As terras ancestrais dos Avá-Guarani e o Parque Nacional do Iguaçu: uma lógica do Terceiro Incluído no dialético Teko Porã.
Resumo
Este artigo trata de algumas reflexões, de viés dialético pela lógica do Terceiro Incluído, sobre a contradição observável entre, de um lado, o discurso tanto de preservação quanto de proteção da natureza expresso pelo Direito Ambiental “positivado” no Brasil, e, de outro, o chamado socioambientalismo praticado e vivenciado pelos povos tradicionais, em especial o povo indígena Avá-Guarani. Para tanto, nosso foco recai no conflito – daí tem origem nossa hermenêutica da contradição - entre preservacionistas e indígenas quanto à possibilidade de acesso e uso sustentável de áreas naturais de Unidades de Conservação (UC), a exemplo do grupo de Proteção Integral, no Parque Nacional do Iguaçu (PNI), por parte dos Avá-Guarani. Consideramos, para efeito de conclusão, que os Avá-Guarani, dentro desta perspectiva, são, a despeito do “progresso” econômico e/ou social, os “verdadeiros” defensores de nossas florestas e da biodiversidade há muitos séculos.
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