Sentido do ser como interrogação pelos pressupostos do existir humano
Resumo
O texto pretende mostrar a importância do projeto heideggeriano de desconstrução da Metafísica, que comporta o desafio de relembrar do esquecimento do ser em função da tendência do ser humano se habituar e acomodar a um projeto histórico em realização. Reavivar a pergunta pelo ser tem, nesse sentido, o potencial de liberar a energia e a criatividade que ficam retidas e cristalizadas na normalização da tradição que toma como medida o ente e não o ser. Nascemos, crescemos e nos tornamos o que somos a partir de uma realidade instaurada num determinado tempo e lugar. Tendemos a perder contato com as origens e a condição finita dessa configuração histórica que nos abriga. Reatar a relação com o originário apresenta o potencial de libertar nossos comportamentos e compreensões da forma mecânica e automática do cotidiano. Junto com a questão do ser, Heidegger se interroga pela compreensão de tempo que guia a Metafísica. Ser é compreendido a partir do tempo como presença e não como movimento, como transcurso que caracteriza o existir humano. Enfatizamos a relação que se estabelece entre o ser e a questão do tempo, da historicidade, da finitude, visando mostrar as implicações dessa relação na existência humana. Compreendido a partir da diferença entre ser e ente, o ser humano resgata sua humanidade (seu Dasein, ser-aí), se liberta da fixação nas determinações históricas nas quais já sempre se encontra e abre-se para o ser-possível. Perguntar pelo ser e pelo tempo tem a ver com morar novamente na proximidade do inaugural, da experiência que não se fecha nas conquistas e explicações, mas as funda e possibilita. Em outras palavras, perguntar pelo ser tem o sentido de voltar a atenção para os pressupostos que configuram o existir humano em sua historicidade.
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