OS SESSENTA ANOS DE “INFLAÇÃO BRASILEIRA” DE IGNÁCIO RANGEL: ENTRE MUDANÇAS E PERMANÊNCIAS

  • Nilmar Rippel Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)
  • Bruno Saggiorato Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
  • Marlon Clovis Medeiros Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)

Resumo

O objetivo do artigo é analisar a obra “A inflação brasileira” de Ignácio Rangel, lançada em 1963, e verificar se essa obra possui validade total ou parcial para explicar a inflação brasileira na última década. Para tanto, trouxemos os embates ocorridos à época, além de sua interpretação do fenômeno inflacionário. Assim, foi possível constatar que devido o tempo decorrido desde a publicação, a obra necessita de algumas considerações que não são consideráveis mudanças:  i) a consolidação nos anos 1990 de um pacto de poder liberal e rentista não voltado ao interesse nacional e; ii) Com o Plano Real e posterior financeirização, a inflação perdeu sua função em atuar como mecanismo de defesa da economia. No que concerne a permanência, podemos afirmar que; i) o fenômeno inflacionário não é causa, mas sintoma de anomalias no sistema econômico; ii) o país ainda padece de altíssima concentração de renda e altas taxas de exploração e; iii) aprofundou-se ainda mais o poder de grandes corporações, que não apenas administram como determinam os preços, dado seu alto nível de influência na produção e comercialização de mercadorias. Soma-se a isso, num segundo momento, uma inflação de custos dado os choques de ofertas à nível global.

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Publicado
2024-12-18