Boletim de Conjuntura Econômica n.40

  • Boletim de Conjuntura Econômica UEM

Resumo

O Boletim de Conjuntura Econômica, elaborado pelos alunos do curso de graduação em Ciências Econômicas da Universidade Estadual de Maringá, em sua quadragésima edição, analisa a performance das políticas macroeconômicas implementadas na economia brasileira ao longo do segundo semestre de 2008, procurando avaliar seus efeitos sobre o nível de preços, da atividade econômica, do comportamento das contas do setor externo e da conjuntura agropecuária.

A avaliação do desempenho fiscal no período analisado indicou que há uma tendência de desaceleração na arrecadação dos tributos federais. Este fenômeno mostrou-se de forma mais evidente a partir do último trimestre de 2008, quando o governo adotou medidas que visaram reduzir o IPI dos automóveis. Apesar da diminuição da arrecadação, o desempenho fiscal não foi comprometido graças à redução com as despesas de juros, o que fez com que a necessidade de financiamento do setor público reduzisse de 2,23% do PIB em 2007 para 1,53% em 2008.

As medidas de política monetária implementada no segundo semestre de 2008 intensificaram o perfil contracionista e fizeram com que a taxa de juros Selic alcançasse o patamar de 13,75%. O objetivo de tal política era fazer frente ao cenário de demanda interna aquecida e pressão inflacionária, presente no início desse semestre. Os efeitos de tal medida repercutiram em todos os canais de transmissão da política monetária e alcançaram os objetivos esperados quanto à pressão inflacionária.

O desempenho das contas do setor externo no segundo semestre de 2008 refletem os maiores impactos da crise econômica internacional sobre a economia brasileira. A balança comercial apresentou acentuada redução, em razão da desaceleração do crescimento das exportações, provocada pela retração da demanda externa. Entretanto, foi o resultado da balança de serviços e rendas que apresentou a maior deterioração, com um crescimento de 34,6% do déficit, se comparado ao do ano de 2007. O principal responsável por tal desempenho foi o aumento das remessas líquidas de lucros e rendas ao exterior.

Os principais resultados das políticas macroeconômicas adotadas no período foram verificados no comportamento dos preços. A forte elevação da taxa de juros e a reversão das expectativas fizeram com que as pressões inflacionárias fossem amenizadas. Os índices de preços apresentaram desaceleração, inclusive com deflação em alguns grupos de bens de serviços. Apesar das desacelerações ocorridas, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o ano de 2008 em 5,90%, patamar superior ao da meta inflacionária que foi estabelecida em 4,5%.

As turbulências no cenário econômico internacional dos últimos meses de 2008 afetaram o  ritmo de crescimento da economia brasileira. O Produto Interno Bruto(PIB) cresceu apenas 4,0% no segundo semestre de 2008, contra uma média de 6,2% no primeiro semestre. A produção industrial foi a que apresentou a maior queda, com retração de 9,4% entre os meses de setembro e dezembro.

A avaliação final do desempenho da conjuntura econômica no segundo semestre de 2008 é de que os efeitos da crise econômica mundial afetaram o nível de atividade econômica, bem como o desempenho do setor externo brasileiro, e que as políticas econômicas adotadas pelo governo apresentaram resultados favoráveis no controle inflacionário, porém, o efeito colateral decorrente da elevação da taxa de juros agravou o desaquecimento de alguns setores, especialmente o industrial.

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Publicado
2013-03-01
Edição
Seção
Boletim Completo