Mães responsáveis pelo domicílio: A monoparentalidade a partir da pesquisa de orçamentos familiares 2017/2018

  • Wellington Adilson Domingos Júnior Universidade Federal de Viçosa
  • Márcia Fontes Universidade Federal de Viçosa
Palavras-chave: Monoparentalidade; Mulher; Socioeconomia;

Resumo

O arranjo monoparental feminino, compreendido como um dos resultados das atuais transformações sociais, tende a ser visto como vulnerável, devido ao fato dessas mulheres serem as únicas provedoras que acumulam, concomitantemente, funções de trabalhadoras, cuidadoras e chefes de família. Essa sobrecarga representa impedimento para se qualificarem profissionalmente, restando uma inserção laboral em atividades mal remuneradas, em setores informais sujeitos às oscilações do mercado. Por outro lado, podem existir contextos e situações que modificam os níveis socioeconômicos desses arranjos, fator que destaca a importância de apresentar o perfil socioeconômico dos domicílios monoparentais femininos no Brasil. Para caracterizá-los utilizou-se microdados originados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (2017-2018). Constatou-se inúmeras informações referentes à renda, escolaridade, saúde, faixa etária e número de filhos. Após a análise, compreende-se que a monoparentalidade feminina é marcada por situações de desigualdades sociais e regionais, destacando de forma sensível determinados grupos que podem estar em maior situação de risco.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Wellington Adilson Domingos Júnior, Universidade Federal de Viçosa

Graduado em Ciências Econômicas e Mestrando em Economia Doméstica pela Universidade Federal de
Viçosa.

Márcia Fontes, Universidade Federal de Viçosa

Doutora em Demografia/UFMG, Professora e Orientadora no Departamento de Econonomia Doméstica na
Universidade Federal de Viçosa.

Referências

ALVES, J. E. D.; CAVENAGHI, S. Transições urbanas e da fecundidade e mudanças dos arranjos familiares no Brasil. Cadernos de Estudos Sociais, Recife, v. 27, n. 2, 2012. Disponível em: < https://fundaj.emnuvens.com.br/CAD/article/view/19>. Acesso em: 15 out. 2020.
ARAÚJO, V.; FLORES, P. Redistribuição de renda, pobreza e desigualdade territorial no Brasil. Rev. Sociol. Polit. , Curitiba, v. 25, n. 63, pág. 159-182, setembro de 2017.
BABIUK, G. A. Famílias Monoparentais Femininas, Políticas Públicas em Gênero e Raça e Serviço Social. In: II Congresso internacional de política social e serviço social: desafios contemporâneos. Anais eletrônicos. Londrina.2017.
BARBOSA, A. C.; BRANDÃO, V. B. G.; AMADOR, L. R. S. Mulher, Mãe e Chefe de Família: Narrativa Acerca da Monoparentalidade feminina. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil. Universidade Castelo B., Brasil, p.121, 2018. Disponível em: Acesso em: 28 out. 2020.
BARRETO, D. J. et al. Problematizações entre a dinâmica familiar preconizada pela Assistência Social brasileira e a família monoparental feminina. Revista Pesquisas e Práticas Psicossociais, v. 11, n. 2, p. 295-309, 2016.
BATISTA, A. L.; COSTA, L. V. Choques de renda e domicílios chefiados por mulheres e: Uma análise para as regiões metropolitanas brasileiras no período de 2011 a 20151. Anpec Anais.São Paulo. 2019.
BEHRING, L. S.; FONTES, M. B. Famílias monoparentais: um enfoque demográfico a partir dos dados da PNAD 2015. In: I Seminário Nacional: Família e Políticas Sociais no Brasil.GT 5 — Família, Geração e Trabalho. 2015. Disponível em: . Acesso em: 25 out. 2020.
BRASIL. IBGE. Sidra: Indicadores de desenvolvimento sustentável. Disponível em: . Acesso em: 10 jun. 2019.
CAVENAGHI, S.; ALVES, J. E. D. Mulheres chefes de família no Brasil: avanços e desafios. Rio de Janeiro: ENS-CPES, v. 120, 2018.
COSTA, F. A. O.; MARRA, M. M. Famílias brasileiras chefiadas por mulheres pobres e monoparentalidade feminina: risco e proteção. Rev. bras. psicodrama, São Paulo , v. 21, n. 1, p.141-153, 2013 . Disponível em: < https://cutt.ly/ogB6tJV >. Acesso em 19 out. 2020.
CUNHA, C. L. F. et al. Planos privados de saúde e a saúde dos trabalhadores do Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 24, p. 1959-1970, 2019. Disponível em: Acesso em: 08 out. 2020.
ENE-OBONG, H. N.; ONUOHA, N. O.; EME, P. E. Gender roles, family relationships, and household food and nutrition security in Ohafia matrilineal society in Nigeria. Maternal & Child Nutrition, v. 13, p.1-13, 18 jul. 2017.
FAVARO, C. S. Assumindo as responsabilidades: experiências e estratégias familiares de um grupo de mulheres chefes de domicílios monoparentais. Anais do XVII Encontro Nacional de Estudos Populacionais. Anais Abep, p. 1-19, 2016.
FONTES, M. B. Situação econômica de arranjos domiciliares monoparentais e biparentais no Brasil: uma análise orçamentária. Tese (Doutorado em Demografia) - UFMG, Belo Horizonte, p. 128, 2014. Disponível em: < https://cutt.ly/OgMAidg >. Acesso em: 18 out. 2020.
FREGUGLIA, R. S.; PROCÓPIO, T. S. Efeitos da mudança de emprego e da migração interestadual sobre os salários no Brasil formal: evidências a partir de dados em painel. IPEA 2013. Disponível em: < http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/4862>. Acesso em: 30 mar. 2020.
GEBARA, T. A. A.; GOMES, N. L. Gênero, família e relações étnicorraciais: um estudo sobre as estratégias elaboradas por mulheres negras e brancas provedoras nas relações que estabelecem com a educação de seus filhos (as). Revista Fórum Identidades, 2014. Disponível em: . Acesso em: 15 out. 2020.
MAIA, K. et al. O papel das mulheres pobres brasileiras na estrutura familiar monoparental feminina: uma análise do ano 2012. Revista Econômica, v. 17, n. 2, p.97-122, dez. 2015. Disponível em: < https://cutt.ly/ygMABnF>. Acesso em: 14 out. 2020.
MCKENZIE, H.; MCKAY, F. H. Thinking outside the box: Strategies used by lowincome single mothers to make ends meet. Australian Journal Of Social Issues, v. 53, n. 3, p.304 - 319, 19 ago. 2018. Disponível em: . Acesso em: 19 abr. 2019.
MELO, N. C. V. et al. Arranjo domiciliar de idosos no Brasil: análises a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (2009). Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 19, n. 1, p. 139-151, 2016.
MENEZES, T. et al. Demografia, ciclo de vida e dinâmica da desigualdade regional de renda. In: ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA, 34., 2006, Salvador. Anais. Salvador: Anpec, 2006.
MINAMIGUCHI, M. M. Monoparentalidade feminina no Brasil: dinâmica das trajetórias familiares. Tese (Doutorado em Demografia) Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, p. 152, 2017.
MOILANEN, S. et al. Nonstandard Work Hours and Single Versus Coupled Mothers' Work‐to‐Family Conflict. Family Relations, Saint Paul Mn, p. 213 - 231, 06 mar. 2019.
OLIVEIRA, E. S. et al. Alimentação complementar de lactentes atendidos em uma unidade básica de saúde da família no nordeste brasileiro. Cogitare Enfermagem, v. 23, n. 1, 2018. Disponível em: . Acesso em: 16 out. 2020.
OLIVEIRA, J. et al. A influência da família na alimentação complementar: relato de experiências. Demetra: Alimentação. Nutrição & Saúde, v. 11, n. 1, p. 67 - 93, 7 mar. 2016.
ONU. Organização das nações Unidas Mulheres Brasil. Princípios de empoderamento das mulheres. 2016. Disponível em: Acesso em: 20 de março 2020.
PAIVA, A. M. et al. Fatores que propiciam a gravidez na adolescência em uma unidade de referência especializada materno infantil na região Norte do Brasil: um estudo piloto. Revista Eletrônica Acervo Saúde, n. 49, p. 3342-3342, 2020. Disponível em: . Acesso em: 16 out. 2020.
PANDEY, R.; BARDSLEY, D. K.. An application of the Household Food Insecurity Access Scale to assess food security in rural communities of Nepal. Asia & The Pacific Policy Studies, p. 123 - 149, 12 fev. 2019.
RIBEIRO, J. F. et al. Epidemiologia de Nascidos Vivos de Mães residentes em uma capital do nordeste. Revista Prevenção de Infecção e Saúde, v. 4, 2018. Disponível em: < https://cutt.ly/GgMSspd >. Acesso em: 04 out. 2020
SALLES, P. Z. S. et al. Expectativas dos pais em relação ao ensino fundamental de nove anos. Ensaios Pedagógicos, v. 1, n. 2, p. 25-33, 2018.
SANTOS, J. G. et al. FAMÍLIA E EDUCAÇÃO: A monoparentalidade feminina em contextos estigmatizantes. Semantic Scholar, v. 9, n. 1, 2016. Disponível em: . Acesso em: 27 mar. 2020.
SCOTT, R. P. Monoparentalidade, analfabetismo e políticas de gênero e geração. In: XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais. Revista ABEP p. 1-21, 2004. Disponível em: Acesso em: 09 out. 2020.
SHARAUNGA, S. et al. Effects of women's empowerment on household food security in rural KwaZulu-Natal province. Development Policy Review, Washington, v. 20, n. 4, p. 34 - 74, 02 fev. 2016. Disponível em: . Acesso em: 08 abr. 2019.
SOUZA, G. N. Análise do sistema de classificação por cor/raça no Brasil. RELACult-Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade, v. 5, n. 5, 2019. Disponível em: < https://cutt.ly/4gMS3Wi> Acesso em: 09 out. 2020.
TEIXEIRA, C. S. R. Gestão de conflitos e empreendedorismo social: intervenção com famílias monoparentais de uma habitação social municipal. 2013. Disponível em: . Acesso em 19 nov. 2020.
VITALE, M. A. F. Famílias Monoparentais: indagações. Revista Serviço Social e Sociedade: Família, São Paulo, Cortez, Ano XXIII, n. 71. 2002.
Publicado
2021-12-29
Como Citar
Adilson Domingos Júnior, W., & Fontes, M. (2021). Mães responsáveis pelo domicílio: A monoparentalidade a partir da pesquisa de orçamentos familiares 2017/2018. A Economia Em Revista - AERE, 29(1), 15-29. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EconRev/article/view/57660