O aço, a cruz e a terra: índios e brancos no Paraná Provincial (1853-1889)

  • Lúcio Tadeu Mota Professor Doutor no Departamento de História da UEM e pesquisador do Programa Interdisciplinar de Estudos de Populações - Laboratório de Arqueologia, Etnologia e Etno-história.
Palavras-chave: Etno-história indígena, Relações sócioculturais, Paraná províncial, Fronteiras e populações

Resumo

Tese de Doutorado apresentada ao Curso de Pós-Graduação em História, área de concentração em História e Sociedade, linha de pesquisa em História Regional, da Universidade Estadual Paulista - UNESP - para obtenção do título de Doutor em História. Orientador: Prof. Dr. Paulo Alves. Este trabalho trata da história das relações entre os índios Kaingang, Xokleng, Guarani-Kayová, Guarani-Ñandeva, Xetá e as populações brancas no Paraná provincial (1853-1889). Essas relações foram marcadas pela guerra, tanto no sentido bélico militarizado como no aspecto político de alianças e negociações em torno de territórios em disputa. Por um lado, mostra-se a riqueza das situações históricas e das conjunturas político-sociais, indo além de uma história simplificante e polarizada entre brancos e índios. Por outro, evidenciam-se a fenomenal capacidade de luta e a inventividade das etnias indígenas ao contrapor-se à política dos brancos para conquista de suas terras e para sua dissolução na população nacional. Essas populações indígenas desenvolveram políticas próprias visando à manutenção de seus territórios e a sua continuidade enquanto populações diferenciadas entre si e dos brancos. Enfim, foram sujeitos de suas histórias e não meros espectadores do que ocorria no Paraná provincial, como nos quer fazer acreditar uma determinada historiografia. Ele demonstra, pela análise da documentação, que os índios puseram em ação três grandes estratégias na defesa de seus territórios e de seu modo de vida. A primeira foi a política da guerra contra os invasores; a segunda foi a utilização dos aldeamentos indígenas oficiais, como fornecedores de bens, mercadorias e abrigos; e a terceira foi a política de manterem suas moradias em locais afastados dos aldeamentos oficiais a fim de preservarem seu modo de vida sem a interferência dos brancos, política esta que desembocou na luta pela demarcação de suas terras a partir da segunda metade do período provincial.

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Publicado
2017-06-05
Como Citar
Mota, L. T. (2017). O aço, a cruz e a terra: índios e brancos no Paraná Provincial (1853-1889). Dialogos, 2(1), 245 - 246. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/Dialogos/article/view/37496
Seção
Resumo de Teses