INTERCULTURALIDADE E EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA: UM ENCONTRO DECOLONIAL NO TERREIRO ÀÁFIN OSUMARE

Resumo

Neste artigo abordamos a relevância cada vez mais urgente de se fazer cumprir a Lei 11.645/2008, que altera a Lei 9.394/1996 e modifica a Lei 10.639/2003, tornando obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. Esse tema foi tratado na disciplina “Interculturalidade e Educação Popular: Saberes Afro-Ameríndios Decoloniais”, do Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (PPGE-UFTM). Discorremos sobre algumas atividades vivenciadas no terreiro ÀÁfin Osumare com a mestra Yá Bia D’Osumare, que nos ensinou a enegrecer. Em diálogo com a mestra, durante o semestre, problematizamos esse componente curricular e elaboramos como produto final uma Bionarrativa Social (BIONAS), que é um Recurso Educacional Aberto (REA). Propomos a interseccionalidade de gênero e raça como resultado desses encontros, entendendo o exercício da cidadania e da resistência como ferramenta do empoderamento negro. Concluímos que, através desses conhecimentos, é possível repensar nossas práticas, enegrecer e nos empoderar como mulheres e homens pretos, a fim de promover, em nossa atuação profissional, a promoção de uma educação intercultural, decolonial e antirracista.

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Biografia do Autor

Maria Ferreira, Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Possui graduação em Enfermagem e Obstetrícia pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro (1992), Especialização em Educação Profissional na Enfermagem pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (2003-2004) e Especialização em Gestão Hospitalar com Foco em Monitoramento e Avaliação pela Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (2015).Trabalhou como enfermeira na Central de Materiais e Esterilização (CME), no Bloco Cirúrgico (BC), no Pronto Socorro Adulto e Infantil (1992-2009) e na área de almoxarifado (2009-2010). Além disso, possui experiência com aquisições de materiais e contratações de serviços hospitalares (2010-2014), tendo sido Chefe da Unidade de Licitação do Hospital de Clínicas da UFTM - filial Ebserh (2014-2019). Trabalhou como enfermeira na Coordenadoria de Projetos, Programas e Credenciamentos da mesma instituição (2019-2020) e desenvolveu atividades no Setor de Projetos Estratégicos em Saúde da Gerência de Atenção em Saúde (2020 2021).Executou atividades na Unidade de Gestão Estratégica, de Riscos e Controles Internos (UGERC) do Setor de Governança e Estratégia (SEGOV) da Superintendência (SUP) do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM). Atualmente é mestranda no Programa de Pós-graduação da Universidade Federal do Triângulo Mineiro e membra do Grupo de Pesquisa - Livro Didático de História: sujeitos, práticas pedagógicas e ensino de História.

Fátima Martins, Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Mestranda em Educação pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Professora de Geografia há mais de 25 anos. Possuo graduação em Geografia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ituverava-SP, especialização em Educação pela Faculdade Clarentiana de Batatais e pós-graduação lato sensu em Metodologia do Ensino de Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia. Atualmente, estou professora da Escola Estadual Quintiliano Jardim, em Uberaba-MG, onde coordeno dois projetos: o Projeto Afro, que aborda a temática da Lei 10.639/03, e o Projeto Cerrado, que tem como objetivo promover a conscientização sobre a importância do bioma Cerrado. 

Rosemberg Ferracini, Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Professor Adjunto na Universidade Federal do Triângulo Mineiro Uberaba no curso de Geografia e na Pós-Graduação em Educação PPGE -UFTM. Doutorado em Geografia pela USP - Universidade de São Paulo, com ênfase na Geografia escolar. Foi consultor na Fundap nos anos de 2008 e 2009 no eixo de pesquisa "O Abolicionista Paulista". Atua no ensino e pesquisa na área de Geografia, História e Pedagogia: Ensino de África, Africanidades, Étnico-Racial, com ênfase na Formação de Professor, Metodologia e Prática de Ensino, Currículo e Didática. Coordenou o Projeto RedeFor para diretores da Escola Pública com a "Proposta Curricular" do Estado de São Paulo entre os anos de 2010 e 2012.Ganhou em 1 lugar no Fórum África 2012, concedido pelo Centro de Estudos Africano - CEA / USP, o Prêmio Kabengele Munanga, com o trabalho "A África na Geografia Escolar.' no CEA. Professor Colaborador no Curso de Difusão Cultural do Centro de Estudos Africanos da USP (CEA-USP) . no Programa de Pós-graduação em Ciências da Educação do Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED) do Sumbe, Angola, UniRovuma Moçambique e na Universidade Unirovuma/MZ Lichinga. Membro do Grupo de Pesquisa GeoÁfrica UFRJ. Faz parte do Comitê Editorial do "Grupo de Pesquisa: África, Sociedade, Política e Cultura", membro do conselho consultivo e revisor de outros periódicos dos estudos de África, Negritude, Ensino de Geografia e Formação de Professores. É membro da Comissão Comissão Específica de Verificação - Pretos e Pardos (CEV-PP) de Heteroidentificação UFTM. Atua na coordenação e avaliação de obras didáticas (PNLD). Orientador e Coordenador do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência Capes, Pibid. http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-30102012-111718/pt-br.php

Vânia Cardoso da Silva Morais, Universidade Federal do Triângulo Mineiro

É doutoranda no Programa de Pós graduação em Educação da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Mestre em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Federal de Uberlândia.Graduada em Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Federal de Uberlândia (2013) e em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário de Patos de Minas (2005). Especialização em Educação Inclusiva e Especial pela FAVENI (2017). Especialista em Gestão Pública em saúde pela Universidade Federal de Uberlândia (2012) e Aperfeiçoamento em Educação para as Relações Étnico-Raciais pela Universidade Federal de Uberlândia (2011). É professora efetiva e Supervisora Educacional I na secretaria Municipal de Educação de Patos de Minas. Experiência na graduação ministrando as disciplinas Humanidades, ciências sociais e cidadania, ética profissional, Engenharia econômica e orientação de TCC , bem como professora de cursos de pós-graduação da Faculdade do Noroeste de Minas. Atuou como coordenadora de formação continuada de professores no Centro de Estudos Continuados Professora Marluce Martins Scher da Secretaria Municipal de Educação de Patos de Minas. E ainda tem experiência na área de Ciências Biológicas, em Ensino de Biologia, Ecologia, Educação Ambiental, Monitoria Ambiental, Gestão Ambiental, EJA, Projovem Urbano, Anos iniciais e finais do Ensino Fundamental, Ensino Médio, cursos técnicos em Segurança do trabalho e Meio Ambiente e tutora do Curso de aperfeiçoamento em Libras. Atuou como coordenadora do Centro de Estudos Continuados Professora Marluce Martins Scher da Secretaria Municipal de Educação de Patos de Minas, responsável pela formação continuada dos profissionais da educação do município.

Beatriz Ferreira, Terreiro ÀÁfin Osumare

Iniciada a 31 anos no Candomblé é Liderança religiosa do ÀÁfin Osumare, entidade Religiosa reconhecida como patrimônio Histórico Inventariado do município de Uberaba, MG pelo Departamento de fomento à cultura e patrimônio Histórico da Prefeitura Municipal. Graduada Direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas - São Paulo; Graduada em Gestão Publica pela Universidade Presidente Antônio Carlos, Uberaba-MG; Graduada em Enfermagem pela Faculdade de Talentos Humanos, Uberaba-MG. Pós-graduação em Administração Hospitalar e em Saúde Publica pela Universidade Ribeirão Preto, SP. E MBA em Administração de Serviços de Saúde e Saúde do Trabalhador. Desenvolve em seu espaço trabalho educativo e social, educação afrocentrada, acolhimento social, programas de apoio psicológico e assistências diversas, reforçando o papel do terreiro para além do religioso, como espaço político e social de resistência e formação. Dentre os vários projetos desenvolvidos está o acolhimento a mulheres vítimas de abuso/violência; acolhimento de pessoas LGBTQI+/ parceria vozes da liberdade; coletivo negro Obá Ubuntu; Projeto com as Ayabomi (Chile); Projeto Mediterrâneo em parceria com afrolatidos e projeto Samba de roda. Detentora de grande amor pela África, Iyá Bia desenvolve um trabalho voltado Projeto fala mestres e parceria com professores universitários faz parte do coletivo educador do componente curricular “Interculturalidade e Educação Popular: saberes afro-ameríndios decoloniais,” da Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM.

Publicado
2025-12-15
Seção
Dossiê Interculturalidade e Educação Popular: possibilidades didáticas