A abolição da morte na modernidade: problemas sociais e existenciais em romances de José Saramago e Origenes Lessa

  • Luís Cláudio Ferreira Silva UEM
Palavras-chave: Existencialismo, Modernidade, Capitalismo, Morte.

Resumo

Certeza única que se tem na vida, a morte é um assunto afastado das rodas sociais, tornou-se um tabu, e procura-se, o menos possível, falar ou pensar nela. Diz-se que o maior dos sonhos dos seres humanos é viver eternamente, ou seja, eliminá-la seria o maior dos feitos humanos. Contudo, algumas culturas, como a mexicana, cultuam a morte e tem pensamentos que diferem daqueles do senso comum moderno. Algumas sociedades ao longo do tempo também tiveram uma relação mais próxima com ela. Os filósofos existencialistas, notadamente Sartre e Heidegger afirmam que só perante a morte é que o ser humano elucida a vida. Entretanto, imagina-se, por um instante, como a sociedade moderna reagiria com o fim da morte. Seria uma conquista, como a humanidade sempre sonhou, ou uma catástrofe total, visto que se perderia aquilo que lhe fazia dar valor à vida como diziam os existencialistas? Nos romances As Intermitências da Morte de José Saramago, e A Desintegração da Morte de Orígenes Lessa, a morte é abolida. Como a sociedade conseguiria suportar uma superpopulação? Quais os problemas que tal fato causaria na sociedade? Estaríamos preparados para viver eternamente? São questões que se propõe responder no presente trabalho.

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Biografia do Autor

Luís Cláudio Ferreira Silva, UEM

Graduado no curso de Letras Português/Francês pela Universidade Estadual de Maringá, desenvolveu um projeto de iniciação científica na obra de José Saramago intitulado "O Inexplicável na Construção das Personagens Femininas Saramaguianas". Ministrou cursos de Língua Francesa, participou do projeto de tradução A Domesticação do lendário Quebequense: La Chasse-Galerie e outras lendas" e participou de eventos apresentando trabalhos na temática da Critica Feminista, Literatura Fantástica e Existencialismo. Participou também do projeto "Bivalência", destinado a auxiliar alunos iniciantes em Lingua Francesa. Sua monografia foi desenvolvida com base nas teorias filosóficas existencialistas aplicadas à obra de José Saramago. Atualmente trabalha como professor de Língua Francesa na Aliança Francesa. Luís Cláudio Ferreira Silva é mestre em Estudos Literários do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual de Maringá, defendendo seu trabalho em 2012. Seu trabalho intitulado "Identidades Fraturadas no Quebec e em Portugal: Jacques Poulin e José Saramago à Luz do Materialismo Lacaniano" está dentro do campo Literatura e Historicidade e Literatura e Identidades e analisa os deslocamentos espaciais dentro dos dois romances. Está habilitado a atuar nas áreas de Literatura Portuguesa, Literatura Brasileira, Literatura Francesa/Francófona e Língua Francesa.

Publicado
2013-05-28
Como Citar
Silva, L. C. F. (2013). A abolição da morte na modernidade: problemas sociais e existenciais em romances de José Saramago e Origenes Lessa. Revista Urutágua, (28), 88-96. https://doi.org/10.4025/revurut.v0i28.18828