Umbandista vota em umbandista

disputas entre umbandistas e católicos no campo religioso brasileiro (1950-1962)

Resumo

Muitos autores consideram que as religiosidades afro-brasileiras tenham sempre ocupado uma presença publica ligada aos seus aspectos culturais. Se por um lado as expressões culturais foram modus operandi de resistências e de constituição de identidades, por outro lado há episódios na cena afro-brasileira em que a política foi pensada como lugar para tratar das questões de intolerância religiosa. Nos anos 50, as atitudes diante dos ataques sofridos pelos segmentos da intelectualidade católica, mostram que a via política era também pensada por algumas lideranças umbandistas, para fazer frente aos segmentos católicos mais conservadores, e como modo de valorização de uma umbanda negra no espaço público entre os anos 50 e 60. Neste artigo, analisaremos os conflitos entre católicos e umbandistas, as reações à intolerância religiosa, e posteriormente a entrada gradual na política como forma de garantir a liberdade religiosa