Na pesquisa realizada por Oliveira (2017) com 160 mulheres em período reprodutivo, pode-se
verificar que dentre as alterações emocionais mais mencionadas pelas mulheres sobre a TPM: (≥ 80%)
disseram que sentiram impaciência e irritabilidade; (73,1%) vontade de chorar; (≥ 60 %) raiva e angústia;
(≥50%) ansiedade, dificuldade de concentração, desânimo e interesse diminuído; (≥ 40%) insônia e
sonolência. Ademais, os sintomas físicos mais mencionados, acima de 80%, referindo mamas
edemaciadas e dolorosas, cólicas, (≥ 50%) cefaleia, inchaço, desejo por alimentos açucarados, (≤ 50%)
mencionaram perda de apetite, diarreia, sede, aumento/diminuição do desejo sexual, constipação e ganho
de peso. Diante do exposto foi verificado que não existe um consenso quanto ao diagnóstico da SPM,
pois muitos dos sintomas são singulares a cada pessoa que os sente, além de não existirem exames que
comprovem a presença ou ausência da síndrome.
Para além da Síndrome Pré-Menstrual, com uma sintomatologia mais complexa e severa, está o
Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM). De acordo com a última versão do DSM, este transtorno
está associado ao controle psíquico e à oscilação intensa de humor, que pode exacerbar e/ou debilitar um
conjunto de sintomas já existentes. De acordo com os critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais V (DSM-V), o TDPM ocorre quando a mulher relata a presença, em mais de 6 ciclos
menstruais no último ano, de pelo menos 5 sintomas, sendo um deles necessariamente de origem
emocional (DSM-V, 2014).
De acordo com os dados coletados por Victor et al. (2019) a partir de uma análise com 649 mulheres
estudantes da área da saúde, com idade entre 15 e 24 anos, a TPM e a TDPM influenciaram a qualidade
de vida das estudantes. Das 649 estudantes, 324 (49,9%) tiveram diagnóstico de SPM, sendo 151 em sua
forma simples (23,3%) e 173 em sua forma mais grave, o TDPM (26,6%). No que se refere aos dados
coletados sobre o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual, Victor et al. (2019) observaram que as
problemáticas mais prevalentes são: ansiedade, tensão, irritabilidade e conflitos interpessoais (≥ 60%);
cansaço físico e mental, falta de disposição, além dos sintomas físicos, como sensação de inchaço, dor de
cabeça, articular ou muscular (≥ 50%) e sentimento de depressão, de falta de esperança ou
autodepreciativos (52,93%).
A partir da análise dos dados das pesquisas realizadas por Oliveira (2017) e por Victor et al.
(2019), percebe-se que a SPM e o TDPM possuem uma sintomatologia semelhante, porém, eles se diferem
pela intensidade e pela duração dos sintomas. Tanto os sintomas físicos, como também os emocionais,
podem trazer para a vida da mulher problemas relacionados à sua autoestima e percepção da vida, esses
sintomas podem ser significativos, o bastante para gerar conflitos interpessoais e na rotina. De acordo
com Victor e Barretos (2019), devido as alterações dos sintomas físicos e psíquicos nota-se que há um
impacto na relação sócio-ocupacional, familiar e conjugal. No mesmo estudo, foi observado que autores
observaram as respostas mais mencionadas foram: respostas hostis, conflitos e desinteresse nas atividades