Arquivos do Mudi, v. 26, n. 3, p. 52 -66, 2022
Aceito em: 21/10/2022Publicado em: 15/12/2022
ARTIGO ORIGINAL
TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO QUÍMICA DE METABÓLITOS
PRODUZIDOS POR MICRORGANISMOS ENDOFÍTICOS
Thais Fernanda Misturini
Universidade Estadual de Maringá
Joao Arthur S. Oliveir
Universidade Estadual de Maringá
Resumo
Os microrganismos endofíticos colonizam o interior dos
tecidos das plantas sem causar danos ao seu hospedeiro. A
interação endófito-planta pode originar vias de síntese de
metabólitos de interesse biotecnológico, contudo, para sua
utilização énecessário queesses compostos sejam identificados
quimicamente. Dentre as técnicas instrumentais mais utilizadas
estão a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE),
cromatografia em camada delgada (CCD), cromatografia a gás
capilar (CG), cromatografia a gás capilar acoplada a
espectrometria de massas (CG/MS), cromatografia de fluído
supercrítico (CFS) e eletroforese capilar (EC). Desta forma,
realizamos uma revisão da literatura abordando estas técnicas
de identificação de metabólitos secundários de interesse
biotecnológico produzidos por microrganismos endofíticos. A
pesquisa revelou que estas técnicas instrumentais permitiram a
identificaçãodecoclioquinonas,isocloquinonas,
dicetopiperazinas, ácidotartárico, ácidocítrico,
butirilneosolaniol e outros compostos, produzidos por
endófitos. Estas técnicas instrumentais para identificação e
quantificação de metabólitos são amplamente utilizadas e
aperfeiçoadas. É possível destacar que para cada característica
deamostra e sua finalidade, alguns dos métodos se tornam mais
eficientes eprecisos. Esses métodos paraanálisede metabólitos
devem continuar evoluindo a fim de descobrir novas moléculas
e também gerar uma maior robustez para a identificação e
quantificação destes compostos de origem microbiana,
contribuindo para o avanço dos produtos naturais.
Palavras-chave:Endófitos;interessebiotecnológico;
compostos microbianos; produtos naturais.
Técnicas de identificação química de metabólitos produzidos por microrganismos endofíticos
ANALYSIS OF WEIGHT RELEASE AND BALANCE IN INDIVIDUALS AMPUTED IN THE
PROTETIZATION PHASE
Abstract
Endophytic microorganisms colonize the interior of plant tissues without causing any harm to their host. The
endophyte-plant interaction may originate pathways for the synthesis of metabolites of biotechnological
interest, however, for their use it is necessary that these compounds to be chemically identified. Among the
most used instrumental techniques are the High-Performance liquid chromatography (HPLC), Thin Layer
Chromatography (TLC), Capillary Gas Chromatography (CG), Capillary Gas Chromatography coupled to
Mass Spectrometry (CG/MS), Supercritical Fluid (CSF), and Capillary Electrophoresis (CE). We carried out a
literature review addressing these techniques for identifying secondary metabolites of biotechnological interest
produced by endophytic microorganisms. Our research revealed that these instrumental techniques allowed the
identificationofcoclioquinones,isocloquinones,diketopiperazines,tartaricacid,citricacid,
butyrylneosolaniol, and other compounds produced by endophytes. These instrumental techniques for
identification and quantification of metabolites are widely used and improved. It is possible to highlight that
for each sample characteristic and its purpose, some of the methods become more efficient and accurate. These
methods foranalyzingmetabolites must continueto evolve to discover new molecules and also generate greater
robustness for the identification and quantification of these compounds of microbial origin, contributing to the
advancement of natural products.
Keywords:
Endophytes; biotechnological interest; microbial compounds; natural products.
1. INTRODUÇÃO
Por definição, os microrganismos endofíticos, são fungos e bactérias que passam pelo menos
uma parte de seu ciclo de vida colonizando inter ou intracelularmente os tecidos de plantas, não
causando sintomas de doença ao seu hospedeiro (ZHAO et al. 2011; BERTANI et al. 2016;
CHAUHAN et al. 2019). Estes microrganismos têm ganhado destaque por suas aplicações
biotecnológicas (ZHAO et al. 2011), especialmente na agricultura (OLIVEIRA et al. 2020; EMMER
et al. 2021; OLIVEIRA et al. 2021; RIBEIRO et al. 2021), medicina e indústria com a produção de
metabólitos bioativos (STROBEL, 2018; GOLIAS et al. 2019; POLLIet al. 2020; SILVA et al. 2020;
SILVA et al. 2021) e/ou enzimas (DA SILVA RIBEIRO et al. 2018; FELBER et al. 2019; SANTOS
et al. 2019), além de atuarem como biorremediadores de locais contaminados com substâncias
recalcitrantes e xenobióticas (BULLA et al. 2017).
A interação endófito-planta pode originar vias de síntese de metabólitos de interesse
biotecnológico (CALDERANI; ORLANDELLI; PAMPHILE, 2016) como o Taxol, um dos mais
conhecidos ditepernoides que apresenta atividade antitumoral (LI; ZHENG; LI, 2022), isolada
inicialmente da planta Taxus brevifolia (Pinales: Taxaceae), e também relatada produzida pelo fungo
endofítico Taxomyces andreanae (RIBEIRO, 2015).
Estes metabólitos são produzidos pelos endófitos na parte extracelular da planta, em especial
os fungos endofíticos filamentosos são capazes de produzir uma diversidade de classes químicas de
metabólitos secundários (SPECIAN et al. 2014) que podem apresentar diferentes propriedades
biológicas (RIBEIRO, 2015). A elucidação química desses compostos, pode ser realizada por meio
Arquivos do Mudi, v. 26, n.3, p. 52 - 66, 2022
53
Misturini e Oliveira, 2022
Figura 1: Etapas para a obtenção e estudos de metabólitos secundários produzidos por microrganismos endofíticos.
Fonte: Autores, 2022.
de técnicas de separação e caracterização como cromatografias, eletroforese capilar, espectrometria
de massas, entre outras (PRATA; MOGOLLÓN; AUGUSTO, 2016). Uma das grandes vantagens de
se estudar os metabólitos produzidos por microrganismos, notadamente os endofíticos, está
relacionado com as formas de manutenção e produção em larga escala, podendo-se obter essas
moléculas deinteresse em um curto espaço detempo ecom um número baixo decélulas microbianas.
Para a obtenção dos metabólitos, de modo geral, os microrganismos são cultivados em meios
de cultura apropriados para seu crescimento, como BD (Bata Dextrose) para fungos e TSB (Triptona
de soja) para bactérias, e incubados para seu crescimento. O crescimento pode ocorrer em fase
estacionária, ou seja, sem agitação, ou sob agitação em Shaker, incubados em temperatura variável
entre 25 à 37 ºC durante 24 ou 48h para bactérias e 7 a 21 dias para fungos.
Após aobtenção do caldo fermentado, realiza-sea separação das células microbianas do caldo
fermentado por centrifugação e/ou filtração e, do caldo fermentado resultante ocorre a extração dos
metabólitos secundários empregando solventes orgânico adequados. O principal solvente empregado
neste processo de extração é o Acetato de Etila (POLONIO et al. 2016; SANTOS et al. 2017;
GOLIAS et al. 2019; POLLI et al. 2020; BALBINOT et al. 2021; OLIVEIRA et al. 2020; SILVA et
al. 2021). O solvente resultante da extração contendo os metabólitos secundários passa pelo processo
de evaporação para a concentração dos metabólitos. Por fim, o concentrado metabólito pode ser
eluido em metanol, ou outro solvente, e avaliado quanto suas atividades biológicas e caracterização
química. A Figura 1, apresenta um resumo esquemático das etapas descritas anteriormente.
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 3, p. 52-66, 2022
54
Técnicas de identificação química de metabólitos produzidos por microrganismos endofíticos
Considerando o potencial dos microrganismos endofíticos como fontes promissoras de
metabólitos secundários bioativos, neste trabalho, realizamos uma revisão da literatura abordando
algumas técnicas para identificação química de metabólitos secundários de interesse biotecnológico
produzidos por fungos ou bactérias endofíticas. Este trabalho torna-se de relevância uma vez que os
microrganismos endofíticos são capazes de produzir uma imensa diversidade de compostos
químicos de diferentes classes (MENG et al. 2012; YANG et al. 2013; YE et al. 2014; CHAGAS et
al. 2016)com variadas atividades biológicas (DZOYEM et al. 2017; LIet al. 2018; RAJIVGANDHI
et al. 2018), no entanto, na maioria dos casos, a elucidação e discriminação dessas moléculas de
origem microbiana têm sido um ponto fraco nos estudos de produtos naturais (MACIÁ-VICENTE
et al. 2018; POLONIO et al. 2022). Assim, esperamos que este trabalho possa contribuir para um
melhor entendimento e aplicação de algumas técnicas para identificação de moléculas microbianas
de interesse biotecnológico, notadamente aquelas produzidas por microrganismos endofíticos.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa foi realizada por meio de busca online utilizando as plataformas Google
Acadêmico, SciELO e Portal da CAPES. O levantamento bibliográfico considerou artigos científicos
em português e/ou inglês, além dedissertações eteses, priorizando os anos entre2015 à2021. Alguns
trabalhos anteriores a este período que abordavam a temática escolhida também foram inseridos.
Foram empregados os descritores em português e inglês: microrganismos endofíticos
(endophytic microrganisms) OR fungos endofíticos (endophytic fungi) OR bactérias endofíticas
(endophytic bacteria) AND metabólitos secundários (secondary metabolites), metabólitos
secundários (secondary metabolites) AND endófito (endophyte) AND caracterização química
(chemical characterization), metabólitos de endófitos (metabolites from endophytes) AND
aplicações biotecnológicas (biotechnological applications).
Após a leitura do título, resumo e metodologia, trabalhos que abordavam o isolamento e/ou
identificação química (CCD, CLAE, CG, CG/MS ou CFS) de compostos bioativos (antimicrobianos,
antioxidantes, leishmanicida ou outros) produzidos por bactérias e/ou fungos endofíticos foram
selecionados.
3. RESULTADOS E DISCUSÃO
Até2016, mais de200 mil metabólitos secundários foram identificados apartir deorganismos
vivos, principalmente produzidos por plantas e microrganismos (PRATA; MOGOLLÓN;
AUGUSTO, 2016). Acredita-se que esse número tenha aumentado considerando o avanço das
técnicas instrumentais utilizadas para sua identificação.
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 3, p. 52-66, 2022
55
Misturini e Oliveira, 2022
Figura 2: Metabólitos secundários isolados e identificados produzidos por microrganismos endofíticos. Fonte:
coclioquinona A e isococlioquinona A (CAMPOS et al. 2008); Dicetopiperazinas Rel.Ciclo (SOMENSI, 2012); Ácidos
cítrico e tartárico (ARAUJO, 2010); T2-toxina, 8-n-butirilneosolaniol e 8-isobutirilsolaniol (CAMPOS et al. 2010).
Cromatografia em Camada Delgada (CCD)
Essa técnica emprega analises de substancias complexas comparadas com valores de fator de
retenção já conhecidos/estabelecidos. A CCD possui facilidade no seu preparo, baixo custo e não
requer a utilização de equipamentos sofisticados (FUMAGALI, 2008). Está técnica permite ensaios
qualitativos por métodos in situ e indiretos. Os métodos in situ são aqueles que detectam as
Dentre as principais técnicas para a identificação de metabólitos, podemos destacar a
cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), cromatografia em camada delgada (CCD),
cromatografia a gás capilar (CG), cromatografia a gás capilar acoplada a espectrometria de massas
(CG/MS), cromatografia de fluído supercrítico (CFS) e eletroforese capilar (EC), das quais têm sido
amplamente utilizadas e apresentando resultados satisfatórios (PRATA; MOGOLLÓN; AUGUSTO,
2016). A seguir, além de apresentarmos o funcionamento destas técnicas, elencamos alguns
metabólitos produzidos por microrganismos endofíticos. A figura 2, ilustra alguns destes metabólitos
caracterizados empregando estas técnicas químicas.
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 3, p. 52-66, 2022
56
Técnicas de identificação química de metabólitos produzidos por microrganismos endofíticos
substâncias por densitometria, já nos métodos indiretos, as manchas obtidas são extraídas passando
por um método de detecção, como os métodos eletroquímicos, por exemplo (GONÇALVES, 2010).
Campos (2017) realizou a caracterização química empregando a CCD de metabólitos
secundários produzidos pelo fungo Preussia mínima (Pleosporales: Sporormiaceae) isolado como
endófito da planta Vellozia nanuzae (Liliales: Velloziaceae). Para a caracterização dos metabólitos,
os autores empregaram os reagentes de revelação Dragendorff, Liebermann-Burchard,
difenilboriloxetilamina (1 % em metanol) e polietilenoglicol (4000 a 5% em etanol), seguido de
exposição a luz ultravioleta. Utilizando esta técnica, Campos (2017), detectou a presença de
compostos nitrogenados, alcaloides, esteroides e flavonoides no extrato metabólito obtido de P.
mínima extraído com o solvente orgânico acetato de etila. O autor sugere que estas classes de
metabólitos podem estar associadas a capacidade deste endófito no processo de germinação e
crescimento de seu hospedeiro (V. nanuzae).
Santos et al. (2017) também utilizaram a técnica de CCD para caracterizar metabólitos
secundários produzidos por microrganismos endofíticos. Estes autores caracterizaram a presença de
esteroides e triterpenóides no extrato metabólito em acetato de etila dos fungos endofíticos
Phyllosticta sp. (Botryosphaeriales: Botryosphaeriaceae) e Cercospora beticola (Capnodiales:
Mycosphaerellaceae), o que torna esses metabólitos interessantes produtos para fins terapêuticos,
notadamente atuando contra Enterococcus faecalis, Salmonella typhi e Streptococcus pyogenes.
Nascimento Junior et al. (2019), detectaram por meio de CCD 36 compostos oriundos de
fungos isolados de Lippia origanoides (Lamiales: Verbenaceae). Desses compostos, 72% (26),
apresentaram atividade antibacteriana contra a bactéria patogênica Staphylococcus aureus, 47% (17)
com atividade antifúngica contra Candida albicans e 77% (28) apresentaram atividade antioxidante.
Dentre as classes majoritárias de compostos detectadas por Nascimento Junior et al. (2019),
compostos fenólicos, terpenos e esteroides destacaram-se. Com base nos achados desses autores, e
nos citados anteriormente, podemos destacar a importância da técnica de CCD na elucidação de
compostos ativos produzidos pelos microrganismos endofíticos.
Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE/ HPLC)
A cromatografia líquida de alta eficiência CLAE ou HPLC (High Pressure Liquid
Chromatography) é uma técnica muito utilizada para separação, identificação e quantificação de
compostos presentes em uma mistura (SILVA, 2016). Além da facilidade de preparação do analito,
não sendo necessário a volatilização do mesmo, a CLAE possui uma coluna que proporciona uma
melhor separação dos compostos em relação a cromatografia líquida clássica (SOUZA, 2013).
A CLAE tem alto poder de resolução, tempo de corrida relativamente rápido, grande
variedade de fase estacionária e resultados reprodutíveis, porém, é uma técnica que demanda maiores
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 3, p. 52-66, 2022
57
Misturini e Oliveira, 2022
gastos devido à alta pureza dos reagentes utilizados e ao elevado custo de manutenção do
equipamento, além de gerar resíduos que precisam ser tratados posteriormente (SILVA, 2016).
Ao aplicar a cromatografia de alta eficiência na identificação de metabólitos, nota-se que sua
eficiência de separação é menor em relação a técnica de cromatografia a gás capilar (CG). Em
sistemas de HPLC é possível abranger uma grande variedade de metabólitos exigindo apenas que o
analito seja solúvel na fase móvel possibilitando a análise de diversos compostos (PRATA;
MOGOLLÓN; AUGUSTO, 2016).
Metabólitos de interesse biotecnológico já foram identificados empregando esta técnica.
Campos et al. (2008), fracionaram os metabólitos produzidos pelo fungo endofítico Cochliobolus sp.
(Pleosporales: Pleosporaceae) por meio da técnica CLAE. Estes autores isolaram a Coclioquinona A
e Isococlioquinona A, que são substâncias ativas responsáveis por exercer um efeito leishmanicida.
Já Campos et al. (2010), identificaram três micotoxinas (T2-toxina, uma mistura de 8-n-
butirilneosolaniol e 8-isobutirilsolaniol) produzidas pelo fungo Fusarium sp. (Hypocreales:
Nectriaceae) isolado como endófito de Piptadenia adiantoides (Fabales: Fabaceae). Os achados de
Campos et al. (2010) são importantes pois podem contribuir para o desenvolvimento de novos
medicamentos com moléculas bioativas para o tratamento de micoses humanas, como a
paracoccidioidomicose (PCM) causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis (Onygenales:
Ajellomycetaceae).
Algumas substâncias apresentam alta importância farmacêutica, como o Taxol. O Taxol, ou
paclitaxel, é uma molécula utilizada para o tratamento de alguns tipos de cânceres, uma vez que essa
molécula é um potente agente que impede a divisão (multiplicação) e crescimento das células,
inviabilizando assim a proliferação de células tumorais (LI; ZHENG; LI, 2022). Em 2018, Andrade
et al. (2018), identificaram por CLAE propriedades químicas semelhantes ao paclitaxel, como o
tempo de retenção (2,62 ± 0,02 min) e massa molecular (852,32 g/mol), no extrato metabólico do
fungo endofítico Colletotrichum gloeosporioides (Phyllachorales: Glomerellaceae).
Além do Taxol, outros compostos de interesse terapêutico, como atividade antioxidante e
imunossupressoras, também já foram identificadas por CLAE. Os fungos endofíticos Fusarium sp. e
Cladosporium sp. (Capnodiales: Davidiellaceae) são capazes de produzir o ácido protocatéquico,
ácido p-hidroxibenzoico, nakijimol, cloranfenicol, ortosporina, cloranfenicol, cítrido-hibridinol,
nidulalina e o ácido asterrico, todos são potenciais moléculas de interesse biotecnológico para área
da saúde (UJAM et al. 2021).
Cromatografia a Gás Capilar (CG)
A cromatografia gasosa é definida como um processo de separação onde a fase móvel é um
gás, e a fase estacionária é um sólido ou um líquido. A CG pode ser classificada pela velocidade de
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 3, p. 52-66, 2022
58
Técnicas de identificação química de metabólitos produzidos por microrganismos endofíticos
análise como rápida “Fast-CG”, muito rápida “very fast CG” e ultrarrápida “ultra fast-CG”, e
também pelo tipo de coluna empregada (cromatografia gasosa [CG] e cromatografia gasosa de alta
resolução [CGAR]) (NASCIMENTO et al. 2018).
Devido a característica da análise, para realização da identificação por CG é preciso que os
compostos sejam voláteis, de média e baixa polaridade e baixo peso molecular. Como emprega-se
altas temperaturas, a amostra e seus componentes devem ser termoestáveis, desta forma, dependendo
das características das amostras esse método nem sempre é viável (PEDROSA, 2018).
As colunas CG possuem um número de pratos teóricos maior que colunas usados em sistemas
de CLAE, desta forma atuam na identificação de metabólitos secundários como uma maior resolução
dos picos (PRATA; MOGOLLÓN; AUGUSTO, 2016). Outra característica importante é que a CG
é uma das técnicas mais sensíveis, sendo capaz de detectar metabólitos de baixa massa molecular
voláteis na ordem de 10−12
𝑔
, enquanto a técnica CLAE detecta constituintes na ordem de 10−9
𝑔
(PEDROSA, 2018).
Por estas características, Somensi (2012) utilizou a CG de alta resolução para identificar
metabólitos do fungo endofítico Phomopsis stipata (Diaporthales: Diaporthaceae). Esta autora
identificou algumas dicetopiperazinas (Pro-Val, Pro-Leu, Pro-Phe, Pro-Ile e Pro-Tyr) das quais
podem apresentar diversas atividades biológicas, e uma mistura de acilglicerídeos. A separação e
identificação da mistura de acilglicerídeos foi possível por meio da técnica de CGAR, culminando
no fracionamento de monoacilglicerídeos.
Metabólitos antifúngicos empregando CG já foram identificados, como Butanal, 3-metil-,
Propeno, 2-buteno, 2-heptanona, 6-metil-5-metileno- e 6-oxabiciclo produzidos por bactérias
endofíticas do gênero Bacillus sp. (Bacillales: Bacillaceae) (ERJAEE et al. 2019). Por suas vantagens
em relação em relação a algumas técnicas de identificação química e fracionamento, a CG têm sido
cada vez mais utilizada.
Cromatografia a Gás Capilar Acoplada a Espectrometria de Massas (CG/MS)
Existe a possibilidade de combinar a cromatografia com diferentes sistemas de detecção. O
mais utilizado é o acoplamento com o espectrômetro de massas, apresentando as vantagens da
cromatografia a gás (alta seletividade, resolução e eficiência de separação) com as vantagens da
espectrometria de massas (obtenção da informação estrutural, massa molar e aumento adicional da
seletividade) (CHIARADIA; COLLIN5S; JARDIM, 2008).
Ao submeter as amostras a análise, os componentes presentes no analito são separados pela
CG e após são introduzidos no espectrômetro de massas, por esse motivo a CG é considerada uma
forma ideal de introdução de misturas. Sendo possível então o espectrômetro de massas medir razão
massa/carga (
𝑚
/
𝑧
) de íons que são gerados pela amostra por meio da ionização das amostras
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 3, p. 52-66, 2022
59
Misturini e Oliveira, 2022
(PEDROSA, 2018). A técnica de CG/MS apresenta um grande potencial, porém, alguns metabólitos
secundários não são passiveis deserem analisados, como exemplo terpenos com mais de30 carbonos,
vários polifenóis, alcaloides e aqueles que são instáveis termicamente a altas temperaturas,
impedindo com que essas amostras sejam volatizadas (PRATA; MOGOLLÓN; AUGUSTO, 2016).
Diferentes classes químicas podem ser identificadas por CG/MS, como sesquiterpenos
(oxigenados ou não), álcoois (isobutanol, isopentílico, 2-metilbutan-1-ol, feniletílico, entre outros) e
cetonas, todos produzidos por microrganismos endofíticos (OLIVEIRA et al. 2015). Por exemplo, C.
coccodes é capaz de produzir geranilgeraniol, farnesol e esqualeno, já Phyllosticta capitalensis
(Botryosphaeriales: Botryosphaeriaceae) produz 1-Octacosanol. Estes compostos produzidos por
ambos endófitos apresentaram ação antimicrobiana e antioxidante (TALUKDAR et.al. 2020).
Cromatografia de Fluído Supercrítico (CFS)
A cromatografia de fluído supercrítico (CFS) é uma técnica de separação de compostos de
uma mistura que utiliza como fase móvel um fluído que apresenta pressão e temperatura acima dos
limites críticos, sendo intermediaria da CG e da CLAE (SILVA, 2013).
Devido a essa característica de fluidos supercríticos, os cromatógrafos operam em condições
de pressão muito elevadas, sendo necessário um maior cuidado sobre o sistema de bombeamento e
pressurização da fase móvel. A temperatura também se torna um ponto crítico nessa técnica, pois
pode ocorrer uma variação na densidade do fluido interferindo diretamente na volatilização dos
analitos e na seletividade do método (SILVA, 2013).
A CFS tem se mostrado uma técnica muito vantajosa pois apresenta menor consumo de
solvente orgânico, maior estabilidade dos analitos termicamente instáveis, pois existe a possibilidade
de utilizar baixas temperaturas (utilização de CO
2
), além de apresentar um tempo curto de análise
devido à baixa viscosidade e a possibilidade do aumento das vazões da fase móvel (BRUHN, 2018).
Essa técnica é muito eficiente na separação de compostos apolares, polares e ionizáveis,
podendo ser utilizadas colunas de CLAE que existe uma ampla variedade, permitindo também a
separação de compostos quirais (SILVA, 2013).
Eletroforese Capilar (EC)
Podemos definir a Eletroforese Capilar como uma técnica de separação que ocorre por meio
da migração diferencial de espécies iônicas ou ionizáveis em um campo elétrico (CIESLAROVÁ,
2016). A técnicadeEC écaracterizadapela simplicidadeinstrumental eoperacional. Sendo composta
por um sistema de injeção, uma coluna capilar onde ocorre a separação, uma fonte de alta tensão, um
par de eletrodos, um detector e um computador (SPUDEIT; DOLZAN; MICKE, 2012).
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 3, p. 52-66, 2022
60
Técnicas de identificação química de metabólitos produzidos por microrganismos endofíticos
A EC tem se tornado uma eficiente ferramenta de separação e identificação de uma ampla
gama de moléculas. Apresenta alta resolução e eficiência, baixo custo operacional, pouca quantidade
de solventes orgânicos, e volumes baixos de analitos quando comparado a CLAE, por exemplo
(ASSUNÇÃO et al. 2008).
Araújo (2010) caracterizou o ácido oxálico, cítrico, tartáricoproduzidos pelo fungoendofítico
Aspergilus niger (Eurotiales: Trichocomaceae) isolado da mangabeira (Hancornia speciosa;
Gentianales: Apocynaceae). A EC foi escolhida pelo autor devido as substâncias serem polares, de
baixo coeficiente de partição fazendo com que os processos de extração não sejam eficientes. Desta
forma foi possível analisa-los através dos caldos fermentados ecompara-los com padrões, realizando-
se então a identificação dos compostos presentes nos fermentados.
4. CONCLUSÃO
Não é de hoje que a humanidade emprega substâncias, muitas vezes em forma de extratos e
chás, como método terapêutico. Muitas dessas substâncias já tiveram o seu efeito cientificamente
comprovado, como o Taxol (Paclitaxel) extraído deTaxus brevifolia, abrindo assim um enormeleque
de possibilidade de exploração de mais moléculas bioativas oriundas de plantas e microrganismos.
Empregar diferentes metodologias de isolamento e identificação química ainda permite a síntese
laboratorial das moléculas efetivamente bioativas, dispensando assim o uso das células microbianas
propriamente ditas.
No geral, nesta revisão destacamos alguns metabólitos secundários produzidos por
microrganismos endofíticos com potencial biotecnológico. As técnicas instrumentais utilizadas para
identificação e quantificação desses metabólitos secundários são amplamente utilizadas e vem sendo
aprimoradas a cada dia sendo possível a utilização do acoplamento de diversas técnicas. Destacamos
que para cada característica de amostra e sua finalidade alguns dos métodos se tornam mais eficientes
e precisos.
Embora exista muita informação disponível nos bancos de dados químicos de produtos
naturais, ainda há uma grande defasagem no que tange as informações para identificação química
dessas substâncias, muitas vezes dificultando inferir com clareza a anotação das moléculas alvo.
Esses métodos devem continuar evoluindo a fim de descobrir novas substâncias e também dar uma
maior robustez para a identificação destes metabólitos, que podem ser empregados nos mais diversos
setores, notadamente na área da saúde, agrícola ou ambiental.
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 3, p. 52-66, 2022
61
Misturini e Oliveira, 2022
REFERÊNCIAS
ANDRADE, H. F.; ARAÚJO, L. C. A.; DOS SANTOS, B. S.; PAIVA, P. M.; NAPOLEÃO, T. H.;
DOSSANTOSCORREIA, M. T.; DEOLIVEIRA, M. B. M.; DESOUZALIMA,G. M.; XIMENES,
R. M.; DA SILVA, T. D.; DA DILVA, G. R.; DA SILVA, M. V. Screening of endophytic fungi
stored in a culture collection for taxol production. Brazilian Journal of Microbiology, v. 49, n. 1,
p. 59-63, 2018.
ARAÚJO, N. C. Estudo da variação do meio de cultura na produção de metabólitos secundários
pelo fungo endofíticos Aspergillus niger. 2010. Dissertação de Mestrado.
ASSUNÇÃO, N. A.; BECHARA, E. J. H.; SIMIONATO, A. V. C.; TAVARES, M. F. M.;
CARRILHO, E. Eletroforese capilar acoplada à espectrometria de massas (CE-MS): vinte anos de
desenvolvimento. Química Nova, v. 31, n. 8 p. 2124-2133, 2008.
BALBINOT, R. B.; OLIVEIRA, J. A. M.; BERNARDI, D. I.; POLLI, A. D.; POLONIO, J. C.;
CABRAL, M. R. P.; ZANQUETA, E. B.; ENDO, E. H.; MENEGUELLO, J. E.; CARDOSO, R. F.;
AZEVEDO, J. L.; DIAS FILHO, B. P.; UEDA-NAKAMURA, T.; CARMO, M. R. B.;
SARRAGIOTTO, M. H.; PAMPHILE, J. A.; BALDOQUI, D. C. Chromolaena laevigata
(Asteraceae) as a source of endophytic non-aflatoxigenic Aspergillus flavus: chemical profile in
different culture conditions and biological applications. Brazilian Journal of Microbiology, v. 52,
n. 3, p. 1201-1214., 2021.
BERTANI, I.; ABBRUSCATO, P.; PIFFANELLI, P.; SUBRAMONI, S.; VENTURI, V. Rice
bacterial endophytes: isolation of a collection, identification of beneficial strains and microbiome
analysis. Environmental Microbiology Reports, v. 8, p. 388–398, 2016.
BRUHN, F. H. P. Estudo da retenção de vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis empregando
cromatografia com fluído supercrítico de ultra alta eficiência e desenvolvimento de métodos de
acordo com os conceitos de Analytical Quality by Design. 2018. Dissertação de Mestrado.
BULLA, L. M. C.; POLONIO, J. C.; CASTRO, A. L. B. P.; KAVA, V.; AZEVEDO, J.L.;
PAMPHILE, J. A. Activity of the endophytic fungi Phlebia sp. and Paecilomyces formosus in
decolourisation and the reduction of reactive dyes’ cytotoxicity in fish erythrocytes. Environmental
Monitoring and Assessment, v. 189, n. 2, p. 88, 2017.
CALDERANI, F. A.; ORLANDELLI, R. C.; PAMPHILE, J. A. Compostos bioativos com
propriedades antitumorais produzidos por fungos endofíticos. Revista UNINGÁ Review, v. 25, n.
2, p.79-86, 2016.
CAMPOS, F. F.; JOHANN, S.; COTA, B. B.; ALMEIDA ALVES, T. M.; ROSA, L. H.;
CALIGIORNE, R. B.; CISALPINO, P. S.; ROSA, C. A.; ZANI, C. L. Antifungal activity of
trichothecenes from Fusariumsp. against clinical isolates of Paracoccidioides brasiliensis. Mycoses,
v.54, p.e122–e129, 2010.
CAMPOS, F. F.; ROSA, L. H.; COTA, B. B.; CALIGIORNE, R. B.; RABELLO, A. L. T.; ALVES,
T. M. A.; ROSA, C. A.; ZANI, C. L. Leishmanicidal Metabolites from Cochliobolus sp., um fungo
endofítico isolado de Piptadenia adiantoides (Fabaceae). Plos Neglected Tropical Diseases. v.2,
n.12, p. 1-11, 2008.
CAMPOS, M. F. Isolamento, ensaios de germinabilidade de sementes e caracterização química
preliminar de metabólitos secundários de Preussia minima, fungo endofítico de Vellozia
nanuzae, planta endêmica da Serra do Cipó – MG. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso.
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 3, p. 52-66, 2022
62
Técnicas de identificação química de metabólitos produzidos por microrganismos endofíticos
CHAGAS, F.O.; DIAS, L.G.; PUPO, M.T. New perylenequinone derivatives from the endophytic
fungus Alternaria tenuissima SS77. Tetrahedron Letters, v. 57, p. 3185–3189, 2016.
CHAUHAN, N. M.; GUTAMA, A. D.; AYSA, A. Endophytic fungal diversity isolated from
different agro-ecosystem of Enset (Ensete ventericosum) in Gedeo zone, SNNPRS. Ethiopia. BMC
Microbiology, v. 19, n. 1, p. 172, 2019.
CHIARADIA, M. C.; COLLINS, C. H.; JARDIM, I. C. S. F.O estado da arte da cromatografia
associada à espectrometria de massas acoplada à espectrometria de massas na análise de compostos
tóxicos em alimentos. Química Nova, v. 31, n. 3, p. 623-636, 2008.
CIESLAROVÁ, Z. Investigação de homocisteína e seus metabólitos por eletroforese capilar
como potenciais biomarcadores de esclerose lateral amiotrófica. 2016. Tese de Doutorado.
DA SILVA RIBEIRO, A.; POLONIO, J. C.; COSTA, A. T.; DOS SANTOS, C. M.; RHODEN, S.
A.; AZEVEDO, J. L.; PAMPHILE, J. A. Bioprospection of Culturable Endophytic Fungi Associated
with the Ornamental Plant Pachystachys lutea. Current Microbiology, v. 75, n. 5, p.588-596., 2018.
DZOYEM, J.P.; MELONG, R.; TSAMO, A.T.; MAFFO, T.; KAPCHE, D.G.; NGADJUI, B.T.;
MCGAW, L.J.; ELOFF, J.N. Cytotoxicity, antioxidant and antibacterial activity of four compounds
produced by an endophytic fungus Epicoccum nigrum associated with Entada abyssinica. Revista
Brasileira de Farmacognosia, 27, 251–253, 2017.
EMMER, A.; OLIVEIRA, J. A. S.; POLLI, A. D.; POLONIO, J. C.; ALVES, L. H.; FAVARO-
POLONIO, C. Z.; AZEVEDO, J. L.; PAMPHILE, J. A. Plant growth-promoting activity in bean
plants of endophytic bacteria isolated from ornamental plant Echeveria laui. Acta Brasiliensis, v. 5,
p. 65-71, 2021.
ERJAEE, Z.; SHEKARFOROUSH, S. S.; HOSSEINZADEH, S. Identification of endophytic
bacteria in medicinal plants and their antifungal activities against food spoilage fungi. Journal of
Food Science and Technology, v.56, p. 5262–5270, 2019.
FELBER, A. C.; SPECIAN, V.; ORLANDELLI, R. C.; COSTA, A. T.; POLONIO, J. C.; MOURAO,
K. S. M.; PAMPHILE, J. A. Endoglucanase production by endophytic fungi isolated from Vitis
labrusca L. with peanut hull and sawdust as substrates. Bioscience Journal, v. 35, n. 3, p. 933-940,
2019.
FUMAGALI, E.; GONÇALVES, R. A. C.; MACHADO, M. F. P. S.; VIDOTI, G. J.; DEOLIVEIRA,
A. J. B. Produção de metabólitos secundários em cultura de células e tecidos de plantas: O exemplo
dos gêneros Tabernaemontana e Aspidosperma. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 18, n. 4,
p. 627-641, 2008.
GOLIAS, H. C.; POLONIO, J. C.; RIBEIRO, M. A. S.; POLLI, A. D.; SILVA, A. A.; BULLA, A.
M.; VOLPATO, H.; NAKAMURA, C. V.; MEURER, E. C.; AZEVEDO, J. L.; PAMPHILE, J. A.
Tibouchina granulosa (Vell.) Cogn (Melastomataceae) as source of endophytic fungi: isolation,
identification, and antiprotozoal activity of metabolites from Phyllosticta capitalensis. Brazilian
Journal of Microbiology, v. 51, n. 2, p. 557-569, 2019.
GONÇALVES, D. Cromatografia em camada delgada acoplada a voltametrias cíclicas e de
pulso diferencial na análise de ácido rosmarínico de Rosmarinus officinalis Linné (Alecrim).
2010. Dissertação de Mestrado.
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 3, p. 52-66, 2022
63
Misturini e Oliveira, 2022
LI, C.; SAROTTI, A.M.; YOSHIDA, W.; CAO, S. Two new polyketides from Hawaiian endophytic
fungus Pestalotiopsis sp. FT172. Tetrahedron Letters, v. 59, p. 42–45, 2018.
LI, Z.; ZHENG, J.; LI, W. D. Z. Diverse strategic approaches en route to Taxol total synthesis.
Chinese Chemical Letters, v. 33, n. 12, p. 4957-4968, 2022.
MACIÁ-VICENTE, J.G.; SHI, Y.N.; CHEIKH-ALI, Z.; GRÜN, P.; GLYNOU, K.; KIA, S.H.;
PIEPEBRING, M.; BODE, H.B. Metabolomics-based chemotaxonomy of root endophytic fungi for
natural products discovery. Environmental Microbiology, v. 20, p. 1253–1270, 2018.
Y.; ZHOU, L.; WANG, M.
sp. Ponipodef12 and their
MENG, X.; MAO, Z.; LOU, J.; XU, L.; ZHONG, L.; PENG,
Benzopyranones from the endophytic fungus Hyalodendriella
bioactivities. Molecules, v. 17, p. 11303–11314, 2012.
NASCIMENTO JUNIOR, H. F.; DE REITAS, A. E.; LUCCHESE, A. M.; LEITE, H. A.
CIsolamento eavaliação daatividadebiológicade fungos endofíticos isolados de Lippia origanoides.
In. XXIII Seminário de Iniciação Científica, n. 23, p. 1-4, 2019.
NASCIMENTO, R. F.; DE LIMA, A. C. A.; BARBOSA, P. G. A.; DA SILVA, V. P. A.
Cromatografia gasosa: Aspectos teóricos e práticos. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2018. 334 p.
OLIVEIRA, F. C.; BARBOSA, F. G.; MAFEZOLI, J.; OLIVEIRA, M. C. F.; CAMELO, A. L. M.;
LONGHINOTTI, E.; LIMA, A. C. A.; CÂMARA, M. P. S.; GONÇALVES, F. J. T.; FREIRE, F. C.
O. Volatile Organic Compounds from Filamentous Fungi: a Chemotaxonomic Tool of the
Botryosphaeriaceae Family. Journal of the Brazilian Chemical Society, v. 26, n. 1, p. 2189-2194,
2015.
OLIVEIRA, J. A. S.; FERREIRA, A. P.; POLLI, A. D.; SILVA, A. A.; RIBEIRO, A. S.; AZEVEDO,
J. L.; PAMPHILE, J. A. Plant growth-promoting activity of wild-type and bromate-resistant mutant
of the endophytic fungus Colletotrichum karstii. Acta Scientiarum. Technology, v. 43, p. e55457,
2021.
OLIVEIRA, J. A. S.; POLLI, A. D.; POLONIO, J. C.; ORLANDELLI, R. C.; CONTE, H.;
AZEVEDO, J. L.; PAMPHILE, J. A. Bioprospection and molecular phylogeny of culturable
endophytic fungi associated with yellow passion fruit. Acta Scientiarum. Biological Sciences, v.
42, p. e48321, 2020.
PEDROSA, F. C. Cromatografia Gasosa aplicada em Estudos de Metabolômica. 2018. Trabalho
de conclusão de curso.
POLLI, A. D.; RIBEIRO, M. A. S.; GARCIA, A.; POLONIO, J. C.; SANTOS, C. M.; SILVA, A.
A.; ORLANDELLI, R. C.; CASTRO, J. C.; ABREU-FILHO, B. A.; CABRAL, M. R. P.;
SARRAGIOTTO, M. H.; PAMPHILE, J. A.; AZEVEDO, J. L. Secondary metabolites of Curvularia
sp. G6-32, an endophyte of Sapindus saponaria, with antioxidant and anticholinesterasic properties.
Natural Product Research, v. 35, n. 21, p. 4148-4153, 2020.
POLONIO, J. C.; RIBEIRO, M. A. S.; RHODEN, S. A.; SARRAGIOTTO, M. H.; AZEVEDO, J.
L.; PAMPHILE, J. A. 3-Nitropropionicacid production bythe endophytic Diaporthecitri: Molecular
taxonomy, chemical characterization, and quantification under pH variation. Fungal Biology, v. 120,
p. 1600-1608, 2016.
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 3, p. 52-66, 2022
64
Técnicas de identificação química de metabólitos produzidos por microrganismos endofíticos
POLONIO. J. C.; DOS SANTOS RIBEIRO, M. A.; FÁVARO-POLONIO, C. Z.; MEURER, E. C.;
AZEVEDO, J. L.; GOLIAS, H. C.; PAMPHILE, J. A. Differential Chemical Profile of Metabolite
Extracts Produced by the Diaporthe citri (G-01) Endophyte Mediated by Varying the Fermented
Broth pH. Metabolites, v. 12, n. 8, p. 692, 2022.
PRATA, P. S.; MOGOLLÓN, N. G. S. R; AUGUSTO, F. Técnicas Cromatográficas
Multidimensionais na Investigação de Metabólitos Secundários. Scientia Chromatographica, v. 8,
n. 4, p. 209-229, 2016.
RAJIVGANDHI, G.; MUNEESWARAN, T.; MARUTHUPANDY, M.; RAMAKRITINAN, C.M.;
SARAVANAN, K.; RAVIKUMAR, V.; MANOHARAN, N. Antibacterial and anticancer potential
of marine endophytic actinomycetes Streptomyces coeruleorubidus GRG 4 (KY457708) compound
against colistin resistant uropathogens and A549 lung cancer cells. Microbial Pathogenesis, v. 125,
p. 325–335, 2018.
RIBEIRO, A. S.; POLLI, A. D.; OLIVEIRA, A.; OLIVEIRA, J. A. S.; EMMER, A.; ALVES, L. H.;
PEREIRA, O. C. N.; PAMPHILE, J. A. Ornamental plant Pachystachys lutea as a source of
promising endophytes for plant growth and phytoprotective activity. Acta Scientiarum. Biological
Sciences, v. 43, p. e51737, 2021.
RIBEIRO, S. F. L. Bioprospecção da atividade antimicrobiana de extratos brutos de fungos
endofíticos isolados da espécie Oryctanthus alveolatus (Kunth)Kuijt. 2015. Dissertação de
Mestrado.
SANTOS, C. M.; RIBEIRO, A. S.; GARCIA, A.; POLLI, A. D.; POLONIO, J. C.; AZEVEDO, J.
L.; PAMPHILE, J. A. Enzymatic and Antagonist Activity of Endophytic Fungi from Sapindus
saponaria L. (Sapindaceae). Acta biológica colombiana, v. 24, p. 322-330, 2019.
SANTOS, M. S.; ORLANDELLI, R. C.; POLONIO, J. C.; RIBEIRO, M. A. S.; SARRAGIOTTO,
M. H.; AZEVEDO, J. L.; PAMPHILE, J. A. Endophytes isolated from passion fruit plants: molecular
identification, chemical characterization and antibacterial activity of secondary metabolites. Journal
of Applied Pharmaceutical Science, p. 38-43, 2017.
SILVA, A. A.; POLONIO, J. C.; OLIVEIRA, J. A. S.; BULLA, A. M.; GOLIAS, H. C.; POLLI, A.
D.; SOARES, L. C.; VICENTINI, V. E. P.; OLIVEIRA, A. J. B.; GONCALVES, J. E.; CORREIA-
GONCALVES, R. A.; AZEVEDO, J. L.; ABREU FILHO, B. A.; PAMPHILE, J. A. Multilocus
sequence analysis of endophyticfungi from Justicia brandegeana with the culture-dependent method
and their bioprospection for health field. South African Journal of Botany, v. 134, p. 359-368,
2020.
SILVA, A. A.; POLONIO, J. C.; POLLI, A. D.; OLIVEIRA, J. A. S.; SOARES, L. C.; OLIVEIRA
JUNIOR, V. A.; VICENTINI, V. E. P.; OLIVEIRA, A. J. B.; GONCALVES, J. E.; CORREIA-
GONCALVES, R. A.; AZEVEDO, J. L.; PAMPHILE, J. A.; ABREU FILHO, B. A. Metabolic
extract of the endophytic fungus Flavodon flavus isolated from Justicia brandegeana in the control
of Alicyclobacillus acidoterrestris in commercial orange juice. International Journal of Food
Microbiology, v. 338, p. 109019, 2021.
SILVA, A. F. A; Validação de Métodos Analíticos para controlo de Qualidade de um
Medicamento por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC). 2016. Dissertação de
Mestrado.
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 3, p. 52-66, 2022
65
Misturini e Oliveira, 2022
SILVA, C. G. A. Desenvolvimento de fases estacionárias C18 termicamente imobilizadas sobre
sílica e sílicas metalizadas e suas caracterizações químicas, físicas e cromatográficas utilizando
a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) e a cromatografia com fluido supercrítico
(CFS). 2013. Tese de Doutorado.
SOMENSI, A. Desreplicação dos metabólitos secundários produzidos por Phomopsis stipata,
um endófito de Styrax camporum (Styracaceae). 2012. Dissertação de Mestrado.
SOUZA, I. T. Isolamento, quantificação e desenvolvimento de método na determinação de
compostos em extratos vegetais por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). 2013.
Dissertação de Mestrado.
SPECIAN, V.; ORLANDELLI, R. C.; FELBER, A. C.; AZEVEDO, J. L.; PAMPHILE, J. A.
Metabólitos Secundários de Interesse Farmacêutico Produzidos por Fungos Endofíticos. UNOPAR
Cientifíca. Ciências biológicas e da saúde, v. 16, n. 4, p. 345-351, 2014.
SPUDEIT, D. A.; DOLZAN, M. D.; MICKE, G.A. Conceitos básicos em Eletroforese Capilar.
Scientia Chromatographica, v. 4, n. 4, p. 287-297, 2012.
STROBEL, G. The emergence of endophytic microbes and their biological promise. Journal of
Fungi, v. 4, n. 2, p. 57-76, 2018.
TALUKDAR R.; WARY, S.; MILI, C.; ROY, S.; TAYUNG, K. Antimicrobial secondary
metabolites obtained from endophytic fungi inhabiting healthy leaf tissues of Houttuynia cordata
Thunb., an ethnomedicinal plant of Northeast India. Journal of Applied Pharmaceutical Science.
v. 10, n. 9, p. 099106, 2020.
UJAM, N. T.; AJAGHAKU, D. L.; OKOYE, F. B. C.; ESIMONE, C. O. Antioxidant and
immunosuppressive activities of extracts of endophytic fungi isolated from Psidium guajava and
Newbouldia laevis, Phytomedicine Plus, v1, n. 2, p. 1-7, 2021.
YANG, H.Y.; GAO, Y.H.; NIU, D.Y.; YANG, L.Y.; GAO, X.M.; DU, G.; HU, Q.-F. Xanthone
derivatives from the fermentation products of an endophytic fungus Phomopsis sp. Fitoterapia, v.
91, p. 189–193, 2013.
YE, Y.-Q.; XIA, C.-F.; YANG, J.-X.; QIN, Y.; ZHOU, M.; GAO, X.-M.; YANG, H.-Y.; LI, X.-M.;
HU, Q.-F. Isocoumarins from the fermentation products of an endophytic fungus of Aspergillus
versicolor. Phytochemistry Letters, v. 10, p. 215–218, 2014.
ZHAO, J.; SHAN, T.; MOU, Y.; ZHOU, L. Plant-derived bioactive compounds produced by
endophytic fungi. Mini reviews in medicinal chemistry, v. 11, n. 2, p. 159-168, 2011.
Arquivos do Mudi, v. 26, n. 3, p. 52-66, 2022
66