Exercícios espirituais profanos: leitura, ensaio e inspiração poética em Montaigne
Resumo
A leitura entendida como exercício meditativo é tema bastante explorado na história das práticas religiosas, da Antiguidade cristã à Idade Média1, segundo perspectivas que permitem abordá-lo desde Santo Agostinho até Hugo de São Vitor, aí incluída a importante tradição monástica. Sem querer descaracterizar o horizonte religioso que delimita boa parte da tradição de contato ‘espiritual’ com os textos, quero propor, em uma direção alternativa, a presença no ocidente de formas profanas ou laicas de leitura também constituídas como exercícios de autotransformação do sujeito. Podemos reconhecê-lo em Montaigne, em cuja escrita ensaística está implicado um conceito de leitura que recupera práticas filosóficas da Antiguidade relacionadas à consciência de si. O ‘Sócrates francês’, imerso em textos, avalia neles o alcance do próprio julgamento e experimenta a autonomia frente à tirania de dogmas e paixões, mas sondando as fontes entusiásticas da inspiração poética, dentro de uma forma particular de consideração do religioso.Downloads
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