Apresentação
Manifestações das religiosidades no espaço cemiterial
Resumo
O ano de 2020 foi duramente impactado pela pandemia de Covid-19. Contaminação, isolamento, distanciamento social e mortes fizeram parte de nossa realidade nos últimos meses, afetando a todos ainda que de diferentes maneiras. Rituais foram interditados, reduzidos e ressignificados em alguns momentos e este local de despedida e homenagem foi esvaziado de sociabilidades e práticas religiosas, mas infelizmente ocupado pelos numerosos cadáveres vítimas dessa doença. Não apenas como um local cercado onde cadáveres são enterrados, o cemitério enquanto espaço para as manifestações religiosas também sentiu os efeitos dessa mudança recente, celebrações de devoções coletivas e individuais foram neste contexto interditadas. A sepultura enquanto signo da presença do morto para além da morte (ARIÈS, 1975) não pode cumprir plenamente sua função: ainda que continue afastando o cadáver agora contaminado, não permite rituais e simbologias que expressem essa passagem e recordação para os familiares e entes queridos. (...) Nesta chamada temática o objetivo geral foi reunir pesquisas que discutiram o cemitério para além desse espaço de sepultura dos mortos. Os textos aqui publicados procuraram identificar neste espaço as crenças, vivências e práticas religiosas articulando a necrópole com experiências variadas de devoção e representações individuais da fé.
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Referências
ARIÈS, Phillippe. Sobre a História da morte no Ocidente desde a Idade Média. Lisboa, Teorema, 1975.
MAIA, Michelle Ferreira. Milagreiros: um estudo sobre três santos populares no Ceará (1929-1978). Fortaleza: Premius, 2019.
VALADARES, Clarival do Prado. Arte e Sociedade nos cemitérios brasileiros. Rio de Janeiro: 1972.
Copyright (c) 2021 Adriane Piovezan, Lourival Andrade Júnior (Autor)

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