Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 1-12, 2022
Aceito em: 10/06/2022Publicado em: 16/08/2022
ARTIGO ORIGINAL
EFEITOS DA AUTO LIBERAÇÃO MIOFASCIAL NA MELHORIA DA
QUALIDADE DE VIDA EM TRABALHADORES DE SERVIÇOS GERAIS:
UMA REVISÃO NARRATIVA
Denize Silva dos Santos
1
Mestranda do Programa de Mestrado
Profissional em Desenvolvimento
Regional e Meio Ambiente do Centro
Universitário Maria Milza-BA, Brasil.
Gilmara Alvarenga F. Oliveira²
Bacharelado em Fisioterapia
Centro Universitário Maria Milza
Marcelo Biondaro Gois³
Programa de Pós-Graduação em
Biociências e Saúde, Universidade
Federal de Rondonópolis-MT, Brasil e
Programa de Mestrado Profissional
em Desenvolvimento Regional e Meio
Ambiente do Centro Universitário
Maria Milza-BA, Brasil.
Resumo
A auto liberação miofascial (ALMF) é uma terapia de
automassagem utilizada para liberar restrições nos tecidos
moles com uso de instrumentos como rolo de espuma, bola de
borracha ou bastão com a finalidade de reduzir a dor, melhorar
a amplitude de movimento articular e diminuir a rigidez
tecidual. No Brasil, há cerca de 1,6 milhão de trabalhadores do
setor de serviços gerais que exercem atividades de limpeza e
conservação, sendo funções que podem gerar riscos à saúde
devido movimentos repetitivos, posturas inadequadas a maior
parte do tempo e altos níveis de estresse. Diante do exposto, o
presente estudo tem como objetivo evidenciar os efeitos da
prática de auto liberação miofascial na melhoria da qualidade
de vida em trabalhadores de serviços gerais, sob uma
perspectiva de melhoria do bem estar físico e mental. A
metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica narrativa, por
meio de artigos indexados no PubMed, MEDLINE, Biblioteca
Virtual em Saúde (BVS), Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic
Library Online (SCIELO) e Google Acadêmico, além de
pesquisas em livros e em sites oficiais nos idiomas inglês e
português, publicados entre o período de 2012 a 2022. Os
resultados evidenciaram que a ALMF é um recurso usado tanto
para prevenção, quanto para o tratamento e gerenciamento de
distúrbios musculoesqueléticos. Conclui-se que a prática de
auto liberação miofascial pode promover relaxamento
muscular, reduzir restrições e disfunções musculoesqueléticas
resultantes de movimentos repetitivos, melhorando a saúde,
sensação de bem-estar e qualidade de vida de trabalhadores de
serviços gerais.
Palavras-chave: Síndrome da Dor Miofascial; dor crônica;
doenças musculoesqueléticas.
Efeitos da auto liberação miofascial na melhoria da qualidade de vida em trabalhadores de serviços gerais: uma revisão
narrativa
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 2, p. 01 - 12, ano 20222
EFFECTS OF SELF-MYOFASCIAL RELEASE ON IMPROVING QUALITY OF LIFE IN
GENERAL SERVICE WORKERS: A NARRATIVE REVIEW
Abstract
Self-myofascial release (SMFR) is a self-massage therapy used to release soft tissue restrictions using instruments such as
a foam roller, rubber ball or stick in order to reduce pain, improve joint range of motion and decrease tissue stiffness. In
Brazil, there are about 1.6 million workers in the general service sector who carry out cleaning and conservation
activities, which are functions that can generate health risks due to repetitive movements, inadequate postures most of the
time and high levels of stress. Given the above, thepresent study aims to highlight the effects of the practice of SMFR in
improving the quality of life of general service workers, from a perspective of improving physical and mental well-being.
The methodology used was the narrative literature review, through articles indexed in PubMed, MEDLINE, Virtual
Health Library (VHL), Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS), Scientific Electronic
LibraryOnline (SCIELO)and Google Scholar, in addition to research in books and official websites in English and
Portuguese, published between the period from 2012 to 2022. The results showed that SMFR is a resource used for both
prevention, treatment and management of musculoskeletal disorders. It is concluded that the practice of self-
myofascial release can promote muscle relaxation, reduce musculoskeletal restrictions and dysfunctions, resulting from
repetitive movements, improving the health, sense of well-being and quality of life of general service workers.
Keywords: Myofascial Pain Syndromes; chronic pain; musculoskeletal diseases.
1. INTRODUÇÃO
A auto liberação miofascial (ALMF) é uma terapia que consiste em uma automassagem realizada por
meio de instrumentos como rolo de espuma, bola de borracha, bastão ou materiais semelhantes, em que o
indivíduo usa o próprio peso do corporal, exercendo pressão sobre os tecidos moles restritos (BEHM;
WILKE, 2019). As técnicas de ALMF envolvem a realização de movimentos lentos e específicos
sincronizados com mudanças de direção, capazes de promover benefícios potenciais similares ao
tratamento de liberação miofascial manual, sendo ambas utilizadas para aliviar sintomas de dor muscular
e para o tratamento de pontos gatilhos miofasciais (LAIMI et al., 2017; SCHLEIP; MÜLLER, 2013).
Nos últimos anos, diversos estudos têm investigado sobre a utilização da ALMF em diferentes
contextos, com resultados positivos no aumento da amplitude de movimento articular (ADM), na redução
da dor, na diminuição da rigidez muscular, na recuperação de danos musculares induzidos pelo exercício,
diminuição da fadiga e melhora do desempenho muscular pré e pós-exercício (LAFFAYE; SILVA;
DELAFONTAINE, 2019; LYU et al., 2020, CHEATHAM et al., 2015; SULLIVAN et al., 2013).
Um estudo recente demonstrou que as técnicas de ALMF promoveram não somente o alívio de
dor e diminuição da rigidez tecidual, como também contribuíram com a redução da ansiedade, depressão
e sobremarcadores hormonais, devido acapacidadedemodular as respostas ao estresse, com adiminuição
concomitante do cortisol e o aumento das concentrações de dopamina e serotonina após a aplicação
(KERAUTRET et al., 2021).
Conforme Kalichman e Ben David (2016), a síndrome dador miofascial, também conhecida como
síndrome de pontos gatilhos miofasciais é considerada uma das causas mais comuns de distúrbios
musculoesqueléticos (DME`s) apresentados na atenção primária, com estimativas cada vez maiores no
número de indivíduos com declínios na funcionalidade e nas atividades de vida diárias (AVD`s).
Os DME`s são alterações que comprometem ossos, músculos e tecidos conjuntivos e afetam
milhares de pessoas em todo o mundo. Na Europa, mais de 50% das doenças diagnosticadas em
trabalhadores são de origens ocupacionais e em países como a Austrália, há uma estimativa de 60% dos
trabalhadores que possuem DME`s com alto índice de afastamentos e indenizações por doenças laborais
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(WEALE; WELLS; OAKMAN, 2017). Nos Estados Unidos, as estimativas apontam que
aproximadamente 100 milhões de adultos sofrem de dor musculoesquelética crônica (IOM, 2013).
Os DME`s relacionados ao trabalho são causados fundamentalmente pela exposição a fatores de
natureza biomecânica, como movimentos repetitivos, aceleração no ritmo de trabalho, posturas
inadequadas ou posturas forçadas durante as atividades laborais. Novos estudos, estão cada vez mais
trazendo correlações sobre os fatores psicossociais como a exposição a situações de estresse com
comprometimentos à saúde e no surgimento de dores musculoesqueléticas (ARIAS; GARCÍA, 2017).
Segundo Beaudart et al. (2018) e Park et al. (2015), os DME´s e a dor musculoesquelética crônica
são fatores que impactam negativamente na qualidade de vida (QV), além de gerar uma sobrecarga
bastante considerável ao sistema de saúde. A QV possui um conceito bastante amplo na literatura,
caracterizada como uma percepção consciente do indivíduo e da satisfação com sua própria vida em
relação aos objetivos, preocupações, expectativas, contexto social e cultural em que vive (KARIMI;
BRAZIER, 2016).
Para Lucena e Sampaio (2019), a QV é uma ferramenta importante para o gerenciamento de
intervenções preventivas paraevitar agravos àsaúde, assim como parao manejo dos DME`s, muitas vezes
resultantes de esforço repetitivo em atividades laborais. Nesse contexto, a QV tem sido um alvo bastante
significativo em diversas pesquisas e práticas desenvolvidas nas áreas da saúde, e compreendê-la é
fundamental para melhorar o manejo de doenças, o alivio de sintomas e a tomada de decisões clínicas na
reabilitação de pacientes (HARALDSTAD et al., 2019).
No Brasil, há cerca de 1,6 milhão de trabalhadores do setor de serviços gerais que exercem
atividades de limpeza e conservação, um segmento que exerce um papel importante para o setor
econômico do país. Além disso, são atividades laborais que podem desenvolver riscos à saúde, como o
surgimento de DME`s, devido ao trabalho manual repetitivo (JANUÁRIO; MARINHO, 2020).
Nesse sentido, o fisioterapeuta é o profissional de saúde habilitado para prevenir e tratar os
distúrbios cinéticos funcionais e possui conhecimento técnico e científicos capaz de criar meios para
prevenção de agravos à saúde, tratamento e recuperação de distúrbios do movimento humano e promoção
da saúde, além de prevenir condições que impliquem em perda da qualidade da vida do ser humano
(COFFITO, 2013). Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo evidenciarpor meio deumarevisão
narrativa, os efeitos da prática de ALMF na melhoria da QV em trabalhadores de serviços gerais, sob uma
perspectiva de melhoria do bem-estar físico e mental.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
O presente estudo trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem qualitativa, do tipo revisão
bibliográfica narrativa, relacionado a utilização da prática de ALMF em trabalhadores de serviços gerais.
O interesse pelo estudo, baseou-se em uma investigação para o Programa de Mestrado Profissional em
Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente do Centro Universitário Maria Milza (UNIMAM), com a
perspectiva de desenvolver um projeto para a realização de práticas terapêuticas com ALMF no ambiente
de trabalho, para melhoria da QV de trabalhadores de serviços gerais e de outros segmentos. Álem disso,
trazer evidências sobre a importância de práticas terapêuticas de autotratamento baseadas em exercícios
e de como uma abordagem voltada para a estrutura mecânica do corpo, podem influenciar em outros
aspectos como na promoção da saúde e bem-estar físico e mental.
A pesquisa foi realizada por meio de artigos científicos encontrados nos buscadores da PubMed,
Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Google Acadêmico e nas bases de dados
eletrônicas da Medical Literature Analysis and Retrievel System Online (MEDLINE), (Literatura Latino-
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Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online
(SCIELO), com uso dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): quality of life, myofascial pain
syndromes, Musculoskeletal manipulatios, chronic pain, occupational health, desenvolvimento
sustentável, promoção da saúde, planejamento em saúde e políticas de saúde, além de pesquisas em livros
e em sites oficiais sobre o tema em estudo entre o período de 2012 à 2022.
Dos estudos encontrados, foram incluídos pesquisas voltadas para aplicação de técnicas de ALMF
nos DME`s e sobre os efeitos neurofisiológicos que envolvem a técnica, sintomas de dor e disfunções do
movimento humano relacionados ao trabalho.
3. RESULTADOS E DISCUSÃO
Importância do sistema fascial para as funções do corpo
As fáscias são componentes de tecidos moles caracterizadas por tecidos conjuntivos colagenosos
e fibrosos que permeiam todo o corpo. Esses tecidos formam uma ampla rede de tensão contínua
envolvendo e conectando diversas estruturas e gerando uma perfeita conexão de tensão e equilíbrio
igualmente distribuída formando o sistema fascial, responsável pela transmissão de força (SCHLEIP;
JAGER; KLINGLER, 2012).
Os tecidos fasciais são divididos em fáscia superficial e fáscia profunda, como um emaranhado de
tecido fibroelástico solto conectado à face interna da pele, enviando constantemente informações
consciente e inconsciente para o sistema nervoso central. A fáscia profunda varia em densidade e é
responsável pela compartimentalização das estruturas do corpo, separando e envolvendo órgãos viscerais
(BIANCHINI; MOREIRA, 2003). As fáscias envolvem vasos sanguíneos, nervos, vísceras, meninges,
ossos e músculos, formando uma matriz tridimensional mecânica e metabólica (BORDONI; ZANIER,
2014).
Essa continuidade de tecidos fasciais, representam o sistema fascial que é definido pela
interconexão entre várias estruturas do corpo como tecido adiposo, aponeuroses, cápsulas articulares,
ligamentos, tendões, septos, retináculos, bainhas neurovasculares e adventícias, epineuro, membranas,
meninges, expansões miofasciais, fáscias superficiais, fáscias profundas, fáscias viscerais, periósteo, vias
intramusculares, tecidos conjuntivos intermusculares, incluindo endomísio, perimísio e epimísio,
permitindo que todos os sistemas do corpo funcionem de maneira integrada (ADSTRUM et al., 2017).
As fáscias possuem um papel importante na dinâmica musculoesquelética, capaz de se ajustar e
se adaptar a diferentes estímulos como à tensão e ao alongamento. A conectividade entre as fáscias, assim
como o rico suprimento nervoso que a envolve, demonstra que o sistema miofascial é um órgão sensorial
e altamente eficiente, importante tanto para a estabilidade e mobilidade, quanto para a respiração,
mobilização dos órgãos, circulação sanguínea e linfática (SCHLEIP, 2020).
Em estudos recentes foram evidenciados que os fluidos corporais como o sangue, a linfa e o
liquido cefalorraquidiano, também fazem parte do tecido conjuntivo ou fáscia líquida, sendo essenciais
para o transporte de informações mecanometabólicas. O sistema fascial consegue transportar esses
fluidos, por meio de pressões e pelo espaço que é gerado para a passagem dos fluidos, criando uma
conexão constante pelas zonas do corpo, formando uma rede fluídica. Esse sistema atua na transmissão
de informações mecânicas, não somente para a execução do movimento, como também para permitir que
os tecidos possam se adaptar a diferentes tensões durante o movimento (BORDONI et al., 2021).
O sistema fascial fornece suporte para o corpo humano em suas funções vitais, contribuindo na
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manutenção da postura, expressões motoras e obtenção da homeostase. A fáscia fornece funções de
comunicação, suporte, proteção, sustentação e também gera influências nas esferas emocionais, através
da epiderme que é uma parte inerente da fáscia, além de transmitir e receber constantemente informações
mecanometabólicas que podem influenciar nas funções do corpo (BORDONI; SIMONELLI, 2018).
Benefícios da auto liberação miofascial
As técnicas de LMF é definida como a manipulação dos tecidos moles, com baixa carga de
pressão, a fim de deformá-los e estimular reações químicas para promover o reequilíbrio mecânico,
estrutural e bioquímico nas fibras musculares. A reorganização das fibras musculares, permite que as
camadas teciduais realizem um melhor deslizamento e consequentemente um desempenho mais eficiente
nos padrões de movimento (BEARDSLEY; SKARABOT, 2015; CHEATHAM et al., 2015).
A realização da ALMF é uma intervenção realizada por meio de instrumentos, como rolo de
espuma, popularmente conhecido como Foam Roller, bola de borracha ou bola de tênis. A técnica de
ALMF envolve pequenos rolamentos nas estruturas musculares no corpo, começando na porção proximal
do músculo, descendo até a porção distal do músculo ou vice-versa. Os movimentos podem ser realizados
com pequenas pressões, estiramentos eatritosentreos tecidos moles, o quecausam aquecimento dafáscia,
pelo fenômeno da histerese, promovendo na fáscia, um estado mais fluido, conhecido como propriedade
da fáscia tixotrópica, pela quebra das aderências fibrosas entre os tecidos (MACDONALD, 2013).
A ALMF é um recurso usado tanto para prevenção, quanto para o tratamento em diversos DMEs,
com o intuito de promover o alívio de dor, melhora da flexibilidade, aumento da amplitude de movimento
(ADM), recuperação muscular após exercícios físicos e melhora do desempenho em treinamentos
(BEHM; WILKE, 2019).
Conforme Schleip et al. (2012), o volume do tecido fascial é composto por dois terços de água.
Desse modo, quando se aplica manipulações sobre o tecido, por meio de pressões locais e a realização de
exercícios de alongamentos, uma grande quantidade de água é deslocada para áreas tensionadas, como
uma pressão sobre uma esponja.
Estudos demonstraram que a compressão isquêmica e o rolamento longitudinal aplicados pelos
instrumentos de ALMF sobre um determinado ponto de tensão ou ponto gatilho miofascial, promovem
respostas semelhantes à compressão isquêmica manual e a massagem de tecidos profundos, com
diminuição da sensibilidade à dor por pressão, melhora da mobilidade entre as articulações e da força
muscular. O aumento da pressão sobre os pontos de tensão, de forma gradativa gera uma isquemia
temporária ou falta de fluxo sanguíneo para a área comprimida até o indivíduo atingir o seu nível máximo
tolerável à dor (ABES, 2013; CAGNIE et al., 2013).
Estudos realizados em indivíduos saudáveis que praticam atividades físicas regularmente,
evidenciaram que intervenções com técnicas de ALMF são capazes de promover benefícios durante o
desempenho do exercício com melhora da ADM das articulações do quadril e joelho, com redução do
estresse articular, além da redução da dor muscular após o treino (BUSHELL; DAWSON; WEBSTER,
2015; PEACOCK, C. A. et al., 2015).
Outros benefícios também foram evidenciados sobre a redução da sensação de fadiga ao executar
o exercício e sobre os efeitos de dores musculares após a realização da prática de atividades físicas
(HEALEY et al., 2014; PEARCEY et al., 2015).
Auto liberação miofascial e as respostas neurofisiológicas no organismo
A pele, as fáscias e os músculos são ricamente inervados por mecanorreceptores, como o órgão
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tendinoso de Golgi que atua na regulação do tônus muscular, os corpúsculos de Rufini, Pacini, Meissner
e Merkel que permitem a propriocepção estimulados por meio das mudanças nas pressões, forças
tangenciais e toque suave (SCHLEIP, 2003; WILKE et al., 2020).
As respostas neurofisiológicas no organismo por meio das técnicas de ALMF são provenientes da
estimulação dos mecanorreceptores e receptores sensoriais presentes nos tecidos querespondem apressão
e ou tensão mecânica (ABES, 2013; SCHLEIP, 2003). Os efeitos neurofisiológicos por meio da pressão
nos tecidos ocorrem devido a diminuição da excitabilidade, minimizando a atividade dos nociceptores,
neurônios sensoriais de percepção de dor, diminuindo os espasmos musculares e a tensão excessiva
(SHERER, 2013).
A aplicação da ALMF com uso do rolo de espuma, ajuda a promover o aumento no fluxo
sanguíneo e um aumento na temperatura muscular local. Estímulos como a produção de calor local e a
pressão sobre os mecanorreceptores, contribuem para a inibição simpática diminuindo o tônus muscular
e a modulação da dor por meio da ativação de receptores intersticiais tipo III, IV e dos corpúsculos de
Ruffini (KERAUTRET et al., 2021).[
Conforme Kalichman e Ben David (2016), a ALMF com instrumentos realizada para inativação
dos pontos gatilhos miofasciais, estimulam o sistema nervoso autônomo parassimpático, promovendo a
vasodilatação e dinâmica de fluidos locais que modificam a viscosidade da fáscia, alterando a substância
fundamental para uma forma parecida a um estado de gel.
Segundo Schleip et al. (2012), durante a aplicação das técnicas, seja por meio da compressão
mecânica local ou alongamentos, uma quantidade significativa de água presente nos tecidos miofasciais
é deslocada para fora das áreas mais tensionadas, semelhante a uma esponja a medida que é pressionada.
Estudos evidenciaram que alongamento, entre outras técnicas de autotratamento com rolo de espuma ou
outros instrumentos são capazes de ajudar na reidratação dos tecidos miofasciais, na dinâmica de
renovação da água, além da melhora na qualidade da água, bem como uma melhoria subsequente nas
propriedades do tecido viscoelático (SCHLEIP, 2020)
De acordo com Schleip (2003), as técnicas de manipulação miofascial lentas e profundas
estimulam receptores de Ruffini, que são especialmente sensíveis a pressões tangenciais e alongamentos,
diminuem a atividade do sistema nervoso simpático, promovendo um efeito de relaxamento tanto nos
tecidos locais, bem como em todo o organismo. Jáos corpúsculos dePacini, respondem apressões rápidas
e a estímulos de vibração.
Pesquisadores evidenciaram que a realização de movimentos com pequenas ondulações com uma
pressão direta e abrangente sobre os tecidos miofasciais e a compressão isquêmica com instrumentos de
ALMF realizando compressões sustentadas de 06 a 30 segundos, ajudaram a romper aderências fibrosas
entre as camadas fasciais e a restaurar a extensibilidade dos tecidos (KALICHMAN; BEN DAVID, 2016;
MACDONALD et al., 2013).
Após a aplicação de uma compressão isquêmica sobre um determinado ponto de tensão, ocorre
uma hiperemia local, que pode melhorar o fornecimento de oxigênio e a diminuição da produção de
substâncias nociceptivas e inflamatórias, diminuindo os danos causados nos tecidos moles e
consequentemente, melhorando a função muscular (CAGNIE et al., 2013). A finalidade em aumentar o
fluxo sanguíneo local após a prática de liberação visa facilitar a eliminação de resíduos, melhorar a
oxigenação e acelerar a regeneração tecidual (ABES, 2013).
Segundo Bordoni e Marelli (2017), as técnicas miofasciais geram repercussões no estado
emocional. O sistema miofascial é rico em interoceptores que quando estimulados são capazes de ativar
áreas cerebrais que controlam tanto a parte estrutural, quanto a esfera emocional.
Os interoceptores são receptores intersticiais presentes nas fibras musculares conectados a
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neurônios aferentes mielinizados (tipo III ou alfa-delta) e neurônios aferentes não mielinizados (fibra tipo
IV ou C). A ativação das fibras C são capazes de ativar as áreas do cérebro que envolvem estados
emocionais, como o córtex insular, que estimulam as emoções, sem ativar as áreas do córtex
somatossensorial, relacionado as sensaçõessomáticas, como por exemplo asensibilidadeador (SCHLEIP
et al., 2012).
Durante a aplicação das técnicas de manipulação miofascial, esses receptores enviam sinais
aferentes à ínsula por meio da carga de tensão aplicada e como respostas neurofisiológicas, ocorre o
aumento do fluxo sanguíneo e a hidratação da matriz extracelular (SCHLEIP, 2003).
Distúrbios musculoesqueléticos e as doenças ocupacionais
De acordo com o departamento de Administração de Segurança e Saúde Ocupacional, do
Departamento deTrabalho dos Estados Unidos daAmérica, trabalhadores em muitas indústrias ouaqueles
que realizam diferentes ocupações, podem ser expostos a fatores de risco pela atividade laboral, que
aumentam a predisposição a distúrbios no sistema musculoesquelético, como a realização de tarefas com
itens pesados de forma constante, movimentos excessivos com os braços acima da cabeça, trabalho em
posturas corporais inadequadas e execução de atividades iguais ou semelhantes repetidamente (OSHA,
2021).
Os DME`s são definidos como doenças que acometem o Sistema Musculoesquelético (SME),
composto pelo sistema muscular e o sistema esquelético, músculos, ossos, tendões, ligamentos,
articulações, nervos efáscias, com ou sem adegeneração dos tecidos. Geralmente, surgem com apresença
de sintomas de dor, sensação de formigamento, fadiga muscular, causando disfunções no movimento
como perda de força e diminuição da amplitude entre as articulações do corpo (CORDIOLI JUNIOR et
al., 2020).
Segundo o Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional (IFSO), os aumentos das doenças crônicas
são consideradas um dos problemas de saúde pública mais comuns relacionados ao trabalho identificados
entre os trabalhadores na União Europeia. Os fatores que predispõem a riscos de desenvolver essas
doenças podem ser agrupados em dois aspectos: os físicos relacionados ao trabalho como posturas
inadequadas, movimentos repetitivos, esforço físico, pressão mecânica nos tecidos corporais, condições
de trabalho exposto ao frio, e vibrações corporais; e aqueles baseados no ambiente e organização do
trabalho ritmo de trabalho, repetição de tarefas, horário de trabalho, sistema de remuneração, fadiga,
percepção do trabalhador sobre a organização do trabalho e fatores psicossociais (GÓMEZ-GALÁN et
al., 2017).
Conforme Macdonald et al. (2013) e Phillips et al. (2018), os movimentos repetitivos com cargas
contínuas, provocam danos aos tecidos miofasciais e as respostas inflamatórias podem gerar alterações
nas estruturas miofasciais e desorganização das redes fasciais causando aos tecidos desidratação e perda
de elasticidade. Essas alterações criam locais de hipersensibilidade à dor, como os pontos gatilhos
miofasciais e restrições nas fáscias provocando disfunções como limitações na ADM, força muscular,
resistência e coordenação motora alterando a qualidade do movimento.
Em relação a esses distúrbios musculares, a síndrome da dor miofascial ou síndrome de pontos
gatilhos miofasciais é uma condição crônica bastante comum caracterizada por pequenas áreas altamente
sensíveis à dor ou em uma banda de fibras musculares de tensão palpável ou restrições fasciais
(KALICHMAN; BEN DAVID, 2016).
Para Gómez-Galán et al. (2017), a exposição contínua a diferentes atividades e a fatores de riscos
podem levar a transtornos acumulativos ou lesivos em diversas partes do corpo como nos membros
superiores, inferiores ea coluna lombar.A prevenção dos DME`s envolve aanálisedasatividades laborais
Efeitos da auto liberação miofascial na melhoria da qualidade de vida em trabalhadores de serviços gerais: uma revisão
narrativa
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a serem executadas, para a determinação de quais fatores de risco os trabalhadores serão expostos, e a
partir daí, serem aplicadas uma série de medidas preventivas.
Qualidade de vida relacionada a saúde e bem-estar
A definição sobre a QV tem se mostrado bastante complexa e desafiadora. Isso ocorre, devido a
existência dediversas abordagens conceituais que sebaseiam nas necessidades humanas, nas expectativas
e pontos de vista de cada indivíduo (KARIMI; BRAZIER, 2016).
Devido a sua natureza multidimensional, a QV relacionada à saúde, também envolve percepções
voltadas para uma gama de fatores que impactam a saúde do indivíduo como condições físicas, mentais,
emocionais e sociais, como por exemplo a sensação de bem-estar, que engloba emoções positivas e a
ausência de limitações físicas (HILL et al., 2017).
A QV relacionada a saúde e ao bem-estar é caracterizada pela busca constante do indivíduo por
melhores condições de vida e o máximo de autonomia possível durante toda a sua existência. Inúmeros
fatores têm permitido a humanidade progredir nesse sentido, sendo relevante a evolução das ciências
médicas naáreadasaúde, as alterações do ambiente eatransformação positivado estilo devida (NAHAS,
2013).
Muitos são os fatores que podem modificar o estado de saúde, como as estruturas dos
determinantes sociais, que se concentram em entender como as circunstâncias em que as pessoas vivem
e trabalham influenciam no estado de saúde. Estruturas de determinantes sociais se constroem sobre o
conceito de gradiente social e que indivíduos desfavorecidos, com um baixo status social, possuem
maiores riscos à saúde com menor expectativa de vida e são mais afetadas por distúrbios mentais como o
estresse cumulativo, em comparação a pessoas mais favorecidas, que possuem status social mais elevado.
Esses impactos das determinações sociais, podem se multiplicar ao longo da vida e também se ampliar as
questões como raça e etnia, educação, realização profissional e posição de trabalho (ALEGRÍA et al.,
2018).
A melhoria do bem-estar da população está cada vez mais emergindo como uma aspiração
fundamental para o desenvolvimento da sociedade. O bem-estar e a QV estão intimamente inter-
relacionados. Com o aumento da expectativa de vida, fica ainda mais evidente a importância de levar em
consideração a QV no tratamento das doenças crônicas, principalmente em pessoas com idades mais
avançadas (STEPTOE; DEATON; STONE, 2015).
Qualidade de vida relacionada ao trabalho
A QV relacionada no contexto do trabalho é definida como um conjunto de ações que visam a
implementação do desenvolvimento no ambiente de trabalho, com o objetivo de investir em melhorias ao
dia a dia dos funcionários, gerar aumento na produtividade, melhora do clima organizacional e na
satisfação geral por parte de cada funcionário dentro da instituição (FERREIRA, 2014).
Os elementos preponderantes para a QV nesse contexto, fundamentam-se em quatro pilares
básicos como: resoluções de conflitos, reestruturação da organização do trabalho, inovação nos sistemas
de recompensa remunerada ou não remunerada, melhoria no ambiente de trabalho como cultura, clima,
ambiente, ergonomia e assistência à saúde (SCHIRRMEISTER; LIMONGI-FRANÇA, 2012).
A avaliação da QV do trabalhador é fundamental para a garantia do bem-estar dos colaboradores
no ambiente de trabalho. A observância para esse atributo, interfere na produtividade da empresa, na
satisfação e motivação dos funcionários. Dessa forma, a importância de avaliar e analisar as condições
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das atividades laborais, possibilitam verificar as complicações que afetam esses profissionais e
identificam os propulsores que afetam a saúde, para assim atingir um diagnóstico e realizar ações de
prevenção e cuidados (LUCENA; SAMPAIO, 2019).
No ambiente de trabalho ocorrem várias situações de estresse, que podem gerar sobrecarga física
epsíquica, impactando asaúdedo indivíduo. Dentreos tipos deestresse, o quemais afeta os colaboradores
é o estresse ocupacional, caracterizado como um estado desagradável, decorrente de inúmeros fatores e
variáveis pessoais, psicossociais, ambientais, que ameaçam a saúde mental, emocional e a autoestima.
Cada um desses aspectos são fundamentais para o bem-estar e QV do trabalhador (FERREIRA;
DIETTRICH; PEDRO, 2015).
Desse modo, para se concretizar uma QV satisfatória no trabalho é fundamental a valorização do
trabalhador com humanização nas relações trabalhistas, na participação em processos decisórios, na
melhores de condições laborais, no incentivo, criatividade e satisfação de suas necessidades básicas
(CORDIOLI JUNIOR, et al., 2020).
4. CONCLUSÃO
A ALMF tem demonstrado uma alternativa com resultados significativos para o gerenciamento
de DME`s, sendo uma técnica de fácil aplicação e de baixo custo para gestores e trabalhadores, além de
ser uma intervenção não farmacológica capaz de reduzir a dor musculoesquelética crônica.
A utilização detécnicas deALMF, com prescrições deexercícios adequados, realizadademaneira
segura, podem promover efeitos como relaxamento muscular, diminuição de restrições e disfunções
musculoesqueléticas, resultantes de movimentos repetitivos, melhorando a saúde, sensação de bem-estar
e consequentemente melhora na QV de trabalhadores de serviços gerais. No entanto, há uma carência de
estudos na literatura com abordagem da ALMF em trabalhadores de serviços gerais, sendo necessário
novas pesquisas para esclarecer se tais efeitos são relacionados a outros fatores como idade, sexo e estilo
de vida.
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