1 Política Monetária: análises do ano de 2020

Resumo

Em 2020, ano em que o mundo foi assolado pela pandemia de COVID-19, o Brasil, que vinha há três anos apresentando crescimento pífio, sofreu uma forte queda na atividade econômica de 4,1%. Foi a maior redução desde o ano de 1990, quando o PIB caiu 4,3%. Nesse cenário, no que diz respeito à política monetária, o governo deu continuidade à estratégia de redução da meta para a taxa básica de juros da economia. A taxa Selic caiu 2,5 p.p. em 2020, fechando o ano em 2% a.a. Isso foi possível porque o a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), estava sob controle. O índice acumulado em 12 meses em todo o período se manteve dentro dos limites estabelecidos pelo regime de metas de inflação e fechou o ano em 4,52%. A evolução das operações de crédito, tanto na modalidade de saldos como novos empréstimos (concessões), apresentou tendencia de elevação, impulsionada pelos programas emergenciais de apoio ao crédito, especialmente para as pequenas e médias empresas. As taxas de juros praticadas no mercado diminuíram substancialmente no 2º e 3º trimestres e, de modo geral, fecharam o ano de 2020 em níveis inferiores aos do final de 2019.  Essas reduções foram favorecidas pela queda dos spreads bancários e da taxa de inadimplência. Os prazos médios das concessões ficaram estáveis ao longo de 2020. Destacou-se o aumento do endividamento e comprometimento da renda com os serviços da dívida.