Neste número do Boletim de Conjuntura Econômica são analisados os principais indicadores da economia brasileira no terceiro trimestre/2010, comparativamente ao mesmo período de 2009. De uma forma geral, a economia apresentou bom desempenho em seus principais fundamentos macroeconômicos.

A economia manteve sua trajetória de crescimento no trimestre, registrando uma variação de 8,4% no Produto Interno Bruto (PIB) em relação ao mesmo período do ano anterior. Da mesma forma, houve forte crescimento na produção industrial, nas vendas do comércio e redução na taxa de desemprego.

Em relação à política monetária, o Banco Central elevou a taxa Selic para 10,75% na reunião de julho e a manteve nas duas reuniões seguintes. Em consequência, houve aumento nas taxas de juros finais, tanto para empresas quanto para pessoas, com exceção do crédito consignado que registrou queda em sua taxa de juro. Por outro lado, a oferta de crédito manteve sua trajetória de crescimento no período e atingiu 46,7% do PIB em setembro/2010. No período estudado, destaque para o aumento do crédito com recursos direcionados, incluindo as operações realizadas pelo Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).

No terceiro trimestre/2010 a Balança Comercial registrou um superávit de US$4,88 bilhões, mantendo a tendência de queda em relação à do ano anterior, que pode ser explicada pela apreciação cambial e pela redução da demanda externa combinada com o crescimento do mercado doméstico. O saldo final do Balanço de Pagamentos brasileiro foi positivo, registrando um saldo de US$17,83 bilhões, em grande parte, decorrente do saldo positivo na Conta Capital e Financeira que registrou US$27,83 bilhões, com acréscimo de 35% em relação à do mesmo período do ano anterior. Houve expressivo aumento dos investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira. Por sua vez, o saldo em Transações Correntes continuou negativo e em elevação no trimestre, atingindo um déficit de US$11,3bilhões. Mantendo a tendência de períodos anteriores, as reservas internacionais registraram aumento e a taxa de câmbio maior apreciação da moeda nacional em relação ao dólar.

Os índices de preços analisados indicam uma aceleração dos preços e da inflação no terceiro trimestre/2010, o que pode ser associado ao aquecimento da economia. A variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,50% no trimestre enquanto o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou elevação de 2,42%. A elevação da inflação está relacionada, principalmente, ao aumento dos preços livres, especialmente dos alimentos, o que influenciou na decisão do Banco Central de elevar a taxa Selic.

A análise da conjuntura agropecuária indica tendência de aumento nos preços agrícolas no mercado internacional, o que reflete no aumento dos preços interno e nas decisões de plantio e produção. No setor de grãos, existe a previsão de aumento na produção de soja e milho. Em relação ao setor de carnes, também há expectativa de aumento nas exportações e nos preços.

Nas contas públicas verifica-se um forte aumento na arrecadação federal, que registrou crescimento real de 13,2% no acumulado de janeiro a setembro/2010. Também houve aumento do resultado primário nas contas do governo, em relação às do ano anterior, alcançando 2,9% do PIB no acumulado de janeiro a setembro/2010. O resultado final das contas públicas foi melhor no terceiro trimestre/2010 em comparação com as do mesmo trimestre do ano anterior, pois reduziu a Necessidade de Financiamento do Setor Público. Como consequência, houve melhora nos indicadores da dívida pública, com ligeira redução da relação dívida/PIB.

Publicado: 2013-03-01

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