O presente Boletim de Conjuntura Econômica apresenta a análise do comportamento dos principais indicadores econômicos no quarto trimestre de 2006, com o fechamento do ano, e no primeiro trimestre de 2007. Nos períodos analisados, confirmou-se a tendência de melhoria nos indicadores macroeconômicos da economia brasileira, com destaque para as contas externas, contas públicas, evolução do crédito e comportamento da inflação. Da mesma forma que em análises anteriores, a evolução da atividade econômica não acompanhou o bom desempenho dos demais indicadores.

Em relação às Contas Públicas, destaca-se o aumento das receitas e da carga tributária, que atingiu mais uma marca histórica em 2006. Apesar deste resultado, também continuou elevado o custo da rolagem da dívida pública e a necessidade de financiamento, embora a dívida pública tenha se estabilizado em relação ao PIB. Na Política Monetária, teve seqüência a redução gradual das taxas de juros (básica e final) e o aumento da oferta de crédito na economia, atingindo um nível recorde em proporção ao PIB. A expansão do crédito ocorreu tanto para pessoa jurídica quanto para pessoa física, destacando-se o crédito ao consumidor e o consignado.

No Setor Externo teve continuidade o bom desempenho do comércio exterior, com aumentos mais fortes nas importações e manutenção do saldo comercial em nível elevado. Paralelamente, houve aumento das reservas e redução da dívida externa. Estes resultados influenciaram a apreciação cambial registrada no período.

O comportamento dos Preços também foi favorável no período analisado, com a inflação sob controle e as expectativas abaixo da meta estabelecida para 2007.

Apesar dos resultados positivos apresentados pelos principais indicadores macroeconômicos, o desempenho da atividade econômica no ano de 2006 ficou novamente aquém do desejável e necessário para a economia brasileira. O crescimento da economia e, especialmente, o do setor industrial não foi suficiente para sinalizar uma recuperação firme da economia brasileira. Apesar do crescimento do rendimento médio das pessoas ocupadas, a taxa de desemprego permanece alta e estável.

Por último, destaca-se a forte tendência de queda na taxa de câmbio, como um sinal de advertência sobre a trajetória futura da economia brasileira. Apesar dos efeitos positivos sobre a inflação e a importação de bens de produção, a apreciação cambial começa a afetar setores importantes da economia e a preocupar as autoridades econômicas.

Publicado: 2013-02-02

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