REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA NO CAMPO E MOBILIDADE GEOGRÁFICA DO TRABALHO NO MUNICÍPIO DE PARIPIRANGA/BA
Palavras-chave:
Mobilidade do trabalho, agronegócio do milho, relação campo-cidade
Resumo
As transformações econômicas originadas do amadurecimento do capitalismo, no contexto da reestruturação produtiva das últimas décadas, repercutem nas formas de produção e organização da relação sociedade-natureza, notadamente nas formas de produção e na mobilidade do trabalho. Tais consequências são observadas no município de Paripiranga/BA através da espacialização e expansão do agronegócio do milho, que modifica o papel do campo e da cidade dialeticamente. A lógica de funcionamento do modo de produção capitalista tem conduzido camponeses a se tornarem assalariados, por meio da expropriação de seu meio de produção: a terra. Estes sujeitos passam então a trabalhar como boias-frias ao “migrarem” para as grandes cidades do Sudeste, como Rio de Janeiro e São Paulo, ou para outras cidades do estado da Bahia na busca de formas alternativas de trabalho. Desta forma, esta pesquisa objetivou analisar o processo de mobilidade do trabalho que vem ocorrendo no município destacado, notadamente a partir da década de 1990 até os dias atuais. Para identificar as causas da mobilidade e as novas configurações da relação campo-cidade a partir do conflito capital x trabalho, foram feitas leituras bibliográficas de autores que abordam a temática (especialmente geógrafos, historiadores e sociólogos) ancorados em uma visão dialética de mundo e inserida na totalidade das relações sociais historicamente estabelecidas, além de pesquisas de campo por meio de entrevistas sistematizadas aos trabalhadores que vivenciam esta realidade, bem como informações no site do IBGE. Os resultados revelam que a intensa mobilidade do trabalho se reveste de aparente autonomia, quando na verdade representa a condição de submissão dos trabalhadores ao capital e à sua lógica.Downloads
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