O ENCONTRO ENTRE A PSICOLOGIA E A SOCIOLOGIA DA INFÂNCIA
Resumo
O texto tem como objetivo construir um diálogo interdisciplinar sobre concepções de infância, desenvolvimento infantil e educação, tendo como base as proposições da Psicologia do Desenvolvimento e da Sociologia da Infância para o estudo da criança. São apresentados eixos de aproximações e distanciamentos entre esses campos do conhecimento, a partir de um olhar epistemológico que revela interfaces e articulações entre eles. Os estudos da criança e da infância na contemporaneidade apontam para a necessidade de aprofundar a compreensão dos fenômenos, a partir de uma reflexão interdisciplinar sobre a constituição histórico- cultural do sujeito, as transformações ao longo do desenvolvimento e as implicações para a educação. Nesse contexto, apresenta-se um debate de natureza epistemológica com implicações na discussão sobre ética e outras relações metodológicas na pesquisa sobre/com crianças. A partir de uma reflexão crítica semelhante à encontrada nas ciências humanas sobre as relações entre poder e saber, que têm como aspecto central e constituinte a linguagem para a compreensão das dimensões humanas, reflete-se sobre a formulação de um novo quadro conceitual, teórico e metodológico para o debate e a pesquisa da infância na contemporaneidade.
Downloads
Referências
Abramowicz, A., & Moruzzi, A. B. (2016). Infância na contemporaneidade: questões para os estudos sociológicos da infância. Crítica Educativa, Sorocaba (SP), v. 2, n. 2, 25-37.
Barbosa, M.C.S. (2014). Culturas infantis: contribuições e reflexões. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 14, n. 43, 645-667.
Cohn, C. (2013). Concepções de infância e infâncias: um estado da arte da antropologia da criança no Brasil. Civitas - Revista de Ciências Sociais, Porto Alegre, v. 13, n.2, 221-244.
Corsaro, W. A. (2005). Entrada no campo, aceitação e natureza da participação nos estudos etnográficos com crianças pequenas. Educação & Sociedade, Campinas, v. 26, n. 91, 443-464.
Corsaro, W. A. (2009). Reprodução interpretativa e cultura de pares. In: Müller, F. & Almeida, A. M. (Orgs.). Teoria e prática na pesquisa com crianças: diálogos com William Corsaro. São Paulo: Cortez, 31-50.
Corsaro, W. A. (2011). Sociologia da Infância. Porto Alegre: Artmed.
De la Taille, Y.; Dantas, H. & de Oliveira, M. K. (2013). Mesa-redonda: três perguntas a Vygotskianos, Wallonianos e Piagetianos. Cadernos de Pesquisa, n. 76, 57-64.
Delgado, A. C. & Müller, F. (2005). Sociologia da Infância: pesquisa com crianças. Educação & Sociedade, Campinas, vol. 26, n. 91, 351-360.
Ferreira, M., & Nunes, Â. (2014). Estudos da Infância, Antropologia e Etnografia: potencialidades, limites e desafios. Linhas Críticas, Brasília, v. 20, n. 41, 103-123.
Mayall, B. (2013). A History of the Sociology of Childhood. London: IOEPress.
Motta, F. M. N., & Frangella, R. D. C. P. (2013). Descolonizando a Pesquisa com a Criança – uma pós-colonial de pesquisa-. Revista da FAEEBA-Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 22, n. 40, 187-197.
Müller, F. (2007). Entrevista com William Corsaro. Educação & Sociedade, Campinas, v. 28, n. 98, 271-278.
Nascimento, M. L. (2011). Reconhecimento da sociologia da infância como área de conhecimento e campo de pesquisa: algumas considerações. In: Faria, A.L.; Finco, D. (Orgs). Sociologia da infância no Brasil. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 37-52.
Piaget, J. (1981). A Psicologia. Lisboa: Livraria Bertrand.
Piaget, J. (1986). A Linguagem e o Pensamento da Criança. São Paulo: Martins Fontes.
Piaget, J.; Inhelder, B. (1983). Gênese das Estruturas Lógicas Elementares. Rio de Janeiro: Zahar Editores.
Prestes, Z. (2013). A sociologia da infância e a teoria histórico-cultural: algumas considerações. Revista de Educação Pública, Cuiabá, v. 22, n. 49/1, 295-304.
Prout, A. (2010). Reconsiderando a nova sociologia da infância, Cadernos de Pesquisa, v. 40, n.141, 729-750.
Qvortrup, J. (2014). Visibilidades das crianças e da infância. Linhas Críticas, Brasília, v. 20, n. 41, 23-42.
Sarmento, M. J. (2004). As culturas da infância nas encruzilhadas da segunda modernidade. In: Sarmento, M. J. & Cerisara, A. Crianças e miúdos: perspectivas sócio-pedagógicas da infância e educação. Porto: ASA, 9-34.
Sarmento, M. J. (2005). Gerações e alteridade: interrogações a partir da sociologia da infância. Educação & Sociedade, Campinas, v. 26, n. 91, 361-378.
Sarmento, Manuel Jacinto. (2013). A sociologia da infância e a sociedade contemporânea: desafios conceptuais e praxeológicos. In: Ens, R. T. & Garanhani, M. C. Sociologia da infância e a formação de professores, Curitiba: Champagnat Editora, 13-46.
Sarmento, M. J. (2015). Uma agenda crítica para os estudos da criança. Currículo sem Fronteiras, v. 15, n. 1, 31-49.
Vygotsky, L.S. (1987). Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes.
Vygotsky, L. S. (1988). A formação social da mente. O desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes.
Vigotski, L. S. (2014). A imaginação e Criatividade na Infância. São Paulo: Martins Fontes.
Wallon, H. (1979). Psicologia e Educação da Criança. Lisboa: Editorial Veiga.
Wallon, H. (1986). O papel do outro na consciência do eu. In M. J. G. Werebe & J. Nadel-Brulfert (Orgs.), Henri Wallon (pp. 158-167, Coleção Grandes Cientistas Sociais, 52). São Paulo: Ática. (Original publicado em 1946).
Wallon, H. (1995). A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições 70.
Wyness, M. (2012). Childhood and Society. New York: Palgrave Macmillan.
As opiniões emitidas, são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es). Ao submeterem o manuscrito ao Conselho Editorial de Psicologia em Estudo, o(s) autor(es) assume(m) a responsabilidade de não ter previamente publicado ou submetido o mesmo manuscrito por outro periódico. Em caso de autoria múltipla, o manuscrito deve vir acompanhado de autorização assinada por todos os autores. Artigos aceitos para publicação passam a ser propriedade da revista, podendo ser remixados e reaproveitados conforme prevê a licença Creative Commons CC-BY.
The opinions expressed are the sole responsibility of the author (s). When submitting the manuscript to the Editorial Board of Study Psychology, the author (s) assumes responsibility for not having previously published or submitted the same manuscript by another journal. In case of multiple authorship, the manuscript must be accompanied by an authorization signed by all authors. Articles accepted for publication become the property of the journal, and can be remixed and reused as provided for in theby a license Creative Commons CC-BY.