Estêvão e a Ação Popular (AP): a história da AP nas memórias de Duarte Pereira
Resumo
O objetivo deste artigo é analisar como a trajetória da Ação Popular (AP), organização de esquerda das décadas de 1960 e 1970, é narrada e interpretada por Duarte Pacheco Pereira, um dos mais importantes dirigentes de sua história. Caracterizada por sua origem heterodoxa, influenciada pelo humanismo cristão, pelo existencialismo e pelo marxismo, a AP estabeleceu, na conjuntura posterior a 1964, um processo de ruptura com seu passado e de adesão à tradição do marxismo-leninismo, que foi permeado por tensões e cisões políticas. Investigando a interface entre as suas memórias e a história da AP, procura-se aferir sua contribuição à interpretação da singular práxis dessa organização política. A análise tem o suporte de entrevistas concedidas por Duarte Pacheco Pereira, de uma palestra que ele proferiu e do fundo documental que leva seu nome, disponível no Arquivo Edgard Leuenroth.
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