A transcendência da representação na geografia mais-que-humana
Resumo
Experimentações advindas da geografia animal, vegetal e elemental são bem conhecidas e vinculadas à primeira metade do século XX. No início da segunda metade do século XX, paulatinamente, movimentos intelectuais passaram a consolidar pressupostos que se opunham aos métodos tradicionais da pesquisa científica, com repercussões notórias para a geografia. Gradativamente foi se formando a base de pensamento mais-que-humano, à medida que o rótulo em questão se associa predominantemente com abordagens relacionais apoiadas no pós-estruturalismo, Teoria Ator-Rede e, mais recentemente, nas Teorias Não-Representacionais. Essa mudança de abordagem significou um deslocamento de conceitos estanques, de categorias coletivas, para a abordagem do afeto identitário. Assim, as pesquisas mais-que-humanas tem se apoiado nas noções de afeto e assemblages como instrumentos de leitura das relações heterogêneas multiespécies e elementais. A transcendência da representação traz como significado a abertura de um amplo horizonte epistemológico para a geografia, bem como se apresenta como um convite à interdisciplinaridade envolvendo áreas das humanidades e outras áreas de diferentes domínios. O artigo em questão centra-se em apresentar como a transcendência da representação se torna muito importante nas abordagens relacionais: as representações são compreendidas como elementos que interferem, mas não definem, o afeto e a agência multiespécie emaranhada em redes. Em outra via, as representações também são o produto das relações afetivas.
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