História de Polifemo: entre vida primitiva e idade de ouro

  • Vladimir Chaves dos Santos
Palavras-chave: Vico, Tópica, História, Vida primitiva, Idade de ouro.

Resumo

O encontro do herói Odisseu com o ciclope Polifemo na Odisséia de Homero em dado momento saiu do terreno do mito e chegou até o da história. Polifemo tornou-se uma figura do mundo primitivo, em que reina violência, antropofagia, irracionalidade, paixão e música. O problema do valor da vida primitiva na antiguidade clássica conduzia a dois pólos antagônicos de interpretação. De um lado, a perspectiva progressista que via na história a saída de um estado primitivo e selvagem através da técnica. De outro lado, a perspectiva decadentista, segundo a qual os primeiros homens viveram no melhor dos mundos, na idade de ouro. O expediente de síntese dessas concepções opostas resulta num retrato ambíguo do mundo selvagem e primitivo. O presente artigo pretende situar alguns autores dentro dessa problemática. Protágoras, Eurípides e Crítias compartilhariam o quadro da vida ciclópica de Homero. Teócrito, Ovídio e bem mais tarde Góngora, por outro lado, estariam inseridos na tradição da idade de ouro, que vem desde Hesíodo. Por fim, alguns autores preferem destacar as ambigüidades da vida selvagem e primitiva, tal seria o caso de Platão, Montaigne e Vico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Vladimir Chaves dos Santos
Possui graduação (1998), mestrado (2002) e doutorado em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (2009). É professor adjunto da Universidade Estadual de Maringá. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em História da Filosofia, atuando principalmente nos seguintes temas: filosofia de Giambattista Vico, tradição da retórica, filosofia da ciência em Bacon. Atualmente, pesquisa temas ligados à filosofia da história, principalmente na antiguidade, mais especificamente em Platão.
Publicado
2019-06-07
Como Citar
Santos, V. C. dos. (2019). História de Polifemo: entre vida primitiva e idade de ouro. Dialogos, 23(2), 4-18. https://doi.org/10.4025/dialogos.v23i2.46175