Arquivos do Mudi, v. 28, n. 1, p. 01-15, ano 2024
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ARTIGO ORIGINAL
Aceito em: 15/12/2023 Publicado em: 15/04/2024
KNOWLEDGE OF PRIMARY HEALTH CARE DENTISTS ABOUT THE ORAL
MANIFESTATIONS OF SEXUALLY TRANSMITTED INFECTIONS
Abstract
Oral manifestations can be the first sign and symptom resulting from systemic changes in sexually transmitted
infections (STI). The aim of this study was therefore to assess the knowledge of primary health care dental surgeons
(DS) about the oral manifestations of STI. A cross-sectional study was carried out using a questionnaire containing
15 objective questions with 42 dental surgeons in the municipality of Cascavel - PR. The questionnaire contained
both personal questions and questions about the oral manifestations of sexually transmitted infections. In the
questions about oral manifestations, they were asked about the characteristics of the fundamental lesions and their
diagnostic capacity. Most of the dentists (71.4%) considered their knowledge of the subject to be average. When
asked about the characteristics of a stain or macule, 90.4% answered the question correctly. The majority (92.8%)
of DCs are aware of the main sexually transmitted infections manifested in the oral cavity. When it comes to patients
with the human immunodeficiency virus (HIV) or positive serum, 80.95% of the professionals are able to recognize
the most frequent lesions. As for the personal questions, the majority had between 1 and 10 years of professional
training (35.7%). In terms of specialty, 57.1% were general practitioners and 100% of those interviewed worked in
the public health system. In addition, when asked about their conduct when examining a patient, most of the
interviewees (40.5%) carried out an anamnesis, complete examination and biopsy, if necessary. It can be concluded
that the majority of professionals had a good level of knowledge about STI oral lesions.
Keywords: Mouth. Sexually Transmitted Diseases. Dentists. Oral Health.
CONHECIMENTO DOS CIRURGIÕES DENTISTAS DA ATENÇÃO BÁSICA DE
SAÚDE SOBRE AS MANIFESTAÇÕES BUCAIS DAS INFECÇÕES
SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
Helen Cristina Lazzarin
Universidade Paranaense
UNIPAR
hlazzarin@prof.unipar.br
Carolina Machado de Cristo
Universidade Paranaense
UNIPAR
caarol_machaado@hotmail.com
Karina Fideli Kassab
Universidade Paranaense
UNIPAR
karinafk_9@hotmail.com
Resumo
As manifestações bucais podem ser o primeiro sinal e sintoma decorrente de
alterações sistêmicas das infecções sexualmente transmissíveis (IST). Por isso,
o objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento dos cirurgiões dentistas
(CD) da atenção básica de saúde sobre as manifestações bucais das IST. Foi
realizado um estudo transversal por meio de um questionário contendo 15
questões objetivas com 42 cirurgiões dentistas do município de Cascavel - PR.
O questionário continha perguntas tanto de caráter pessoal quanto sobre as
manifestações orais das infecções sexualmente transmissíveis. Nas questões
sobre as manifestações bucais, foram investigados quanto às características das
lesões fundamentais e capacidade de diagnóstico. Grande parte dos cirurgiões
dentistas (71,4%) considerou seu conhecimento sobre o tema mediano.
Quando indagados sobre características de mancha ou mácula 90,4%
responderam corretamente à questão. A maioria (92,8%) dos CD conhece as
principais infecções sexualmente transmissíveis manifestadas na cavidade
bucal. Quando se trata de paciente portador do vírus da imunodeficiência
humana (HIV) ou soro positivo, 80,95% dos profissionais são capazes de
reconhecer as lesões mais frequentes. nas questões de cunho pessoal,
predominou de 01 a 10 anos de formação profissional (35,7%). No quesito
especialidade, 57,1% se enquadram como clínico geral, e 100% dos
entrevistados atuam na rede pública. Além disso, quando indagados sobre a
conduta ao examinar um paciente, grande parte dos entrevistados (40,5%)
realizam anamnese, exame completo e biópsia, se necessário. Conclui-se que
a maioria dos profissionais obteve um bom índice de conhecimento a respeito
das lesões bucais das IST.
Palavras-chave: Boca. Infecções Sexualmente Transmissíveis. Odontólogos.
Saúde Bucal.
Conhecimento dos cirurgiões dentistas da atenção básica de saúde sobre as manifestações bucais das infecções
sexualmente transmissíveis
Arquivos do Mudi, v. 28, n. 1, p. 01-15, ano 2024
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1. INTRODUÇÃO
As manifestações bucais podem ser o primeiro sinal e sintoma decorrente de alterações
sistêmicas das infecções sexualmente transmissíveis, servindo como um alerta para o cirurgião
dentista que deve realizar uma boa anamnese, exame clínico e exames complementares se
necessário (BERALDO et al., 2020). As IST de maior prevalência de visualização na cavidade
bucal são a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), sífilis, gonorreia, herpes,
candidíase e papiloma vírus humano (HPV) (CARVALHO; FERREIRA, 2019).
A AIDS é causada pelo vírus da imunodeficiência humana, o HIV, o qual destrói as
células de defesa do hospedeiro, principalmente os linfócitos TCD4, resultando em
vulnerabilidade do sistema imunológico propiciando o desenvolvimento de doenças
oportunistas. A transmissão do HIV está associada ao contato com o sangue do portador e
secreções que apresentam o vírus, dentre os principais mecanismos estão a relação sexual, por
via oral, vaginal, anal, o contato com o sangue por meio de transfusões ou uso de drogas
injetáveis, materiais perfuro cortantes como agulhas, bisturis, alicates de unha, além da
transmissão na gestação ou durante o parto e pelo aleitamento materno (MORENO et al., 2021).
a sífilis é causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum e as principais vias de
transmissão são a sexual e o contato da mãe com o feto (NEVILLE, 2016). A gonorreia é uma
infecção transmitida por contato sexual causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, localizada
preferencialmente na uretra, causando dor e secreção purulenta (CARVALHO; FERREIRA,
2019). A herpes é uma doença que afeta a região bucal e genital e é causada pelo herpes vírus
simples (HVS), relacionado e transmitido pela saliva com alta taxa de infecção (FERNANDES
et al., 2022). A candidíase é uma infecção fúngica de pele e mucosa que tem como principal
patógeno a Candida albicans que cresce excessivamente (CARVALHO; FERREIRA, 2019).
O papiloma vírus humano é considerado a IST mais comum, e essa pode ocorrer pelo ato sexual,
beijo, transmissão vertical da mãe para o filho, pela placenta, sexo oral, pele a pele, pele a
mucosa ou mucosa a mucosa (BETZ, 2019).
A partir de 2016 o Ministério da Saúde, seguindo uma recomendação da Organização
Mundial de Saúde (OMS), passou a adotar o termo infecção sexualmente transmissível (IST)
em substituição à doença sexualmente transmissível (DST), o qual foi regulamentado por meio
do decreto no. 8.901/2016 (BRASIL, 2016).
As práticas sexuais que incluem a participação da boca permitem que muitas destas
infecções apresentem manifestações, às vezes até primárias, na cavidade bucal (CARVALHO;
FERREIRA, 2019). As infecções sexualmente transmissíveis podem ser causadas por agentes
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microbianos e virais, e transmitidas principalmente pelo contato sexual sem o uso de
preservativo por uma pessoa infectada. As infecções podem manifestar-se por meio de lesões
ulcerativas, vesicobolhosas, vegetantes, corrimentos ou pruridos, o que aumenta a
vulnerabilidade à entrada do vírus da imunodeficiência humana (OBARA, 2008; BERALDO
et al., 2020).
Nesse contexto, é de suma importância que o cirurgião dentista tenha noções e
conhecimentos básicos sobre as principais infecções sexualmente transmissíveis, como se
portar diante do caso, como estabelecer um protocolo clínico diante dessas doenças, que o
comuns e que muitas vezes, o paciente não tem conhecimento que é portador de alguma delas.
É imprescindível que o odontólogo esteja atento diante dos sinais e sintomas e estabeleça
manejo adequado aos pacientes portadores, visando à saúde como um todo e não apenas a
cavidade bucal, oferecendo promoção de saúde e qualidade no atendimento ao paciente. A
saúde bucal é um problema que preocupa a população mundial, dessa forma, a odontologia vem
se modificando a fim de tratar preventivamente as doenças que acometem a cavidade bucal,
realizando diagnósticos precoces e programas educacionais (CARVALHO; FERREIRA, 2019;
BERALDO, et al., 2020).
As infecções sexualmente transmissíveis possuem um alto índice de portadores no
estado do Paraná, como mostram os dados no ano de 2007 a 2015 foram registrados um total
de 13.695 casos de AIDS e 8.553 casos de HIV (PARANÁ, 2015). Diante destes altos índices
a população deve obter mais informações e acesso à saúde pública, com isso, o papel do
cirurgião dentista da rede pública no diagnóstico precoce é fundamental para um prognóstico
favorável. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento dos cirurgiões
dentistas da atenção básica de saúde sobre as principais manifestações bucais das infecções
sexualmente transmissíveis.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizado um estudo transversal nos meses de julho e agosto de 2022, baseado em
um questionário autoaplicável para avaliar o conhecimento de 42 cirurgiões dentistas da rede
pública do município de Cascavel-PR, que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e
Unidade da Saúde da Família (USF) sobre as manifestações bucais das infecções sexualmente
transmissíveis. O estudo foi realizado por duas acadêmicas do quarto ano de graduação de
odontologia da Universidade Paranaense (UNIPAR) campus Cascavel-PR.
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sexualmente transmissíveis
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O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (CEPEH)
da UNIPAR sob o protocolo número 1.522.154. Os cirurgiões dentistas foram submetidos à
pesquisa apenas após a autorização pelo secretário responsável pela Secretaria Municipal de
Saúde do Município de Cascavel - PR.
No primeiro momento, conforme a recomendação do Gerente de Saúde Bucal do
município de Cascavel PR, os cirurgiões dentistas recebiam por malote a carta de
informações, pela qual eram orientados e esclarecidos a respeito dos objetivos da pesquisa, bem
como a autorização pelo secretário de saúde, juntamente com o termo de consentimento livre e
esclarecido (TCLE), além do questionário estruturado com 15 questões (Anexo). Havendo
interesse por parte do profissional em se tornar sujeito da pesquisa, assinavam o TCLE e em
seguida respondiam as questões e devolviam, também por malote, para o Gerente de Saúde
Bucal.
O questionário continha dois tipos de informação, uma de caráter pessoal do
profissional, sem a necessidade de colocar o nome para manter o anonimato dos pesquisados,
o outro tipo de informação era quanto ao conhecimento sobre lesões fundamentais e as
manifestações bucais das IST.
Os dados obtidos foram analisados pelo programa Excel for Windows, sendo
apresentados em frequências absolutas e relativas na forma de quadros.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A pesquisa foi realizada utilizando-se questionários autoaplicáveis, que foram enviados
aos cirurgiões dentistas nas Unidades sicas de Saúde (UBS). Foram entregues 89
questionários distribuídos em diversas unidades básicas de saúde no município de Cascavel,
Paraná. Porém, somente 42 (60%) questionários foram respondidos.
Os dados do perfil dos cirurgiões dentistas como idade, tempo de formação, área de
atuação, tempo de atuação no sistema público, cursos de pós-graduações dos cirurgiões
dentistas que trabalham no sistema público de Cascavel - Paraná, estão representados no Quadro
1.
Quadro 1 Distribuição absoluta e relativa do perfil pessoal e profissional dos cirurgiões
dentistas da Atenção Básica de Saúde do município de Cascavel, PR, 2022.
CARACTERÍSTICAS
%
FAIXA ETÁRIA
20 a 30 anos
28,6%
31 a 40 anos
28,6%
Lazzarin, Cristo e Kassab, 2024
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5
41 a 50 anos
11,8%
51 a 60 anos
28,6%
61 a 70 anos
2,4%
TEMPO DE FORMAÇÃO
1 a 10 anos
35,7%
11 a 20 anos
30,9%
21 a 30 anos
19,1%
31 a 40 anos
9,5%
41 a 50 anos
2,4%
Não respondeu à pergunta
2,4%
PÓS-GRADUAÇÃO
Clínico geral
57,1%
Especialista
28,6%
Mestrado
11,9%
Doutorado
2,4%
ÁREA DE ATUAÇÃO
Particular
7,1%
Rede Pública
100%
Docência
4,8%
Os cirurgiões dentistas do estado do Paraná somam um total de 23.083 no ano de 2022
e possuem 130.539 especialistas no Brasil (CFO, 2022). O presente estudo demonstrou que a
maioria dos cirurgiões dentistas que atua na rede pública de Cascavel PR, possui a faixa etária
de 20 a 30 anos (28,6%), 31 a 40 anos (28,6%) e, 51 a 60 anos (28,6%). Quanto aos dados
referentes à pós-graduação 28,6% são especialistas, 57,1% são clínicos gerais, 11,9% tem
mestrado e apenas 2,4% possuem doutorado. A maioria dos profissionais tem de 01 a 10 anos
de formado (35,7%), e 100% atuam na rede pública (Quadro 1).
Os dados obtidos referentes ao nível de conhecimento dos cirurgiões dentistas sobre as
lesões bucais fundamentais manifestadas por meio de infecções sexualmente transmissíveis
estão representados no Quadro 2.
Quadro 2 Distribuição absoluta e relativa dos cirurgiões Dentistas da Atenção Básica de Saúde
do município de Cascavel - PR, 2022, quanto ao conhecimento das lesões bucais fundamentais
manifestadas por meio de infecções sexualmente transmissíveis
Lesões bucais fundamentais manifestadas por meio de IST
N
%
Conhecimento do CD a respeito das manifestações bucais por meio da IST
Satisfatório
7
16,7%
Mediano
30
71,4%
Insatisfatório
5
11,9%
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sexualmente transmissíveis
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Lesão fundamental com alterações de cor sem elevação ou depressão e sua
pigmentação pode ser de origem endógena e exógena.
Placa
2
4,8%
Vesícula
1
2,4%
Erosão
1
2,4%
Mancha ou mácula
38
90,4%
Lesão fundamental com elevações circunscritas de consistência fibrosada,
menor que 5 mm e de origem epitelial, conjuntiva ou mista, pode ser séssil
ou pediculada.
Placa
0
0%
Pápula
21
50%
Tumor
4
9,5%
Nódulo
17
40,5%
Lesão fundamental com elevações do epitélio contendo líquido no seu
interior, a membrana de revestimento pode ser fina ou espessa, conforme
a lesão esteja localizada de maneira sub ou intraepitelial e a lesão não
ultrapassa 3 mm.
Bolha
3
7,1%
Úlcera
1
2,4%
Vesícula
35
83,3%
Pápula
3
7,2%
Lesão fundamental com lesões bem características, fundamentalmente
elevadas em relação ao tecido normal, sua altura é pequena em relação à
extensão. consistentes à palpação e a superfície pode ser rugosa,
verrucosa, ondulada e lisa.
Placa
23
54,8%
Erosão
2
4,8%
Nódulo
16
38,1%
Úlcera
1
2,3%
Lesão fundamental em que ocorre solução de continuidade do epitélio com
exposição do tecido conjuntivo subjacente e reserva a denominação úlcera
para lesões de caráter crônica (persistem por semanas ou meses).
Nódulo
0
0%
Bolha
1
2,4%
Úlcera
24
57,1%
Erosão
17
40,5%
Diante dos dados obtidos grande parte dos odontólogos (71,4%) considerou seu
conhecimento a respeito das manifestações bucais das infecções sexualmente transmissíveis
mediano, 16,7% consideram seu conhecimento satisfatório e 11,9% consideram seu
conhecimento insatisfatório (Quadro 2). O diagnóstico de uma doença é importante para trata-
la e reabilitar o paciente. A patologia bucal correlaciona à biologia humana com os sinais e
sintomas das doenças existentes que podem ser clínicos ou subclínicos. Os sinais são a
exteriorização clínica da doença, como febre, edema ou coloração da mucosa, os sintomas
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são que o paciente sente e exterioriza para o profissional como a dor. O CD deve realizar exames
clínicos e complementares quando houver necessidade para obter um diagnóstico, que contará
com um prognóstico para realizar um tratamento adequado, para a cura ou controle de
determinada doença, seguida da proservação da mesma (PAIVA; CARDOSO, 2020).
A respeito da questão que descreve as características da lesão fundamental de mancha e
mácula 90,4% dos odontólogos responderam corretamente. na questão que descreve as
características da lesão fundamental de placa 54,8% responderam corretamente, no entanto,
houve respostas erradas como erosão (4,8%), nódulo (38,1%) e úlcera (2,3%) (Quadro 2). As
lesões fundamentais manifestam-se clinicamente por meio de alteração morfológica na
cavidade bucal. Manchas ou máculas são alterações na cor da mucosa bucal normal e não
possuem elevação ou depressão do tecido bucal. As placas possuem certa elevação comparada
ao tecido sadio, sua altura é pequena em relação à extensão. Sua consistência varia entre rugosa,
ondulada, lisa ou verrucosa. Erosão é caracterizada por perda de parte do epitélio, mas sem
exposição de tecido conjuntivo (PAIVA; CARDOSO, 2020).
De acordo com o questionário aplicado aos odontólogos 83,3% responderam de forma
correta a respeito das características da lesão fundamental de vesícula (Quadro 2). De acordo
com Paiva e Cardoso (2020) vesícula e bolha são lesões que possuem conteúdo líquido em seu
interior e com elevações, as vesículas não ultrapassam 1 diâmetro maior que 3 milímetros e
possuem várias vesículas, as demais são bolhas e apresentam apenas uma cavidade. Pápula é
uma lesão com elevação que não possui um diâmetro maior que 5 milímetros, podem se
apresentar de forma única ou múltiplas uma lesão sólida, seu aspecto pode ser achatado, liso,
rugosa, verrucosa, arredondada, oval. Logo, o nódulo consiste em uma lesão que pode ser
profunda ou superficial, circunscrita e sólida e pode ser formada por tecidos conjuntivo epitelial
ou ambos. O diâmetro deve ser maior que 5 milímetros e podem ser pediculados ou sésseis.
A maioria dos odontólogos entrevistados (57,1%) respondeu corretamente as
características de uma úlcera, enquanto 40,5% dos CD responderam erroneamente como sendo
erosão e 2,4% bolha (Quadro 2). Úlcera e ulceração são lesões que expõem o tecido conjuntivo
subjacente. A úlcera tem caráter crônico, enquanto a ulceração possui curta duração e ocorre
em consequência de doença auto limitante, como a herpes recorrente (PAIVA; CARDOSO,
2020).
O quadro 3 refere-se as principais infecções sexualmente transmissíveis da cavidade
bucal, quais são as lesões orais mais comuns em casos de HIV/AIDS, sífilis e HPV. É de suma
importância o conhecimento dos CD sobre essas manifestações orais para que possam
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encaminhar o paciente para tratamento médico adequado e manejo odontológico de acordo com
cada doença.
Quadro 3 Distribuição dos dados absolutos e relativos quanto ao conhecimento dos cirurgiões
dentistas da Atenção Básica de Saúde do município de Cascavel PR, 2022, em relação às
principais IST manifestadas na cavidade bucal.
Principais IST manifestadas na cavidade bucal e aspectos clínicos
N
%
Principais IST que se manifestam na cavidade bucal.
Sarcoma de Kaposi, gonorreia, clamídia.
2
4,8%
Hepatite, granuloma piogênico, sífilis.
1
2,4%
HIV/AIDS, sífilis, gonorreia, herpes, candidíase, HPV.
39
92,8%
Rubéola, herpes, meningite, coqueluche
0
0%
Lesões bucais mais frequentes em pacientes HIV/AIDS.
Infecções bacterianas: doença periodontal e gengivite
ulceronecrosante.
2
4,8%
Infecções fúngicas: queilite angular e candidíase.
4
9,5%
Infecções virais: herpes simples e leucoplasia pilosa oral.
2
4,8%
Todas as alternativas indicam as lesões bucais mais frequentes em
pacientes HIV/AIDS.
34
80,9%
Aspecto clínico do cancro na cavidade bucal.
Apresenta pápulas, úlcera com borda endurecida que mede
aproximadamente 1 a 2 cm, possui uma base clara e sem
sintomatologia.
31
73,8%
Apresenta manchas, bolhas e sintomatologia dolorosa.
3
7,2%
Apresenta vesículas e placas esbranquiçadas circunscritas, sem
sintomatologia dolorosa.
4
9,5%
Apresenta placas esbranquiçadas, nódulo e sem sintomas.
3
7,1%
Não respondeu a pergunta
1
2,4%
Principal sinal da infecção cutânea causada pelo HPV.
Papiloma escamoso.
9
21,4%
Hiperplasia epitelial.
0
0%
Condiloma acuminado.
8
19,1%
Verruga vulgar.
24
57,1%
Não respondeu à pergunta
1
2,4%
Quando questionados na entrevista sobre as principais infecções sexualmente
transmissíveis que se manifestam na cavidade bucal 92,8% dos CD responderam HIV/AIDS,
sífilis, gonorreia, herpes, candidíase e HPV (Quadro 3). As IST podem ser transmitidas por
relações sexuais sem proteção por uma pessoa que esteja infectada, os agentes causais podem
ser virais e bacterianos. São manifestados na cavidade bucal por diversas formas de lesões que
Lazzarin, Cristo e Kassab, 2024
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podem ser vesicobolhosas, lesões ulcerativas, pápulas, placas brancas ou bolhas (OBARA,
2008; CARVALHO; FERREIRA, 2019).
Conforme os indicadores do HIV/AIDS no estado do Paraná os casos de AIDS
equivalem a 50.991 pessoas ao total desde 1980 até o ano de 2021. O índice entre os homens é
maior do que entre as mulheres, enquanto o total de casos no sexo masculino é de 32.473, o
feminino é de 18.516 ao total. No ano de 2021 foram contabilizados 638 casos novos da doença.
Já os casos de sífilis no estado do Paraná são de 53.482/100 mil habitantes. Enquanto no Brasil
os casos de sífilis são 917.473 no total. A taxa de detecção da sífilis no estado do Paraná no ano
de 2020 foi de 60,8%, enquanto a do Brasil foi de 54,5% em 2020 (BRASIL, 2021).
Os CD foram questionados sobre as lesões bucais mais frequentes em pacientes
HIV/AIDS e 80,9% responderam corretamente que todas as alternativas indicam as lesões
bucais mais frequentes nesses pacientes (Quadro 3). Um estudo de Paulique et al. (2017)
apresentou as lesões orais mais frequentes em portadores de HIV, sendo elas por infecções
bacterianas, a doença periodontal e gengivite ulceronecrosante (GUN), por infecções fúngicas
a queilite angular e candidíase, infecções virais a herpes simples e leucoplasia pilosa oral (LPO),
e por neoplasias, o Sarcoma de Kaposi.
O aparecimento destas lesões bucais pode sugerir um comprometimento da resposta
imune do paciente portador do HIV. As lesões bacterianas se devem à imunodepressão causada
pelo HIV que altera a microbiota do meio bucal e leva ao desenvolvimento de lesões gengivais
e periodontais. Um exemplo é a manifestação da GUN que é uma inflamação da gengiva com
a presença de lesões necróticas, gosto metálico, odor fétido, sangramento espontâneo e dor. Das
infecções fúngicas a candidíase é a mais comum nos pacientes com HIV/AIDS, associada à
baixa imunidade destes pacientes, causando manchas brancas, avermelhadas, hiperplasia ou a
queilite angular que é uma dobra na comissura labial constantemente úmida e com placas
esbranquiçadas ou eritema. Nas infecções virais a herpes simples, que é muito comum na
população, pode apresentar complicações em pacientes imunodeprimidos. As lesões geralmente
ocorrem no lábio, palato duro, gengiva e dorso da ngua, se caracterizam como vesículas que
posteriormente ulceram e cicatrizam nas semanas seguintes. a LPO é uma infecção
oportunista causada pelo vírus Epstein-Barr, aparece como uma placa branca plana ou pilosa,
não raspável, localizada nas bordas laterais da língua, uni ou bilateral e geralmente é
assintomática. O sarcoma de Kaposi é um tumor vascular, mais comum em homens e pacientes
com HIV/AIDS, geralmente apresentam lesões duras no palato, podem ainda apresentar placas
vermelhas ou roxas, focais ou difusas, assintomáticas, ou podem ainda comprometer a fala, a
Conhecimento dos cirurgiões dentistas da atenção básica de saúde sobre as manifestações bucais das infecções
sexualmente transmissíveis
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alimentação e as vias aéreas, e causar perdas dentárias (PAULIQUE, et al., 2017; RIBEIRO et
al., 2018; MORENO et al. 2021).
No questionário apresentado aos odontólogos havia uma questão sobre quais eram os
aspectos clínicos do cancro, 73,8% dos profissionais responderam de forma correta,
descrevendo que apresenta pápulas, úlcera com borda endurecida que mede aproximadamente
1 a 2 cm, possui uma base clara e sem sintomatologia (Quadro 3). A sífilis primária é
determinada pelo cancro que é possível visualizar clinicamente 03 a 90 dias depois da exposição
inicial. As lesões que manifestam na cavidade bucal são encontradas mais habitualmente nos
lábios, palato, gengiva, amígdalas e língua (NEVILLE, 2016).
Os entrevistados foram indagados sobre qual seria o principal sinal da infecção cutânea
causada pelo HPV e a maioria dos odontólogos (57,1%) respondeu corretamente verruga vulgar
(Quadro 3). As lesões apresentadas na cavidade bucal que possuem relação com a infecção do
vírus HPV, são verruga vulgar, papiloma escamoso, condiloma acuminado e hiperplasia
epitelial multifocal. A verruga vulgar é a principal forma de sinal da infecção cutânea pelo HPV
e de forma intraoral apresenta comumente na mucosa labial e no palato, as características
clínicas dessa lesão são com coloração branco ou rosa, superfície verrucosa, séssil, menos de 1
cm, discreto e bem definido e geralmente ocorrem solitário (BETZ, 2019). Nos últimos anos
houve uma ligação entre a infecção do HPV e carcinomas orais, podendo aumentar o risco de
câncer bucal em até quatorze vezes (NEVILLE, 2016).
Após indagar os odontólogos da rede pública de Cascavel Paraná sobre as
manifestações bucais causadas pelas IST, os mesmos foram questionados sobre como se
portavam diante de tais situações, quais condutas, o que fariam com um paciente diagnosticado
com estas doenças e consequentemente como é seu manejo. No final, foi questionado se os
mesmos consideravam importante o estudo e conhecimento desta área da odontologia (Quadro
4).
Quadro 4 Distribuição dos dados absolutos e relativos quanto ao conhecimento dos cirurgiões
dentistas da Atenção Básica de Saúde do município de Cascavel PR, 2022, em relação às
principais IST manifestadas na cavidade bucal.
Atuação profissional diante de portadores de IST
N
%
Conduta do CD ao examinar um paciente.
Examino e diagnostico apenas a queixa principal.
5
11,9%
Realizo anamnese, exame clínico intra e extra oral, radiografia, exame
complementar e biópsia se necessário, de forma a encontrar um
diagnóstico correto.
17
40,5%
Não tenho recursos para diagnóstico completo.
17
40,5%
Avalio apenas as estruturas dentais.
3
7,1%
Lazzarin, Cristo e Kassab, 2024
Arquivos do Mudi, v. 28, n. 1, p. 01-15, ano 2024
11
Conduta do CD quando houver suspeita de infecção.
Encaminhar o paciente a um médico infectologista para exames e
tratamento adequado.
41
97,6%
Tratar a queixa principal do paciente apenas.
0
0%
Diagnosticar e tratar o paciente com a IST.
1
2,4%
Não sou apto a este tipo de manejo.
0
0%
Conduta do CD diante de um paciente HIV/AIDS.
Atendo normalmente.
39
92,8%
Atendo com receio.
2
4,8%
Encaminho a outro profissional.
1
2,4%
Não atendo.
0
0%
Conduta clínica do CD diante de um paciente com IST
a. Atualização constante do cirurgião-dentista no sentido de promover
saúde bucal, sem expor o paciente, a equipe de trabalho e a si próprio a
riscos desnecessários.
3
7,1%
b. Adotar medidas de biossegurança mais rigorosas, como por
exemplo: utilizar duas luvas, duas máscaras e óculos de proteção
0
0%
c. O cirurgião dentista deve adotar as normas universais de
biossegurança e considerar que todo paciente é potencialmente
portador de alguma doença infectocontagiosa.
4
9,5%
Alternativa A e C estão corretas
35
83,4%
Importância do conhecimento das lesões bucais causadas por IST
Sim
42
100%
Não
0
0%
Quando questionados sobre a conduta profissional ao examinar os pacientes 40,5%
disseram que realizam anamnese, exame clínico intra e extraoral, radiografia, exame
complementar e biópsia se necessário, de forma a encontrar um diagnóstico correto. Enquanto
40,5% disseram não ter recurso para o diagnóstico completo, 11,9% examinam e diagnosticam
apenas a queixa principal e 7,1% apenas avaliam as estruturas dentais (Quadro 4). A anamnese
detalhada, incluindo história médica, e o exame clínico do paciente podem apontar se algum
indivíduo tem alguma IST. Pois geralmente esses pacientes não sabem que estão infectados, e
as manifestações bucais podem ser os primeiros sinais clínicos de uma possível infecção
(RIBEIRO et al., 2018; MORENO et al., 2021).
Na pesquisa realizada com os CD houve um questionamento sobre quandosuspeita
de infecção sexualmente transmissível o que deveria ser feito e a maioria (97,6%) respondeu
corretamente que encaminha o paciente ao infectologista para exames e tratamento adequado,
2,38% responderam incorretamente que diagnosticam e tratam o paciente com IST. Outra
questão importante feita para os odontólogos é sobre as alterações bucais causadas pelas IST
que dão ao cirurgião dentista um importante papel no diagnóstico precoce da infecção e
manutenção da saúde geral dos pacientes portadores e como seria correto realiza-lo. Com isso
Conhecimento dos cirurgiões dentistas da atenção básica de saúde sobre as manifestações bucais das infecções
sexualmente transmissíveis
Arquivos do Mudi, v. 28, n. 1, p. 01-15, ano 2024
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83,33% responderam corretamente que devem se atualizar constantemente para promover
saúde bucal, sem expor o paciente, a equipe de trabalho e a si próprio a riscos desnecessários,
além de adotar as normas universais de biossegurança e considerar que todo paciente é
potencialmente portador de alguma doença infectocontagiosa (RIBEIRO, et al., 2018;
MORENO et al., 2021). Quando questionados se achavam importante ter o conhecimento sobre
as lesões bucais decorrentes de IST 100% dos profissionais concordaram que sim.
4. CONCLUSÃO
Evidenciaram-se neste estudo resultados positivos em relação ao conhecimento dos
cirurgiões dentistas da Atenção Básica de Saúde do município de Cascavel, PR, quanto às
manifestações bucais das infecções sexualmente transmissíveis, pois o índice de acerto foi
satisfatório. Embora a maior parte tenha considerado seu conhecimento mediano em relação ao
assunto.
Grande parte dos cirurgiões dentistas soube responder corretamente sobre as
características das principais lesões das IST manifestadas na cavidade oral. A questão que gerou
maior divergência de respostas foi sobre a conduta clínica do profissional diante de um paciente
portador de uma IST.
Os odontólogos entrevistados reconheceram o valor do tema abordado, pois afirmaram
que é importante que os cirurgiões dentistas tenham conhecimento sobre as manifestações
bucais das IST.
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Lazzarin, Cristo e Kassab, 2024
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RIBEIRO, M. F., et al. Atendimento odontológico aos pacientes com HIV/AIDS. Revista de
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Conhecimento dos cirurgiões dentistas da atenção básica de saúde sobre as manifestações bucais das infecções
sexualmente transmissíveis
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ANEXO
Questionário: Conhecimento do cirurgião dentista das Unidades Básicas de Saúde sobre
as manifestações bucais das infecções sexualmente transmissíveis.
IDADE: ______ TEMPO DE FORMAÇÃO:_________
ESPECIALIZAÇÃO: ( ) Clínico geral ( ) Mestrado ( ) Doutorado
ÁREA DE ATUAÇÃO:
( ) Particular ( ) Rede Pública ( ) Docência ( ) Outro
1. Como cirurgião dentista, você acha que seu conhecimento a respeito das manifestações
bucais das infecções sexualmente transmissíveis, é?
( ) Satisfatório ( ) Mediano ( ) Insatisfatório
2. Qual lesão fundamental tem como característica: Alterações de cor sem elevação ou
depressão e sua pigmentação pode ser de origem endógena e exógena?
( ) Placa ( ) Vesícula ( ) Erosão ( ) Mancha ou Mácula
3. Qual lesão fundamental tem como característica: Elevações circunscritas de consistência
fibrosada, menor que 5mm e de origem epitelial, conjuntiva ou mista, pode ser séssil ou
pediculada?
( ) Placa ( ) Pápula ( ) Tumor ( ) Nódulo
4. Qual lesão fundamental tem como característica: São elevações do epitélio contendo líquido
no seu interior, a membrana de revestimento pode ser fina ou espessa, conforme a lesão esteja
localizada de maneira sub ou intraepitelial e a lesão não ultrapassa 3mm?
( ) Bolha ( ) Úlcera ( ) Vesícula ( ) Pápula
5. Qual lesão fundamental tem como característica: Lesões bem características,
fundamentalmente elevadas em relação ao tecido normal, sua altura é pequena em relação à
extensão. consistente à palpação e a superfície pode ser rugosa, verrucosa, ondulada e lisa?
( ) Placa ( ) Erosão ( ) Nódulo ( ) Úlcera
6. Qual lesão fundamental tem como característica: São lesões em que ocorre solução de
continuidade do epitélio com exposição do tecido conjuntivo subjacente e reserva a
denominação úlcera para lesões de caráter crônica (persistem por semanas ou meses)?
( ) Nódulo ( ) Bolha ( ) Úlcera ( ) Erosão
7. As principais infecções sexualmente transmissíveis que se manifestam na cavidade bucal,
são:
( ) Sarcoma de Kaposi, gonorreia, clamídia.
( ) Hepatite, granuloma piogênico, sífilis.
( ) Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), sífilis, gonorreia, herpes, candidíase,
papiloma vírus humano (HPV).
( ) Rubéola, herpes, meningite, coqueluche.
8. As lesões bucais mais frequentes em pacientes HIV/AIDS são:
( ) Infecções bacterianas: doença periodontal e gengivite ulcero necrosante.
( ) Infecções fúngicas: queilite angular e candidíase.
( ) Infecções virais: herpes simples e leucoplasia pilosa oral.
Lazzarin, Cristo e Kassab, 2024
Arquivos do Mudi, v. 28, n. 1, p. 01-15, ano 2024
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( ) Todas as alternativas indicam as lesões bucais mais frequentes em pacientes HIV/AIDS.
9. A sífilis primária é determinada pelo cancro, que é possível visualizar clinicamente entre 3 a
90 dias depois da exposição inicial. Você sabe identificar o aspecto clínico do Cancro?
( ) Apresenta pápulas, úlcera com borda endurecida que mede aproximadamente 1 a 2 cm,
possui uma base clara e sem sintomatologia.
( ) Apresenta manchas, bolhas e sintomatologia dolorosa.
( ) Apresenta vesículas e placas esbranquiçadas circunscritas, sem sintomatologia dolorosa.
( ) Apresenta placas esbranquiçadas, nódulo e sem sintomas.
10. Qual o principal sinal da infecção cutânea causada pelo HPV?
( ) Papiloma escamoso.
( ) Hiperplasia Epitelial.
( ) Condiloma Acuminado.
( ) Verruga Vulgar.
11. Ao examinar um paciente, qual sua conduta?
( ) Examino e diagnostico apenas a queixa principal.
( ) Realizo anamnese, exame clínico intra e extra oral, radiografia, exame complementar e
biópsia se necessário, de forma a encontrar um diagnóstico correto.
( ) Não tenho recursos para diagnóstico completo.
( ) Avalio apenas as estruturas dentais.
12. Muitos indivíduos infectados desconhecem sua condição, por isso, o cirurgião dentista pode
ser o primeiro a reconhecer os sinais e sintomas causados por IST. Sempre que houver suspeita
de infecção, deve-se:
( ) Encaminhar o paciente a um médico infectologista para exames e tratamento adequado.
( ) Tratar a queixa principal do paciente apenas.
( ) Diagnosticar e tratar o paciente com a IST.
( ) Não sou apto a este tipo de manejo.
13. Diante de um paciente HIV/AIDS, qual seu manejo?
( ) Atendo normalmente.
( ) Atendo com receio.
( ) Encaminho a outro profissional.
( ) Não atendo.
14. As alterações bucais causadas pelas IST dão ao cirurgião dentista um importante papel no
diagnóstico precoce da infecção e manutenção da saúde geral dos pacientes portadores, sendo
assim é correto:
( ) Atualização constante do cirurgião dentista no sentido de promover saúde bucal, sem expor
o paciente, a equipe de trabalho e a si próprio a riscos desnecessários.
( ) Adotar medidas de biossegurança mais rigorosas, como por exemplo: utilizar duas luvas,
duas mascaras e óculos de proteção.
( ) O cirurgião dentista deve adotar as normas universais de biossegurança e considerar que
todo paciente é potencialmente portador de alguma doença infectocontagiosa.
( ) Alternativa A e C estão corretas.
15. Como cirurgião dentista, você considera importante esse tema no âmbito da odontologia?
( ) Sim ( ) Não