
O Boletim de Conjuntura Econômica, do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá, de número 48 analisa o comportamento conjuntural da economia brasileira no segundo trimestre/2011, com o fechamento do primeiro semestre do ano. Como pontos positivos deste período podem ser destacados a melhoria nas contas públicas, o aumento das receitas com as exportações e do saldo positivo na balança comercial, o bom desempenho do setor agropecuário e melhores indicadores no mercado de trabalho. Por outro lado, houve aumento da pressão inflacionária, elevação da taxa básica de juros e desaceleração do crescimento econômico.
Os indicadores fiscais melhoraram em razão, principalmente, do aumento da arrecadação federal em 13,0% acima da inflação. Com o crescimento inferior das despesas federais, houve aumento do resultado primário e diminuição da Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP). Como consequência, a Dívida Mobiliária Federal (DMF) e a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) diminuíram, em proporção do Produto Interno Bruto (PIB).
Houve mudança na política monetária no primeiro semestre/2011 em relação à do ano de 2010. A taxa Selic foi elevada de 11,25% para 12,25% ao ano. Este ajuste na política monetária foi uma resposta às pressões inflacionárias registradas no período. Todos os índices de preços analisados registraram alta em relação aos do ano anterior, ficando acima da meta de 4,5%. Apesar deste aperto na política monetária, o crédito continuou crescendo e atingiu 47,2% do PIB em junho/2011.
As contas do balanço de pagamento mostraram melhoria no saldo da balança comercial no primeiro semestre/2011, motivada, principalmente, pelo aumento dos preços dos produtos exportados pelo Brasil. O saldo negativo no balanço de pagamentos em conta corrente continuou elevado, mas financiado integralmente pelos Investimentos Estrangeiros Diretos (IED). A entrada de moeda estrangeira no país continuou a pressionar a taxa de câmbio, com apreciação cambial no período analisado.
O setor agropecuário brasileiro apresentou boas perspectivas de aumento da produção, da demanda, das exportações e dos preços, principalmente para soja, milho, café e carnes. O mesmo não aconteceu em relação ao trigo, que o Brasil é importador, e também com o setor sucroalcooleiro, com queda na produtividade e na produção.
Na análise da atividade econômica, verificou-se desaceleração na taxa de crescimento da economia, principalmente no segundo trimestre/2011, apesar do bom desempenho no mercado de trabalho formal e informal, com uma das menores taxas de desemprego dos últimos anos.