NOVAES, M. R. C. G. Efeitos da suplementação dietética com cogumelos
Agaricales e outros fungos medicinais na terapia contra o câncer. Revista Brasileira de
Cancerologia, v. 52, n. 4, p. 363-371, 2006.
FURLANI, R. P. Z.; GODOY, H. T. Valor nutricional de cogumelos comestíveis. Food Science
and Technology, v. 27, n. 1, p. 154-157, 2007.
GOMES, D.C.V. Toxicogenética e os Efeitos Antitumorais de Extratos Obtidos do
Neonothopanus Gardneri: Potencial Biotecnologico e Farmaceutico. 2020. Tese de Doutorado.
HETLAND, G. et al. Effects of the medicinal mushroom Agaricus blazei Murill on immunity,
infection and cancer. Scandinavian journal of immunology, v. 68, n. 4, p. 363-370, 2008.
HETLAND, G. et al. Antitumor, anti-inflammatory and antiallergic effects of Agaricus blazei
mushroom extract and the related medicinal Basidiomycetes mushrooms, Hericium erinaceus and
Grifola frondosa: A review of preclinical and clinical studies. Nutrients, v. 12, n. 5, p. 1339, 2020.
HOBBS, C. Medicinal mushrooms: an exploration of tradition, healing, and culture. Book
Publishing Company, 2002.
HU, M. et al. Induction of apoptosis in HepG2 cells by polysaccharide MEP-II from the
fermentation broth of Morchella esculenta. Biotechnology letters, v. 35, n. 1, p. 1-10, 2013.
INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (Brasil). Como surge o Câncer. In: INSTITUTO
NACIONAL DO CÂNCER (Brasil). Como surge o Câncer. [Brasília, DF]: Instituto Nacional do
Câncer, 2022. Disponível em: https://www.inca.gov.br/como-surge-o-cancer. Acesso em: 17 jun.
2022.
JEDINAK, A. et al. Pleurotus ostreatus inhibits colitis-related colon carcinogenesis in
mice. International journal of molecular medicine, v. 26, n. 5, p. 643-650, 2010.
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 29 - 46, 2022.
42
Bisancao, Golias e Polonio, 2022
JEONG, S. C. et al. Macrophage immunomodulating and antitumor activities of polysaccharides
isolated from Agaricus bisporus white button mushrooms. Journal of medicinal food, v. 15, n. 1,
p. 58-65, 2012.
KODAMA, N.; KOMUTA, K.; NANBA, H. Can maitake MD-fraction aid cancer
patients? Alternative Medicine Review, v. 7, n. 3, p. 236-239, 2002.
KODAMA, N. et al. Potential antitumor activity of a low-molecular-weight protein fraction from
Grifola frondosa through enhancement of cytokine production. Journal of medicinal food, v. 13,
n. 1, p. 20-30, 2010.
LEE, S. R. et al. Bioactivity-guided isolation and chemical characterization of antiproliferative
constituents from morel mushroom (Morchella esculenta) in human lung adenocarcinoma
cells. Journal of Functional Foods, v. 40, p. 249-260, 2018.
LI, S. et al. Purification, antitumor and immunomodulatory activity of polysaccharides from
soybean residue fermented with Morchella esculenta. International journal of biological
macromolecules, v. 96, p. 26-34, 2017.
MAO, G-H. et al. Antitumor and immunomodulatory activity of a water-soluble polysaccharide
from Grifola frondosa. Carbohydrate polymers, v. 134, p. 406-412, 2015.
MANCINA, E. G. Investigação da selectividad anticancerosa de nuevos compuestos y
estrategias contra el câncer. 2021. Tese de Doutorado. Universidade de Sevilha, Sevilha, 2021.
MARTÍNEZ-MONTEMAYOR, M. M. et al. Ganoderma lucidum (Reishi) inhibits cancer cell
growth and expression of key molecules in inflammatory breast cancer. Nutrition and cancer, v.
63, n. 7, p. 1085-1094, 2011.
MASUDA, Y. et al. Oral administration of soluble β‐glucans extracted from Grifola frondosa
induces systemic antitumor immune response and decreases immunosuppression in tumor‐bearing
mice. International Journal of Cancer, v. 133, n. 1, p. 108-119, 2013.
MOHARIB, S. A. et al. Anticancer activities of mushroom polysaccharides on chemically-induced
colorectal cancer in rats. 2014.
OA, M. et al. Produção de oxidases extracelulares no micélio do bioluminescente Neonothopanus
nambi (Omphalotaceae, Basidiomycota) cultivado em cultura submersa em diferentes meios. Asian
Journal of Mycology, v. 3, n. 1, pág. 408-418, 2020.
ORSINE, J. V. C.; BRITO, L. M.; NOVAES, M. R. C. G. Cogumelos comestíveis: uso,
conservação, características nutricionais e farmacológicas. Clinical & Biomedical Research, v.
32, n. 4, 2012.
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 29 - 46, 2022.
43
Cogumelos basidiomycota: fontes de compostos com atividade anticâncer
PAULIUC, I. et al. Antitumor activity of Pleurotus ostreatus gemmotherapic extract. Annals of
the Romanian Society for Cell Biology, v. 18, n. 1, p. 178, 2013.
PINTO, S. et al. Chemical characterization and antioxidant properties of Lepista nuda fruiting
bodies and mycelia obtained by in vitro culture: Effects of collection habitat and culture
media. Food research international, v. 51, n. 2, p. 496-502, 2013.
QU, L. et al. Anticancer effect of triterpenes from Ganoderma lucidum in human prostate cancer
cells. Oncology letters, v. 14, n. 6, p. 7467-7472, 2017.
QUEIROZ, B. C. S. H. Composição Fitoquímica e Atividades Antileishmania, Citotóxica,
Imunomoduladora e Genotóxica de Neonothopanus Gardneri: Um Cogumelo Bioluminescente.
2020.
REIS, F. S. et al. Leccinum vulpinum Watling induces DNA damage, decreases cell proliferation
and induces apoptosis on the human MCF-7 breast cancer cell line. Food and Chemical
Toxicology, v. 90, p. 45-54, 2016.
RESHETNIKOV, S. V.; TAN, K-K. Higher Basidiomycota as a source of antitumor and
immunostimulating polysaccharides. International Journal of Medicinal Mushrooms, v. 3, n. 4,
2001.
RONY, K. A. et al. Ganoderma lucidum (Fr.) P. Karst occurring in South India attenuates gastric
ulceration in rats. 2011.
ROSSI, P. et al. B-glucans from Grifola frondosa and Ganoderma lucidum in breast cancer: an
example of complementary and integrative medicine. Oncotarget, v. 9, n. 37, p. 24837, 2018.
RUBEL, R. et al. Immunomodulatory and antitumoral properties of Ganoderma lucidum and
Agaricus brasiliensis (Agaricomycetes) medicinal mushrooms. International journal of
medicinal mushrooms, v. 20, n. 4, 2018.
RUTCKEVISKI, R. et al. Agaricus bisporus β-(1→ 6)-d-glucan induces M1 phenotype on
macrophages and increases sensitivity to doxorubicin of triple negative breast cancer
cells. Carbohydrate Polymers, v. 278, p. 118917, 2022.
SABOTIČ, J.; KOS, J. CNL–Clitocybe nebularis Lectin—The Fungal GalNAcβ1-4GlcNAc-
Binding Lectin. Molecules, v. 24, n. 23, p. 4204, 2019.
SINGH, V. K.; SINGH, M. P. Bioremediation of vegetable and agrowastes by Pleurotus ostreatus:
a novel strategy to produce edible mushroom with enhanced yield and nutrition. Cellular and
Molecular Biology, v. 60, n. 5, p. 2-6, 2014.
TAGUCHI, T. et al. Clinical efficacy of lentinan on neoplastic diseases. In: Biological Response
Modifiers in Human Oncology and Immunology. Springer, Boston, MA, 1983. p. 181-187.
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 29 - 46, 2022.
44
Bisancao, Golias e Polonio, 2022
THYAGARAJAN, A. et al. Triterpenes from Ganoderma lucidum induce autophagy in colon
cancer through the inhibition of p38 mitogen-activated kinase (p38 MAPK). Nutrition and cancer,
v. 62, n. 5, p. 630-640, 2010.
TORTORA, G.; FUNKE, B. R.; CHRISTINE, I. Microbiologia, São Paulo: Artmed, 8 ed. 2005,
894 p.
VAZ, J. A. et al. Wild mushrooms Clitocybe alexandri and Lepista inversa: in vitro antioxidant
activity and growth inhibition of human tumour cell lines. Food and Chemical Toxicology, v. 48,
n. 10, p. 2881-2884, 2010.
VAZ, J. A. et al. Suillus collinitus methanolic extract increases p53 expression and causes cell
cycle arrest and apoptosis in a breast cancer cell line. Food Chemistry, v. 135, n. 2, p. 596-602,
2012.
VIANA, A. R. et al. Produtos bioativos na prevenção e no tratamento do câncer, em especial o
melanoma. Disciplinarum Scientia Saúde, v. 18, n. 3, p. 511-528, 2017.
VERGA, M. P. et al. Potencialidades medicinais de Ganoderma lucidum. 2017. Tese de
Doutorado. Universidade de Coimbra.
WANG, D-D. et al. Polysaccharide isolated from Sarcodon aspratus induces RAW264. 7 activity
via TLR4-mediated NF-κB and MAPK signaling pathways. International journal of biological
macromolecules, v. 120, p. 1039-1047, 2018.
WANG, D-D. et al. A novel polysaccharide from the Sarcodon aspratus triggers apoptosis in Hela
cells via induction of mitochondrial dysfunction. Food & Nutrition Research, v. 62, 2018.
WANG, T. et al. Total triterpenoids from Ganoderma Lucidum suppresses prostate cancer cell
growth by inducing growth arrest and apoptosis. Journal of Huazhong University of Science and
Technology [Medical Sciences], v. 35, n. 5, p. 736-741, 2015.
WANG, X. et al. Ganoderma lucidum put forth anti-tumor activity against PC-3 prostate cancer
cells via inhibition of Jak-1/STAT-3 activity. Saudi Journal of Biological Sciences, v. 27, n. 10, p.
2632-2637, 2020.
WANG, X-M. et al. A mini-review of chemical composition and nutritional value of edible wild-
grown mushroom from China. Food chemistry, v. 151, p. 279-285, 2014.
WANG, Z. et al. Antioxidant and anti-tumour activity of triterpenoid compounds isolated from
Morchella mycelium. Archives of Microbiology, v. 202, n. 7, p. 1677-1685, 2020.
WU, M-F. et al. Effect of Agaricus blazei Murrill extract on HT-29 human colon cancer cells in
SCID mice in vivo. In vivo, v. 25, n. 4, p. 673-677, 2011.
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 29 - 46, 2022.
45
Cogumelos basidiomycota: fontes de compostos com atividade anticâncer
WU, K. et al. Effects of non-steroidal anti-inflammatory drug-activated gene-1 on Ganoderma
lucidum polysaccharides-induced apoptosis of human prostate cancer PC-3 cells. International
journal of oncology, v. 53, n. 6, p. 2356-2368, 2018.
XU, W.; HUANG, J. J-H; CHEUNG, P. K.. Extract of Pleurotus pulmonarius suppresses liver
cancer development and progression through inhibition of VEGF-induced PI3K/AKT signaling
pathway. PLoS One, v. 7, n. 3, p. e34406, 2012.
ZHANG, M. et al. Antitumor polysaccharides from mushrooms: a review on their isolation
process, structural characteristics and antitumor activity. Trends in Food Science & Technology,
v. 18, n. 1, p. 4-19, 2007.
ZHANG, Y. et al. Purification and characterization of a novel protein with activity against non-
small-cell lung cancer in vitro and in vivo from the edible mushroom Boletus edulis. International
Journal of Biological Macromolecules, v. 174, p. 77-88, 2021.
ZHAO, H. et al. Spore powder of Ganoderma lucidum improves cancer-related fatigue in breast cancer
patients undergoing endocrine therapy: a pilot clinical trial. Evidence-Based Complementary and
Alternative Medicine, v. 2012, 2011.
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 29 - 46, 2022.
46