EDITORIAL

  • Angela Maria Endlich
  • Pedro Henrique Carnevalli Fernandes

Resumo

Caríssimos(as) leitores(as).

 

Em 2009 a Revista Geoingá começou a ser publicada como Revista do PGE. O primeiro número foi composto por alguns artigos selecionados do I Simpósio sobre Pequenas Cidades. Em 2016 foi realizado o 4º. Simpósio sobre pequenas cidades – Sinapeq, na Universidade Federal de Uberlândia, Campus de Ituiutaba. Neste evento, as sessões de apresentações foram organizadas em sete eixos temáticos, totalizando 118 trabalhos. A realização dessa quarta edição do evento, com elevado número de trabalhos, bem como a notável qualidade dos mesmos, indica um avanço da pesquisa sobre esse tema, que era uma lacuna na Geografia Urbana brasileira.  

É com muita satisfação que a Geoingá dedica dois dos seus números para artigos selecionados do referido evento. São estudos que trazem expressivas contribuições a pesquisa das pequenas cidades e temas afins. Dos 118 trabalhos apresentados no evento foram selecionados 19. Nesta edição publicamos dez artigos e, em seguida, os demais agrupados na medida do possível pelas temáticas que abordam.

Agradecemos aos organizadores do evento, aos autores e a Tânia Regina Machado (autora da imagem que vinculamos ao Sinapeq desde sua primeira edição e que se encontra neste editorial), bem como a demais pessoas que tornam viável produzir a Geoingá.

Neste número, os artigos estão relacionados a condição das pequenas cidades ou localidades na rede urbana, tomando por referência contextos econômicos e territoriais, além de algumas problemáticas socioambientais e intraurbanas, contemplando cidades de diversas regiões brasileiras.

No primeiro artigo, “Deslocamento compulsório em pequena cidade: efeitos produzidos na cultura, no lugar e na identidade de moradores da cidade de Nova Ponte (MG)” traz para a pauta o tema dos grandes projetos e suas implicações em uma pequena cidade. Ao passo que podem melhorar os indicadores econômicos, uma análise qualitativa expressa que junto com o alagamento de uma localidade igualmente desaparecem pontos de afetividade trazendo um custo difícil de mensurar.

O artigo dois, “Pequenas cidades: finança vulnerável, horizontalidade frágil e verticalidade ameaçadora” a análise recai sobre uma série de variáveis e questões que avaliam as finanças públicas, as responsabilidades, a inserção horizontal e vertical na rede urbana de pequenas localidades, especialmente daquelas cujas dinâmicas econômicas estão baseadas em commodities. Diversas vulnerabilidades são assinaladas, em especial quanto as finanças e a oscilação existente no mercado mundial.

O seguinte artigo, “As pequenas cidades de Minas Gerais: uma tipologia”, Nogueira faz um notável exercício para 676 municípios do Estado de Minas Gerais, com menos de 20 mil habitantes e a partir da proposta de Corrêa, mapeia a tipologia das pequenas cidades naquele Estado. Reitera a realidade múltipla e diversa dessas localidades, trazendo uma rica contribuição metodológica.

O quarto artigo, “Pequenos municípios do sudeste brasileiro; apontamentos a partir da dinâmica demográfica”, igualmente realiza um esforço metodológico, com o objetivo de contribuir com as discussões a respeito da dinâmica experimentada pelos os pequenos municípios do Sudeste brasileiro, com base nos últimos Censos Demográficos.

Na sequência, “Os limites da participação popular na elaboração do plano diretor participativo de Russas-Ceará” altera um pouco enfoque. Ao abordar o processo de planejamento, a autora enfatiza a necessidade de avanços na participação da sociedade. A metodologia de elaboração dos planos diretores exige essa participação, mas ela tem ficado aquém do que deveria ser.

Em seguida, o artigo “Políticas públicas e a gestão de mobilidade de trecheiros em cidades pequenas” traz um enfoque quanto a uma mobilidade específica nas pequenas cidades – os trecheiros, pessoas que perambulam de cidade a cidade, de acordo com o texto. Trabalho desenvolvido na área da psicologia estabelece pontos de análise em comum com a Geografia, com atenção a equipamentos e serviços públicos existentes nestas localidades para atender as necessidades sociais, bem como o debate acerca da Política de Assistência Social que se pratica.

O sétimo artigo, “As cidades pequenas na região integrada de desenvolvimento do Distrito Federal e entorno: dinâmica territorial e moradia”, problematiza as diversas cidades pequenas que são impactadas de forma direta e indireta pela dinâmica metropolitana do Distrito Federal. O trabalho debate a pequena cidade, considerando a questão das políticas públicas, gestão e planejamento, com base, especificamente, no de Corumbá de Goiás.

No artigo intitulado “Programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ (Faixa 1) em São João Del Rei, MG: uma análise crítica” encontra-se relevante contribuição acerca da recente política habitacional brasileira, assinalando os principais problemas.

O nono artigo, “Elementos para análise da relação cidade – região: estudo de caso de uma cidade pequena em posição de contato entre duas cidades médias mineiras”, trata da cidade de Teixeiras e seus nexos com as cidades de Viçosa e Nova Ponte, valorizando a situação geográfica como elemento de compreensão.

O último artigo, “Urbanização em áreas de risco e desigualdades socioambientais: um estudo a partir da relação sociedade/natureza no ‘Grande Bairro Progresso’, Erechim – RS”, visa apresentar a análise da urbanização em áreas de risco, a partir do estudo das relações entre aspectos sociais e ambientais no Bairro Progresso, em Erechim (RS).

Desejamos uma boa leitura e que os artigos publicados possam fomentar o debate acadêmico.

 

Maringá (PR), 05 de julho de 2017.


Angela Maria Endlich.

Pedro Henrique Carnevalli Fernandes.

COMISSÃO EDITORIAL.

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Biografia do Autor

Angela Maria Endlich
Editora.
Pedro Henrique Carnevalli Fernandes
Editor.
Publicado
2017-07-05
Seção
Editorial