
Esta edição do Boletim de Conjuntura Econômica faz análise do comportamento dos principais indicadores econômicos no terceiro trimestre de 2006 em relação à Política Fiscal, Monetária, desempenho do Setor Externo, Preços (inflação), Conjuntura Agropecuária e Atividade Econômica, evidenciando os resultados apresentados no período.
Pelos números e análises apresentados, observa-se a manutenção da mesma tendência favorável dos indicadores macroeconômicos já registrados nos Boletins anteriores, em relação à performance positiva das contas do Setor Externo, contas públicas, comportamento dos preços, com o cumprimento das metas inflacionárias e de superávit fiscal previstas para o ano.
Todavia, conforme vem ocorrendo em todo este ano de 2006, apesar dos resultados positivos apresentados nos principais indicadores, os seus impactos no crescimento econômico do país continuam sendo insatisfatórios.
O crescimento do PIB do terceiro trimestre de 0,5% em relação ao trimestre anterior, divulgado pelo IBGE após o fechamento desta edição do Boletim - cuja análise mais detalhada será objeto da próxima edição no início de 2007 - mostra a conseqüência negativa decorrente da austeridade das políticas monetária, fiscal e cambial, com destaque às elevadas taxas de juros, apreciação do câmbio, excessivo e crescente peso tributário, atingindo negativamente as atividades produtivas e o crescimento econômico.
Esta incipiente taxa de crescimento do PIB com certeza fará com que o Brasil cresça, mais uma vez, bem menos (nova projeção para o ano abaixo de 3%) que a taxa média de crescimento econômico mundial projetada pelo FMI, de 5,1%. Fatores negativos adicionais a destacar é a evidente desaceleração do crescimento da indústria em geral e o acentuado descolamento das vendas do comércio em relação à produção industrial, que vem sendo observado nos últimos trimestres.
Este cenário de desempenho de atividade econômica insuficiente vem reiterar a preocupação já registrada nas edições anteriores do Boletim de Conjuntura, no sentido de que a manutenção da atual política econômica - que tem o seu principal foco no combate à inflação - dificilmente garantirá o tão desejado crescimento sustentável da economia, gerando desenvolvimento e melhoria de qualidade de vida à maioria da população brasileira.