Notandum

ARQUITETURA DO PECADO

2025-11-08T00:40:34+00:00

Este artigo parte de duas perguntas fundamentais: (I) Seria possível identificar, na obra Os sete pecados capitais, uma intenção pedagógica e religiosa? (II) Em que medida a concepção tomista do vício difere daquela proposta por Santo Agostinho? Sustenta-se que Tomás de Aquino organiza uma doutrina moral orientada pela razão prática, distinguindo-se do modelo agostiniano ao compreender o pecado não como mero desvio amoroso, mas como desequilíbrio em relação à justa medida. Para sustentar tal argumento, recorremos a excertos das obras De malo e Summa Theologica, reunidos na coletânea traduzida por Luiz Jean Lauand, nas quais os sete pecados capitais são apresentados como vícios geradores de outros, segundo uma lógica “hierárquica”. A investigação é alicerçada, ainda, em elementos da vida de Tomás de Aquino, cuja trajetória intelectual e inserção no contexto escolástico do século XIII foram determinantes para a fundamentação de sua arquitetura moral. Explicita-se, por fim, a sistematização desses vícios como princípio de uma teologia prática voltada à formação da consciência e ao exercício pastoral, reafirmando a autoridade eclesiástica sobre a moralidade em tempos de transformação social e religiosa.

ORDENAMIENTO ANGÉLICO, DEMONÍACO, ECLESIÁSTICO Y LAICO EN EGIDIO ROMANO

2025-11-12T14:34:45+00:00

El máximo referente medieval en angelología, el Pseudo Dionisio Areopagita (fines siglo V, comienzos del VI), al exponer su jerarquía angélica despliega tres tríadas compuestas cada una por tres órdenes, que pasan de lo superior a lo inferior, siempre por una instancia intermedia. Anclado en este modelo, Egidio Romano presenta en su tratado De eccesiastica potestate (1301) los que identificamos como cuatro ordenamientos: el angélico, el demoníaco, el eclesiástico y el laico. Enmarcaremos el análisis e interpretación de algunos pasajes de esta fuente en la disputa entre Bonifacio VIII y Felipe el Hermoso de Francia, teniendo presente la especial incidencia de nuestro autor en la misma, siendo reconocido con este tratado como el gran teórico de la plenitudo potestate papal.

O ENSINO DE HISTÓRIA ANTIGA POR MEIO DO CINEMA

2025-11-13T23:37:42+00:00

O cinema possui importante função na cultura histórica por sua característica estética em recepcionar o passado e gerar significado para um grande público, influenciando a concepção de história de uma extensa parcela da sociedade. Assim, pretende-se levantar considerações iniciais teóricas e metodológicas para a futura análise e como exemplo para análise histórica de filmes, no caso com a recepção da mitologia grega nos filmes Tróia (2004) e Hércules (2014). Para tanto, propõe-se o uso da metodologia proposta por Deleuze, a partir de Nietzsche, com os conceitos de história monumental, história antiquária e história ética-crítica e suas respectivas funções em conjugar elementos cinematográficos, construindo significados sobre o passado e o presente através de narrativas históricas fílmicas. Compreendendo que o cinema faz parte da cultura histórica, iremos defini-la e aproximá-la com o Ensino de História pela ótica da Didática da História e da Educação Histórica. Inserindo os filmes em seus devidos contextos da indústria cinematográfica pelo cinema épico, os blockbuster high concept, o peplum e pelo contexto histórico das produções aproximando com a discussão historiográfica existente. Desse modo, pretende-se dar balizas para a análise histórica de filmes para novas produções acadêmicas e didáticas.

DO INFERNO AO PARAÍSO

2025-12-01T23:51:21+00:00

Este trabalho discute como os jogos educativos podem contribuir para renovar o ensino de História, em especial no estudo da Idade Média. Diante dos desafios da educação contemporânea e da distância entre métodos tradicionais e as novas gerações digitais, o jogo surge como recurso lúdico e inclusivo, promovendo motivação, interação e aprendizado ativo. A proposta apresentada consiste em um jogo de tabuleiro que articula cartas, trilhas e portais simbólicos, inspirado em tradições cristãs (Inferno, Purgatório e Paraíso) e islâmicas (Jahannam, Siraat e Jannah). As dinâmicas incluem referências a pecados, virtudes e dilemas históricos, estimulando o raciocínio crítico dos alunos em contextos de tomada de decisão. Além de explorar conteúdos medievais, o jogo amplia a visão temporal e geográfica ao incorporar elementos da África e do Oriente, valorizando a diversidade cultural do período. Nesse processo, os estudantes desenvolvem habilidades cognitivas, sociais e colaborativas, enquanto refletem sobre diferentes sistemas de crenças e comportamentos. Assim, o recurso contribui para uma prática pedagógica mais criativa, representativa e transformadora, fortalecendo a compreensão da História Medieval e seu diálogo com a literatura e a cultura.

POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA

2025-06-03T15:10:34+00:00

Este artigo descreve e contextualiza o processo de implantação da Educação de Jovens e Adultos no Campus Campo Largo do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR). A partir de uma pesquisa exploratória e método de abordagem qualitativa, o texto ressalta o papel e a importância dos Institutos Federais (IFs), como protagonistas na política pública de educação básica e detalha o processo de criação do Curso Técnico em Administração – modalidade EJA/EPT. Esse detalhamento compreende a definição do curso, os desafios pedagógicos para a construção de seu Projeto Pedagógico de Curso (PPC), especialmente em relação à integração dos componentes curriculares, solucionado mediante a inserção do componente Prática Profissional Articulada (PPA). Detalha, ainda, as características específicas do currículo, além de compartilhar dificuldades enfrentadas para formar turmas novas e iniciativas adotadas pela gestão de ensino para a divulgação do curso e o angariamento de novos estudantes, além da reintegração daquelas que evadem ao longo da trajetória. Para além das dificuldades administrativas e pedagógicas enfrentadas, do número reduzido de estudantes que concluem o curso, entende-se que o campus está cumprindo seu papel na oferta da EJA/EPT e contribuindo para que seus egressos tornem-se homens e mulheres transformados e transformadores.

INFÂNCIA, EDUCAÇÃO E APRENDIZAGEM

2025-11-06T11:37:17+00:00

Até o século XVII, não existia uma concepção definida de infância, tampouco iniciativas voltadas especificamente para essa fase da vida. Essa ausência de reconhecimento perdurou na sociedade até o final do século XVIII. Durante esse período, a criança era concebida como um adulto em miniatura, desprovida de consideração quanto às suas especificidades físicas, emocionais e cognitivas. Foi apenas no fim do século XVIII, que surgiram os primeiros movimentos em direção à distinção entre adultos e crianças, especialmente por meio da escolarização. Nesse contexto de transformações sociais e culturais, a concepção de infância foi consolidada e valorizada como uma etapa singular do desenvolvimento humano. Hoje, essa fase, reconhecida como decisiva para o desenvolvimento e caracterizada pela elevada plasticidade neural, compreende que as experiências vivenciadas nesse momento constituem a base para a construção do conhecimento e o aprimoramento das capacidades cognitivas que influenciarão a vida adulta. Alinhado a essa visão, o presente artigo analisa o papel da infância como uma etapa basilar para a aquisição de conhecimentos, a constituição do sujeito e a preparação para o convívio social.

APORTES CHILENOS A LA EDUCACIÓN ESPECIAL LATINOAMERICANA

2025-11-12T22:42:19+00:00

Los educadores chilenos Luis Bravo y Mabel Condemarín son vastamente conocidos, tanto en su país natal, Chile, como a nivel Latinoamericano por su trabajo investigativo y educativo a nivel de la educación especial o diferencial. En efecto, el Dr. Bravo inició sus investigaciones sobre los trastornos específicos del aprendizaje en el Hospital Roberto del Río de Santiago en los años sesenta del siglo pasado y, al mismo tiempo, con los resultados obtenidos propuso la creación de un postítulo en educación diferencial en la Facultad de Educación de la Universidad Católica y, posteriormente, un Magíster en la misma especialidad; sus publicaciones se extendieron por todo el país y en países latinoamericanos. Mabel Condemarín se integró a trabajar en el equipo del Dr. Bravo en la misma universidad en 1972, participando en investigaciones, docencia y publicaciones; su centro de interés se volcó a crear métodos de enseñanza de la lectura y escribiendo cuentos en la misma línea para los más pequeños. Esta inquietud la llevó a integrarse al Ministerio de Educación en 1990 en donde participó en diversos programas y produciendo materiales educativos para profesores y alumnos y apoyando las políticas públicas desde el Departamento de Currículo y Evaluación. Todo su quehacer la hizo acreedora al Premio Nacional de Ciencias de la Educación otorgado por el estado en el 2003. Esta investigación es un estudio de paradigma cualitativo con episteme fenomenológica y hermenéutica y corresponde a una investigación de carácter histórico recurriendo a fuentes primarias (entrevistas) y secundarias (textos y artículos).

O CONHECIMENTO TECNOLÓGICO E PEDAGÓGICO DO CONTEÚDO E A FORMAÇÃO DOCENTE NA ERA DIGITAL

2025-12-09T20:14:01+00:00

O artigo analisa a integração das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) na formação e na prática docente, tomando o modelo TPACK (Technological Pedagogical Content Knowledge) como eixo teórico para articular conhecimentos de conteúdo, pedagógicos e tecnológicos. Amparado em Shulman, Mishra e Koehler, Nóvoa, Marcelo Garcia, Pérez Gómez, Young e Lévy, o estudo evidencia que o uso das tecnologias exige muito mais do que domínio técnico: demanda reflexão crítica, contextualização e intencionalidade pedagógica. A investigação, de caráter bibliográfico e documental, discute como o TPACK pode subsidiar a formação inicial e continuada de professores, destacando a importância de currículos que valorizem competências digitais, o acesso ao conhecimento poderoso e práticas colaborativas de aprendizagem. Conclui-se que a adoção efetiva das TDIC depende de políticas educacionais consistentes e de programas de formação que fortaleçam a identidade docente e a função pública da escola na era digital.

UNIVERSO E SISTEMA SOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL

2025-12-09T13:27:40+00:00

O presente artigo relata a prática pedagógica desenvolvida durante o Estágio Supervisionado II do curso de Licenciatura em Ciências, com foco no ensino do Universo e do Sistema Solar para estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental II. A experiência buscou articular teoria e prática, integrando metodologias ativas, investigativas e recursos tecnológicos, promovendo aprendizagem significativa, engajamento e protagonismo dos alunos. As atividades envolveram dinâmicas de sensibilização, exploração de etnoastronomia, estudo do método científico, análise da formação do Sistema Solar, investigação digital de planetas e construção de modelos didáticos, culminando em apresentações e quizzes interativos. Os resultados evidenciam avanços no engajamento discente, compreensão conceitual e desenvolvimento de atitudes investigativas, bem como na valorização da diversidade cultural e epistemológica. Observou-se, ainda, a importância do uso pedagógico de tecnologias, da aprendizagem colaborativa e da mediação docente reflexiva para superar desafios de heterogeneidade e limitações de recursos. A prática permitiu aos estagiários desenvolver competências didático-pedagógicas, habilidades de planejamento, organização e avaliação, e consolidar a identidade profissional docente, destacando o estágio como espaço de articulação entre saberes teóricos e experiências concretas. Conclui-se que a integração de metodologias ativas, recursos lúdicos e tecnológicos contribui para uma educação científica significativa, promovendo pensamento crítico, investigação e valorização do conhecimento cultural e científico.

VER PARA TEMER

2025-11-08T12:58:15+00:00

O corpo, na contemporaneidade, permanece marcado por diversos tabus, observáveis inclusive nas práticas escolares, como nas aulas de Educação Física. Esses tabus, compreendidos como proibições de origem sagrada, têm raízes históricas que remontam à Idade Média, período cuja moralidade influenciou profundamente a constituição das mentalidades modernas. Na Baixa Idade Média, a pedagogia do medo foi amplamente utilizada como mecanismo de controle dos corpos, especialmente por meio da ameaça da danação eterna. Este estudo, de natureza bibliográfica, tem como objetivo analisar como os tabus corporais se articulam visualmente com essa pedagogia, compreendendo a pintura como artefato visual que atuava na formação e normatização dos corpos medievais. A análise se fundamenta na obra História do pecado e do medo, de Jean Delumeau, e se insere no campo da História das Mentalidades. A partir da metodologia iconográfica panofskyana, é realizada a análise do afresco Juízo Final, de Giotto di Bondone. Conclui-se que tais representações atuavam como dispositivos pedagógicos, contribuindo para a interiorização de normas sociais e de controle corporal cujos reflexos ainda são identificáveis na sociedade contemporânea.

LA CASTRACIÓN DEL CUERPO COMO CASTIGO DEL PECADO

2025-11-19T21:03:08+00:00

Uno de los filósofos más populares de la Edad Media es Pedro Abelardo y su libro más célebre es llamado “historia Calamitatum” o “historia de mis desventuras” dónde él expresa su autobiografía. En este libro [una carta escrita para uno de sus amigos], el autor escribe acerca del amor, la persecución, sus profesores, entre otros temas interesantes. En el presente artículo, voy a tomar y exponer uno de estos: la corporalidad. Es sabido que Abelardo fue castrado por Fulberto, el tío de Eloísa, y sus compañeros porque consideró que Abelardo ofendió a Eloísa. Es sabido también que Abelardo y Eloísa se enamoraron y tuvieron un hijo llamado Astrolabio sin haberse casado y esto pudo haber sido una ofensa para la sociedad del siglo XII. En este artículo me enfocaré en la castración de Abelardo y su significado o relación con la corporalidad.

TEMPORAL TRANSMUTATIONS

2025-11-30T22:27:28+00:00

This essay explores the symbolic and philosophical connections between medieval alchemy, the figure of the Chimera, and contemporary BioArt. It argues that BioArt is not merely a biotechnological practice but also draws on archaic and alchemical imaginaries to produce artworks that challenge the boundaries between human and non-human, natural and artificial. The Chimera, as a hybrid figure, symbolizes transformation, the reconciliation of opposites, and the emergence of new modes of existence. Alchemy, in turn, is presented as a spiritual and material precursor to BioArt, offering a vision of transformation as a pathway to knowledge. Through the analysis of specific BioArt projects and historical references, the essay demonstrates how contemporary practices update and reinterpret classical and medieval symbols, proposing an ontology of hybridity. The result is not only an aesthetic proposition but also a philosophical and ethical one: an invitation to rethink matter, life, and creation from a more integrated perspective. In conclusion, the hypothesis is confirmed—BioArt emerges as a contemporary form of alchemy, generating chimerical creations that reactivate classical traditions and foster novel insights into the present. This essay ultimately proposes a historical hybridization, encouraging us to create our own philosophical and artistic chimeras.