Política monetária
Resumo
Durante o primeiro semestre de 2022, o Banco Central do Brasil continuou praticando uma política monetária contracionista. Entre dezembro de 2021 e dezembro de 2022, a meta da taxa Selic passou de 9,25% a.a. para 13,75% a.a., uma alta de 4,5 p.p. Dentre as principais razões estão as pressões inflacionárias advindas de fatores externos e internos, tais como: a guerra entre Rússia e Ucrânia, aumento dos preços das commoditties e as incertezas sobre o rumo da política fiscal brasileira. O índice de preços ao consumidor (IPCA), que mede a inflação oficial no Brasil, passou de 10,06% em 2021 para 5,79% em 2022. Destaca-se que a maior parte da inflação de 2022 ocorreu ao longo do 1º semestre (5,37%), visto que no 2º semestre houve meses de deflação e a inflação acumulada ficou apenas em 0,29%. Quanto ao mercado de crédito, o movimento foi de elevação das taxas de juros bem como dos spreads, o que está em linha com os movimentos de aumento da taxa básica de juros da economia. Os aumentos dos spreads para as famílias estão relacionados com a taxa de inadimplência bem como ao alto nível de endividamento e comprometimento da renda das famílias. Destaca-se que tais aumentos foram maiores no 1º semestre, em consonância com as elevações da Selic ocorridas neste período (até agosto). Já no 2º semestre, a Selic se manteve em 13,75% e os juros e spreads variaram em menor magnitude. As concessões de crédito com recursos livres apresentaram tendência de elevação, especialmente nas modalidades que praticam taxas de juros mais altas para as pessoas físicas enquanto para as empresas destaca-se o aumento de concessões em modalidades de mais curto prazo. As concessões via cartão de crédito puxaram o aumento dos empréstimos com recursos livres. O endividamento e comprometimento de renda das famílias brasileiras tiveram redução no ano de 2022, embora o nível de ambos os indicadores ainda está muito elevado. Da mesma forma, a taxa de inadimplência tem aumentado, especialmente nas operações com recursos livres e para as famílias.
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Referências
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Indicadores de inflação. Sistema Gerenciador de Séries Temporais, Brasília: BCB, 2023.
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LINKS DE NOTÍCIAS E MATÉRIAS USADAS DE APOIO AO TEXTO
https://www.bloomberglinea.com.br/2022/07/03/metal-que-e-termometro-da-economia-global-da-novo-recado-sobre-recessao/
https://einvestidor,estadao,com,br/ultimas/ic-br-queda-dezembro-2023/
https://www.infomoney.com.br/economia/guerra-na-ucrania-completa-um-ano-e-deixa-saldo-de-inflacao-juros-altos-e-economia-global-mais-fragil/
https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/metainflacao.

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