CHUVAS EXTREMAS DURANTE O EL NIÑO DE 2015/2016 E SEUS EFEITOS GEOSSISTÊMICOS NO NORTE DO PARANÁ
Resumen
O episódio El Niño entre setembro/2015 e fevereiro/2016 ocasionou chuvas abundantes no estado do Paraná. Neste artigo os objetivos foram identificar os limites espaciais de maior magnitude deste evento climático e as respectivas respostas geossistêmicas na paisagem. Para isso, foram analisadas 32 séries de precipitação (1981 e 2016). O parâmetro temporal mais indicativo de evento extremo das chuvas durante o período de El Nino foi a precipitação acumulada em seis meses. O tempo de retorno (TR) deste parâmetro foi calculado e espacializado por meio de krigagem. Os resultados mostram que uma faixa longitudinal de 450 por 140 km teve chuvas com TR > 30 anos, atingindo máximos maiores do que 150 anos. Levantamentos feitos em campo, via imagens orbitais, por meio de fontes oficiais e da imprensa, mostram uma grande diversidade de efeitos causados pelas chuvas, como a interdição de estradas, interrupção no fornecimento de água e energia, erosões em áreas urbanas e rurais. Conclui-se que a estabilidade dos geossistemas regionais foi rompida em decorrência dos valores extremos de chuva, de modo que a região Noroeste do Paraná teve menor resiliência em relação ao Norte Central e Norte Pioneiro, devido às diferenças entre as litologias e coberturas superficiais dessas regiões.
Palavras-chave: Erosão. Inundação. Resiliência. Tempo de retorno. Conectividade.