Volatilidade cambial: um obstáculo à coordenação de políticas macroeconômicas no Mercosul
Resumo
Este artigo tem por objetivo discutir a questão da coordenação das políticas macroeconômicas no contexto do Mercosul, com foco específico na análise dos efeitos da volatilidade cambial sobre a evolução do comércio intra-regional e sobre a adoção de medidas visando a coordenação macroeconômica na região. As análises se basearam na relação entre o comércio e a volatilidade cambial de países membros do Mercosul, especificamente Brasil e Argentina. Pode-se afirmar que, ao longo do período analisado, as moedas desses dois países apresentaram volatilidade cambial que se constituiu tanto um obstáculo como uma ameaça para o aprofundamento do processo de integração regional. As turbulências macroeconômicas e os programas de ajuste macroeconômico executados pelo Brasil e pela Argentina produziram flutuações cambiais que impediram maior crescimento do comércio intra-bloco. Portanto, Para o Mercosul progredir na integração econômica, é essencial que disponha de mecanismos de coordenação de políticas cambiais, ou estará fadado a continuar sendo uma instituição que existe de direito, mas que de fato não causa impacto positivo de expansão e crescimento econômico no conjunto dos seus membros.