A abolição da morte na modernidade: problemas sociais e existenciais em romances de José Saramago e Origenes Lessa
Resumo
Certeza única que se tem na vida, a morte é um assunto afastado das rodas sociais, tornou-se um tabu, e procura-se, o menos possível, falar ou pensar nela. Diz-se que o maior dos sonhos dos seres humanos é viver eternamente, ou seja, eliminá-la seria o maior dos feitos humanos. Contudo, algumas culturas, como a mexicana, cultuam a morte e tem pensamentos que diferem daqueles do senso comum moderno. Algumas sociedades ao longo do tempo também tiveram uma relação mais próxima com ela. Os filósofos existencialistas, notadamente Sartre e Heidegger afirmam que só perante a morte é que o ser humano elucida a vida. Entretanto, imagina-se, por um instante, como a sociedade moderna reagiria com o fim da morte. Seria uma conquista, como a humanidade sempre sonhou, ou uma catástrofe total, visto que se perderia aquilo que lhe fazia dar valor à vida como diziam os existencialistas? Nos romances As Intermitências da Morte de José Saramago, e A Desintegração da Morte de Orígenes Lessa, a morte é abolida. Como a sociedade conseguiria suportar uma superpopulação? Quais os problemas que tal fato causaria na sociedade? Estaríamos preparados para viver eternamente? São questões que se propõe responder no presente trabalho.
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