EDITORIAL
Resumo
Caríssimos(as) leitores(as).
A Geoingá: Revista do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PGE) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) apresenta a publicação do primeiro número do décimo volume. Com esta edição iniciamos o décimo ano de Revista Geoingá! Nela, a seção de artigos apresenta estudos relevantes acerca da Geografia, em diferentes abordagens, procedimentos e perspectivas, permitindo vislumbrar avanços na compreensão acerca do espaço geográfico, e, também, três seções, o Editorial Especial, a Mesa Redonda e a Conversa na sala do café, que chega a sua segunda edição.
A seção Editorial Especial, de autoria de Angela Maria Endlich, destaca os vinte anos do PGE/UEM. Por isso, o texto especial contribui com a memória do PGE, ao mesmo tempo busca compreender parte dos seus alcances por meio de alguns dados e informações. Endlich realizou um levantamento minucioso quanto aos professores orientadores que atuaram no Programa, tanto em nível de mestrado, quanto de doutorado. Desde o início das atividades até maio de 2018, foram 332 dissertações e 78 teses defendidas, considerando as duas linhas de pesquisa do PGE.
No primeiro artigo, Oliveira e Lopes analisam a apropriação do espaço para prática do lazer noturno na cidade de Maringá, Norte do Paraná. Nesse sentido, os autores elucidam, por meio das categorias analíticas de espaço, território e lugar, possibilidades investigativas sobre o lazer a partir de sua materialização no espaço. Quanto aos resultados, o espaço está diretamente vinculado ao lazer, sendo o lócus dessas ações; o território surge como possibilidade de explanar alguns agrupamentos humanos específicos, além da compreensão quanto à distribuição e consequências do planejamento de instalações de equipamentos para o lazer; e, por fim, o lugar está vinculado à sensação do pertencimento a um dado espaço.
Na sequência, Athayde, Crispim e Rocha debatem a criação de estações de tratamento de esgoto no modelo de “Bacia de Evapotranspiração” (BET) no município de Iretama, no interior do Paraná. Para isso, foram implantados e monitorados três sistemas, sendo que os resultados apontam para o envolvimento das famílias nas atividades de campo, por meio de trabalhos de educação ambiental, bem como a redução nos parâmetros da Demanda Química de Oxigênio (DQO) e da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), obedecendo às normas do Instituto Ambiental do Paraná.
Rangel e Thevenin, no terceiro artigo, apresentam uma problemática voltada aos condomínios fechados em Ilhéus, no interior da Bahia. Logo, ao identificarem os principais eixos de crescimento de Ilhéus, os autores discutiram as consequências da periurbanização e da autosegregação socioespacial da população por meio dos condomínios fechados. Então, detectaram que Ilhéus passou do modelo agrário-exportador para o urbano de comércio e de serviços, sem ter passado pelo modelo urbano-industrial, com consequências gravíssimas para sua população, sendo que passou para a cidade estendida e dispersa em corredores rodoviários.
O quarto artigo, de autoria de Ramos, buscou identificar os motivos que colaboram para a disposição inadequada de resíduos no espaço público da via urbana de Maringá, no Norte do Paraná, a parir da utilização de instrumentos qualitativos. Segundo o autor, o trabalho proporcionou uma análise comparativa entre os resultados obtidos por intermédio da aplicação da metodologia qualitativa e os conceitos elaborados pela literatura.
Depois, Aguiar e Silva estudaram três grupos de participantes (acadêmicos do primeiro e do quarto ano de um curso de Licenciatura em Geografia e professores da Rede Básica de Educação) para compreender de que forma eles entendem a importância da Didática para o Ensino de Geografia. Os resultados mostraram aproximação das respostas dadas pelos participantes, havendo pouca variação no modo que explicaram.
Ludka e Pereira, no artigo seis, construíram uma sistematização teórica acerca dos conceitos geográficos de região e de regionalização, transitando por diferentes abordagens teórico-metodológicas, como Neokantismo, Positivismo Lógico, Fenomenologia e Marxismo nos estudos regionais. Sendo assim, a pesquisa demonstra um aporte teórico da ciência geográfica que pode ser consultado por pesquisadores, professores e alunos, além de toda sociedade, sendo de fundamental importância para a construção do pensamento geográfico.
O sétimo artigo, de Francisco, apresenta o desenvolvimento das boçorocas na área urbana de Rancharia (SP) por meio de registros históricos e de análise dos aspectos geográficos da dinâmica dessas boçorocas e de uma ravina de grande porte. De acordo com o autor, o resgate histórico do desenvolvimento das formas erosivas contribui no planejamento municipal com a atuação do geógrafo que possui o conhecimento da espacialidade dos fenômenos.
Na sequência, Garbin e Furlan promoveram aproximações entre as categorias fenomenológicas de Charles Sanders Peirce e o conceito de espaço geográfico defendido por Doreen Massey. Para isso, os autores realizaram uma síntese das principais características das categorias da primeiridade, secundidade e terceiridade e, depois, foram resgatados os princípios que orientam a concepção de Massey sobre o objeto central da Geografia, aproximando-o dos traços mais predominantes das categorias fenomenológicas. Como resultado, verificaram uma defesa aos aspectos da primeiridade peirceana.
A seção Mesa Redonda refere-se ao registro de uma mesa redonda com o título de “Catalunha e sua independência: desafios e perspectivas”, promovida pelo Centro Acadêmico de Geografia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), composta pela Profa. Dra. Angela Maria Endlich, Prof. Me. Zeus Moreno Romero e Prof. Dr. Isaac Giribet Bernat. Como se trata de tema relevante e muito atual para a Geografia, bem como para demais áreas, a mesa teve o objetivo de aproveitar o esforço realizado no sentido de contribuir para a compreensão da realidade retratada e de fomentar o debate. O registro manteve, ao máximo possível, o conteúdo das falas, com algumas pequenas alterações e adaptações.
Neste número, a seção Conversa na sala do café apresenta sua segunda entrevista. Nesta edição, entrevistamos a Professora Doutora Márcia da Silva, docente no curso de Geografia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Câmpus Cedeteg em Guarapuava (PR).
Desejamos que este número da Revista Geoingá promova inquietações e reflexões acerca do espaço geográfico.
Boa leitura!