Arquivos do Mudi, v. 27, n. 2, p. 12-27, ano 2023
www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/ArqMudi
ARTIGO ORIGINAL
Aceito em: 10/04/2023 Publicado em: 15/08/2023
BIOSTIMULANTS AND THEIR ROLE IN BUILDING A SUSTAINABLE FUTURE
Abstract
The growing demand for food resulting from population growth is expected to increase significantly in the coming years.
Consequently, increasingly efficient and environmentally friendly methods need to be implemented to ensure food
security for future generations. Literature data point to an unsustainable scenario filled with problems related to the use
of traditional agrochemicals due to environmental and health issues. As a result, studies and applications focused on the
use of biostimulants in agriculture have become increasingly intense. Therefore, this study aimed to reference articles
from up to 20 years ago, presenting a series of relevant data on the use of biostimulants in agricultural production,
focusing on current demands and challenges. The results highlight that biostimulants are products that stimulate natural
processes in plants, improving nutrient absorption, nutritional efficiency, tolerance to biotic and abiotic stress, and
consequently, crop quality. In this context, beneficial microorganisms associated with plants play an important role in
agronomy as they promote plant growth, increase stress tolerance, and activate defense mechanisms. In light of this,
biostimulants offer a more sustainable alternative for agriculture, promoting crop productivity in a safe manner, reducing
the use of persistent agrochemicals that are harmful to health and the environment. Therefore, the importance of
biostimulants in building a sustainable agriculture and striving for a circular economy is emphasized, with the need for
further studies to understand the complex mechanisms of action of these bioproducts and to encourage their use.
Keywords: Sustainable agriculture, Biocontrol, Bioinputs, Plant growth promotion.
BIOESTIMULANTES E SEU PAPEL NA CONSTRUÇÃO DE UM FUTURO
SUSTENTÁVEL
João Gabriel Dumont Negrelli
Universidade Estadual de Maringá,
Campus Sede
pg404536@uem.br
Resumo
A crescente demanda por alimentos decorrente do aumento populacional
tenderá a aumentar significativamente ao passar dos anos.
Consequentemente, métodos cada vez mais eficientes e ecologicamente
corretos devem ser implementados com propósito de garantir segurança
alimentar para as próximas gerações. Dados da literatura apontam uma
insustentabilidade repleta de problemas relacionados ao uso de agroquímicos
tradicionais devido a questões ambientais e de saúde. Por consequência,
estudos e aplicações voltados para o uso de bioestimulantes no meio agrícola
têm se tornado cada vez mais intensos. Assim, o presente trabalho buscou
referenciar artigos de até 20 anos, apresentando uma série de dados
pertinentes ao uso de bioestimulantes na produção agrícola, focando nas
demandas atuais e seus desafios. Os resultados destacam que bioestimulantes
são produtos que estimulam processos naturais nas plantas, melhorando a
absorção de nutrientes, a eficiência nutricional, a tolerância ao estresse
biótico e abiótico e, consequentemente, na qualidade da cultura. Nesse
contexto, os microrganismos benéficos associados às plantas desempenham
um papel importante na agronomia, uma vez que promovem o crescimento
vegetal, aumentam a tolerância ao estresse e ativam mecanismos de defesa.
Diante disso, os bioestimulantes oferecem uma alternativa mais sustentável
para a agricultura, promovendo a produtividade das culturas de forma segura,
reduzindo o uso de agroquímicos recalcitrantes e prejudiciais à saude e ao
ambiente. Portanto, destaca-se a importância dos bioestimulantes na
construção de uma agricultura sustentável e na busca por uma economia
circular, sendo necessária a continuidade dos estudos para compreensão dos
complexos mecanismos de ação desses bioprodutos e estimular o seu uso.
Palavras-chave: Agricultura sustentável, Biocontrole, Bioinsumos,
Promoção de crescimento vegetal
Vitor Hugo Piva Boeira
Universidade Estadual de Maringá,
Campus Sede
ra127317@uem.br
Camila Oliveira de Andrade
Universidade Estadual de Maringá,
Campus Sede
pg404535@uem.br
Natieli Jenifer Mateus Corniani
Universidade Estadual de Maringá,
Campus Sede
pg404537@uem.br
Julia Calvi Mori
Universidade Estadual de Maringá,
Campus Sede
juliacmori@gmail.com
Julio Cesar Polonio
Universidade Estadual de Maringá,
Campus Sede
jcpolonio2@uem.br
Helio Conte
Universidade Estadual de Maringá,
Campus Sede
hconte@uem.br
Arquivos do Mudi, v. 27, n. 2, p. 12-27, ano 2023
www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/ArqMudi
ARTIGO ORIGINAL
Aceito em: 10/04/2023 Publicado em: 15/08/2023
1. INTRODUÇÃO
Projeções atuais indicam que a
população mundial terá uma tendência a
aumentar nos próximos anos, com perspectiva
para atingir entre 9,7 e 10 bilhões de seres
humanos em 2050 (FUKASE; MARTIN,
2020). Neste cenário, um dos grandes desafios
modernos é a garantia de seguraa alimentar,
no qual faz-se necessário maximizar a
qualidade e produtividade das culturas (DEL
BUONO, 2020). Assim, o desenvolvimento da
agricultura se consolida como uma das causas
mais importantes para a sobrevivência humana
(KOPITTKE et al. 2019).
Em contrapartida, é estimado que as
pestes agrícolas tendem a reduzir a produção
de alimentos ao redor do mundo entre 18%
e25% ao ano, além dos patógenos que poderão
ser responsáveis por mais 10% e 15% desta
redução (MOHAMMAD-RAZDARi et al.
2022). Portanto, para alcançar as demandas
das lavouras, serão necessárias cerca de 65 mil
toneladas de pesticidas e mais de 2,16 milhões
de toneladas de fertilizantes minerais
anualmente para atingir os rendimentos
desejados na agricultura (DAVYDOV et al.
2018).
O uso exacerbado de agroquímicos,
além dos resíduos urbanos, de indústrias, entre
outros, levam à contaminação do ambiente,
um problema que afeta diretamente a cadeia
alimentar, ameaçando a segurança ecológica e
à saúde humana (FAYIGA; SAHA, 2016).
Para poder solucionar este problema, tem-se
destacado a necessidade de uma agricultura
sustentável a fim de preservar os
agroecossistemas naturais para as gerações
futuras, além de outras soluções como o apoio
governamental para a dedicação de mais
recursos à melhoria ambiental (WAINAINA et
al. 2020) e à busca por alternativas
relacionadas como o biocontrole,
biorremediação e bioinsumos como os
biocontroladores e bioestimulantes para a
agricultura.
2. METODOLOGIA
De acordo com a legislação da união
européia (2019/1009), os microrganismos
usados na agricultura são divididos entre:
bioestimulantes e biopesticidas (POVEDA;
GONZÁLEZ-ANDRÉS, 2021). A definição
de bioestimulantes pode ser dita como:
materiais que contêm substâncias e/ou
microrganismos, cuja função, quando
aplicados às plantas ou à rizosfera, é
estimular processos naturais para
aumentar/beneficiar a absorção de
nutrientes, eficiência de nutrientes,
tolerância ao estresse abiótico e/ou
qualidade da cultura,
independentemente do seu teor de
nutrientes (EBIC, 2016).
os biopesticidas microbianos são
aqueles que protegem a colheita de pestes e
doenças, seja de forma direta ou indireta
(POVEDA; GONZÁLEZ-ANDRÉS, 2021;
POVEDA et al. 2022).
Bioestimulantes e seu papel na construção de um futuro sustentável
Arquivos do Mudi, v. 27, n. 2, p. 12-27, ano 2023
14
Neste sentido, microrganismos
associados aos vegetais, sejam eles
endofíticos, epífitos ou rizosféricos,
desempenham um papel importante na
agronomia. Estes podem formar relações
benéficas com as plantas e melhorar sua
produtividade por meio de uma fonte direta de
nutrientes e substâncias promotoras do
crescimento, podem ainda prover aumento na
tolerância a estresses bióticos e abióticos
assim como na ativação de seus mecanismos
de defesa (UMESHA et al. 2018; YADAV et
al. 2020).
Portanto, esta revisão visa apresentar e
discutir dados publicados nos últimos 20 anos
sobre como os bioestimulantes podem agregar
na agricultura moderna, com enfoque no
aumento da produção de alimentos e na
redução da degradação ambiental por insumos
agrícolas, além de apresentarem novas
oportunidades para produtores, consumidores
e indústrias, visando a construção de uma
economia circular.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Agroquímicos
Os pesticidas químicos podem ser
absorvidos pelo corpo humano através de três
meios comuns: inalação pelos pulmões,
contato pela pele e ingestão. A forma física do
produto, seja sólido, líquido ou gasoso, pode
influenciar na absorção (BERTHET et al.
2014). Ainda, se as partículas sólidas do
pesticida são suficientemente pequenas ou
permanecem na pele por tempo suficiente, a
entrada no corpo pode ser igual à entrada de
líquidos ou gases. A forma mais comum de
intoxicação é através do contato com a pele. A
absorção dérmica pode acontecer através de
respingos e/ou derramamentos durante a
manipulação do pesticida (MACFARLANE et
al. 2013).
Levando em consideração os meios
produtivos, o agricultor está sujeito a um risco
ainda maior de contaminação, visto que a
aplicação dos defensivos será realizada por
ele. Além disso, alta exposição intencional,
acidental ou ocupacional a pesticidas químicos
pode resultar na hospitalização da vítima ou
até mesmo na morte (KHURSHEED et al.
2022). De acordo com a Organização Mundial
da Saúde, aproximadamente 1.000.000
pessoas sofrem de envenenamento por contato
com pesticidas, com uma média de mortes
entre 0,4% e 1,9% todo ano (EDDLESTON,
2020, JIA et al. 2020, QIU et al. 2017,
THUNDIYIL et al. 2008).
A exposição a pesticidas
sintéticos/químicos resulta no
desenvolvimento de diferentes distúrbios de
saúde aos trabalhadores agrícolas, dentre eles
pode-se citar disfunções em glândulas como a
tireoide (MINISTÉRIO DA SAÚDE
BRASILEIRO, 2022), problemas metabólicos
e respiratórios, distúrbios neurológicos,
estresse oxidativo, danos genômicos e até
mesmo diferentes formas de câncer (CURL et
Negrelli et al., 2023
Arquivos do Mudi, v. 27, n. 2, p. 12-27, ano 2023
15
al. 2020). Os efeitos nocivos dos pesticidas
químicos na saúde não se limitam à exposição
direta, eles também impactam indiretamente
como, por exemplo, através da contaminação
das fontes de água podendo afetar diferentes
formas de vida (HASSAAN et al. 2020).
Dentre as classes de pesticidas, os
organofosforados (OP) são o tipo mais comum
representando 45% do mercado mundial de
pesticidas (MALI et al. 2023). A presença
intensiva de OP no meio ambiente e nos
sistemas vivos têm sido uma fonte de
preocupação devido à sua toxicidade e
propriedades cancerígenas inclusive para
animais não-alvo impactando negativamente
na saúde ambiental (MALI et al. 2023). Dentre
os países, a Índia é responsável por um terço
dos casos globais de envenenamento por
pesticidas devido à alta taxa de contaminação
do solo e água (JAIN et al. 2019). Segundo a
literatura, a intoxicação aguda por OP pode
causar disfunção colinérgica aguda, fraqueza
muscular, convulsões, coma e insuficiência
respiratória. Essa classe de pesticidas estimula
receptores de acetilcolina, bem como
receptores adrenérgicos, acarretando danos no
sistema nervoso central e periférico
(EDDLESTON et al. 2008). Com isso,
paralisias respiratórias e paradas cardíacas são
as principais causas de morte para pacientes
envenenados pelos OP (FUKUSHIMA et al.
2010). Além disso, estudos demonstram que
existe uma relação significativa envolvendo
envenenamento agudo causado por OP e
doenças cardiovasculares as quais podem
persistir por mais de 6 anos (HUNG et al.
2015).
Além dos OP, outra classe de pesticida
são os organoclorados (OCP), substâncias
quimicamente estáveis que persistem no meio
ambiente e podem se acumular nos tecidos
adiposos (WALISZEWSKI et al. 2003). Em
humanos, os OCP e/ou seus metabólitos
geralmente afetam o sistema nervoso central,
alterando as enzimas da membrana nervosa e
suas propriedades. Este efeito, consolidado
através do envenenamento agudo, pode causar
sintomas como convulsões, interrupção da
respiração e morte (HASSAAN et al. 2020).
a classe de pesticidas carbamatos
são ésteres derivados de ácidos dimetil-N-
metilcarbâmicos. São menos persistentes que
os OCP e os OP, mas também agem inibindo a
acetilcolinesterase (GARCIA et al. 2012). A
intoxicação por carbamato é comumente
causada por ingestão intencional ou exposição
cutânea em áreas recentemente tratadas com
inseticidas, sendo que os sintomas podem
aparecer rapidamente devido à forma como os
diferentes carbamatos são processados no
corpo (SILBERMAN; TAYLOR, 2022)
3.2 Adubação química tradicional
Para impulsionar o crescimento
econômico e garantir a segurança alimentar e
nutricional são necessários solos saudáveis,
estes auxiliarão ainda na mitigação das
mudanças climáticas e redução da poluição
difusa (LAL, 2016). Atualmente, os
Bioestimulantes e seu papel na construção de um futuro sustentável
Arquivos do Mudi, v. 27, n. 2, p. 12-27, ano 2023
16
fertilizantes enriquecem o solo através de
macro e micronutrientes de origem sintética.
Quando aplicados, estes fertilizantes sintéticos
se desmancham em compostos químicos que
são absorvidos pelas raízes como nutrientes.
Em geral, os fertilizantes possuem um custo-
benefício atraente para seus compradores,
além de possuírem alta disponibilidade no
mercado, fácil transporte e aplicação,
entretanto seu uso desenfreado pode trazer
diversos problemas (CHEN et al. 2017).
Visando a alimentação da população
mundial, é necessário a intensificação da
produção agrícola a um novo nível.
Tecnologias agrícolas avançadas, como
métodos eficientes de fertilização, são
requisitados para atender à demanda por
alimentos. Porém, o uso excessivo de
fertilizantes sintéticos leva a riscos ambientais
como danos na estrutura do solo, acidificação,
salinização, declínio de nutrientes e
produtividade, perturbação da comunidade
biótica do solo e redução da atividade
enzimática (GOU et al. 2010; BENDER et al.
2016; HASLER et al. 2017).
Devido ao uso relativamente alto dos
fertilizantes que contém sódio e potássio, o
solo pode ter seu pH alterado. Além disso, o
seu uso demasiado desestrutura o balanço
natural do ecossistema local (SAVCI, 2012).
Após a aplicação de fertilizantes à base de
fósforo, a salinidade do meio tenderá a
aumentar, o que levará a uma inibição do
processo de nitrificação, resultando em uma
menor taxa de conversão de amônia (NH3) em
nitrato e nitrogênio (PIRHADI, 2018;
PAHALVI et al., 2021). em relação às
enzimas, o uso excessivo de fertilizantes tende
a desfavorecer a atividade de desidrogenases,
prejudicando a saúde do solo local (XIE, et al.
2009).
Em sua maioria, os fertilizantes
utilizados para o crescimento e
desenvolvimento da planta são ricos em
nitrogênio, fósforo e potássio, também
chamados de NPK. (NADARAJAN;
SUKUMAN, 2021). No entanto, os
fertilizantes não estão apresentando os
resultados esperados, pois, mais de um terço
dos recursos do solo em todo o mundo estão
sofrendo degradação devido à agricultura
intensiva e ao manejo inadequado da terra
(ROJAS et al. 2016).
Sabe-se que a degradação do solo
reduz o rendimento das culturas e diminui os
serviços ecossistêmicos (LI et al. 2022). Além
disso, a falta de insumos de matéria orgânica
também pode resultar em uma diminuição
gradual de carbono no solo (WANG et al.
2016). Esses fatores corroboram para que haja
uma busca por alternativas que resultem na
melhor utilização dos macronutrientes e
micronutrientes presentes nos solos.
3.3 Formulações de bioestimulantes
Os bioestimulantes são alternativas de
formulações naturais que podem ser divididas
Negrelli et al., 2023
Arquivos do Mudi, v. 27, n. 2, p. 12-27, ano 2023
17
em bioestimulantes microbianos e não
microbianos com base em suas fontes de
origem. Exemplos de fontes de
bioestimulantes microbianos são produtos
fermentados, consórcio de fungos e bactérias,
resíduos orgânicos entre outros. exemplos
de fontes não-microbiana de bioestimulantes
são produtos à base de plantas, substâncias
proteicas e ácidos (MALIK et al. 2021).
Recentemente, vários tipos de
bioestimulantes de crescimento de plantas
estão sendo utilizados globalmente. Diferentes
pesquisas mostraram a importância dessas
substâncias para aumentar a produção agrícola
e protegê-las de vários perigos bióticos,
principalmente os bioestimulantes
microbianos (BEN MRID et al. 2021).
Para que um agente microbiano
bioestimulante, de biocontrole ou
biofertilizante seja eficaz, deve ser fabricado
visando sua aplicação em lavouras. A
formulação ideal deve ser simples, de baixo
custo e de fácil transporte. A escolha da forma
líquida ou sólida é de suma importância, pois
afeta a vida útil e o método de aplicação
(MERCADO-BLANCO et al. 2014). Além
disso, a preservação da biomassa microbiana
durante o processo de fabricação é crucial, e o
método escolhido deve priorizá-la. Outros
fatores a serem considerados incluem adesão e
cobertura de células microbianas no local alvo
e sua viabilidade após a aplicação.
Dentre as formulações sólidas, estes
podem ser encontrados em grânulos,
microgrânulos, ainda como ou
molhável, enquanto as formulações líquidas
podem ser à base de água, óleo ou uma
emulsão (BASHAN et al. 2014). Ambas as
formas sólidas e líquidas são usadas para
fabricar inoculantes bacterianos.
Do ponto de vista da bioformulação, as
melhores cepas são bactérias gram-positivas
esporuladoras devido à sua alta resistência a
vários tratamentos. Da mesma forma, os
fungos esporulados são frequentemente
adequados para formulações secas, como
ou grânulos (KAUR et al. 2010; WOO et al.
2014). No entanto, muitos biofertilizantes ou
cepas de biocontrole pertencem a bactérias
gram-negativas, o que torna a bioformulação
mais desafiadora devido a estes
microrganismos serem mais sensíveis a
condições ambientais (KAMILOVA et al.
2014). Contudo, a literatura ainda relata que as
formulações secas de bactérias gram-negativas
têm sido bem-sucedidas (YOUNG et al. 2010;
MEJRI et al. 2013).
O processo de formulação pode ser um
gargalo no desenvolvimento de um produto de
biocontrole ou biofertilizante, e prevenir a
contaminação é um aspecto fundamental. Um
processo de fabricação simples e de baixo
custo é desejável, mas produzir a cepa em
condições estéreis pode aumentar
significativamente os custos (ARORA et al.
2016).
Um importante microrganismo
utilizado comercialmente em diversos lugares
Bioestimulantes e seu papel na construção de um futuro sustentável
Arquivos do Mudi, v. 27, n. 2, p. 12-27, ano 2023
18
é a bactéria Azospirillum, uma bactéria
fixadora de nitrogênio que colonizam as raízes
de plantas gramíneas, como o milho, e pode
atuar como um bioestimulante, promovendo o
crescimento e melhorando a absorção de
nutrientes pelas plantas, atuando como um
excelente bioestimulante (FUKAMI et al.
2018). Na tabela 1 são demonstrados alguns
outros micróbios com capacidade de
biocontrole e promoção de crescimento
vegetal.
Tabela 1 Exemplos de microrganismos bioestimulantes com potencial para biocontrole e bioestimulação baseados em
dados disponíveis na literatura publicados entre os anos de 2004 e 2022.
Microrganismo
Atuação
Pseudomonas fluorescens
Solubilização e mineralização de fósforo, produção de fitormônios,
sideróforos e antibióticos em milho, trigo;
Biocontrole da ferrugem da bainha (Rhizoctonia Solani) no arroz;
Biocontrole da ferrugem e podridão causada por Phytophthora capsici
em pimenta preta;
Biocontrole de fogo bacteriano (Erwinia amylovora);
Pseudomonas chlororaphis
Biocontrole de Galleria mellonella e Plutella xylostella;
Produção de compostos fungicidas como 2-hidroxifenazina, ácido 2-
hidroxi-fenazina-1-carboxílico e fenazina-1 -ácido carboxílico;
Pseudomonas syringae
Controle Mofo-branco, Mofo-cinzento, mofo-verde e podridão-de-
mucor, pós-colheita em maçãs, peras, e frutas cítricas;
Pseudomonas aeruginosa
Biocontrole de Fusarium spp. em grão-de-bico e gandu Pythium
splendens em feijão e Pythium myriotylum em inhame;
Bacillus amyloliquefaciens
Promoção de crescimento vegetal em tomates;
Solubilização de fosfato e de fósforo, produção de compostos
antifúngicos e antibacterianos;
Bacillus megaterium
Solubilização de fósforo em tomates;
Azotobacter chroococcum
Melhora a disponibilidade de nitrogênio em milho e brócolis;
3.4 O potencial da bioestimulação
Em relação aos bioestimulantes não-
microbianos, um exemplo bastante utilizado
são os extratos de algas marinhas, substância
que contém importantes fontes de diversos
compostos antimicrobianos como
fitohormônios, lipídios, carboidratos,
proteínas, aminoácidos e osmoprotetores,
além de servirem como suplemento que
auxiliam no crescimento e no
desenvolvimento de mecanismos de defesa
inata das plantas (BATTACHARYYA et al.
Negrelli et al., 2023
Arquivos do Mudi, v. 27, n. 2, p. 12-27, ano 2023
19
2015; NABTI et al. 2016; CARVALHO et al.
2018).
Segundo a literatura, em culturas
hortícolas, o uso de bioestimulantes à base de
extrato de algas marinhas aumenta o vigor das
sementes, como exemplo no feijão (COLLA et
al. 2015) e pode desencadear a biossíntese de
prolina nas folhas durante as condições de seca
(PARADIKOVIC et al. 2014).
Outro exemplo de bioestimulantes
não-microbianos são os compostos fenólicos
floroglucina e eckol, isolados da alga marinha
Ecklonia maxima que apresentaram efeitos
estimulatórios no desenvolvimento de partes
da planta Eucomis autumnalis (AREMU et al.
2015). Além disso, em outro estudo
envolvendo eckol, foi apresentado a imersão
de grãos de Zea mays o qual gerou um
aumento do enraizamento de suas mudas
(RENGASAMY et al. 2015).
O acúmulo de compostos fenólicos é
um método padrão usado pelas plantas para
lidar com vários tipos de estresses abióticos
(BHARDWAJ et al. 2017). Esses compostos
desempenham um papel na ativação de várias
vias regulatórias, incluindo transdução de sinal
e vias de expressão gênica. Os extratos
fenólicos têm sido extensivamente
pesquisados por sua capacidade de aliviar
estresses abióticos, especialmente estresse de
seca e salinidade (LI et al. 2013; WAN et al.
2014; OZFIDAN-KONAKCI et al. 2015).
Estudos demonstraram que a aplicação
de ácido gálico pode proteger as plantas de
arroz (Oryza sativa) contra o estresse osmótico
e salino, aumentando a atividade de enzimas
antioxidantes que eliminam o peróxido de
hidrogênio (H
2
O
2
) tornando-se assim mais
saudáveis (OZFIDAN-KONAKCI et al.
2015).
O uso de bioestimulantes microbianos,
para biocontrole e biofertilização foi sugerido
por vários autores e reconhecido como uma
alternativa ecológica para manter a
produtividade e a segurança das culturas,
minimizando o uso de fertilizantes químicos e
pesticidas (SHARMA et al. 2020; PIRTTILÄ
et al. 2021). Verificou-se que vários processos
moleculares desempenham um papel na
resposta de uma planta a microrganismos
simbióticos, levando a um aumento de
metabólitos secundários. Esse aumento de
compostos promotores da saúde se deve à
capacidade da planta de reagir a estressores
ambientais, como estresse abiótico e
patógenos (GANUGI et al. 2021).
A colonização competitiva do espaço e
a persistência bem-sucedida nas zonas
radiculares são pré-requisitos para a
resistência efetiva de um micróbio de
biocontrole aos fitopatógenos
(LUGTENBERG; KAMILOVA, 2009). Esses
microrganismos se estabelecem através da
capacidade de formar colônias em biofilmes
duradouros nas raízes das plantas, impedindo
assim a contaminação por fitopatógenos
Bioestimulantes e seu papel na construção de um futuro sustentável
Arquivos do Mudi, v. 27, n. 2, p. 12-27, ano 2023
20
(RAAIJ MAKERS et al. 2010; ABDALLAH
et al. 2018; JI et al. 2021).
Além disso, o uso de bioestimulantes
microbianos também têm sido associado à
melhoria da qualidade dos produtos agrícolas,
uma vez que a ativação do sistema de defesa
da planta induzida pela presença desses
microrganismos pode levar a um aumento na
produção de compostos bioativos, como
antioxidantes, flavonoides e polifenóis. Esses
compostos podem ter um impacto positivo na
saúde humana, devido às suas propriedades
anti-inflamatórias, antitumorais e
neuroprotetoras (CHEN et al. 2020; GARCÍA-
SÁNCHEZ et al. 2021). Portanto, o uso de
bioestimulantes microbianos pode ser uma
estratégia promissora para a produção agrícola
sustentável e para a promoção da saúde
humana.
Sendo bem perceptível no ano de
2019, houve um crescimento significativo de
mais de 70% na fabricação de produtos
biológicos destinados ao controle de pragas e
doenças agrícolas no Brasil, movimentando
cerca de R$ 464,5 milhões, comparado aos R$
262,4 milhões registrados em 2017. Esse
resultado foi considerado o mais expressivo da
história do setor no país e superando o
aumento percentual observado no mercado
internacional (MINISTÉRIO DA
AGRICULTURA E PECUÁRIA, 2019).
A indústria agrícola global está
mudando rapidamente para formas mais
sustentáveis de aumentar a produtividade e
proteger as plantações, levando a um mercado
crescente de produtos biológicos agrícolas,
como bioestimulantes, biopesticidas e
biofertilizantes. O mercado para esses
produtos a base biológica deve atingir US$
19,5 bilhões até 2031, com o mercado de
bioestimulantes avaliado em US$ 7,5 bilhões e
o mercado de biopesticidas avaliado em US$
12 bilhões (IDTECHEX, 2021), desta forma o
estudo e desenvolvimento de pesquisas na área
são essenciais para atender as perspectivas de
mercado e atingir uma agricultura mais
sustentável.
4. CONCLUSÕES
Conforme a população mundial
aumenta, novos desafios para a agricultura se
apresentam e, consequentemente, alternativas
cada vez mais eficientes devem ser estudadas
e aprofundadas. Entre esses novos estudos, o
uso de bioestimulantes se destacam,
apresentando-se como uma metodologia
eficaz permitindo o uso dos recursos naturais
envoltos no meio agrícola de forma
sustentável, preservando o mesmo para as
gerações futuras. Desta forma, encontramos
diversos problemas relativos aos
agroquímicos, a adubação tradicional e o
efeito desses produtos no agricultor e no
ecossistema local. Isso indica uma necessidade
urgente de mudanças na agricultura
tradicional.
Negrelli et al., 2023
Arquivos do Mudi, v. 27, n. 2, p. 12-27, ano 2023
21
Para isso, os bioestimulantes
apresentam-se como ótimos agentes
biológicos extremamente versáteis e variados,
fornecendo vantagens econômicas ao
incrementar na produtividade da planta, além
de benefícios ambientais, ao remover a
necessidade de introdução de químicos em
meio ao plantio. Com base no nosso estilo de
vida insustentável, é importante trazer novas
metodologias e abordagens, para que as
comunidades agrícolas deixem de lado as
práticas tradicionais as quais não serão
capazes de nos sustentar no futuro.
A agricultura já conta com
bioestimulantes e agentes de biocontrole
promissores que podem promover o
desenvolvimento das plantas através de vários
mecanismos que fornecem uma base teórica
para a aplicação racional e eficaz de
bioestimulantes na agricultura. Entretanto, é
necessário que mais estudos em campo sejam
desenvolvidos visando um aprofundamento
cada vez maior no tema, além de permitir uma
melhor introdução dos bioestimulantes nos
meios agrícolas.
REFERÊNCIAS
ABDALLAH, D.B.; FRIKHA-GARGOURI,
O.; TOUNSI, S. Rizhospheric competence,
plant growth promotion and biocontrol
efficacy of Bacillus amyloliquefaciens subsp.
plantarum Nstrain 32a. Biol. Control, v. 124,
p. 6167, 2018.
ALAFEEA, R. A. A.; ALAMERY, A. A.;
KALAF, I. T. Effect of biofertilizers on
increasing the efficiency of using chemical
fertilizers on the yield component of maize
(Zea mays L.). Plant Archives, v. 19, n. 2, p.
303-306, 2019.
AREMU, A. O. et al. Physiological role of
phenolic biostimulants isolated from brown
seaweed Ecklonia maxima on plant growth
and development. Planta, v. 241, n. 6, p.
13131324, 12 fev. 2015.
ARORA, N.K.; MISHRA, J. Prospecting the
roles of metabolites and additives in future
bioformulations for sustainable agriculture.
Applied Soil Ecology, v. 107, p. 405-407,
2016.
BASHAN, Y. et al. Advances in plant
growth-promoting bacterial inoculant
technology: formulations and practical
perspectives (19982013). Plant and Soil, v.
378, n. 12, p. 133, 19 maio 2014.
BATTACHARYYA, D.; BABGOHARI, M.
Z.; RATHOR, P.; PRITHIVIRAJ, B.
Seaweed extracts as biostimulants in
horticulture. Scientia Horticulturae, v. 196, p.
39-48, 2015.
BENDER, S. F.; WAGG, C.; VAN DER
HEIJDEN, M. G. A. An Underground
Revolution: Biodiversity and Soil Ecological
Engineering for Agricultural Sustainability.
Trends in Ecology & Evolution, v. 31, n. 6, p.
440452, jun. 2016.
BERTHET, A. et al. Human skin in vitro
permeation of bentazon and isoproturon
formulations with or without protective
Bioestimulantes e seu papel na construção de um futuro sustentável
Arquivos do Mudi, v. 27, n. 2, p. 12-27, ano 2023
22
clothing suit. Archives of Toxicology, v. 88,
n. 1, p. 7788, 3 jan. 2014.
BETTIOL, W. et al. Produtos comerciais à
base de agentes de biocontrole de doenças de
plantas. Jaguariúna: Embrapa Meio
Ambiente, 2012. 155 p. (Embrapa Meio
Ambiente. Documentos, 88). ISSN: 1517-
5111.
BHARDWAJ, R. D.; KAUR, L.;
SRIVASTAVA, P. Comparative evaluation
of different phenolic acids as priming agents
for mitigating drought stress in wheat
seedlings. Proceedings of the National
Academy of Sciences, India Section B:
Biological Sciences, v. 87, n. 4, p. 1133-
1142, 2017.
BRASIL. Ministério da Agricultura e
Pecuária, Assuntos, Noticias, Controle
Biologico. Disponível em:
https://www.gov.br/agricultura/pt-
br/assuntos/noticias/feffmercado-de-
biodefensivos-cresce-em-mais-de-50-no-
brasil. Acessado em 20 de fevereiro de 2023.
CABREFIGA, J. et al. Mechanisms of
antagonism of Pseudomonas fluorescens
EPS62e against Erwinia amylovora, the
causal agent of fire blight. International
Microbiology, v. 10, n. 2, p. 123-132, 2007.
CALCAGNILE, Matteo et al. Bacillus
velezensis MT9 and Pseudomonas
chlororaphis MT5 as biocontrol agents
against citrus sooty mold and associated
insect pests. Biological Control, v. 176, p.
105091, 2022.
CARVALHO, M. E. A.; CASTRO, P. R.;
GAZIOLA, S. A.; AZEVEDO, R. A. Is
seaweed extract an elicitor compound?
Changing proline content in drought-stressed
bean plants. Comun. Sci., v. 9, p. 292-297,
2018.
CHEN, D. et al. Long-term application of
manures plus chemical fertilizers sustained
high rice yield and improved soil chemical
and bacterial properties. European Journal
of Agronomy, v. 90, p. 3442, 1 out. 2017.
COLLA, G. et al. Protein hydrolysates as
biostimulants in horticulture. Sci. Hortic., v.
196, p. 28-38, 2015.
CURL, C. L. et al. Synthetic Pesticides and
Health in Vulnerable Populations:
Agricultural Workers. Current
Environmental Health Reports, v. 7, n. 1, p.
1329, 20 mar. 2020.
DAVYDOV, R. et al. The application of
pesticides and mineral fertilizers in
agriculture. MATEC Web of Conferences,
v. 245, p. 11003, 5 dez. 2018.
DEAMBROSI, E.; MÉNDEZ, R.; ÁVILA, S.
Eluacion de efectos del uso de rizofos en el
cultivo de arroz. In: Manejo De Suelos Y
Nutrición Vegetal III: Fertilización, Cap. 3,
p. 39-42, 2004.
DEL BUONO, D. Can biostimulants be used
to mitigate the effect of anthropogenic
climate change on agriculture? It is time to
respond. Science of The Total
Environment, v. 751, p. 141763, jan. 2021.
Negrelli et al., 2023
Arquivos do Mudi, v. 27, n. 2, p. 12-27, ano 2023
23
EDDLESTON, M. Acute pesticide poisoning:
a major global health problem. World Health
Organization, 2020.
EDDLESTON, M. et al. Management of
acute organophosphorus pesticide poisoning.
The Lancet, v. 371, n. 9612, p. 597607, fev.
2008.
FAYIGA, A. O.; SAHA, U. K. Soil pollution
at outdoor shooting ranges: Health effects,
bioavailability and best management
practices. Environmental Pollution, v. 216,
p. 135145, set. 2016.
FLURY, P. et al. Antimicrobial and
Insecticidal: Cyclic Lipopeptides and
Hydrogen Cyanide Produced by Plant-
Beneficial Pseudomonas Strains CHA0,
CMR12a, and PCL1391 Contribute to Insect
Killing. Frontiers in Microbiology, v. 8,
2017.
FUKAMI, J.; CEREZINI, P.; HUNGRIA, M.
Azospirillum: benefits that go far beyond
biological nitrogen fixation. AMB Expr, v. 8,
p. 73, 2018.
FUKASE, E.; MARTIN, W. Economic
growth, convergence, and world food demand
and supply. World Development, v. 132, p.
104954, ago. 2020.
FUKUSHIMA H, WATANABE T, ASAI H,
YADA N, ITO S, SEKI T, UEYAMA T,
URIZONO Y, NISHIO K, OKUCHI K. Out-
of-hospital cardiac arrest caused by acute
intoxication. Chudoku Kenkyu. 2010
Mar;23(1):41-6. PMID: 20380321.
GANUGI, P.; MARTINELLI, E.; LUCINI,
L. Microbial biostimulants as a sustainable
approach to improve the functional quality in
plant-based foods: a review. Current Opinion
in Food Science, v. 41, p. 217-223, 2021.
GARCIA, F.P., ASCENCIO, S.Y.C.,
OYARZUN, J.G., HERNANDEZ, A.C.,
ALAVARADO, P.V., Pesticides:
classification, uses and toxicity. Measures of
exposure and genotoxic risks. J. Res.
Environ. Sci. Toxicol, 1(11), 279-293, 2012.
GOU, M.; WANG, X.; JIN, Z.; ZHANG, F.
Nutrient stoichiometry of plant growth and
litter decomposition in a phosphorus limited
forest. Acta Oecologica, v. 36, n. 1, p. 11-16,
2010.
GOVERNO DO BRASIL. Entenda o que é a
tireoide e a importância de ficar atento com
seu funcionamento adequado. Ministério da
Saúde, EBSERH, 2021. Disponível em:
https://www.gov.br/ebserh/pt-
br/comunicacao/noticias/entenda-o-que-e-a-
tireoide-e-a-importancia-de-ficar-atento-com-
seu-funcionamento-adequado. Acesso em: 10
jan. 2023.
HASSAAN, M. A.; EL NEMR, A. Pesticides
pollution: Classifications, human health
impact, extraction and treatment techniques.
The Egyptian Journal of Aquatic
Research, v. 46, n. 3, p. 207220, set. 2020.
HUNG, D.-Z. et al. The Long-Term Effects
of Organophosphates Poisoning as a Risk
Factor of CVDs: A Nationwide Population-
Based Cohort Study. PLOS ONE, v. 10, n. 9,
p. e0137632, 4 set. 2015.
Bioestimulantes e seu papel na construção de um futuro sustentável
Arquivos do Mudi, v. 27, n. 2, p. 12-27, ano 2023
24
IDTECHX, Biostimulants and Biopesticides
2021-2031: Technologies, Markets and
Forecasts. Disponível em:
https://www.idtechex.com/es/research-
report/biostimulants-and-biopesticides-2021-
2031-technologies-markets-and-
forecasts/773. Acessado em 20 de Fevereiro
de 2023.
JAIN, M. et al. Advances in detection of
hazardous organophosphorus compounds
using organophosphorus hydrolase based
biosensors. Critical Reviews in Toxicology,
v. 49, n. 5, p. 387410, 28 maio 2019.
JI, C. L. et al. Genomic analysis reveals
potential mechanisms underlying promotion
of tomato plant growth and antagonism of
soilborne pathogens by Bacillus
amyloliquefaciens Ba13. Microbiology
Spectrum, v. 9, n. 3, p. e01615-21, 2021.
JIA, Y.; SUN, Y.; MENG, F.; LIU, Y.; LIU,
B.; LIU, J. Trends and challenges of global
pesticide research from 1997 to 2016: a
bibliometric analysis. PeerJ, v. 8, e9563,
2020.
KAMILOVA, F.; OKON, Y.; DE WEERT,
S.; HORA, K. Commercialization of
Microbes: Manufacturing, Inoculation, Best
Practice for Objective Field Testing, and
Registration. Principles of Plant-Microbe
Interactions. Proceedings of the 6th
International Symposium on Plant-Soil
Interactions at Low pH, p. 319-327, 2014.
KAUR, R.; KAUR, J.; S. SINGH, R.
Nonpathogenic Fusarium as a Biological
Control Agent. Plant Pathology Journal, v.
9, n. 3, p. 7991, 15 jun. 2010.
KHURSHEED, A. et al. Plant based natural
products as potential ecofriendly and safer
biopesticides: A comprehensive overview of
their advantages over conventional pesticides,
limitations and regulatory aspects. Microbial
Pathogenesis, v. 173, p. 105854, dez. 2022.
KOOLAYAN, S.; PARANI, K.; SAHA, B.
Prospects of Using Phosphate Solubilizing
Pseudomonas as Bio Fertilizer. European
Journal of Biological Sciences, v. 4, n. 2, p.
25-31, 2012. Disponível em:
https://www.idosi.org/ejbs/4(2)12/6.pdf.
Acesso em: 01 abr. 2023.
KOPITTKE, P. M. et al. The role of plant
breeding in ensuring global food security in
the face of climate change. Food and Energy
Security, v. 8, n. 4, e00181, 2019. Disponível
em:
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.10
02/fes3.181. Acesso em: 10 jan. 2023.
KUMAR, K. et al. Evaluation of
commercially available PGPR for control of
rice sheath blight caused by Rhizoctonia
solani. Journal of Pure and Applied
Microbiology, [S.l.], v. 3, n. 2, p. 485-488,
2009.
Lal, Rattan, 2016. Soil health and carbon
management. Food Energy Secur. 5 (4),
212222.
https://doi.org/10.1002/fes3.2016.5.issue-
410.1002/fes3.96
LI, K. et al. Evaluating the effects of
agricultural inputs on the soil quality of
smallholdings using improved indices.
CATENA, v. 209, p. 105838, fev. 2022.
Negrelli et al., 2023
Arquivos do Mudi, v. 27, n. 2, p. 12-27, ano 2023
25
LIU, K., HU, H., WANG, W., & ZHANG, X.
Genetic engineering of Pseudomonas
chlororaphis GP72 for the enhanced
production of 2-Hydroxyphenazine.
Microbial Cell Factories, v. 15, n. 1, p. 131,
jul. 2016.
LUGTENBERG, B.; KAMILOVA, F. Plant-
growth-promoting rhizobacteria. Annu. Rev.
Microbiol., v. 63, p. 541-556, 2009.
LUO, L. et al. Bacillus amyloliquefaciens as
an excellent agent for biofertilizer and
biocontrol in agriculture: An overview for its
mechanisms. Microbiological Research, v.
259, p. 127016, 2022.
MACFARLANE, E. et al. Dermal Exposure
Associated with Occupational End Use of
Pesticides and the Role of Protective
Measures. Safety and Health at Work, v. 4,
n. 3, p. 136141, set. 2013.
MALI, H. et al. Organophosphate pesticides
an emerging environmental contaminant:
Pollution, toxicity, bioremediation progress,
and remaining challenges. Journal of
Environmental Sciences, v. 127, p. 234250,
maio 2023.
MALIK, A. et al. Biostimulant-Treated
Seedlings under Sustainable Agriculture: A
Global Perspective Facing Climate Change.
Agronomy, v. 11, n. 1, p. 14, 23 dez. 2020.
MEJRI, D.; GAMALERO, E.; SOUISSI, T.
Formulation development of the deleterious
rhizobacterium Pseudomonas trivialis X33d
for biocontrol of brome (Bromus diandrus) in
durum wheat. Journal of Applied
Microbiology, v. 114, p. 219-228, 2013.
MOHAMMAD-RAZDARI, A. et al. Recent
advances in E-monitoring of plant diseases.
Biosensors and Bioelectronics, v. 201, p.
113953, abr. 2022.
NABTI, E.; JHA, B.; HARTMANN, A.
Impact of seaweeds on agricultural crop
production as biofertilizer. International
Journal of Environmental Science and
Technology, v. 14, n. 5, p. 1119-1134, 2016.
NADARAJAN, S.; SUKUMARAN, S.
Chemistry and toxicology behind chemical
fertilizers. Controlled Release Fertilizers
for Sustainable Agriculture, p. 195229,
2021.
OZFIDAN-KONAKCI, C.; YILDIZTUGAY,
E.; KUCUKODUK, M. Protective roles of
exogenously applied gallic acid in Oryza
sativa subjected to salt and osmotic stresses:
effects on the total antioxidant capacity.
Plant Growth Regul., v. 75, n. 1, p. 219-234,
2015.
PAHALVI, H. N. et al. Chemical Fertilizers
and Their Impact on Soil Health. Microbiota
and Biofertilizers, Vol 2, p. 120, 2021.
PARAĐIKOVIĆ, N.; TKALEC, M.;
ZELJKOVIĆ, S.; VINKOVIĆ, T.
Biostimulant application in transplants
production of Allium sativum L. and Rosa
canina L. In: Proceedings of the Fifth
International Scientific Agricultural
Symposium "Agrosym 2014", Jahorina,
Bosnia and Herzegovina, 23-26 October
2014. p. 694.
Bioestimulantes e seu papel na construção de um futuro sustentável
Arquivos do Mudi, v. 27, n. 2, p. 12-27, ano 2023
26
PIRHADI, M. IMPACT OF SOIL
SALINITY ON DIVERSITY AND
COMMUNITY OF SUGARCANE
ENDOPHYTIC PLANT GROWTH
PROMOTING BACTERIA (SACCHARUM
OFFICINARUM L. VAR. CP48). Applied
Ecology and Environmental Research, v.
16, n. 1, p. 725739, 2018.
PIRTTILÄ, A. M.; MOHAMMAD PARAST
TABAS, H.; BARUAH, N.; KOSKIMÄKI, J.
J. Biofertilizers and Biocontrol Agents for
Agriculture: How to Identify and Develop
New Potent Microbial Strains and Traits.
Microorganisms, v. 9, n. 4, p. 817, 2021.
POVEDA, J. et al. Activation of sweet pepper
defense responses by novel and known
biocontrol agents of the genus Bacillus
against Botrytis cinerea and Verticillium
dahliae. European Journal of Plant
Pathology, v. 164, n. 4, p. 507524, 5 set.
2022.
POVEDA, J., GONZÁLEZ-ANDRÉS, F.
Bacillus as a source of phytohormones for use
in agriculture. Appl. Microbiol. Biotechnol.,
v. 105, 86298645 (2021).
QIU, W.; WEI, S.; LIU, G.; WANG, H.;
YAO, Q.; YUAN, J.; ZHANG, X.; SONG,
H.; YANG, Y. Review of pesticide poisoning
in China. Toxicology, v. 373, p. 10-15, 2017.
RENGASAMY, K. R. R. et al. Eckol
Improves Growth, Enzyme Activities, and
Secondary Metabolite Content in Maize (Zea
mays cv. Border King). Journal of Plant
Growth Regulation, v. 34, n. 2, p. 410416,
3 fev. 2015.
ROJAS, R. V. et al. Healthy soils: a
prerequisite for sustainable food security.
Environmental Earth Sciences, v. 75, n. 3,
p. 180, 23 fev. 2016.
SAH, Stuti; KRISHNANI, Shweena; SINGH,
Rajni. Pseudomonas mediated nutritional and
growth promotional activities for sustainable
food security. Current Research in
Microbial Sciences, v. 2, p. 100084, 2021.
SAVCI, S. Investigation of Effect of
Chemical Fertilizers on Environment.
APCBEE Procedia, v. 1, p. 287292, 2012.
SHARIFAZIZI, M.; HARIGHI, B.;
SADEGHI, A. Evaluation of biological
control of Erwinia amylovora, causal agent of
fire blight disease of pear by antagonistic
bacteria. Biological Control, v. 104, p. 28-
34, 2017.
SHARMA, V.; KAUR, J.; SHARMA, S.
Plant growth promoting rhizobacteria:
potential for sustainable agriculture.
Biotecnol. Veg., v. 20, n. 3, p. 157-166, 2020.
SILBERMAN J, TAYLOR A. Carbamate
Toxicity. In: StatPearls . Treasure Island
(FL): StatPearls Publishing; Disponivel em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK48
2183/ Acessado em 10 de março de 2023.
THUNDIYIL, J. G.; STOIKER, B.;
SCHNABEL, G. Pesticide toxicity index - a
tool for assessing potential toxicological
hazard of pesticide active ingredients.
Environmental Contamination and
Toxicology, v. 25, p. 1-8, 2008.
Negrelli et al., 2023
Arquivos do Mudi, v. 27, n. 2, p. 12-27, ano 2023
27
UMESHA, S.; K. SINGH, P.; P. SINGH, R.
Microbial Biotechnology and Sustainable
Agriculture. Biotechnology for Sustainable
Agriculture, p. 185205, 2018.
WAINAINA, S. et al. Resource recovery and
circular economy from organic solid waste
using aerobic and anaerobic digestion
technologies. Bioresource Technology, v.
301, p. 122778, abr. 2020.
WALISZEWSKI, S. M. et al. Comparison of
Organochlorine Pesticide Levels in Human
Adipose Tissue of Inhabitants from Veracruz
and Puebla, Mexico. Archives of
Environmental Contamination and
Toxicology, v. 58, n. 1, p. 230236, 26 jan.
2010.
WAN, Y. Y. et al. Caffeic acid pretreatment
enhances dehydration tolerance in cucumber
seedlings by increasing antioxidant enzyme
activity and proline and soluble sugar
contents. Scientia Horticulturae, v. 173, p.
54-64, 2014.
WANG, N. et al. Adoption of eco-friendly
soil-management practices by smallholder
farmers in Shandong Province of China. Soil
Science and Plant Nutrition, v. 62, n. 2, p.
185193, 3 mar. 2016.
WOO, S. L. et al. Trichoderma-based
Products and their Widespread Use in
Agriculture. Open Mycol. J., v. 8, p. 71-126,
2014.
XIE, W. et al. Short-term effects of copper,
cadmium and cypermethrin on dehydrogenase
activity and microbial functional diversity in
soils after long-term mineral or organic
fertilization. Agriculture, Ecosystems &
Environment, v. 129, n. 4, p. 450456, fev.
2009.
YADAV, A. K.; KHARE, P.; SAHAY, H.;
YADAV, M. Plant Growth Promoting
Rhizobacteria (PGPR): Prospects and
Challenges for Sustainable Agriculture. In:
Advances in PGPR Research. Springer,
Cham, 2020. p. 1-16.
YOUNG, S. D.; TOWNSEND, R. J.;
SWAMINATHAN, J.; O’CALLAGHAN, M.
Serratia entomophila coated seed to improve
ryegrass establishment in the presence of
grass grubs. N. Zeal. Plant Prot., v. 63, p.
229-234, 2010.
YOUSSEF, M. A.; EISSA, M. A.
Comparison between organic and inorganic
nutrition for tomato. Journal of Plant
Nutrition, v. 40, n. 13, p. 1900-1907, 2017.