CONDIÇÕES DE RISCO DE PARASITISMO POR Dioctophyme renale EM CÃES NO MUNICÍPIO DE URUGUAIANA – CONTRIBUIÇÃO DO MÉDICO VETERINÁRIO NA SAÚDE PÚBLICA
Resumo
O objetivo foi realizar um levantamento de cães atendidos no setor de Diagnóstico por Imagem do Hospital Universitário Veterinário da UNIPAMPA e selecionar pacientes diagnosticados com dioctofimatose. Realizou-se levantamento documental com a e coleta de dados dos prontuários durante os anos de 2015 a 2017. As informações coletadas eram: método diagnóstico, sinais clínicos, localização do(s) parasita(s), idade, gênero, contato com outros cães, controle parasitário, tipo de alimentação e endereço. O endereço foi avaliado quanto à proximidade do rio Uruguai e áreas de alagamento. Realizou-se avaliação dos locais, buscando caracterizar condições de risco de exposição ao parasita, como: presença de animais errantes, rios/canais fluviais, lixo em vias públicas, saneamento básico, pavimentação e áreas alagadas. Os dados foram descritos e analisados por distribuição de percentagem. Entre os anos de 2015 e 2017, treze (1,75%) cães apresentaram imagens compatíveis com dioctofimatose. Em relação ao gênero dos cães, 69% eram machos, a maioria dos tutores (54%) informou que os animais tinham livre acesso a rua, outros 23% permaneciam dentro do quintal e 85% dos cães apresentava contato com outros cães. Um animal reside nas proximidades de um canal de água, 89% dos locais tinham lixo em vias públicas e 85% apresentavam cães errantes. O potencial hídrico, presença de lixo nas ruas e esgoto a céu aberto, associados a hábitos de alimentação e manejo semidomiciliar dos cães contribuem para a ocorrência do parasitismo em bairros distantes das encostas do Rio Uruguai. Maiores esclarecimentos quanto à perpetuação do clico do parasita são necessários em diferentes populações caninas do município de Uruguaiana.
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