Política Monetária
Resumo
Durante o primeiro semestre de 2022, o Banco Central do Brasil continuou praticando uma política monetária contracionista. Entre dezembro de 2021 e junho de 2022, a meta da taxa Selic passou de 9,25% a.a. para 13,25% a.a., uma alta de 4,0 p.p., o que se deu em razão das pressões inflacionárias advindas de fatores externos e internos, tais como: a guerra entre Rússia e Ucrânia, aumento dos preços das commoditties, sobretudo energéticas, elevação das taxas de juros básicas de alguns países desenvolvidos, além da constante preocupação com a questão fiscal brasileira. O índice de preços ao consumidor (IPCA), que mede a inflação oficial no Brasil, fechou o primeiro semestre de 2022 em 5,49%, sendo que a inflação dos preços livres foi maior (6,27%) do que a dos preços monitorados (2,94%). Os grupos que mais pressionaram a inflação no período foram transportes, especialmente combustíveis e transporte por aplicativo, vestuário, educação, alimentação e bebidas. Em relação à inflação por faixa de renda, todas as classes sofreram com o aumento de preços no primeiro semestre de 2022, embora o IPCA acumulado no período tenha sido ligeiramente maior para as famílias de renda alta devido ao aumento dos preços dos combustíveis, que afeta mais fortemente as classes de rendas mais altas.
Quanto ao saldo das operações de crédito realizadas pelo Sistema Financeiro Nacional (SFN), verifica-se que no primeiro semestre de 2022, houve aumento nominal de 6,04% nesse indicador e de 17,77% nos últimos 12 meses encerrados em junho/22. Tal elevação foi impulsionada pelas operações de crédito para pessoa física. O movimento da taxa média de juros no primeiro semestre de 2022 foi de alta, tanto na variação semestral como em 12 meses. O endividamento e comprometimento de renda das famílias brasileiras continuam aumentando e alcançando recordes históricos a cada mês e a taxa de inadimplência total tem aumentado, mas ainda está abaixo dos níveis alcançados em 2018 e 2019.
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Referências
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