CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DOS PACIENTES ADMITIDOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE UM HOSPITAL DO NOROESTE DO PARANÁ


Elisangela Maria Faion Malagutti1, e-mail: elisangela_261@hotmail.com, ORCID: 0009-0006-5249-979X

Ketlyn de Souza Herreiro2, ORCID: 0009-0003-0195-0251

Letícia Salete do Prado Ferreira3, ORCID: 0009-0007-6737-265X


RESUMO: O objetivo do estudo foi caracterizar o perfil dos pacientes admitidos na UTI de um hospital do noroeste do Paraná, e para isso, foi utilizada uma amostra de 520 pacientes, do ano de 2022. Como resultado, foi analisado que a maioria dos pacientes eram homens (56,9%), a média de idade foi de 64 anos, o SAPS 3 foi de 31,3% e permanência em UTI de cerca de 6 dias, a maior causa de internação foi por motivos clínicos (67,5%) e como desfecho de internação verificou-se uma maioria por alta (436 pacientes). Conclui-se que os pacientes que necessitaram de cuidados intensivos no HMU em 2022 são em sua maioria idosos do sexo masculino, admitidos por causas clínicas, que permaneceram menos de uma semana internados e em sua maioria, sobreviveram à doença crítica.

Palavras-chave: Unidade de Terapia Intensiva; Pacientes Internados.


INTRODUÇÃO

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um setor hospitalar especializado e preparado para atender pacientes cujo estado de saúde seja crítico e que necessitam de cuidados controlados e intensivos de seus sinais vitais, portanto, é um local que possui repleta tecnologia, além de lidar com situações de emergência e atendimentos de rapidez e destreza. (BOLELA et al, 2006). 

No Brasil, segundo Aguiar (2021), o tempo médio de internação em UTI é de 1 a 23 dias, tendo como taxa de mortalidade de 9,6% a 58% e o perfil de pacientes presentes em UTI’s são em sua maioria do sexo masculino, faixa etária média maior de 50 anos de idade, com preponderância casados, de raça branca ou parda e de escolaridade baixa. Em relação as principais doenças observadas que mais levaram pacientes ao uso da UTI, destacam-se as doenças cardiovasculares. O objetivo do estudo, portanto, foi caracterizar o perfil dos pacientes admitidos na UTI de um hospital do noroeste do Paraná, considerando que isso contribua para posteriores assistências aos pacientes, de forma individualizada, efetiva e de qualidade.


METODOLOGIA

 Após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Uningá – CEP nº 4.913.160, foram tidos como amostra, indivíduos admitidos na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Memorial da Uningá (HMU), no período de 01 de janeiro de 2022 a 31 de dezembro de 2022, que apresentassem dados completos para análise. Como procedimento de coleta de dados, foi utilizado o livro registro de admissões da UTI do HMU e, tais dados, foram organizados e planilhados com auxílio do programa Microsoft Excel 2013.


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Figura 1. Fluxograma de seleção dos pacientes incluídos para análise





RESULTADOS

A pesquisa contou com uma amostra de 520 pacientes, onde 56,9% foram homens e 43,1% mulheres, com média de 64 anos de idade, apresentando SAPS 3 de 31,3% e permanência em UTI de cerca de 6 dias. Além disso, a maior causa de internação foi por motivos clínicos (67,5%) e como desfecho de internação verificou-se uma maioria por alta (436 pacientes), seguidos de 82 óbitos, 1 transferência e 1 evasão.

 



Tabela 1. Características dos pacientes admitidos na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Memorial da Uningá em 2022 (n=520)

Variável

Gênero (M/F), n(%)

296 / 224 (56,9 / 43,1)

Idade, anos

64,6 ± 17,6

SAPS 3, %

31,3 ± 28,3

Tempo de internação UTI, dias

6 ± 16

Os dados foram descritos em frequência absoluta (relativa) e/ou em média ± desvio padrão, de acordo com a normalidade da distribuição dos dados. M: masculino; F: feminino; SAPS: simplified acute physiology score; UTI: unidade de terapia intensiva.



Figura 2. Representação gráfica das causas de admissão na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Memorial da Uningá no ano de 2022 (n=520).


Figura 3. Principais desfechos de internação dos pacientes que necessitaram de cuidados intensivos no Hospital Memorial da Uningá em 2022 (n=520).



DISCUSSÃO

A pesquisa apresentou resultados com a caracterização de um perfil dominante de pacientes admitidos na Unidade de Terapia Intensiva no hospital do noroeste do Paraná, onde se teve dados de sexo, idade, SAPS 3, tempo e desfechos de internamento e, causas admissionais. Em relação a idade, o encontrado foi semelhante ao encontrado por Aguiar (2022), onde a maioria dos pacientes em UTI possuíam idade superior a 50 anos, e considerando tempo de internamento e taxas de óbitos, também foram vistas médias parecidas.

Ainda, semelhante a pesquisa de Nascimento et al. (2018), constatou-se uma maioria de admissões por homens, que segundo o autor, pode ser proveniente de uma falta de cuidados e precauções de doenças e agravos, maior do que o visto no público feminino, e um valor para causas admissionais clínicas maior do que outros tipos de causas. O resultado obtido para SAPS 3, que conforme De Assis (2020) avalia a gravidade do quadro do paciente, teve um valor abaixo da metade para risco de óbito, porém, ainda possuindo um valor considerável, mas que se explica por se tratar de pacientes de UTI, que, portanto, necessitam de cuidados específicos e minuciosos.

Diante do encontrado, e considerando que a UTI é um ambiente de atendimento multiprofissional, a identificação de tais dados colabora para com a equipe atuante, contribuindo para elaboração de protocolos de tratamento, favorecendo um trabalho em sintonia, com melhor preparo e planejamento de ações, cada um dentro de sua especialidade, como no caso da fisioterapia, que mantem papel fundamental para esses pacientes, tanto durante o internamento, como no pós-alta.


CONCLUSÃO

Os pacientes que necessitaram de cuidados intensivos no HMU em 2022 são em sua maioria idosos do sexo masculino, admitidos por causas clínicas, que permaneceram menos de uma semana internados e em sua maioria, sobreviveram à doença crítica.


REFERÊNCIAS

AGUIAR, Luciana Mara Meireles, et al. Perfil de unidades de terapia intensiva adulto no Brasil: revisão sistemática de estudos observacionais. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 33, p. 624–634, 2022. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbti/a/sDnLGny8cZgQtVVfX5q3X7G/>. Acesso em: 19 out. 2023.

BOLELA, F.; JERICÓ, M. DE C. Unidades de terapia intensiva: considerações da literatura acerca das dificuldades e estratégias para sua humanização. Escola Anna Nery, v. 10, n. 2, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452006000200019>. Acesso em: 4 out. 2023.

DE ASSIS, Luiz Gabriel Ribeiro; NETO, Carlos da Silva Nery; SANTOS, Gabriela Silva; et al. Avaliação da mortalidade de uma UTI de Sergipe segundo escore fisiológico agudo simplificado 3 (SAPS 3). Revista de Epidemiologia e Controle de Infecção, v. 10, n. 1, p. 59–65, 2020. Disponível em: <https://www.redalyc.org/journal/5704/570467613009/570467613009.pdf>. Acesso em: 19 out. 2023.


NASCIMENTO, M. S. et al. Perfil epidemiológico de pacientes em uma unidade de terapia intensiva adulto de um hospital regional paraibano. Temas Saúde, v. 18, n. 1, 2018.