A valorização do feminino na comédia "O doente imaginário" de Molière

  • Eloize Lemos David Luiz Universidade Federal de Uberlândia

Resumo

A obra dramática de Molière, O doente imaginário (1673) é uma crítica à classe dos médicos, porém mesmo que incomodasse os burgueses mais tradicionais, abria espaço para conscientizar a classe mais popular dos costumes burgueses e principalmente sua picardia agradava bastante o Rei Louis XIV. O autor incrementou sua escritura para expor os vícios humanos, na perspectiva de zombar ou ridicularizar a medicina francesa da época. Desta forma, O doente imaginário representado pela personagem Argan, que é fruto da classe burguesa e alvo de Nieta, a criada da casa, que o critica diretamente e pretende livrá-lo daquela dependência psicológica dos remédios. Assim, a presença de Nieta, a bufona, mesmo na posição de subalterna, mostra-se inteligente e muito sagaz. Inclusive, no ambiente, onde tinha toda a liberdade de circular, criou uma relação materna com a filha mais velha e um falso relacionamento com a atual esposa de Argan, para continuar na casa e conseguir desenvolver seus planos, de desmascarar as pessoas falsas que eram interessadas apenas na fortuna dele. Também nesta comédia, a criada e a esposa representam as figuras bíblicas, valorizando a astúcia feminina, contrariando os mecanismos sociais, que privilegiavam na tragédia apenas o herói masculino.

 

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Biografia do Autor

Eloize Lemos David Luiz, Universidade Federal de Uberlândia

Mestre em Teoria Literária pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Publicado
2015-11-24
Como Citar
Luiz, E. L. D. (2015). A valorização do feminino na comédia "O doente imaginário" de Molière. Revista Urutágua, (32), 49-63. https://doi.org/10.4025/revurut.vi32.26915
Seção
Literatura