GOIÂNIA: ENTRE A ESQUIZOFRENIA URBANA E OS DEVANEIOS QUIXOTEANOS
Abstract
Goiânia foi construída nas décadas de 1930 e 1940 para redefinir relações consolidadas em torno da tradição do ambiente rural. A nova cidade-capital emergiu para recompor valores e evocar potencialidades. Este processo objetivou a produção de uma nova relação do homem goiano com o mundo. Ele deveria pautar suas ações em uma racionalidade inerente a vida urbana. A nova sede administrativa estadual tornou-se capital de um Goiás mais urbano; contudo, o progresso vislumbrado não se fez presente. Goiânia configurou-se como uma cidade repleta de migrantes produtores de uma pressão por habitação. Tal pressão materializou a Vila Mutirão: um espaço segregado, na região noroeste da cidade, formado por casas de placas de cimento erguidas em regime de mutirão. Esta segregação foi sucedida por uma auto-segregação. Inúmeros condomínios horizontais foram edificados na região sul da cidade. Todavia, as regiões noroeste e sul de Goiânia não são caracterizadas somente por diversidades. Para apresentar uma unidade integradora promovemos um diálogo da ciência com a literatura. Nesta perspectiva, a esquizofrenia urbana de Santos (2004) e Dom Quixote de Cervantes (1987) foram aproximados em um movimento de compreensão do processo de reprodução da metrópole goianiense.
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