Território nacional e infraestrutura de telecomunicações: a participação do Fundo Soberano de Riqueza de Singapura na expansão das redes de fibra ótica no Brasil
Resumo
A partir da década de 1990, os países latino-americanos vêm recebendo inúmeros investimentos em tecnologias da informação, processo desencadeado pelo atual estágio do capitalismo financeiro. No Brasil, o uso e expansão dos cabeamentos de fibra ótica estão ligados ao período de inserção do país no contexto da globalização informacional. Os ativos estruturais e financeiros controlados pelos Fundos Soberanos de Riqueza e Fundos Privados, tais como o GIC, de Singapura, e o BTG Pactual, respectivamente, são agentes detentores da capacidade de produzir e organizar o território. Os investimentos financeiros nas redes técnicas de telecomunicação imprimem relações de poder que integram, articulam e drenam esse território em diferentes escalas de atuação. Este processo conduz ao debate da lógica de financeirização do território e dos diferentes agentes hegemônicos que estão a constituir as novas dinâmicas de produção das infraestruturas. Pensar a manutenção das desigualdades socioespaciais associada aos investimentos nas redes de infraestrutura de fibra ótica, e quais as implicações territoriais destes investimentos na condição do uso destes instrumentos de comunicação, traz à tona como os diferentes objetos geográficos subscritos no território acarretam na especialização seletiva de certas áreas. Diante disso, este artigo busca contribuir para o entendimento das desigualdades socioespaciais promovidas pelas novas instalações de infraestrutura de telecomunicação, uma vez que se relacionam com as lógicas de interesse de agentes do capital financeiro internacional.
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