A DISPERSÃO RESIDENCIAL DE ALTA RENDA EM MARINGÁ-PR: IMPACTOS NO TERRITÓRIO E NA MOBILIDADE URBANA
Resumo
Os condomínios horizontais fechados têm sido uma marca frequente no espaço urbano contemporâneo, alinhando-se com a lógica de outros tipos de “enclaves fortificados”, ao promover um espaço intramuros de seleção de seu público, negando a diversidade e o espaço público, ampliando a segregação socioespacial. O presente estudo busca avaliar os impactos no território e na mobilidade urbana dos condomínios horizontais fechados em Maringá, Paraná, com base em fontes documentais fornecidos pela Prefeitura Municipal de Maringá, e análises e mapeamentos produzidos com auxílio dos softwares Google Earth Pro e Google Maps. Observou-se uma grande produção de condomínios horizontais fechados em Maringá, destinados, sobretudo, às classes de maior renda, entre os anos de 1990 e 2010, favorecidos pela permissividade da lei de parcelamento do solo vigente à época, o que produziu impactos como a quebra de articulações viárias, privatização do espaço público, áreas pouco convidativas e perigosas ao pedestre. Apesar dos avanços da Lei de Parcelamento de 2011, a liberação de loteamentos fechados na área rural do município foi um grande retrocesso, pois estes empreendimentos impactam o meio natural e tensionam o espaço urbano, fomentando um crescimento disperso e fragmentado.