Desengajamento: uma característica do sujeito médio contemporâneo
Resumo
O artigo discute o desengajamento, considerando esta noção como importante chave de leitura da constituição da subjetividade na contemporaneidade. Seu objetivo consiste em promover uma reflexão acerca dessa característica do sujeito médio contemporâneo, ligando-a ao modo de vida capitalista e à crescente onda consumista que assola grande parte do planeta. Expõe uma tomada de posição crítica frente a tal questão com suas implicações negativas sobre a sociedade e os indivíduos. Toma-se, para isso, como principal referência teórica, as recentes obras da socióloga francesa Claudine Haroche, articulando seu pensamento com o repertório teórico e conceitual da Teoria Crítica da Sociedade (Escola de Frankfurt). A socióloga aponta para um deslocamento, uma transformação antropológica do sujeito, vinculando dois elementos importantes: indivíduo hipermoderno e indivíduo das sociedades líquidas. Lançam-se a este respeito, várias indagações acerca dos rumos da sociedade e, por conseguinte, dos indivíduos, sem que se adote qualquer postura fechada ou qualquer previsibilidade. Todavia, as últimas palavras procuram defender a necessidade de enfrentamento e de procura por alternativas em face de tal problema, ainda que frágeis, possíveis.
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